Bullying

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domingo, 15 de janeiro de 2023

Permita-se florescer!...


MAIS UM ANO PELA FRENTE. QUAIS FORAM OS SEUS DESEJOS NA VIRADA? QUAIS PROMESSAS FORAM FEITAS PARA QUE VOCÊ TRANSFORME SEUS SONHOS EM REALIDADE? TENHO CERTEZA QUE UMA PALAVRA ESTAVA PRESENTE: FELICIDADE!

Pensando nisso, hoje quero dividir com vocês um conteúdo que pode te ajudar a encontrar a tão sonhada felicidade! Não é milagre, é ciência, porque a Psicologia Positiva acredita que o ser humano possui uma tendência básica de se realizar e de se expandir, o que chamamos de florescer. Pensando em catalisar mudanças em todas as áreas da vida, Martin Seligman criou o modelo Perma – que tem cinco grandes pilares para a promoção do bem-estar e forma um acrônimo das palavras que, em português, seriam:

EMOÇÕES POSITIVAS

O primeiro pilar é, talvez, a conexão que parece mais óbvia com a felicidade, mas emoção positiva vai muito além do sorrir: é a capacidade de permanecer otimista e ver o passado, o presente e o futuro de uma perspectiva construtiva. Isso pode ajudar as pessoas a aproveitar as tarefas diárias das suas vidas e a perseverar nos desafios que vêm pela frente.

ENGAJAMENTO/FLOW

Sabe quando o tempo “voa” enquanto você está fazendo uma atividade? É isso. Você não está sentindo, nem pensando nada – os cientistas dizem que você está no ritmo da música. E é possível encontrar esse prazer em coisas diferentes: praticando um esporte, dançando, tocando um instrumento, fazendo um projeto interessante no trabalho ou até mesmo num hobby. O importante é que seja uma atividade desafiadora e, ao mesmo tempo, você consiga exercer uma habilidade sua.

RELACIONAMENTOS POSITIVOS

Relacionamentos e conexão social são essenciais para vidas significativas. Nós prosperamos em conexões que promovem amor, intimidade e uma forte interação emocional – elas dão sentido à vida. Esses relacionamentos também são suporte em tempos difíceis, que exigem resiliência.

SIGNFICADO/ PROPÓSITO

É quase como responder: “Qual o seu papel no mundo?” A religião e a espiritualidade dão sentido a muitas pessoas: pertencer a e servir a algo que você julga ser maior do que você próprio. Você pode encontrar significado no trabalho que ama, criando filhos, fazendo trabalho voluntário. O ponto é compreender o impacto do que você faz e o que essa atividade traz de volta para você.

REALIZAÇÃO

O último pilar, não menos importante, é aquele onde você sente orgulho e satisfação por alcançar uma meta – e às vezes só o esforço para conseguir realizar já pode te trazer uma sensação de satisfação e bem-estar. Aqui entram todas as suas conquistas – que podem ser materiais ou não.

O objetivo dos pilares é produzir o florescimento humano. Talvez você tenha se identificado com algum ponto e perceba que já está dando os seus primeiros passos, sem nem saber que existe uma teoria e que a ciência sustenta tudo isso. 2023 está apenas começando e está pronto para conhecer uma nova versão de você mesmo. Se deu vontade de andar por essa estrada do florescer – termo tão lindo usado na Psicologia Positiva – é bom seguir o conselho de quem criou o modelo Perma: comece questionando o que realmente te faz feliz. E deixe sua própria felicidade transformar você!

FONTE: Diário do Rio de Janeiro

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quais habilidades são necessárias na educação de crianças e jovens? Ao escolher a melhor educação para os filhos não se esqueça da pedagogia do simples.

A aprendizagem talvez seja o mistério mais belo da alma humana. A construção de sentido daquilo que nos é transmitido pelas vozes do mundo é um fenômeno que não pode se reduzido a meros movimentos neuronais ou fisiológicos, como desejam alguns neurocientistas financiados pela indústria farmacêutica. Não há medicamento para facilitar o conhecimento, está aí algo impossível de comprar. 

Um gesto que não se inscreve como ato natural, o ato de aprender se relaciona com o desejo de buscar algo que nos falta, com a incompletude que sentimos diante dos fenômenos do mundo e das pessoas que nos rodeiam. Aprendemos quando conseguimos dar sentido à rede simbólica que nos invade por meio da experiência sensorial e, assim, desenvolvemos o mistério da abstração, manifestação essencialmente humana. 

Não é verdade que aprendemos fazendo. Aprender é um ato que vai além do reducionismo prático contemporâneo. O processo de aprendizagem acontece quando somos capazes de abstrair o significado de algo e conseguimos, por meio da reflexão, relacioná-lo ao sentido de estarmos no mundo. Só a partir da abstração conseguimos produzir um texto, calcular uma derivada, entender as relações químicas, refletir sobre as Leis de Newton, ler Shakespeare, chorar na companhia de Fernando Pessoa e construir conceitos filosóficos. 

A nova pedagogia, ao se valer apenas da atividade concreta, se funda em uma ideia desvirtuada de ser humano, se é que ela construiu alguma. O próprio conceito de “mão na massa”, despossuído de qualquer significado acadêmico, importado da cultura maker norte-americana, carece de uma musculatura conceitual mais rígida. Ainda não entendemos o que isso quer dizer, caso queira significar alguma coisa além de “prática”. 

