Páginas

PÁGINAS

terça-feira, 8 de abril de 2025

📱 Entre o Lazer e o Aprendizado: O Que os Gráficos Revelam Sobre Nossas Crianças e Adolescentes?

📱 Entre o Lazer e o Aprendizado: O Que os Gráficos Revelam Sobre Nossas Crianças e Adolescentes?

Os dados nem sempre gritam, mas dizem muito. No livro A Fábrica de Cretinos Digitais, o neurocientista Michel Desmurget apresenta um gráfico instigante sobre o tempo que crianças e adolescentes dedicam ao uso de telas – e a maneira como esse tempo é distribuído entre o lazer e o aprendizado.

A Figura 1 da obra nos mostra que entre os pré-adolescentes (8 a 12 anos), cerca de 41% usam dispositivos digitais por mais de 4 horas por dia apenas para fins recreativos. Já entre os adolescentes (13 a 18 anos), esse número salta para impressionantes 62%, sendo que 29% usam mais de 8 horas por dia apenas para entretenimento.

Agora, vejamos o contraponto: o uso das telas para fins escolares. Entre os pré-adolescentes, 41% usam mensalmente ou menos para estudar. Apenas 27% fazem isso diariamente. Em contraste, os adolescentes mostram um uso mais consistente para deveres escolares, com 59% utilizando diariamente.

📌 O que isso revela?

Revela um desequilíbrio alarmante: nossas crianças estão crescendo imersas no consumo digital recreativo, muitas vezes sem mediação, enquanto o uso das mesmas tecnologias como ferramentas de estudo e aprendizado permanece secundário.

Não se trata de demonizar as telas, mas de compreender como e por que elas são utilizadas. O excesso de tempo recreativo, alertam os estudos citados por Desmurget, está associado a impactos negativos no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, na concentração e até no bem-estar emocional.

E o que podemos fazer?

Pais, educadores e gestores públicos precisam se unir em torno de uma educação digital crítica e consciente. Precisamos:

  • Redefinir os tempos de tela dentro e fora da escola;

  • Ensinar o uso pedagógico das tecnologias;

  • Criar momentos de desconexão;

  • Reforçar o valor do brincar, da leitura, do diálogo e do tempo de qualidade.

É hora de questionar a naturalização do excesso. Se queremos formar leitores, pensadores, criadores e cidadãos, precisamos, sim, refletir sobre a forma como o digital ocupa a vida das nossas crianças.

📚 Afinal, estamos educando para o mundo… ou apenas distraindo para o vazio?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos pela sua visita!