Jorge Macedo,
D.Sc. (www.jorgemacedo.pro.br)
Apoio: Conselho Federal de
Química e Conselho Regional de Química (MG)
Em
um supermercado compre a água sanitária de sua preferência, leia o rótulo e
veja se a concentração de princípio de
cloro ativo é de 2 a 2,5%.
ATENÇÃO: a água sanitária pura, tem pH 11,5-13,5 e não adianta você utilizá-la pura pois o que leva a morte
dos organismos é uma substância chamada “ácido hipocloroso (HClO)” que não existe em pH tão alto como
o da água sanitária pura. Falamos: “A água sanitária pura não faz nem cócegas no vírus!! Se morrer, o vírus
vai morrer por afogamento ou pelo cheiro!”
Logo,
vamos ensinar a preparar uma solução diluída de água sanitária que em poucos segundos (15 a 20s) vai
eliminar o coronavírus da superfície dos objetos de sua casa.
Preparo:
1- Pegue um
copinho descartável para café, esse copinho tem a com capacidade de 50 mL.
2 -Coloque 25 mL de água sanitária pura no copinho! Ou seja, você
deve colocar água sanitária ate ́ a metade do copinho!!
Você me pergunta: E se passar um pouco?? Não tem problema! Nesse caso não
pode faltar!
3- Pegue uma garrafa de plástico com capacidade de 1 L, coloque um pouco
de água e adicione os 25 mL de água sanitária.
4-
Complete o volume da garrafa com água, tampe e agite para misturar a
água sanitária com a água. 5- ATENÇÃO:
5.1- Não deixe o frasco
exposto a luz, guarde em lugar fresco, dentro de um armário e somente
retire no momento que for utilizar!
5.2- Identifique
o frasco arrume uma etiqueta e cole com o nome “Água Sanitária Diluída”
ou escreva o nome no frasco com uma
caneta de tinta permanente, dessas para escrever em cd.
Faça isso logo após o
preparo!
5.3- Você vai notar
que, nem tem odor característico forte da água sanitária e por isso é preciso
identificar o conteúdo do frasco! Essa solução é fatal para o coronavírus de
15 a 20 segundos!
Como aplicar em superfícies:
1.
Umedeça um pano limpo nessa solução, passe nas embalagens dos produtos que comprou, nas chaves, nas maçanetas, nas mesas, etc
NÃO PASSE NO CELULAR!!!
2.
Se você tiver a pele mais
sensível utilize a solução com luvas!
3.
A maioria das pessoas não
terá nenhum problema no contato com essa solução diluída, mas o uso constante
pode levar ao ressecamento ou uma dermatite.
4.
Outro processo de aplicação: pegue um frasco com borrifador, coloque a água sanitária diluída,
borrife nas superfícies e, após 15-20s retire
o excesso com um pano seco e limpo, nesse método não se tem contato
direto com a solução.
OBS.: PARA PISOS, ÁREAS
ABERTAS, SANITÁRIOS, SOLAS DE SAPATO,
ETC. , basta você preparar a solução com um copinho
cheio ate ́ o topo com a água sanitária
pura siga as mesmas orientações.
ð Essa solução é muito mais concentrada, por isso utilize luvas ao
usá-la!!
ð Prepare a solução, umedeça um pano limpo e coloque após a porta. Ao entrar
passe sobre ele as solas do seu sapato!!
ð Sempre que for necessário, umedeça o pano novamente com a solução!!
1.
Introdução
Com base nas informações da OMS Organização Mundial da Saúde (WHO), esse Review é distribuído em duas
partes: uma para leigos, para o dia a dia de suas residências e a segunda
parte para aqueles
que tiverem interesse
em conhecer os princípios científicos que norteiam as orientações!
O SARS-Cov-2 é um vírus envelopado, com um fragmento
externo - membrana. Geralmente, os vírus envelopados são menos estáveis no ambiente e mais suscetível a oxidantes,
como exemplo, os derivados clorados (WHO/UNICEF, 2020).
A solução diluída de um derivado clorado (0,05% = 500
ppm) pode ser usada para desinfetar as mãos quando não há possibilidade de
usar nelas o produto à base de álcool ou sabão. No entanto, soluções
diluídas de cloro não são recomendadas (por serem agentes oxidantes) quando
se tem disponível para as mãos o álcool 70% ou sabão e água (WHO, 2020).
Na utilização da solução diluída de cloro há um risco
maior de irritação nas mãos e efeitos nocivos à saúde, por exemplo, ao
produzir e diluir soluções de cloro. Outras soluções de cloro,
principalmente as mais diluídas, devem ser feitas diariamente, armazenadas em local fresco e seco, com a tampa afastada
da luz solar; caso contrário, elas podem perder
potência e eficácia na desinfecção (WHO,
2020).
2. Informações sobre as soluções cloradas diluídas preparadas.
É
importante ressaltar que não existe “CLORO” na natureza. A terminologia utilizada, o jargão popular
“vai colocar cloro na água”, é uma afirmação totalmente
equivocada do ponto de vista químico, esse nome foi usado por várias vezes
nesse Review, em função dele ser, na imensa maioria, para pessoas leigas.