Colocar crianças e jovens diante de parafernálias coloridas, cheias de botões para downloads, viciadas em um eterno plug and play não as fará mais inteligentes, apenas mais ansiosas mesmo. Talvez, distanciá-las de habilidades reflexivas, ofertando metodologias pasteurizadas, distantes de qualquer abstração, seja apenas um projeto torpe que as entregará, de forma alienante, à aceleração do mundo atual. 

Ao olharmos com admiração para a educação grega e seus constructos simbólicos, como a democracia, o teatro, a filosofia e as Olimpíadas, é porque eles se dedicaram a formar sujeitos reflexivos, que entenderam o ato de educar como gesto abstrato, capaz de ajudar o ser humano a resistir à opressão da sucessividade, como nos ensinou Borges.  

Lemos com Heródoto, historiador grego, que os persas educavam seus filhos, dos 05 aos 20 anos, seguindo apenas três preceitos: andar a cavalo, manejar bem o arco e dizer a verdade. Apenas três habilidades fundamentais para orientar toda a educação na corte de Dario. Essa pedagogia do simples estava focada em três competências básicas: o equilíbrio, a concentração e a sabedoria. 

Consultando a BNCC – Base Comum Nacional Curricular, documento da nova pedagogia que orienta a construção de programas de ensino em todo território nacional, encontramos, apenas em Língua Portuguesa, mais de 100 habilidades a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica. Será que precisamos disso tudo mesmo? Seremos, com isso, mais completos que gregos e persas?  Só o tempo será capaz de dizer. 

Do lado de cá da história, ficamos apenas com a pergunta, capacidade abstrata presentada pelos deuses: de verdade, quais e quantas habilidades são necessárias para o desenvolvimento de um ser humano equilibrado, saudável e sábio?

De certa forma, escolher a melhor educação para os filhos é, antes de tudo, pensar essa questão fundamental.  

FONTE: Estado de minas

Após domingo, ainda continuaremos retirando as Ciências Humanas da escola? A educação é contra violência. Educamos porque não coadunamos com atos agressivos; se optamos pela bestialidade é porque não acreditamos no potencial de educar

 

      Minas do dia 09-01-2023


Muita gente já escreveu sobre as ações perversas, encabeçadas pelos terroristas dominicais, em seu “golpe de uma tarde de verão”. A reprodução tupiniquim da invasão ao Capitólio levanta, sem sombra de dúvida, a urgência de mecanismos enérgicos e eficientes na garantia da democracia, valor inegociável, premissa fundante de qualquer pacto social. 

No entanto, a tentativa fracassada desse Golpe de Estado, para além do rigor da lei, suscita uma importante discussão acerca dos caminhos trilhados pela educação neste contexto. No ano passado, escrevi uma coluna, neste espaço, ressaltando aspectos importantes para inibirmos qualquer tipo de formação fascista. Do antigo texto, gostaria de ressaltar um trecho:

“Não se trata de pensar a educação pós-pandemia, pós-analógica, pós-adulta, pós-verdade ou pós-conhecimento. O negócio é muito mais sério que isso. A proposta é pensar um processo formativo que ensine ao homem que ele precisa se humanizar para receber essa alcunha. E isso consiste, basicamente, em reprimir seu desejo originário e natural de eliminar qualquer outro que pretenda se interpor diante de seu desejo e seu caminho.”

A educação é, por princípio, contra qualquer tipo de violência. Se educamos é porque não coadunamos com atos agressivos, se optamos pela bestialidade é porque já não acreditamos mais no potencial de educar.  

Não é à toa que as nações com menor índice de violência são, também, aquelas que mais investem em uma educação crítica e de qualidade. Não ressalto uma educação qualquer, mas um processo de ensino-aprendizagem comprometido com a formação para a cidadania, os valores éticos e a sensibilidade estética. Vários dos que estavam lá, invadindo os espaços simbólicos da democracia brasileira, passaram por algum curso superior, foram aprovados em concursos e sabem ler e escrever. Não é disso que se trata, a educação contra o fascismo é algo que vai além.  

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Educação em 2023, entre nesse movimento de transformação de vidas!






A Educação é um serviço prestado por Profissionais diretamente para os estudantes. Todos são responsáveis por manter firme os pilares de uma educação que garanta os direitos de aprendizagem das crianças e adolescentes, desde os gestores até a cantina. Todos os envolvidos no processo educacional são chamados a inspirar confiança entre os seus pares, oferecer apoio e oportunidades para que a educação cumpra seu papel de transformar vidas.  E assim, nossas Escolas ganham visibilidade, inovações e mantém a qualidade de uma educação preocupada com o amanhã mas oferecida dentro das condições que se tem hoje. Só assim, se pode receber o reconhecimento da comunidade.

Somos gratos pelo grandioso trabalho  de cada um dos profissionais da educação, da energia educacional humana investida para construir pessoas, e desejamos continuar essa trajetória de sucesso juntos em 2023!

E então, qual é o nosso maior sonho educacional para o próximo ano? Já estamos na porta de entrada do ano de 2023! O que devemos fazer para realizar os nossos sonhos educacionais? Realizar os alunos que sonhamos todos os dias! A sugestão é que a gente entre em um grande movimento educacional! 2023 pode ser um ano de muita ação, realização e transformação!
 Vamos buscar aprender mais de educação, buscar novas ideias e novos ideais, ficar atento às novas possibilidade e alcançar mais aprendizagem para os estudantes. 

Vamos juntos nesse movimento pela Educação em 2023? Topa?
                               Deodato Gomes  

sábado, 12 de novembro de 2022

O PODER DAS PALAVRAS NO AMBIENTE ESCOLAR. - O bom humor deve ser compromisso de toda a comunidade escolar.

