Com o objetivo de homenagear as mães dos nossos alunos, resgatando a gratidão àquela que significa a própria vida de todos e de reconhecer a importância social da figura da mãe no desenvolvimento do ser humano é que realizamos o nosso Café Literário. Foi um momento lindo, onde os alunos fizeram suas expressões de amor através de apresentações através de músicas, poemas declamados, cartazes. Foi um momento de resgate dos valores sociais, regado com bastante sorteio de pequenos presentes-mimos, chá, quitandas e emoções. Tomamos emprestado estas lindas palavras do Gabriel Chalita para reforçar mais ainda esta homenagem.
Dia
das mães. Hoje e todos os dias.
A
sensibilidade, por vezes, parece ter tirado férias. Tristes relações sem
relação com o que necessitamos. Buscamos no outro o que nos falta e não
enxergamos o outro como essência vital do nosso viver. O outro não pode ser a
projeção do meu desejo. Um objeto, apenas. O outro é humano como humano sou eu.
Dependentes de encontros que nos ajudem a encontrar quem, de fato, somos.
Dia
das mães.
Dia
de voltar ao útero e de tentar entender a razão de estarmos aqui. Dia de
refletirmos sobre o existir humano. Sobre o que nos estraçalha e o que nos
edifica. Mapeemos as razões que ontem nos fizeram mal ou bem. Frustrados ou
realizados.
No
útero, estávamos protegidos pelo cordão do amor. Nutridos, mesmo sem entender,
do que nos fez crescer. Formados, nascemos. Em busca de mais formação. No
útero, a possibilidade. No útero, a segurança. O aconchego.
Embalados
por histórias e por promessas, fomos crescendo. Nossos choros, talvez, tenham
incomodado um pouco. Nossas dores possivelmente trouxeram dores a ela, a
gestadora. Somos crias de seu espírito guerreiro. De sua coragem em amar. Definitivamente,
amar é um ato de coragem.
E
então, fomos nos tornando independentes e arriscando voos solos. Sentimo-nos,
em algum momento, imortais, imbatíveis, senhores de nós mesmos e, talvez, dos
outros. E, certamente, caímos. Porque ninguém é dono disso tudo. Caímos e
choramos o choro doído da verdade. Da realidade que nos mostra frágeis. E,
então, voltamos. Nos dias mais duros, talvez o desejo tenha sido o de retornar
ao útero materno e nutrir-se, simplesmente, do que nos formou, o alimento maior
– o amor.
Dia
das mães.
Sem
poder voltar ao útero, voltamos ao colo. E deitamos a cabeça, ávidos por algum
remédio que cicatrize as feridas das quedas, ávidos por algo que nos certifique
de que aquele colo é nosso por direito. Vitoriosos ou derrotados, daquele colo,
ninguém nos retira. E ali, podemos rir sem preocupações de que outros nos
julguem mal ou tenham inveja de nosso sucesso. E ali podemos, também, chorar
sem constrangimentos, afinal, ela sabe que somos frágeis e talvez, inclusive
por isso, ela nos ame ainda mais.
Dia
das mães.
Presentes
são bem-vindos. Mas elas esperam um pouco mais. Um suspiro que seja de
presença. Um esforço de reviver histórias de ontem com nenhuma preocupação pelo
escurecer. Juntos, a noite não nos amedronta.
Dia
das mães.
Algumas,
hoje, choram porque tiveram de enterrar seus filhos. Tiveram de arrumar o
quarto vazio. Tiveram de viver a inversão da lógica da vida – se pudessem,
dariam a vida para que eles, aqui, prosseguissem. Prosseguem eles, certamente.
É o que nos desvela nossa fé.
Mães
que choram por filhos que se perderam. Visitam-nos nas prisões ou nos espaços
em que vícios e dores são tratados.
Dia
das mães.
Hoje
e todos os dias.
Para
aquelas que ainda estão por perto e para as outras que já cumpriram a sua
missão. Depois da dor lancinante da perda, fica a delicada saudade. E, nos baús
de afetos, lembramo-nos de histórias, de
momentos, de palavras ditas e de sorrisos ternos.
Aos
que, como eu, ainda têm por perto a sua mãe, não economizem um minuto sequer
para declarar de diversas maneiras e nas mais frequentes ocasiões: "Mãe,
eu te amo".
Mãe.
Eis o milagre da vida. Eis o milagre do amor.
Mãe
é mãe.
É
tão fácil e tão difícil. É tão prazeroso e tão doloroso. É emocionante. Cada
tombo e cada levantada. Cada lágrima e cada aplauso. Ser mãe é fácil e difícil.
E ser filho, mãe, é a coisa mais fácil do mundo. Basta ficar olhando para a
mãe, olhando e, de repente, com um sorriso, dizer com todas as forças da alma:
Mãe, eu te amo.
Mãe,
você tem o dom inexplicável da vida.
Você
sintetiza, de maneira igualmente inexplicável, as tendências mais
contraditórias da natureza e da vida.
Você
é a mulher que, sendo forte, estremece com o gemido de uma criança e, sendo
frágil, consegue reagir com a bravura de uma leoa.
Você
é a mulher que se realiza sendo mãe e, sendo essa mãe tão maravilhosa, torna-se
plenamente mulher.
Por:
Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo) | Data: 10/05/2015
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