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sábado, 19 de abril de 2025

Um vaso quebrado!

Cada um de nós, quando consegue olhar com toda a verdade e sinceridade para dentro de si, se descobrirá um vaso quebrado. É um grande acontecimento quando conseguimos enxergar onde estão as rachaduras e nos dizemos: “Estou quebrado aqui, ali e acolá”. 

Do ponto de vista humano, parece que chegamos ao fim de um percurso de conhecimento de nós mesmos. E é verdade. Não podemos fazer mais nada além de olhar as rachaduras… Mas do ponto de vista do nosso relacionamento com Jesus, estamos começando um novo e fascinante percurso. Jesus veio exatamente para isso. A Bíblia fala que Jesus veio para nos dar a vida verdadeira, eterna; que em grego se diz zoè

Com Ele, e exatamente por meio de nossas rachaduras, começaremos um outro percurso de vida. Um percurso (parece impossível, mas é verdade) de reparação, de cura, de experiência de ser amado e de misericórdia. Jesus nunca se impõe, é delicado. O modo como Ele age é pleno de respeito pela nossa liberdade. Ele diz: “Se você quiser, eu o ajudo. Os meus braços divinos, fortes e potentes, carregarão esse vaso quebrado que você é, com delicadeza e amor. Eu consigo fazer um novo e lindo vaso”. Como dizia Isaías (64,7): Tu és nosso Pai, nós somos a argila e tu és o nosso oleiro, todos nós somos obras de tuas mãos

Qual é o caminho? Em primeiro lugar, é preciso reconhecer e dizer com a boca, por meio da Confissão, todas as rachaduras que vemos em nós. A Confissão nos entregará à graça. E, no estado de graça, estamos prontos, e, se quisermos, podemos nos entregar nos braços de Jesus e Ele nos ajudará. Ele não exigirá nada. Não pede que sejamos melhores do que conseguimos ser. Ele apenas quer que nos abandonemos. Na verdade, Ele deseja mais do que tudo (e nos suplica da cruz) que deixemos que Ele conserte nosso vaso quebrado, com sua misericórdia potente. Ele veio para ser Deus conosco: aquele que com força e amor vem para nos resgatar. Ele não tirará o que amamos e desejamos. Mas, fará, junto conosco, um percurso que nos ensinará a como amar verdadeiramente, e a não estragar nada, nem nossa vida, nem a dos outros, nem a natureza que Ele ama e criou, deslumbrado pela sua beleza… 

Em segundo lugar, é preciso que nos tornemos pessoas de oração. Que comecemos a rezar de verdade e sinceramente. Não rezar para mudar, pois só Ele sabe como será o nosso caminho, mas rezar para se abandonar verdadeiramente, em suas mãos poderosas. Um vaso quebrado não consegue se autoconsertar. 

Quem quer que sejamos, ou quaisquer sejam as nossas rachaduras, a oração, a Confissão e os sacramentos nos ajudarão a fazer o caminho para os braços de Jesus, que quer nos refazer com todo o amor. A oração privilegiada, a partir da experiência milenar da Igreja, e como descobriram os monges e monjas, é chamada Liturgia das Horas, a leitura e meditação dos salmos (usando, por exemplo, o aplicativo iLiturgia), e a leitura diária da Bíblia, chamada de Lectio Divina ou leitura orante da Bíblia (como auxílio, podemos aprender os passos da leitura orante da Bíblia por meio do livro Ler e Meditar a Bíblia, Uma Breve Introdução à Lectio Divina, de Dom Innocenzo Gargano, editora Benedictus). 

Aos poucos, e com delicadeza, nossa vida mudará. E Jesus, que é nosso grande amigo, nos conduzirá, como fez com Paulo, a pertencer a uma comunidade eclesial, e a viver na sua Igreja. Confiemos Nele! Ele vive para nós e não contra nós. 

🙏 Interaja com seu coração: vamos conversar?


    🏺 Você já reconheceu alguma rachadura na sua vida?

    ➡️ Se sim, como foi esse momento? O que mudou a partir disso?