 


No ambiente escolar, o bom humor é um fator educacional importante e incentiva o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. Um sorriso nos lábios demonstra o modo de encarar a vida, facilita a comunicação e melhora as relações interpessoais na Escola. Cria um clima de confiança e bem estar. Dá menos trabalho sorrir do que ficar de cara fechada, concorda? Não requer esforço nem prática. É um gesto simples e econômico. Assim, sorria, nem que seja por economia. O humor, bom ou mau, contagia uma escola e interfere no comportamento de todos. Para se ter uma ideia de como é contagioso, uma colega professora contou que uma colega na Escola está permanentemente de mau humor. Toda vez que se encontram nos corredores da Escola ou na sala de professor está de cara amarrada! E o mau humor acaba contagiando todos, porque muitas vezes a sala de professor, para aquela pessoa, vira um muro de lamentações.

Há um ensinamento que diz: jogue uma pedra na água, ela some num instante, mas deixa dezenas de ondas girando em círculos, círculos e círculos. Diga uma palavra ríspida: ela some num instante, mas deixa dezenas de ondas girando em círculos, círculos e círculos. Diga uma palavra amável: ela some num instante, mas deixa dezenas de ondas girando em círculos, círculos e círculos. Assim também é com o humor. Ele contagia e é fundamental para a melhoria da qualidade no ambiente escolar. O bom humor dever ser compromisso de toda a comunidade escolar.

Adaptado de:ARANGEL, Alexandre. O que podemos aprender com os Gansos. São Paulo: Editora Original, 2007, p. 22.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Escrituração Escolar - Os papéis que passam nas minhas mãos - Reflexão para iniciar .

Para iniciar... 

  “Ao mexer com documentos escolares, estou lidando com vidas humanas! 

Com seres que sonham e aspiram... 

Que lutam, que brigam, que choram e que correm em busca de uma vida melhor! 

Minhas mãos podem construir!    Minhas mãos podem edificar! 

Tão importante são os papéis que passam pelas minhas mãos e às vezes fico  a pensar: 

_ O que será da vida desse amanhã? 

_ Será que terá um futuro melhor? 

_ Será que para ele, surgirá um novo sol? 

Esse papel parece coisa tão fria. 

_ Será que a vida deles é fria e vazia? E a minha? 

_ Não! A minha vida é cheia de amor! 

Eu sonho, eu choro, eu luto, eu brigo, eu corro, eu canto...! 

O papel que parecia frio tocando em minhas mãos ficou quente e colorido com cores dos sonhos dos meninos e das Meninas que estudam por força de famílias pobres, pessoas excluídas que esperam uma vida melhor. 

Que correria! 

Sinto vivo o papel deles em minhas mãos, prometo a vocês Meninas e Meninos, que suas vidas não serão vazias! 

E com maior cuidado e atenção carimbo e assino os papéis, porém, eles nunca saberão que seus destinos estiveram em minhas mãos.” 

 (Autor desconhecido


quarta-feira, 2 de março de 2022

A lógica do trabalho em grupo apresentado em um comercial da Coca Cola. Excelente para discutir em reuniões.


Este comercial da Coca Cola para além da divulgação do produto nos apresenta também uma situação-problema em que a solução só aparece quando é enfrentada coletivamente.  

Em educação então,  podemos dizer com toda convicção,  que  o trabalho em equipe é poderoso e por isso é a única forma capaz de alcançar os objetivos mais difíceis.

Ninguém é capaz de resolver as coisas sozinho. Podemos às vezes,  até vencer sozinhos as lutas diárias da educação, mas em equipe podemos ganhar constantemente! É segredo de compartilhar projetos e buscas de realizações em conjunto.

Assista e entenda a lógica desse comercial. Lindo e  surpreendente.

#2022QuemEstudaVence

É problema procrastinar compromissos e tarefas em uma Organização Escolar.


Amplie o seu vocabulário:

PROCRASTINAR: transferir para outro dia ou deixar para depois. 

Sinônimo de procrastinar: adiar, postergar, protelar, tardar, atrasar, pospor, demorar, espaçar, prolongar, prorrogar, delongar, retardar, protrair, diferir.

Quando a gente pensa no Calendário Escolar com suas datas a serem religiosamente cumpridas,  concluímos que esta palavra não combina com Educação. 

Todos os profissionais da rede tem hora dia e prazo para entrega de seus trabalhos, sob pena de congestionar todo um processo educacional.

Esta reportagem do Fantástico ajuda a gente a refletir sobre nossa responsabilidade diante do problema da procrastinação.

Este conceito foi tema principal da nossa Semana Pedagógica.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

É preciso sentir para não adoecer!....Benefícios emocionais e cognitivos para quem se permite sentir

                  😃   😭      😳      😴

 Feliz de quem sente tudo. Feliz de quem se permite sentir. Sentir é viver. Viver é sentir. Somos seres emocionais, que pensam. Logo, a emoção nos rege – é a nossa primeira reação.

Se você quer ser uma pessoa feliz, sinta. Sinta aflição, raiva, tristeza, dor, angústia, ansiedade, sofrimento, alegria, saudade, gratidão. Sinta todas as emoções porque um cérebro saudável sente. Uma cognição funcional sente tudo.

Quanto mais evitamos sentir, mais adoecemos e prejudicamos a nossa cognição. Evitamos sentimentos pra não lidar com aquilo, é uma estratégia de enfrentamento disfuncional, é quentinho, conhecida, mas causa dor e incômodo. Quanto mais você se permitir sentir, mais gerenciamento das suas emoções você terá. Pode acreditar em mim.

