Dia 2 é o dia de finados, dia dos mortos. Feriado. Dia para se lembrar
dos que se foram. Para se lembrar da morte. Lembrar-se da morte para quê? Não é
sufocante lembrar da morte? Tem gente que prefere não passar perto de cemitério
e sai com a justificativa de que "quem não é visto não é lembrado".
Tem gente que prefere não pensar o que virá a acontecer quando a vida resolver
deixar de estar.
Pensar na morte tem a sua necessidade e a sua importância.
Primeiramente, porque não há como decidir dela se livrar. Ela virá. No tempo
que não nos foi dado conhecer. Nem mesmo alguns médicos que teimam em prever o
dia do fim conseguem saber. E, depois, porque pensar na morte nos ajuda a compreender
o poder que não temos. Somos frágeis. Um sopro, apenas, e a vida se cansa. E
nem temos tempo para despedidas. Um passo em falso. Uma doença desnecessária -
há doenças necessárias? Um acidente. E há tantos deles por aí. E a morte chega.
Viver lembrando a morte nos ajuda a matar em nós tudo aquilo que nos rouba a
vida. Ladrões de sonhos, de serenidades, de liberdade. Ladrões de corações.
Ladrões de paz. De uma paz tão necessária, inclusive, para que vivamos mais e
melhor. Brigas ali e aqui. Disputas. Arrogâncias. Ódios acumulados. Bobagens
que nos trazem uma bagagem pesada para viver.
O poeta Quintana dizia: "A morte deveria ser assim: um céu que
pouco a pouco anoitecesse e a gente nem soubesse que era o fim...”. O fato é
que ninguém sabe quando e como será. O que se sabe é que o fim virá. É preciso
lembrar isso. E não depende de nós. Depende de nós, entretanto, matar o que nos
mata antes de morrer. Lembrar-se dos que se foram e conviver com a bela
saudade. Chorar, se necessário. E prosseguir. Cultuando a brevidade da vida
como uma oportunidade de celebrar cada instante. Nenhum deles volta. Nenhum
deles se repete. Viva a vida. Mesmo sabendo que dura pouco.
TODAS AS PESSOS QUE SE PASSARAM E REGISTRAMOS AQUI EM NOSSO BLOG.
Gabriel Chalita
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