    ✨ Você acredita que Deus pode restaurar um “vaso quebrado”?

    ➡️ O que te impede — ou te ajuda — a se entregar totalmente nas mãos do Oleiro?


    💬 Você já fez uma confissão que te trouxe verdadeira paz interior?

    ➡️ Como foi essa experiência? Que sentimento ficou depois?


    🕯️ Como tem sido sua vida de oração?

    ➡️ Você já tentou a leitura orante da Bíblia? Já ouviu falar da Liturgia das Horas?


    🛐 Você sente que pertence a uma comunidade que te sustenta na fé?

    ➡️ Que lugar a Igreja ocupa hoje na sua caminhada?


    🤲 O que mais te toca nesta frase: “Jesus não exige que sejamos melhores do que conseguimos ser, Ele só quer que nos abandonemos”?

    ➡️ Comente com 💔 se você se sente assim hoje. Ou com ✝️ se está disposto a confiar.


Texto: Um vaso quebrado – Ana Lydia Sawaya, publicado em 2 de abril de 2025 no site do jornal O São Paulo.
👉 Leia em: https://osaopaulo.org.br/colunas/um-vaso-quebrado/


domingo, 13 de abril de 2025

🎨 Vida: não é para ser lida, é para ser colorida

🎨 Vida: não é para ser lida, é para ser colorida

A ilustração acima, com simplicidade e profundidade, nos oferece uma poderosa metáfora sobre a existência humana e o papel da educação. Ao olhar para o "menu da vida", o personagem confessa não entender o que está escrito. A resposta do outro é surpreendente: "Não é para ler, é para colorir."

No universo pedagógico, essa imagem nos convida a refletir sobre a formação integral do ser. A vida não se resume a um manual com instruções prontas — ela é um espaço de criação, de escolhas, de expressão. Educar não é apenas transmitir conteúdos, mas inspirar os alunos a colorirem suas trajetórias com coragem, sentido e beleza.

Muitas vezes, nossos estudantes se sentem perdidos, esperando que alguém lhes diga como viver. Cabe a nós, educadores, mostrar que cada um tem nas mãos as tintas da sua história, e que não há um único caminho ou cor certa. A escola deve ser esse espaço onde se aprende a pensar, sentir e transformar.

Afinal, a vida se vive com atitude, se pinta com afeto e se compreende na prática diária de ser quem se é. Não apenas leia a vida. Viva. Pinte. Transforme.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

📱 Quando a Diversão Digital Supera o Dever de Aprender!


📱 Quando a Diversão Digital Supera o Dever de Aprender

Você sabia que crianças e adolescentes passam muito mais tempo diante das telas se divertindo do que estudando? A Figura 2 do livro A Fábrica de Cretinos Digitais, do neurocientista Michel Desmurget, traz dados que nos convidam à reflexão.

O gráfico mostra que pré-adolescentes (8 a 12 anos) passam em média 5 horas por dia em frente às telas para atividades recreativas, enquanto dedicam apenas 25 minutos aos deveres escolares. Já os adolescentes (13 a 18 anos) passam cerca de 7 horas por dia se divertindo no digital, contra apenas 1 hora diária para tarefas escolares.

O mais preocupante é a proporção: os pré-adolescentes dedicam 13 vezes mais tempo à diversão digital do que aos estudos. Entre os adolescentes, essa diferença é de 7,5 vezes. Isso levanta um alerta: estamos educando para o saber ou apenas entretendo para o esquecimento?

📌 O que esse dado revela?
Revela uma infância e juventude imersas em um uso desbalanceado das tecnologias. As telas, que poderiam ser aliadas do aprendizado, têm sido consumidas majoritariamente para entretenimento. Segundo Desmurget, isso tem impacto direto no desenvolvimento da atenção, linguagem, memória, saúde emocional e desempenho escolar.

👨‍👩‍👧‍👦 E qual o nosso papel, enquanto educadores e famílias?
Não se trata de abolir as telas, mas de reeducar o uso. Estimular o equilíbrio, orientar o acesso, propor experiências reais, incentivar a leitura, o brincar livre e o convívio social.