Como se permitir sentir

Permita-se e silencie-se. Todos os dias, tire uns 10 minutinhos em silêncio, num ambiente tranquilo, aconchegante, acolhedor e ouça com carinho e atenção o que está dentro de você e o que sua alma quer falar. Faça esse exercício diariamente. Pratique a comunicação interna, aquela que é “você e você”. Ouça-se verdadeiramente. Simplesmente, faça!

Silenciar é curar. Silenciar é expandir. Silenciar é realmente sentir. E feliz daquele que se dá a oportunidade de sentir, ouvir sua alma, e ser honesto com as suas próprias emoções.

FONTE: Aletéia

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Reflexão: Fila Indiana

 


Para mim as pessoas caminham pela face da Terra em fila indiana.

Cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás.

Na sacola da frente, nós colocamos as nossas qualidades.

Na sacola de trás guardamos os nossos defeitos.

Por isso durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos  nas virtudes que possuímos, presas em nosso peito.

Ao mesmo tempo, reparamos impiedosamente nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele, possui.

E nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós está pensando a mesma coisa a nosso respeito. 

Mude, ainda dá tempo, e não esqueça...

                            Por Gilberto de Nucci

quarta-feira, 30 de junho de 2021

História da Estátua das Crianças da Bomba Atômica


História da Estátua das Crianças da Bomba Atômica

História de Sadako Sassaki e da Estátua das Crianças da Bomba Atômica

Para conhecer a história e o significado da Estátua das Crianças da Bomba Atômica, primeiramente precisamos conhecer a história de Sadako Sasaki.

A estátua foi uma homenagem à ela e a todas as crianças inocentes que morreram covardemente por causa da guerra e da bomba atômica de Hiroshima e de Nagasaki. É uma história que nos toca o coração e que vale a pena conhecer!

História de Sadako Sasaki

Sadako Sasaki nasceu durante a Guerra do Pacífico (Segunda Guerra Mundial).
A família de Sadako possuiam uma Barbearia e quando sua filha nasceu, os Sasaki ainda não haviam escolhido um nome para ela.

Um dos clientes da barbearia, especialista em nomes que trazem sorte e saúde, sugeriu que colocassem o nome “Sadako”. Segundo ele, esse nome a faria crescer forte e saudável.

A Guerra muda a vida de todos

Conforme a guerra se arrastava, a vida das pessoas se tornavam mais dura. No ano em que Sadako nasceu, seu pai foi convocado para o exército. Ele foi designado para ser enfermeiro, afim de cuidar de soldados doentes ou feridos no Hospital do Exército em Hiroshima. Depois de sua partida, a mãe de Sadako chamou parentes para ajudá-la a manter a barbearia.

 Família de Sadako (Foto Arquivo)



   Pai Shigeo (à direita, em pé)
   Mãe Fujiko (segurando Sadako no colo)
   Avó Matsu (mãe de Shigeo, ao lado de Fujiko)
   Masahiro, irmão de Sadako (2 anos, 3 ª à direita na frente)

06 de agosto de 1945

A primeira bomba atômica do mundo detonou no céu sobre Hiroshima.
Era uma manhã quente de verão e aviões americanos sobrevoavam a cidade.
De repente soaram sirenes para que as pessoas fugissem e se protegessem.
Sadako, sua avó, sua mãe e seu irmão Masahiro estavam tomando café da manhã juntos quando foram surpreendidos por um clarão ofuscante e logo em seguida, uma explosão estrondosa.

Nuvem Negra

Família fugindo
As paredes da casa cairam. Sadako e os outros foram jogados ao chão. Masahiro e a avó ficaram feridos, mas, milagrosamente, Sadako e sua mãe saíram ilesas. De alguma forma, todos escaparam com vida e fugiram em direção ao rio. Ao longo do caminho, a avó de Sadako retornou para pegar algo na casa. Ela nunca mais foi vista.

Os incêndios foram acendendo aqui e ali. Alguém ajudou a família, colocando-os em um bote para salvá-los do fogo. Enquanto a família estava no barco, a chuva começou a cair.
A chuva deixou manchas negras sobre as roupas de Sadako. O desespero e a sede era tão grande, que as pessoas bebiam a água negra da chuva.

1949-1954

Apesar de ser uma sobrevivente da bomba atômica, Sadako era uma criança cheia de energia, saudável, que nunca perdeu um dia na escola primária. Ela era educada e cuidava dos seus irmãos com muita ternura. Ela adorava cantar e praticava esportes. Realmente Sadako era uma criança prodígio.

O Retorno da Paz

A guerra terminou. Gradualmente, os edifícios foram construídos e as pessoas voltaram para a cidade onde o rumor se espalhou de que “nada vai crescer por 75 anos.” A família Sasaki reabriu sua barbearia no centro de Hiroshima.

Logo, Mitsue, sua irmã mais nova nasceu. No ano seguinte, quando Sadako foi para o Ensino Médio, seu irmão mais novo Eiji nasceu. A família Sasaki tinha agora seis membros. Com os pais ocupados com a barbearia, manter a casa limpa e cuidar dos pequenos ficou aos comandos do filhos mais velhos, Sadako e Masahiro. Era normal as crianças ajudarem nas tarefas domésticas naqueles tempos.

Sadako se torna uma grande atleta!

equipe de corrida de Sadako, ela está no centro na frente  Na escola, Sadako que era uma ótima aluna, passou a se destacar também nas corridas de revezamento com bastão.

Seu grupo não era um dos melhores na modalidade, porém após muitos  treinos, Sadako se tornou a melhor do grupo e foi graças à sua determinação que seu grupo facilmente ultrapassou todas as outras classes e conseguiram a vitória tão desejada. Na foto ao lado está a equipe de Sadako (Ela é a do centro).

