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sábado, 19 de outubro de 2024

VAMOS CELEBRAR O DIA DO PROFESSOR!


 A primeira professora que me vem à mente é a Tia Gabi, que, com carinho e dedicação, nos ensinava as maravilhas (e os desafios!) da matemática no quarto ano do Ensino Fundamental. Tia Gabi nos tratava com muito carinho e atenção. Eu gostava especialmente de suas aulas de matemática. Foi com ela que aprendi a preencher cheque, habilidade obsoleta, mas que três décadas depois ainda me lembro. Ela é a primeira, mas na minha trajetória muitos foram os mestres que deixaram marcas na minha trajetória. Muitas foram positivas e influenciaram minhas escolhas profissionais, outras foram negativas, com experiências que prefiro não relembrar.

No dia 15 de outubro, celebramos o Dia do Professor, momento em que mensagens inundaram as redes sociais. A docência é uma profissão com impacto profundo na educação dos indivíduos e na sociedade. No entanto, essa profissão, muitas vezes vista como vocação altruísta, ainda passa por desafios estruturais para ser reconhecida como profissão, não heroísmo.

A baixa atratividade da carreira é um desses desafios. Na última década, dobrou o percentual de estudantes aprovados para formação docente na modalidade a distância (EaD). Tal cenário exige um trabalho para aprofundar problemas já existentes. A modalidade compromete a qualidade da preparação docente, pois, sem importar a geração em sala de aula, o ensino superior se não está sendo forjados profissionais capazes de cobrir a produção de novos professores. Vamos enfrentar o desafio de novas diretrizes curriculares para pedagogia e licenciaturas. A solução não se limita em flexibilizar a carga horária dos professores. Instituições que apostaram exclusivamente no modelo a distância criticam a decisão, alegando que pode gerar o emprego de profissionais.

Mas a qualidade do ensino não está relacionada apenas à baixa atratividade da carreira e ao excesso de cursos, que chega a 70%, e sim à falta de vagas. Apenas um terço dos licenciados realmente se inserem no currículo docente. O nó da questão não está na quantidade de formandos, mas na falta de profissionais qualificados e motivados a permanecerem na profissão.

A formação de professores exige um equilíbrio entre teoria e prática, o que dificilmente se alcança em cursos predominantemente a distância. Por mais complexa que seja a missão de formar docentes, a prática supervisionada e a vivência em sala de aula são indispensáveis.

Ao garantir que pelo menos 20% da carga horária seja presencial, o MEC busca melhorar a qualidade da formação e aproximar a preparação dos futuros professores das demandas reais do ensino básico. A ação do MEC é um passo importante, mas não suficiente. A solução para o apagão de professores qualificados passa por uma transformação estrutural na carreira docente, que precisa ir além de limitar vagas. É necessário criar um ambiente que atraia, prepare e mantenha os melhores talentos na sala de aula.

Afinal, com professores preparados e valorizados, não há futuro para a nação. A valorização tem de ir além do post na rede social para que todas as professoras e professores deixem marcas positivas em seus alunos.

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