Se queremos formar uma geração crítica, criativa e saudável, precisamos olhar para esses dados com responsabilidade. A infância não pode ser sequestrada por algoritmos.

terça-feira, 8 de abril de 2025

📱 Entre o Lazer e o Aprendizado: O Que os Gráficos Revelam Sobre Nossas Crianças e Adolescentes?

📱 Entre o Lazer e o Aprendizado: O Que os Gráficos Revelam Sobre Nossas Crianças e Adolescentes?

Os dados nem sempre gritam, mas dizem muito. No livro A Fábrica de Cretinos Digitais, o neurocientista Michel Desmurget apresenta um gráfico instigante sobre o tempo que crianças e adolescentes dedicam ao uso de telas – e a maneira como esse tempo é distribuído entre o lazer e o aprendizado.

A Figura 1 da obra nos mostra que entre os pré-adolescentes (8 a 12 anos), cerca de 41% usam dispositivos digitais por mais de 4 horas por dia apenas para fins recreativos. Já entre os adolescentes (13 a 18 anos), esse número salta para impressionantes 62%, sendo que 29% usam mais de 8 horas por dia apenas para entretenimento.

Agora, vejamos o contraponto: o uso das telas para fins escolares. Entre os pré-adolescentes, 41% usam mensalmente ou menos para estudar. Apenas 27% fazem isso diariamente. Em contraste, os adolescentes mostram um uso mais consistente para deveres escolares, com 59% utilizando diariamente.

📌 O que isso revela?

Revela um desequilíbrio alarmante: nossas crianças estão crescendo imersas no consumo digital recreativo, muitas vezes sem mediação, enquanto o uso das mesmas tecnologias como ferramentas de estudo e aprendizado permanece secundário.

Não se trata de demonizar as telas, mas de compreender como e por que elas são utilizadas. O excesso de tempo recreativo, alertam os estudos citados por Desmurget, está associado a impactos negativos no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, na concentração e até no bem-estar emocional.

E o que podemos fazer?

Pais, educadores e gestores públicos precisam se unir em torno de uma educação digital crítica e consciente. Precisamos:

  • Redefinir os tempos de tela dentro e fora da escola;

  • Ensinar o uso pedagógico das tecnologias;

  • Criar momentos de desconexão;

  • Reforçar o valor do brincar, da leitura, do diálogo e do tempo de qualidade.

É hora de questionar a naturalização do excesso. Se queremos formar leitores, pensadores, criadores e cidadãos, precisamos, sim, refletir sobre a forma como o digital ocupa a vida das nossas crianças.

📚 Afinal, estamos educando para o mundo… ou apenas distraindo para o vazio?

terça-feira, 4 de março de 2025

É uma jornada para a Essência o caminho do Envelhecer! Você concorda?

"Envelhecer é ir se retirando progressivamente do mundo das aparências."

Fleusa me apresentou esta frase em seu celular numa pequena reunião de amigos e achei que ela traz uma reflexão profunda sobre o processo de envelhecimento para todos nós. Vejo que com o passar dos anos, muitas das preocupações superficiais que antes ocupavam nossas mentes vão perdendo importância. A vaidade excessiva, a busca incessante por aceitação e a necessidade de provar algo para os outros começam a dar lugar a uma valorização maior do essencial. À medida que o tempo passa, é natural nos conectarmos, muitas vezes sem perceber, com situações e experiências mais plenas e significativas.

Envelhecer, nesse sentido, não é apenas um processo físico, mas um amadurecimento emocional e espiritual. Aos poucos, aprendemos que o que realmente importa não está na aparência, mas na essência das coisas e das relações humanas entre a gente. A felicidade passa a ser encontrada na simplicidade, na autenticidade e na profundidade dos vínculos que construímos.

É um movimento de volta para dentro, onde nos conectamos com quem realmente somos, sem máscaras ou ilusões. Retirar-se do mundo das aparências significa também aceitar-se, acolher a própria história e viver com mais leveza, buscando sentido naquilo que realmente nos faz bem. Afinal, a beleza da vida está na verdade e não na ilusão.