1955 – Sadako vai para o hospital.

Dez anos depois do bombardeio atômico, a vida voltou ao normal para a cidade de Hiroshima e seu povo. No entanto, logo depois de vencer o torneio de revezamento do seu grupo, houve sinais de que algo estava errado com Sadako. Ela pegou um resfriado e sentiu uma rigidez no pescoço. Quando o frio foi embora, a rigidez ficou. O rosto de Sadako ficou todo inchado.

Após passar por vários exames, o médico disse: “Sadako tem leucemia”. Ela tem um ano de vida no máximo. “ Sadako foi transferida para o Hospital da Cruz Vermelha de Hiroshima. Sabendo da notícia, os amigos Sadako do grupo de corrida, discutiram o que poderiam fazer para ajudar a Sadako. Eles decidiram se revezar para visitá-la no hospital.

Os grous trazem esperança a Sadako

tsurus e SadakoCerca de cinco meses depois de Sadako ser hospitalizada, sua companheira de quarto, com cinco anos de idade morreu de leucemia no hospital. “Eu me pergunto se eu vou morrer assim”, disse ela comovida.

Só então Sadako, se deu conta de que a leucemia era uma doença assustadora. Aos 12 anos, Sadako lutava contra o terror da morte.

Cerca de 1000 mil grous de papel feitos por estudantes do ensino médio de Nagoya, foram entregues aos pacientes no hospital. O quarto de Sadako, também, foi abrilhantado por centenas de dobraduras de celofane em muitas cores.

Foi assim que ela ouviu a lenda, “Se fizer mil grous de papel, seu desejo se tornará realidade”, Sadako encheu-se de esperança e começou a dobrar os grous e a cada um que ficava pronto, dizia a si mesma o seu desejo:
“Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo inteiro”.

Sadako na formatura

Essa foto foi tirada pouco antes da cerimônia de graduação da Escola. Sadako recebeu uma permissão   especial para sair do hospital para assistir à festa de despedida da classe. Seus pais compraram este   quimono com estampas de flor de cerejeira, quando ela entrou no hospital.

Sadako nunca falou sobre sua dor ou sofrimento. Ela simplesmente deixou suas orações para os origamis.   Apesar de seus esforços, a doença progrediu. Ela começou a ter febres e o medo de morrer a impedia de  dormir. Mesmo assim, ela continuou dobrando tsurus com fervor e esperança de sobreviver.

Sadako não resiste

Enfraquecida, Sadako não teve força para dobrar os mil pássaros.
Em 25 de Outubro de 1955, rodeada por sua família, ela montou seu último tsuru e dormiu placidamente   pela última vez. Foi exatamente um ano depois que ela tinha vencido a corrida de revezamento. Seus colegas de classe dobraram os pássaros que faltavam para que fossem enterrados com ela. Ela tinha somente 12 anos.

Ano de 1956

A morte de Sadako foi um grande choque para os seus amigos. Muitos deles, como Sadako, tinham presenciado a bomba atômica. Eles estavam cheios de medo, arrependimento e um sentimento de desamparo.

O que podemos fazer?

Depois da morte de Sadako, seus colegas disseram uns aos outros:

“Vamos fazer algo para Sadako?”.

A culpa que eles sentiam por não terem sido capazes de impedir sua morte, deixou uma sensação dolorosa em seus corações. Alguém disse:
“Podemos construir um túmulo para ela? Se for perto, podemos visitá-lo todos os dias.”

Outro sugeriu:
“E se fizermos um monumento no Parque Memorial da Paz? Não apenas para Sadako, mas para todas as crianças que morreram por causa da bomba atômica?”

“Mas será que conseguiremos fazer algo assim?”

Os alunos estavam preocupados.

“Mas eu realmente quero fazer algo para Sadako”.
“Eu quero me livrar das bombas atômicas.”

Estas foram as emoções que moveram o grupo para tomar uma atitude.

Crianças de todo o Japão unidos pela causa

União das crianças do Japão

Os amigos de Sadako começaram um movimento para levantar fundos para o monumento. O apelo rendeu frutos que ninguém esperava. Mais de 3000 escolas de todo o Japão enviaram dinheiro e cartas, dizendo: “Por favor, use isso para ajudar a construir o monumento.”

Em janeiro de 1957, ficou oficialmente decidido a construção do Monumento da Paz às crianças no Parque Memorial da Paz no centro de Hiroshima.

A estátua de bronze possui nove metros, e tem a figura de uma menina segurando um grou gigante de papel. A estátua foi concluída no Dia das Crianças (05 de maio), em 1958, dois anos após a morte de Sadako Sasaki.

Sadako Memorial - Hiroshima Peace Park

Sadako Sassaki, nas asas de um tsuru

A inscrição gravada na pedra em frente ao monumento, diz:

Este é o nosso grito.
Esta é a nossa oração.
Para a construção da paz no mundo.

Esperança de Sadako Transportada ao Redor do Mundo

Mais de meio século se passou desde que Sadako perdeu sua vida aos 12 anos de idade. A história de Sadako tocou muitos corações. Cartas e tsurus do mundo inteiro continuam a ser enviados para o Monumento das Crianças da Bomba Atômica todos os anos.


Embora não tenha conseguido salvar sua própria vida com os mil grous de papel, sua história ainda pode salvar milhões de pessoas. Seus tsurus levantaram vôo de outra forma, servindo como símbolo do crescente movimento pela paz na Terra.

