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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Encantos eternos: pequena reflexão para o Dia de Finados!

Hoje, o calendário assinala 02 de novembro, Dia de Finados no mundo católico. É em meio à quietude deste feriado nacional de quinta-feira, que sinto o coração apertado pela saudade. Essa mesma saudade que agora bate, não me chega só. Ela desperta uma necessidade de rezar, uma sugestão da alma que encontra respaldo naquela mensagem de Guimarães Rosa, que na sua sabedoria disse: “O mundo é mágico: as pessoas não morrem, ficam encantadas... a gente morre é para provar que viveu”. Eu falo aqui sobre saudade que é "grande, mas cheia de gratidão" (Lísia), por pessoas que um dia nos acolheu e contribuiu com Deus com a construção do nosso ser. É sobre a saudade   se transformar em uma força divina, capaz de trazer a presença das pessoas que amamos, de meus pais D. Alzira, Sr. Joaquim,  dos meus irmãos, Djalma, José, Lúcio, Venâncio e Dedé e de de tantos tios e tias, primos e primas e tanta gente linda  que se infinitizou. Que bom que achei a palavra infinitizar, para empregar aqui.  As palavras do Evangelista João chegam com intensa força nostalgica: é saudade de Deus e de gente que se foi mas jamais desapareceu da nossa vida, pois  "Na minha própria carne verei a Deus". E me permito ver, com os olhos da alma, esse Deus no encanto de cada ser que partiu. Guimarães Rosa sabia: não morremos, apenas mudamos de estado, como a água que se faz vapor, pessoas "Ficam encantadas", dizia ele. É nessa magia divina, acredito eu também,  que ao viver plenamente neste mundo, a cada adeus, apenas provamos nossa existência eterna. Mas ainda assim, continua como insondável o mistério da morte nas palavras de Leonardo Boff: "Há mistérios que não podemos entender o que aumenta ainda mais o sofrimento. Mas colocamos tudo nas mãos dAquele que tudo conhece e para o qual os nossos mistérios serão um dia uma surpreendente Revelação."

Penso nas 51 almas, conhecidas nossas, que partiram e que registrei neste blog - uma memória que perpetua em https://www.informativogirassol.blog.br/search/label/LUTO, como uma dor que foi superada, onde cada nome evoca uma história, um sorriso, uma vida. Não posso deixar de sentir, de viver a dor do mundo, a dor de tantas perdas, como a guerra no Oriente Médio insiste em infligir e que poderia ser evitada.

Contudo, vejo que, ainda que o tempo de dor aparente supere os momentos de alegria, precisamos dar sentido a essa existência, mostrando amor aos que caminham conosco. Afinal, se esperarmos perder para dizer "eu te amo", que amor é esse que não se pratica quando em vida?

Vamos combinar, então: transformemos a saudade em homenagem, o amor não dito em gestos e vamos proferir palavras hoje, aqui e agora, para quem está ao nosso lado. Pois mesmo discordando uns dos outros, como irmãos que somos,  talvez possamos perceber que, na tessitura dos dias, o AMOR é o fio que dá cor e significado à tapeçaria da vida.

Visite o link para conhecer as 51 almas que eu faço a memória hoje neste dia de finados. Você gostaria de acrescentar alguém a esta memória coletiva? Quem? Conte-nos sobre essa pessoa.

Lembrei então aqui, das palavras do evangelista João: 'Na minha própria carne verei a Deus'. Como essa perspectiva influencia a maneira como a gente vive e vê a vida?

A guerra no Oriente Médio e as perdas que vivenciamos tocam a todos nós. O que podemos fazer para levar paz e amor bem aqui pertinho da gente, ao meio em que a gente convive e a um mundo que enfrenta tantas dores? Meu Deus ensina nos sempre Senhor!.

Professor Deodato Gomes 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

FINADOS: dia de acentuar saudades, visitar memórias e acender lembranças de quem um dia partiu definitivamente!

