Neste tempo de pandemia, é muito
importante discutir o uso das máscaras. Tudo em relação a
virologia depende da quantidade de vírus presente na pessoa infectada. É a
chamada carga viral. Para infectar o ser humano, precisamos de um número de
partículas virais definida ou dose infectante. Por exemplo, se tratarmos um
paciente com Aids e baixarmos sua carga viral no sangue, ele não é mais
infeccioso. O mesmo quando utilizamos camisinha. Quando vamos para os vírus
respiratórios, as coisas são semelhantes. Um paciente infectado por vírus
respiratórios como o influenza ou o novo coronavírus libera milhões de
partículas de vírus em suas gotículas exaladas por tosse ou espirros. Essas
gotículas vão se depositar no rosto ou mãos de pessoas não infectadas e podem agora
infectá-las diretamente.
Outra via de infecção se dá pela
deposição das gotículas em superfícies como mesas, banheiros, barras de ônibus,
corrimões, elevadores etc. Aí, contaminam as mãos das pessoas não infectadas
que levam o vírus à boca ou aos olhos. O uso da máscara por uma pessoa
infectada, seja sintomática ou assintomática, diminui a dispersão das gotículas
e por consequência a carga de vírus ambiental. Temos as máscaras de materiais
sintéticos ou papel tratados, que são utilizadas pelo pessoal de saúde e
essenciais nesses tempos de coronavírus. Essas máscaras industriais tipo N95 e
as PPF2/3 têm um alto poder de filtragem das tais gotículas suspensas, tanto
para expelirmos quanto para inspirarmos os vírus. A população não deve utilizar
essas máscaras para poupá-las para os médicos, enfermeiros e outros
profissionais que estejam lidando diretamente com os pacientes internados com
Covid-19. Porém, o resto da população deve se beneficiar também desse
equipamento. Vamos utilizar as máscaras de pano comerciais ou caseiras
o tempo todo porque, mesmo que uma máscara de pano, dobrado duas ou
três vezes, não barre o vírus 100%, ela pode barrar entre 60% e 70%. Assim, a
carga de vírus depositada em superfícies diminui e, consequentemente, a
transmissão. Assim, o uso em larga escala da máscara reduziria
drasticamente a carga de vírus circulante. Temos que lembrar que uma
vacina muito eficaz imuniza 90% dos indivíduos e pode nos livrar de epidemias
de sarampo, poliomielite etc. Em analogia, o uso em larga escala da
máscara caseira, em casa ou na rua, seria como uma vacina contra o
coronavírus. Mas é uma vacina que deve ser utilizada todos os
dias. Mais importante: o uso da máscara de pano não pode substituir
o isolamento social e a higienização das mãos. E não levar as mãos ao
rosto segue sendo uma recomendação fundamental. Precisamos parar de relacionar
a máscara com a doença. A proteção dada por ela não é somente
individual, mas comunitária.
Mantenham isolamento social e usem
máscaras o tempo inteiro. Todos devem ter, no mínimo, duas: uma para
usar e outra de reserva, limpa. Lave-as com água, sabão e água sanitária. E
reforçando: a máscara não substitui o isolamento social.
O uso em larga escala da máscara caseira, em casa ou na rua, seria como uma vacina contra o coronavírus.
Mto interessante essa matéria. Pena que já se passaram tantos dias.Mas vamos de agora em diante seguir estás orientações tão importantes para preservar nossas vidas.
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