Vídeo com História de Sadako 



O que você achou dessa história? Deixa um comentário aí na caixa abaixo com seu gmail.

sábado, 22 de maio de 2021

Todas as escolas podem ser atraentes e inspiradoras.

Por que tantas crianças e jovens não aprendem de verdade o que se espera deles? Por que ainda existem tantas escolas e faculdades medíocres, pouco atraentes, depois de tantos anos? Entendo que existam escolas mais inovadoras ou tradicionais, mas todas deveriam ser excelentes ou, ao menos, conseguir bons resultados. Temos parâmetros científicos e avaliatórios para saber o que os estudantes precisam aprender em cada fase da vida, tanto na educação básica como na superior. Por isso não podemos aceitar que crianças não consigam ler e escrever com fluência depois de anos de escolarização ou que jovens não saibam interpretar textos complexos ao terminar o Ensino Médio.

Todas as escolas podem e precisam ser interessantes. Escolas interessantes atraem os estudantes, eles gostam de ir. Sabem que vão encontrar ambientes que estimularam a investigação, o diálogo, a solução de problemas, o jogo, a aprendizagem com diversão e ao mesmo tempo com desafios reais. Há questões estruturais que dependem de políticas públicas continuadas, formação e valorização de docentes e gestores, boa infraestrutura física e digital, entre tantos fatores. Mas vemos escolas interessantes da mesma rede, ao lado de outras pouco atraentes. O que elas têm de diferente?

Escolas interessantes começam com gestores acolhedores, que lideram pelo exemplo, que apoiam docentes, estudantes e famílias. As escolas estão limpas, com ambientes atraentes e principalmente pessoas competentes e humanas. Os professores estão motivados, se ajudam, desenham estratégias diversificadas para que os estudantes se engajem, participem, criem, compartilhem. Escolas são vivas e atraentes quando há comunicação, respeito, incentivo. Isso é o básico. Não estamos falando que todas as escolas precisam ter as melhores tecnologias (é ótimo, se for possível), mas o principal é ter um grupo de profissionais que fazem de tudo para encantar crianças e jovens. Sem encantamento não há aprendizagem profunda. Quando os estudantes se encontram em ambientes autoritários, controladores, em que eles só executam tarefas, a aprendizagem é mais superficial e pouco estimulante. Tornar uma escola interessante não depende principalmente de ter uma infraestrutura sofisticada, mas de ter profissionais competentes, abertos, criativos e que se ajudam. Pessoas interessantes e humanas atraem, conquistam, entusiasmam.  Pessoas interessantes gostam de aprender, quando ensinam; são flexíveis para adaptar-se a cada situação, pessoa, turma.

Temos escolas com propostas pedagógicas diferentes, umas mais com mais ênfase em projetos e a maioria em conteúdo, mas todas deveriam saber motivar, atrair, engajar os estudantes, utilizando toda a expertise acumulada em gestão, docência, avaliação.  Hoje todos nós, os educadores, somos desafiados a incorporar metodologias ativas, competências digitais, trabalhar com a personalização e a aprendizagem em grupos de forma mais integrada, flexível, compartilhada. Precisamos equilibrar informação com experimentação, teoria e prática, materiais analógicos e digitais, espaços físicos e virtuais. Mas o essencial continua igual: educação é o encontro entre pessoas que se ajudam a evoluir em todas as dimensões vitais: ampliar o conhecimento, as competências socioemocionais, o desenvolvimento de valores humanizadores.

Alguns caminhos contribuem para tornar a aprendizagem mais atraente: abrir a escola para que os estudantes e pais participem das decisões importantes; abrir a escola para a comunidade; convidar pais e pessoas da comunidade a compartilhar sua experiência profissional com palestras, oficinas ou a “adotar” alguns estudantes que precisem de maior apoio pedagógico ou socioemocional.

Outro caminho importante é a formação docente em metodologias ativas, com apoio de tecnologias digitais para que os alunos aprendam por descoberta, investigação e resolução de problemas com a orientação de docentes criativos, combinando os itinerários pessoais e a aprendizagem por projetos, jogos e narrativas.

O desenho curricular também pode ser mais flexível. Uma parte do percurso é feita pelo estudante, dentro do seu ritmo e circunstâncias e através de escolhas diferentes. Outra parte é realizada em grupo, de forma mais colaborativa, experiencial e reflexiva com a supervisão e mediação dos docentes nos espaços presenciais e digitais, de forma síncrona ou assíncrona. O percurso se amplia com atividades de tutoria e mentoria para o desenvolvimento dos projetos pessoais e de vida de cada estudante. As escolas mais inovadoras são comunidades vivas, com gestores e docentes criativos, humanos e empreendedores, que estão redesenhando os espaços, currículos, metodologias, tecnologias e avaliação de uma forma flexível, contínua e sistêmica.  

José Moran  é professor da USP, pesquisador e designer de ecossistemas inovadores na Educação, escreve pro blog Educação Transformadora    e colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

Fonte: Gazeta do Povo

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Pedagogia do Olhar

 


"Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente e assim pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual estamos aqui."

"A primeira tarefa é ensinar a ver. Para que as crianças vejam a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm que ser educados para que nossa alegria cresça."

"A educação consiste em duas partes: a das habilidades e a das sensibilidades. Se não há a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido."

"As palavras só tem sentido se nos ajudam a ver um mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

"Quando abrimos os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo inteiro aparece refletido dentro da gente."

"O Conhecimento nos dá meios para viver, mas a sabedoria nos dá razões pelas quais viver."

                                                   Por Rubens Alves

segunda-feira, 17 de maio de 2021

A Flor do Impossível!...