 


É verdade mesmo, hoje é dia de lembranças e acentuadas saudades, de quem um dia nos deixou. Memórias fortes é de pai e mãe para quem já os perderam. Quantos lutos fulminantes já vivenciamos. Quantas pessoas amadas se foram de forma cabal, absoluta, indiscutível e decisivamente. Por outro lado, temos uma fé que nos faz ver para além dos horizontes materiais. Afinal, existe mesmo uma plenitude? Imaginem se não houvesse transcendência e tudo fosse essa imensa dor do mundo e  Deus não significasse a certeza da eternização da nossa vida?
Pensem se a Ressurreição de Jesus Cristo não fosse o modelo de todas as nossas, peregrinos e sofredores desse mundo, que esperança poderíamos ter?
O nosso bálsamo é a ressurreição de Cristo, protótipo maior  da nossa passagem por esse planeta.
Nem sei se concordam comigo, mas aqui neste mundo, temos mais desalento e dor que exultação. Um mundo muito infeliz, onde a gente presencia uma luta insana por dinheiro e poder,  que nos faz infelizes também. 
Podemos hoje chorar até com alegria, a lembrança e a saudade de alguém querido que partiu, mas choramos muito dolorosamente por um mundo em que o mal esta encrustado na sua própria estrutura,  contudo, a fé e a esperança subsiste a tudo isto. A nossa utopia é divina, nos atravessa a vida e nos transporta para a remissão de tudo que encarcera.
São elas que nos dão a certeza, que nos reencontraremos.  Nossos amados parentes e amigos nos aguardam, para podermos estar em um mesmo lugar, festejando um encontro sem despedida, porque no céu não existe mais ADEUS!
Concordam?
Curtam fielmente esta saudade de quem teve uma história de incomparável amor com você. Faça a memória de todos seus amados e amadas que "vazou" da sua vida, deixando uma ausência profunda que angustiava muito e que hoje virou uma nostalgia. Deixa a lembrança chegar de forma suave, consinta com que ela te envolva, para que entendas que todo o amor é de Deus, e ele, o amor,  não vai enterrado num caixão. Acredite que nos reencontraremos em um céu transcendente e super luminoso. Enquanto isto, indignados por tanta situação de dor e morte no  mundo, podemos ir lutando e celebrando pequenos ensaios do Divino, entre nós,  aqui mesmo na terra. 
                       Por Deodato Gomes

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Apesar de sermos cidadãos do céu, só aqui na terra podemos nos educar para conquistá-lo


Hoje dia de finados, fico pensando na intensidade que tem a dor de perder alguém amado. São momentos muito difíceis na vida pelos quais passamos com as vivências dos nossos lutos. É preciso viver um intenso processo de elaboração para transformar em esperança tanta dor, afinal é  "vida que segue". A esperança e a saudade vão se revezando até a esperança se impor.  Em muitos momentos choramos de saudade, quando fazemos a memória de alguém que nos amou e que amamos, mas a esperança vem ocupar o vazio da saudade e nos encher de certezas de que no fim de tudo tem muita luz e um encontro definitivo com o amor. 



Certo é que estamos aqui por um brevíssimo tempo. E é muito bacana a forma como o salmista (SI 89,10) se refere a este breve espaço de tempo que temos neste mundo de poucas alegrias e tanta dor:


A morte é um fenômeno biológico universal pelo qual todos passarão, cultural é a forma como a encaramos e portanto sofremos pela forma como a concebemos. No México ela é celebrada com festa.

A grande maioria das pessoas não chegará à idade preconizada pelo salmista. Muitas coisas nos lembram a brevidade da vida e a incerteza do momento em que ela, a poderosa morte vai chegar nos assusta. Gil pede em uma de suas canções, "Não se iludam, não me iludo. Tudo agora mesmo pode estar por um segundo". Estamos de tal forma expostos aos riscos, principalmente agora neste momento tão indeterminado da história,  que a vida é a própria fragilidade. Quantas crianças estão neste momento morrendo por razões inumanas inaceitáveis,  oxalá nós, que já temos uma história com outros seres humanos nesta terra. 



Também não dá para ser imortal, seria muito enjoada a vida assim. Viver eternamente e sem fim, deveria ser muito sem graça. Em nosso inconsciente não existe registro do evento morte, com base nele vivemos como se fóssemos imortais. A percepção da morte existe em nós e já começa existir  na criança, mas a nível consciente. Quanto mais a idade chega mais se torna forte a convicção do fim. 



 A mitologia grega relata o caso de Sibila de Cumas, que com um punhado de areia nas mãos,  pediu a Apolo tantos anos de vida quantos fossem aqueles grãos de areia.  A ela foi concedido então a imortalidade, mas ela esqueceu de pedir a juventude. Depois de um certo tempo, quando já estava velha, cansada e debilitada  ela então passa a pedir a morte. 


Michelangelo deu destaque à Sibila de Cumas na Capela Sistina, entre os profetas do Velho Testamento.