Com o passar dos anos, quais valores ou percepções sobre a vida você sente que se tornaram mais importantes para

@professordeodatogomes

Deodato Gomes Costa

sábado, 1 de março de 2025

REFLEXÃO!...

"A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto." (Pv 10.22)

A escola é um espaço de construção de conhecimento, mas também de formação humana e social. Quando compreendemos que a bênção do Senhor enriquece e não traz desgosto, refletimos sobre o impacto positivo de um ambiente escolar fundamentado em valores como respeito, dedicação e amor ao próximo.

Os professores, ao dedicarem suas vidas à educação, semeiam conhecimento e virtudes, e essa missão, quando conduzida com fé e propósito, gera frutos que transcendem o ensino formal. Os alunos, ao se comprometerem com os estudos, encontram nessa bênção a chave para um futuro promissor, onde o aprendizado se torna um instrumento de transformação.

Os gestores educacionais, ao trabalharem com compromisso e ética, constroem políticas que garantem uma educação de qualidade, promovendo um espaço onde todos se sintam acolhidos e motivados. Os pais, ao incentivarem e acompanharem a jornada dos filhos, tornam-se parceiros fundamentais no sucesso educacional.

Que a bênção do Senhor esteja presente em cada sala de aula, enriquecendo não apenas com conhecimento, mas com esperança, coragem e alegria, para que cada conquista educacional seja motivo de crescimento e não de desânimo. 📖✨

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

O uso do celular nas escolas e a redescoberta do ambiente escolar; uma pequena reflexão!

A imagem retrata um aluno que percebe a beleza da escola como se fosse sua primeira vez ali, encantando-se com as árvores, o parquinho e o amplo espaço do pátio. Entretanto, sua mãe lhe revela que a escola é a mesma, mas a diferença está no fato de que, agora, ele está sem o celular.

Esse quadrinho ilustra de forma lúdica uma realidade cada vez mais presente: a influência do celular na percepção do ambiente escolar. Muitas vezes, os alunos estão tão imersos nas telas que deixam de notar os espaços ao seu redor, os colegas, os professores e até os momentos de lazer. O uso excessivo do celular afasta o estudante da convivência real, do brincar, do aprender com os outros e de explorar o mundo de forma sensorial.

A Lei Nº 15.100, de 13 de janeiro de 2025, que proíbe o uso de celulares nas escolas, vem justamente com o propósito de resgatar essa vivência plena do ambiente escolar. Ao limitar o uso desses dispositivos, busca-se incentivar maior concentração nas aulas, interação social e uma aprendizagem mais significativa.

É um convite para os alunos se reconectarem com a escola de verdade, enxergando-a além da tela, redescobrindo o prazer da convivência, da descoberta e do aprendizado compartilhado. 📚✨

@professordeodatogomes

por Deodato Gomes Costa

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Não espere amanhã: a Educação acontece hoje!...

"Não espere elogios para acertar. Não espere visita para as taças usar.Não espere música para dançar. Não espere justiça para perdoar. Não espere ter tempo para orar. Não espere perder para dar valor. Não espere motivos para dar amor. Não espere bênçãos para agradecer. Não espere anoitecer para acordar. Não espere envelhecer para começar… Porque a vida é isso: um suspiro profundo porém curto, quando se vê, a vida passou como um susto. Comece hoje!” Marcela Taís

O poema de Marcela Taís nos convida a viver o presente com plenitude, sem esperar circunstâncias ideais para agir. Na educação, essa mensagem é essencial, pois o aprendizado e a transformação ocorrem no agora. Professores não devem aguardar reconhecimento para ensinar com dedicação, pois cada gesto impacta vidas silenciosamente. Os alunos, por sua vez, precisam valorizar o conhecimento antes que a oportunidade passe, entendendo que cada aula é um passo para o futuro.