 


Certa vez, minha mãe viu uma flor esplêndida que brotara no muro. Floresceu escondida. Ela foi me apontar o achado.

– Ela nasceu do impossível, viu? Achou um meio de crescer na pedra.

Eu fiquei maravilhado com aquela planta aérea, que não denunciava pela aparência como alcançara tal proeza. Não havia terra nenhuma por perto.

– O impossível é o nosso medo. Sem ele, somos possíveis. Não diga “nunca posso fazer”, festeje o que é um novo jeito de fazer. Ainda que o jardim seja a parede.

Foi então que eu compreendi que, atrás de cada coisa, de cada lugar, de cada acontecimento, longe de tudo e perto do que não vemos, há uma flor do impossível.

Retirado do Livro Coragem de viver de Fabricio Carpinejar

domingo, 14 de março de 2021

Reflexão para reunião pedagógica: quando somos parceiros de Deus e criadores de nós mesmos!...

                                                                                         Fonte:  pensador

No salmo 139, versículo 14 o poeta se dirige a Deus e diz: "Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso me formaste".  E o salmo inteiro nos fala do compromisso que Deus tem para com a gente, desde a nossa formação no ventre da nossa mãe. Acredito que aquele que medita sobre esse Salmo não pode avaliar levianamente uma ação de aborto. Nessa belíssima poesia, bem mais que no livro do Gênesis, a criação do ser humano é apresentada como um ato de ternura divina.

Mas nós também nos contruímos como pessoa e ser humano,  durante a nossa existência inteira. O teólogo Rubem Alves, disse que nós nos descobrimos como diferentes daquilo que as gerações anteriores nos tem dito acerca da gente mesmo. Descobrimos como um ser não fechado, terminado, mas aberto, imcompleto, e em busca permanente".

Peço que você, à luz desta ação humana criadora de si mesma, brinque um pouco comigo utilizando o verbo formar.

A gente se informa a vida toda. Ninguém se localiza corretamente na sociedade se não estiver informado. É o processo de conscientização que não termina nunca. Vivendo ou morrendo estamos sempre aprendendo...

Mas nós também nos formamos incessantemente. Há um potencial que precisa vir à tona. Da maiêutica de Sócrates ao construtivismo de Vygostsky, essa é uma tônica na mensagem dos filósofos e educadores. Nossa formatura é feita com abertura de mente, mas também através de perdas, lutas, vitórias e traumas, felicidade e pânico. Buscamos alegria, mas frequentemente os saltos qualitativos que conseguimos dar acontecem no meio de crises. 

É meloncólico quando nós nos conformamos, e nossos olhos já não têm o brilho dos futuros. Mas é trágico se ele se perde no caminho e se deforma irremediavelmente. Nem a morte produz uma tristeza mais pesada. 

Porque nós fomos criados para nos transformamos, sempre. Isto é, extrapolar-se, exercer os próprios limites, transcender-se. Devemos superar continuamente nossas marcas, bater os nossos próprios recordes do dia anterior.

Você sabe? Dou graças a Deus sempre que olho para trás e parece que foi ontem quando, menino pobre e faminto, pedia à minha mãe D. Alzira, como presente, um prato de comida...

Propus aos colegas que pensassem ações que tomadas por nós mesmos, nos tornam criadores da nossa própria existência e a palavra mais mencionada foi amar. Vejam que em nosso processo de "formatura" a palavra mais lembrada em nossa nuvem de palavras foi AMAR. Deus nos criou como um ser inacabado e nos completamos pelo amor.  Esse é o verdadeiro ato formativo, usado pelo Eterno e que deve ser plenificado em todas as nossas experiências. Nosso Paulo Freire já disse que "Educação é um ato de amor", e aquela AÇÃO que o ser humano utiliza como parceiro de Deus para se fazer grande,  é ainda mais sublime. Atualizar as nossas potencialidades é se fazer parceiro de Deus nesta caminhada de se tornar humano.                          

                           Por  Deodato Gomes Costa




sábado, 11 de julho de 2020

O mito de Sísifo, a Escola e o trabalho remoto.



Sísifo era provavelmente o homem mais esperto do seu tempo. Sim, era o mais esperto, mas não era o mais  sábio. Era descendentes do Titã Prometeu e como seu ancestral ele ousou a se envolver em assuntos que só dizia respeito a Zeus.  Certo dia Sísifo viu a bela e  jovem Égina ser sequestrada pela Águia de Zeus e  percebeu que podia tirar vantagem dessa situação. Sísifo era Rei fundador da cidade de Corinto, contudo seu reino era escasso em água doce. Égina era filho de Asopo, um deus rio,  que se encontrava muito triste, com o desaparecimento de sua filha. Sísifo vai até Asopo e diz,
_Sei do paradeiro de sua filha mas essa informação tem um custo. Quero em troca que o Senhor cria um nascente de água para abastecer meu reino.
Asopo aceita o acordo, e parte em busca de sua filha. Zeus fica extremamente furioso com a delação de Sísifo e ordena que Thánatos, também conhecido como a morte, encontre Sísifo e ceife sua vida. Sísifo é surpreendido por Thátanos em seu palácio, mas de sua mente rápida e ardilosa  uma ideia lhe surge a cabeça. Ele se dirige a morte e diz:
_ Então parece que chegou a minha hora, não esperava morrer tão jovem, mas confesso que fiquei surpreendido com vosso esplendor. És de fato uma divindade magnifica. E saiba que dos vários deuses que já conheci poucos tem um porte tão distinto e elegante. Antes de partir gostaria de presenteá-lo com alguns adornos que tornará sua presença ainda mais magnifica, pois para mim as jóias não terão mais serventia, uma vez que estou indo habitar o submundo dos mortos.

