Não posso deixar de repercutir aqui o fato do sociólogo Cesar Callegari ter anunciado sua saída da
presidência da comissão que analisa a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
para o ensino médio. Venho acompanhando a construção da Base do Ensino Médio e assistindo as audiências e vejo que esta é uma atitude coerente em decorrência das graves consequências da Lei que institue a Reforma do Ensino Médio bem como da Base do Ensino Médio e a forma em que vem se constituindo.
Em carta ao Conselho Nacional de Educação (CNE) com
data de sexta-feira, 29, Callegari explica os motivos que o levaram à decisão.
"Como se pode constatar no documento preparado pelo MEC, com exceção de
língua portuguesa e matemática (que são importantes, mas não as únicas), na sua
BNCC desaparece a menção às demais disciplinas cujos conteúdos passam a ficar
diluídos no que se chama de áreas do conhecimento. Sem que fique minimamente
claro o que deve ser garantido nessas áreas", diz ele.
“O atual
governo diz que o “novo ensino médio” já teria sido aprovado pela maioria dos
jovens. Não é verdade. Nenhuma mudança chegou às escolas e talvez para a
maioria elas nunca cheguem. Alardeia a oferta de um leque de opções para serem
escolhidas pelos estudantes, mas na sua BNCC não indica absolutamente nada
sobre o que esses “itinerários formativos” devem assegurar”, critica Callegari
em outro trecho.
“Ao defender
essas posições e essas propostas perante o nosso colegiado e perante a
sociedade, entendo não ser mais adequada a minha permanência à frente da
Comissão Bicameral da BNCC. A presidência de um colegiado exige um esforço de
imparcialidade que já não posso oferecer”, diz ele.
Leia a íntegra da Carta, para saber os principais pontos questionados.
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