De fato esta temática nos assusta, a ponto de temermos até mesmo a pronuncia da palavra morte. Certo é que,  como diz São Paulo, "somos cidadãos do céu". O problema é que é aqui na terra que nos tornamos dignos do céu. É uma conquista buscada em cada passo que damos nesta estrada inevitável na direção do fim. Calma, não do fim de tudo, mas do fim das impermanências e futilidades humanas: poder, sucesso, enfim das corrompidas vitórias humanas.  O desafio de ser generoso, de praticar o bem, de respeitar o outro na sua diferença, Deus colocou para todos nós. O desafio da perfeição está incrustado no mais profundo do nosso ser. E é na vivência desses desafios que podemos viver mais felizes aqui, e vislumbrar a plenitude celeste lá. Este mundo é muito mais de dor, tristeza do que felicidade, pelo menos eu acho, que inclusive precisa ser percebida, como forma de sublimar os descaminhos.

Quem nesta nossa terra de bons e maus frutos, conseguir construir uma vida baseada no respeito, na justiça e na vivência do amor levando estes princípios ao extremo da aplicação na vida individual e social,  aí sim, acredito que poderá está apto a se unir a Deus depois de sua passagem por este mundo. 
Paulo, na Carta aos Romanos fala que "quer vivamos, quer morramos, pertencemos a Deus". Olha que maravilha. Calma aí, porque não é mágico e nem automático. O pertencer a Deus depois da nossa passagem está sempre na condicional. 

O depois depende do antes e o antes joga um xadrez com o depois. Possuir Deus, encontrar o céu depois da nossa morte, vai depender se antes o buscávamos e alimentávamos esta caça pela oração. 

Interessante que São Paulo fala mais ainda quando diz que o tempo de salvação é agora, porque  quando ela, a morte,  chega já não se tem mais tempo de construí-la. No momento da passagem se estávamos em Deus permaneceremos Nele. Não existe salvação depois.

Para minimizar a dureza da morte, lembro um fragmento do poema de Quintana que sempre posto aqui quando reporto à morte:



                                                 Por Deodato Gomes.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Dia de Finados é o momento de sentirmos a ausência de algúem e dar sentido à sua existência.




Olhar a morte nos ajuda a enxergar a vida. A consciência da finitude nos aproxima do que, de fato, somos. A maior verdade é que nos igualamo-nos ao saber que seremos visitados por ela.


















SOBRE OS MORTOS

Dia 2 é o dia de finados, dia dos mortos. Feriado. Dia para se lembrar dos que se foram. Para se lembrar da morte. Lembrar-se da morte para quê? Não é sufocante lembrar da morte? Tem gente que prefere não passar perto de cemitério e sai com a justificativa de que "quem não é visto não é lembrado". Tem gente que prefere não pensar o que virá a acontecer quando a vida resolver deixar de estar.
Pensar na morte tem a sua necessidade e a sua importância. Primeiramente, porque não há como decidir dela se livrar. Ela virá. No tempo que não nos foi dado conhecer. Nem mesmo alguns médicos que teimam em prever o dia do fim conseguem saber. E, depois, porque pensar na morte nos ajuda a compreender o poder que não temos. Somos frágeis. Um sopro, apenas, e a vida se cansa. E nem temos tempo para despedidas. Um passo em falso. Uma doença desnecessária - há doenças necessárias? Um acidente. E há tantos deles por aí. E a morte chega.Viver lembrando a morte nos ajuda a matar em nós tudo aquilo que nos rouba a vida. Ladrões de sonhos, de serenidades, de liberdade. Ladrões de corações. Ladrões de paz. De uma paz tão necessária, inclusive, para que vivamos mais e melhor. Brigas ali e aqui. Disputas. Arrogâncias. Ódios acumulados. Bobagens que nos trazem uma bagagem pesada para viver.
O poeta Quintana dizia: "A morte deveria ser assim: um céu que pouco a pouco anoitecesse e a gente nem soubesse que era o fim...”. O fato é que ninguém sabe quando e como será. O que se sabe é que o fim virá. É preciso lembrar isso. E não depende de nós. Depende de nós, entretanto, matar o que nos mata antes de morrer. Lembrar-se dos que se foram e conviver com a bela saudade. Chorar, se necessário. E prosseguir. Cultuando a brevidade da vida como uma oportunidade de celebrar cada instante. Nenhum deles volta. Nenhum deles se repete. Viva a vida. Mesmo sabendo que dura pouco.                                  Gabriel Chalita