Existem diversos derivados clorados
à disposição, a escolha do hipoclorito de sódio (NaClO) para preparo das
soluções é função da facilidade de encontrar a chamada água sanitária, que
o tem como princípio ativo.
Em resumo, repetindo,
cientificamente, é incorreto citar que adicionamos “cloro na água”. Na
verdade, adicionamos um derivado clorado na água que no seu
processo de hidrólise libera uma substância química, o HClO (ácido
hipocloroso), que consegue reduzir a nível seguro a contaminação de
superfícies. A terminologia “cloro” virou uma expressão popular (ANDRADE,
MACEDO, 1996; MACEDO, 2009, 2016, 2019).
A cloração está vinculada a liberação de HClO após a hidrólise de derivado clorado no meio aquoso. O uso contínuo do cloro só ocorreu a partir de 1902, na Bélgica, com o chamado refinamento da cloração, isto é, determinação das formas de cloro combinado (CRC – as cloraminas) e residual livre (CRL – ácido hipocloroso), e a cloração baseada em controles bacteriológicos (ANDRADE, MACEDO, 1996; MACEDO, 2009, 2016, 2019).
A cloração está vinculada a liberação de HClO após a hidrólise de derivado clorado no meio aquoso. O uso contínuo do cloro só ocorreu a partir de 1902, na Bélgica, com o chamado refinamento da cloração, isto é, determinação das formas de cloro combinado (CRC – as cloraminas) e residual livre (CRL – ácido hipocloroso), e a cloração baseada em controles bacteriológicos (ANDRADE, MACEDO, 1996; MACEDO, 2009, 2016, 2019).
Os compostos clorados são mais efetivos em valores de pH
mais baixos, quando a presença de ácido hipocloroso é dominante, por isso,
foi indicado que se faça uma solução diluída de água sanitária, pois com a
diluição reduzimos o pH. A OMS indica que para a desinfecção ser efetiva é
necessário que o pH esteja na faixa 6,5-8,5.
A escolha do valor 8,5 se justifica
também na pesquisa realizada em teste de uso simulado
utilizando soluções com
derivados clorados com pH máximo de 8,3, que obteve resultados significativos
no processo de desinfecção de cupons de provas inseridos em tubulações (MELLO, 1997 apud MACEDO, 2009, 2016, 2019).
2.1. Os cálculos para definição dos volumes indicados para o preparo das soluções diluídas de água sanitária.
A
água sanitária possui
de 2 a 2,5% de princípio ativo,
logo ela possui
de 20.000 a 25.000 mg CRL/L, expressos, em mg Cl2/L.
Para fazer os
cálculos foi usada como referência a menor concentração, 2%, pois se ela
estiver com mais de 2% nossa solução diluída vai ficar um pouco mais
concentrada, até mais efetiva no processo de desinfecção, dando maior
segurança de eliminação do coronavírus.
20.000 mg CRL------------- --
1.000 mL água sanitária
X mg
CRL ---------------- 25 mL água sanitária X = (20.000 x 25) / 1000 = 500 mg CRL
Logo, quando indico que se coloque
25 mL da água sanitária em 1L de água, estou produzindo uma solução diluída de no mínimo
500 mg CRL/L o que é exatamente a solução 0,05% indicada pela OMS.
Já na solução indicada para solas de sapatos, como o volume é
dobrado terá, no mínimo, 1000 mg
CRL/L.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, N. J.; MACÊDO, J. A. B. Higienização na Indústria de Alimentos.
São Paulo: Livraria Varela Ltda. 182p. 1996.
MACEDO, J.
A. B. Desinfecção &
Esterilização Química. Belo Horizonte: CRQ-MG. 737p. 2009. MACEDO, J. A.
B. Águas & Águas. 4a. Edição. Belo Horizonte: CRQ-MG.
944p. 2016.
MACEDO, J. A. B. Piscina – Água & Tratamento & Química. 2a. Edição. Belo
Horizonte: CRQ-MG. 775p. 2019.
MELLO, C. A. Avaliação da eficiência de
sanificantes químicos em condições de uso simulado sobre psicrotróficos
acidificantes. 62p. Viçosa. Dissertação (Mestrado em Ciência e
Tecnologia de Alimentos)- Universidade Federal de Viçosa. 1997.
WHO. Q&A
on infection prevention and control for health care workers caring for patients
with suspected or confirmed 2019- nCoV. 1 March 2020. Disponível em:
<https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-
on-infection-prevention-and-control-for-health-care-workers-caring-for-patients-with-suspected-or-
confirmed-2019-ncov> Acesso em 21 de março 2020.
WHO/UNICEF. Water, sanitation, hygiene and waste
management for the COVID-19 virus. Technical brief. Genebra: WHO - World
Health Organization/UNICEF - United Nations Children’s Fund. 9p. 3 March 2020.
Jorge Macedo, D.Sc.
(www.jorgemacedo.pro.br)
Apoio: Conselho Federal de
Química e Conselho Regional de Química (MG)
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