A escola, enquanto espaço de humanização, deve ser ativa e inovadora, promovendo a reflexão e o acolhimento. Valores como empatia, gratidão e iniciativa devem permear a rotina escolar, fortalecendo vínculos e potencializando o aprendizado. Assim, a mensagem do poema ressoa na educação: não se deve esperar o momento perfeito para começar, pois o presente é o único tempo que temos para transformar realidades e construir um futuro melhor. ✨📚

Educar com Luz: O Poder da Palavra e da Empatia!

“Se não puder ser mão estendida, não seja pedra no caminho. Se não tiver uma palavra que motiva, não seja a que rebaixa. Se não puder ser braço que acolhe, não seja o que empurra para o abismo. Se não puder ser um ponto de luz que também clareia, não seja escuridão. Se não conseguir elogiar, cuidado com as criticas que ferem. Se não consegue proferir palavras de luz, e nem praticar ações de paz, recolha-se, pois certamente és tu o grande necessitado de prece.”  Veronica Tosta

A mensagem de Veronica Tosta nos convida a uma profunda reflexão sobre nossas atitudes no convívio social e profissional, especialmente na educação. Como pedagogos, temos um papel essencial na formação humana, e isso exige de nós uma postura de empatia, acolhimento e respeito.

Na escola, somos chamados a ser mão estendida, oferecendo apoio aos estudantes que enfrentam desafios acadêmicos e emocionais. Uma palavra de incentivo pode transformar a trajetória de um aluno, enquanto uma crítica destrutiva pode desmotivar e criar barreiras ao aprendizado.

O ambiente educacional deve ser um espaço de luz e esperança, onde educadores inspiram pelo exemplo e promovem a cultura da paz. Se não conseguimos contribuir positivamente, talvez seja o momento de olhar para dentro e reconhecer nossas próprias carências emocionais.

Que possamos ser sempre instrumentos de construção, valorizando cada ser humano e cultivando um ambiente onde todos possam crescer e florescer. 🌱✨

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Madinho Avelar, o Tempo e a Sabedoria: Reflexões com Pink Floyd e Mário Quintana

Fazendo uma intertextualidade entre a letra da canção Time, do Pink Floyd, que nosso amigo Madinho cantava, explicava a letra prá gente e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, refletimos sobre o tempo: esse “senhor dos destinos” que escapa ao nosso controle. Escute a canção, leia o poema e reflita: valorizar o presente e o essencial é o maior aprendizado. Vamos à canção e logo a seguir ao poema: 



Time-Pink Floyd

Ticking away the moments that make up a dull day

Fritter and waste the hours in an offhand way

Kicking around on a piece of ground in your hometown

Waiting for someone or something to show you the way


Tired of lying in the sunshine

Staying home to watch the rain

And you are young and life is long

And there is time to kill today


And then one day you find

Ten years have got behind you

No one told you when to run

You missed the starting gun


And you run and you run to catch up with the Sun

But it's sinking

Racing around to come up behind you again

The Sun is the same, in a relative way

But you're older

Shorter of breath

And one day closer to death


Every year is getting shorter

Never seem to find the time

Plans that either come to naught

Or half a page of scribbled lines (oh, oh)


Hanging on in quiet desperation

Is the English way

The time is gone, the song is over

Thought I'd something more to say


Home, home again

I like to be here when I can

And when I come home, cold and tired

It's good to warm my bones beside the fire


Far away, across the field

The tolling of the iron bell

Calls the faithful to their knees

To hear the softly spoken magic spells


_____________________________________________________________________


“Seiscentos e Sessenta e Seis”-Mário Quintana

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. seguia sempre, sempre em frente … E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana QUINTA, M. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005.

Vamos a reflexão...

A canção Time, do Pink Floyd, e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, oferecem reflexões profundas sobre o tempo e a maneira como o vivemos. Ambos exploram a passagem inexorável do tempo, a fragilidade da vida e o arrependimento pelas oportunidades perdidas. Quintana compara a vida a "uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa", enquanto a canção lamenta: "E então um dia você percebe / Dez anos ficaram para trás / Ninguém te disse quando correr / Você perdeu o tiro de largada." Ambos revelam a mesma constatação dolorosa: a vida é breve, e, frequentemente, somos pegos de surpresa pelo seu curso.

