O
ensino online ou remoto é a saída de emergência para não ter que parar por
completo a educação. Contudo, seus resultados são complicados. É melhor tê-lo
do que não ter nenhuma atividade educativa, mas a manchete do Estadão de
domingo é preocupante: "8 em 10 professores não se sentem preparados para
ensinar online".
Uma
proporção muito pequena deles está satisfeita. Muito pequena mesmo.
Nesta
hora, a educação básica deveria ser a segunda prioridade do país. (A primeira,
sendo obviamente a saúde, num caso de vida ou morte como a pandemia).
Mas
prioridade número 2 é algo sério, significa que passaria à frente de muita
coisa. Quer dizer que, depois de salvar vidas, a coisa mais importante seria
educar as crianças e adolescentes de zero a 17 anos.
Isso
deveria implicar um mutirão, convocado pelo MEC, para as universidades e os
educadores em geral cooperarem com a educação infantil, fundamental e média.
Assim como há gente nos melhores laboratórios do mundo trabalhando 24 horas por
dia em busca da vacina, deveríamos colocar nossos melhores educadores, e
informáticos, montando aplicativos e soluções para dar acesso online a material
educativo.
Precisaríamos
de quem entende de informática, em especial de games, para que os aplicativos
sejam atrativos. De professores que sabem ensinar bem. De educadores que
escolheriam os melhores conteúdos. De gente preparando aplicativos e gente
ajudando os professores que nunca ensinaram remotamente.
Precisaríamos
fornecer, aos professores e alunos que não tivessem laptop, tablet ou
smartphone, o equipamento que os permita ter acesso á rede e às aulas, fossem
as aulas remotas dadas por seus próprios professores, fossem conteúdos
disponibilizados universalmente e bons, e agradáveis, e tentadores.
Precisaríamos
ver quais comunidades e bairros da periferia não têm banda larga e instalá-la
rapidamente, deixando-a grátis para quem tenha filhos de zero a 17 anos, ou
mesmo para todos, pelo menos o tempo que durar a pandemia.
Precisaríamos
fazer uma aliança dos civilizados, de quem valoriza a educação, a infância, o
futuro. Seria muita gente. Basicamente, quem tem um coração que não está
dominado pelo ódio.
Isso
se chama planejamento. Talvez seja o que alguns chamam logística. É uma
"operação de guerra", não no sentido de ser agressiva ou ofensiva,
mas no de estabelecer prioridades radicais, que necessitam ser atendidas com
urgência.
Seria
preciso dinheiro para isso? Sim, claro. Mas a Constituição estabelece a figura
do empréstimo compulsório para esses casos. Outro dia detalho de que se trata.
Hoje, o que queria era dizer o que precisa ser feito. Precisa, ainda. Um
governo com noção das coisas faria isso.
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