Thátanos ficou lisonjeada com tantos elogios e decidiu aceitar os presentes. Sísifo lhe colocou um par de pulseiras e um colar, mas aquilo, na verdade  eram grilhões e uma coleira. O Rei  de Corinto havia feito o que até então parecia impossível. Ele conseguiu enganar a morte e fez de Thánatos sua prisioneira. O tempo passou e ninguém mais morria. O reino de Ades não recebia novos súditos. As guerras promovidas por Ades não lhe dava mais prazer, pois ninguém morria. Os deuses decidem que algo tem que ser feito. Ades vai a Corinto e liberta Thánatos. Que  parte a procura do Rei para concluir sua missão que era matar Sísifo.  Mas Sísifo já suspeitava que algo assim fosse acontecer e orientou sua esposa para se caso ele morresse de forma prematura não prestasse os serviços fúnebres devidos a um Rei. Após sua morte, ao chegar no reino de Ades, ele se vê frente a frente  com o deus do submundo que parecia muito descontente.  depois de receber uma grande censura por parte do deus, Sísifo pronuncia um discurso que já havia arquitetado antes de morrer:
_Nobre senhor  do submundo, sei que agi mal contra o senhor e que lhe causei prejuízos, mas esta não era minha intenção. Se soubesse que causaria algum dano ao grandioso deus do submundo jamais procederia de tal forma.  Apesar de estar em débito com o senhor tenho uma súplica a lhe fazer. Minha odiosa esposa se recusou a prestar os devidos ritos funerários a um rei que era tão querido por seu povo. A maldita me descartou como se fosse um cadáver de um cão e por isso lhe suplico para que me deixe retornar ao mundo dos vivos, por apenas um dia, para que assim  eu possa me vingar de minha esposa e organizar um funeral digno para mim e que honre o reino dos mortos.
_Você tem a minha permissão para permanecer apenas um dia no mundo dos vivos, mas na noite deste mesmo dia, você deverá retornar aos meus domínios.
_O senhor tem minha palavra de honra.
Assim Sísifo retornou a Corinto. Lá ele reencontrou sua esposa e com ela fugiu e assim, ele enganou a morte mais uma vez. Escondido Sísifo viveu até a mais tardia velhice, até seu inevitável fim. Mas agora sua esperteza não poderia mais ajudá-lo. E ao retornar ao submundo da morte,  Ades,  o jogou num tártaro e lá ele foi castigado a rolar uma enorme pedra até o alto  de uma montanha, mas sempre que chegava perto do cume, a pedra ficava muito pesada e rolava de volta até o ponto de partida. E assim Sísifo reiniciava seu trabalho novamente, novamente e novamente por toda a eternidade.
  
Será que o ensino é essa pedra grande que empurramos todos os dias de forma repetitiva e inútil?
Será a docência precisa ser um trabalho Sísifiano? A exemplo do mito grego, será que não estamos enxugando gelo, chovendo no molhado, como diz os adágios populares? 
Esta lenda está marcada para sempre pela imagem do condenado a arrastar esta imensa rocha morro acima, que sempre despenca, impulsionado pela gravidade,  tão logo ela chega ao topo. 
Certo é que neste momento de pandemia, em várias situações chegamos a nos sentimos como Sísifo.  Se presencialmente já era difícil para fazer com que alguns estudantes realizassem suas tarefas, ainda mais difícil é de forma remota. Engajar na direção de sua própria aprendizagem é o nosso grande desafio. Muitos momentos bate a desesperança e a frustração por não conseguirmos alcançar o coração de um adolescente. Podemos enumerar os empecilhos encontrados na escalada da montanha:  baixo acesso a internet, celulares sem estrutura, estudantes sem um espaço em casa para estudar, problemas familiares e a própria desigualdade social do nosso país potencializando criando obstáculos na rolagem da pedra. 
Há momentos de muita energia e de impulsionamento pela subida  em que conseguimos colocar a pedra  no ponto mais alto da montanha. 
No frio sempre encontramos uma fogueira inteligente a nos aquecer e iluminar a consciência de que pouco podemos enquanto professores, diante de estruturas tão consolidadas. A luz dessa fogueira levanta o ponto de que nossa força é pedagógica e de ensino.  Quando vemos nossos alunos nas telas dos computadores e dos celulares nos animamos e percebemos as possibilidades de trabalho, acontece o encontrar de  caminhos e a busca por uma prática de ensino mais efetiva, pautada no engajamento do  próprio  estudante na sua  aprendizagem. Tudo isso nos fortalece e ajuda a firmar a crença no trabalho que fazemos, ajuda-nos a ver a relevância do que fazemos e da imensa importância social do ato educativo. A esperança se acende com chamas consistentes  e retomamos novamente a rolar a pedra ao longo da montanha.  
Estamos aprendendo muito nestes tempos de ensino remoto,  atuando e fazendo para além do que está ao nosso alcance. 

A dúvida que fica é: se a gente é capaz de ter ideias e práticas  ainda mais brilhantes para trazer nossos estudantes para uma plataforma de ensino, para fazê-los engajar na resolução das atividades que organizamos e assim podermos libertar o nosso eu-Sísifo dessa condenação de rolar a pedra penso que podermos ajudar os nossos alunos a superar as montanhas da vida...        Deodato Gomes

Francini, A.S, Seganfredo, C.  As 100 melhores histórias da mitologia: deuses, heróis, monstros e guerras da tradição greco romana. 9ª ed. Porto Alegre: L&PM, 2007