A letra de Time destaca nossa alienação frente ao tempo: “Você corre e corre para alcançar o sol, mas ele está se pondo / Correndo em círculos para nascer de novo atrás de você." Esse trecho ecoa na angústia de Quintana ao dizer que, ao fim, percebemos que "é tarde demais para ser reprovado."

Quintana, em sua sabedoria, nos ensina que, se tivéssemos outra oportunidade, deixaríamos de lado "a casca dourada e inútil das horas." Já o Pink Floyd reforça a urgência de perceber que cada momento é único e irrecuperável, pois "o tempo se foi, a canção acabou, pensei que tinha algo mais a dizer."

Ambos, canção e poema, nos convocam a refletir sobre como estamos vivendo. Estamos apenas “esperando por alguém ou algo para mostrar o caminho” ou assumindo o controle da nossa jornada? O tempo, senhor absoluto, não espera.

12 frases que pessoas emocionalmente inteligentes usam em momentos de pressão!


 

O diagrama "12 frases que pessoas emocionalmente inteligentes usam em momentos de pressão" destaca a importância da inteligência emocional em situações desafiadoras. No ambiente escolar, essa habilidade é fundamental para fortalecer a relação entre professores, alunos e equipe pedagógica, promovendo um clima de respeito, acolhimento e aprendizado.

Professores, ao lidar com estudantes em momentos de pressão, podem utilizar frases como "Vamos focar no que podemos controlar agora" ou "Como posso te apoiar agora?" para demonstrar empatia e ajudar os alunos a enfrentarem desafios acadêmicos ou pessoais. Esse tipo de abordagem não apenas fortalece a confiança, mas também ensina habilidades socioemocionais essenciais, como autorregulação e resiliência.

Para os alunos, aprender a expressar suas emoções e preocupações através de frases como "Eu entendo de onde você está vindo" ou "Qual é a nossa principal prioridade agora?" os ajuda a resolver conflitos e a trabalhar em equipe, competências indispensáveis para a vida.

No contexto da gestão escolar, líderes que empregam essas frases em reuniões ou diálogos com a equipe docente promovem um ambiente colaborativo e eficaz. A inteligência emocional, quando integrada ao cotidiano escolar, transforma o espaço educacional em um lugar de crescimento humano, onde desafios se tornam oportunidades de desenvolvimento.

Segue as 12 frases:

  1. "Vamos focar no que podemos controlar agora."
  2. "Preciso de um momento para processar isso antes de responder."
  3. "O que você acha que seria a melhor abordagem aqui?"
  4. "Qual é a sua maior preocupação sobre isso?"
  5. "Vamos dividir isso em etapas menores."
  6. "Como posso te apoiar agora?"
  7. "Vamos revisitar isso quando tivermos mais clareza."
  8. "Eu entendo de onde você está vindo."
  9. "Agradeço a sua paciência enquanto trabalhamos nisso."
  10. "Qual é a nossa principal prioridade agora?"
  11. "Como podemos mudar isso?"
  12. "Isso é difícil, mas vamos superar."

Você pode usar essas frases, reforçando a ideia da inteligência emocional como um recurso valioso no contexto educacional.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

O "Apagão de Professores" e os Desafios da Docência!

Reflexão: O "Apagão de Professores" e os Desafios da Docência!

A carreira docente enfrenta, hoje, uma crise de atratividade que reflete uma percepção social equivocada e condições de trabalho desafiadoras. Mário Sérgio Cortella, em sua análise, destaca como a desvalorização da profissão se manifesta não apenas na remuneração insuficiente e nas condições precárias de trabalho, mas também em comentários como "O senhor não trabalha, só dá aula?", que desconsideram o esforço e a complexidade do magistério.

