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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

FAZ TEMPO - Banda do Mar. Um convite à Felicidade. É possível atendê-lo?



Entre o Sonho e a Sobrevivência: Uma Reflexão a Partir da Canção “Faz Tempo”

Gosto demais desta canção. Foi ouvindo “Faz Tempo”, da Banda do Mar, que as inspirações de hoje brotaram. Ela me provocou a pensar sobre onde temos depositado nossas riquezas, nossos instantes mais preciosos, e como temos nos distanciado dos valores fundamentais da vida. Sua melodia doce e a letra leve escondem um apelo profundo: é possível se libertar da pressa, da cobrança, do excesso?

Em um tempo cada vez mais estressante, competitivo e incerto, será mesmo viável cultivar o despojamento, a alegria simples, o bem-estar genuíno? A vida parece nos empurrar sempre para o lado oposto: trabalho incessante, sobrevivência apertada, correrias diárias. Como conciliar o sonho de uma vida leve e livre com a realidade dura de boletos, metas e cobranças?

A canção convida a viver de acordo com o que vier, a só precisar do que se tem, a descansar — não como fuga, mas como reencontro. Mas o dilema é real: viver para se realizar ou apenas para sobreviver? Muitos estão presos ao ciclo do cansaço, onde o tempo, esse rei silencioso, rege nossas vidas com chicote e não com compasso.

Por isso, “Faz Tempo” não é apenas poesia: é uma denúncia silenciosa do quanto a sociedade nos impede de viver o essencial, substituindo o ser pelo ter. Viver conforme o que vier, como propõe a canção, virou ousadia — e talvez, resistência.

O sonho de estar por conta da vida, de passear, amar, respirar, se maravilhar com o verde e o azul do mar, exige coragem. É preciso desacelerar por dentro, fazer silêncio, deixar repousar a tempestade do consumo e acolher a leveza que ainda pode habitar em nós.

É difícil, sim. Mas necessário.
Afinal, não fomos feitos apenas para produzir — fomos feitos para florescer.

Por Deodato Gomes Costa

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