O desencantamento com a docência surge em meio a uma realidade que exige do professor muito mais do que as horas em sala de aula. O trabalho envolve preparo prévio, execução em sala e revisão posterior, além de atividades extracurriculares, como eventos escolares e festividades. Apesar disso, a profissão, que é essencial para a formação de qualquer sociedade, ainda é tratada com desprestígio.

Essa desvalorização tem gerado uma redução significativa de jovens interessados na docência, resultando na previsão de um "apagão" de mais de 400 mil professores nos próximos anos. Para reverter esse quadro, Cortella defende iniciativas como o programa "Mais Professores", mas enfatiza que são necessários passos maiores. A dignidade do magistério não pode ser apenas reconhecida em palavras, mas traduzida em ações concretas que garantam melhores condições de trabalho, remuneração justa e respeito ao papel do educador.

O desafio de fortalecer a profissão docente exige uma revalorização que vá além do discurso, reconhecendo a docência como um pilar indispensável para o futuro da educação e da sociedade.

Um Encontro Inesperado

Gosto muito de parar diante das tirinha, observando cada detalhe, cada expressão, cada balão de fala, tentando decifrar as ideias que o artista quis transmitir. E a surpresa é quase sempre garantida ! 

A tirinha  acima apresenta uma reflexão interessante sobre a relação entre alunos e professores, e como a escola é percebida durante as férias. 

Nos primeiros quadros, a professora expressa a percepção comum de que, durante as férias, a escola parece ser esquecida pelos alunos, imersos em suas atividades de lazer.  O encontro inesperado com um aluno a surpreende e a alegra, evidenciando o distanciamento que as férias impõem. 

A fala do aluno, "Estou contando os dias para a volta às aulas!", revela uma perspectiva oposta e inesperada. A frase  "Até lá!" demonstra ansiedade pelo retorno à escola e reforça a ideia de que a escola é um espaço positivo e desejado. 

O último quadro, com a professora pensativa,  sugere que a fala do aluno a fez repensar suas concepções sobre a relação da criança com a escola. A frase "Como é bom lembrar que a escola existe..." pode ser interpretada de diferentes maneiras: como um alívio por parte da professora ao perceber que a escola é importante para o aluno, ou como uma reflexão sobre o papel social e o valor da escola na vida da criança, para além do período letivo.

A tirinha, de forma leve e bem-humorada, nos convida a questionar a percepção comum sobre a relação entre alunos, professores e a escola, mostrando que essa relação pode ser mais complexa e afetiva do que imaginamos.

domingo, 12 de janeiro de 2025

Para ser grande, sê inteiro...


REIS, Ricardo, Poesia, edição Manuela Parreira da Silva. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000, p. 130

Esse poema atribuído ao heterônimo Ricardo Reis, de Fernando Pessoa, me acompanha desde o Ensino Médio, vejo que ele revela uma filosofia que valoriza a plenitude e a harmonia em todas as ações humanas. Como pedagogo e gestor escolar, trago sempre as ideias que vejo nos textos que leio para o ambiente escolar. Neste poema consigo ver uma orientação valiosa para a educação e a aprendizagem. Ricardo Reis exorta-nos a sermos inteiros, a não excluirmos ou exagerarmos, mas a colocarmos o máximo de nós mesmos em tudo o que fazemos, mesmo nas menores tarefas. Este ensinamento ressoa profundamente no contexto escolar.

A escola, como ambiente de humanização, deve ser o espaço onde cada estudante encontra a oportunidade de ser inteiro. Cada projeto pedagógico, cada aula, deve refletir a importância de pôr o melhor de si no que se faz, pois é na singularidade de cada ato que reside o brilho da aprendizagem verdadeira. A metáfora da lua, que, mesmo alta, reflete-se inteira em cada lago, inspira a ideia de que, independentemente das circunstâncias, a essência plena de cada indivíduo pode iluminar o ambiente ao seu redor.

Para educadores e gestores, este poema é um convite à reflexão sobre o papel da escola: um lugar que não exige perfeição, mas autenticidade, plenitude e um compromisso em promover o melhor em cada estudante e em cada momento educativo.

sábado, 11 de janeiro de 2025

Reflexão sobre mudanças!


Reflexão para Reunião Pedagógica:

A mensagem traz uma verdade profunda e poderosa sobre a vida e os processos de transformação que a envolvem. Como pedagogos, sabemos que a educação não é um processo estático, mas um movimento contínuo de mudanças que, muitas vezes, se refletem em nossa prática, nas abordagens com os alunos e nas metodologias que escolhemos aplicar.

“A vida é sobre mudanças.”

Esta frase nos lembra que a educação é um campo dinâmico, que precisa ser adaptado constantemente às novas demandas e contextos. Cada estudante, cada situação e cada realidade exige de nós a capacidade de nos reinventarmos e ajustarmos nossas práticas. As mudanças nos tornam mais flexíveis, mais preparados para enfrentar desafios e mais abertos ao aprendizado constante.

“Às vezes, de endereço.”

Em muitos casos, mudanças são necessárias no contexto em que atuamos. A mudança de "endereço" pode se referir à necessidade de reformular o ambiente escolar, seja físico ou emocional, para acolher os estudantes de forma mais eficiente. Isso inclui ajustes nas metodologias, na organização do espaço e no modo como nos relacionamos com os alunos, garantindo que o ambiente de aprendizagem seja propício ao desenvolvimento de todos.

“Às vezes, de aparência.”

Nem toda mudança precisa ser radical ou estrutural. Algumas transformações são mais sutis, como a mudança de "aparência", que pode ser a maneira como nos apresentamos, como nos comunicamos e como buscamos nos conectar com nossos alunos. É importante refletirmos sobre como nossa postura, nossa linguagem e nossos comportamentos podem impactar positivamente o ambiente de aprendizagem e motivar nossos alunos a se engajarem com os conteúdos de forma mais profunda.

“E, às vezes, de atitude mesmo.” 

A mudança mais profunda e eficaz é aquela que vem de dentro de nós mesmos. Mudanças de atitude, como a forma como enxergamos nossos alunos, como lidamos com seus erros e desafios, e como cultivamos a empatia, podem transformar a realidade de todos ao nosso redor. Como educadores, devemos ser os primeiros a adotar a postura de transformação e aprendizado contínuo, para inspirar nossos alunos a fazerem o mesmo.

Conclusão:

A educação é um espaço de constante renovação. Devemos, enquanto pedagogos, estar abertos a essas mudanças, seja em nossa prática pedagógica, nas estratégias que utilizamos, ou na forma como nos relacionamos com os alunos. Que possamos entender que essas transformações são necessárias para o crescimento coletivo e individual, e que, por meio delas, conseguimos construir um ambiente mais inclusivo, acolhedor e eficaz para todos. 

Que possamos sempre buscar mudanças que nos aproximem de um ensino cada vez mais humanizado e conectado com as necessidades dos nossos alunos e da sociedade.

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O Professor Narcisista: Quando o Ego Entra na Sala de Aula!

O Professor Narcisista: Quando o Ego Entra na Sala de Aula

A metáfora do iceberg, como vimos, é eficaz para ilustrar o narcisismo. Mas o que acontece quando esse iceberg se encontra na figura do professor? 

Na superfície, o professor narcisista pode exibir charme, cativando seus alunos com sua personalidade "brilhante". Sua extroversão e confiança podem criar uma aura de autoridade e conhecimento. Ele pode até parecer sociável e cuidadoso, demonstrando atenção e preocupação com o progresso dos alunos. Mas, como no iceberg, essa é apenas a ponta visível.

Submersos, encontramos sentimentos de ciúme quando alunos se destacam ou questionam sua autoridade.  A intimidação e humilhação podem ser usadas como ferramentas para manter o controle da sala de aula e afirmar sua superioridade. As mentiras patológicas distorcem a realidade, encobrindo falhas e alimentando a autoimagem grandiosa.

O professor narcisista, em sua destruição de seus parceiros, pode minar a confiança dos alunos, criando um ambiente de competição e medo. A falta de empatia dificulta a compreensão das necessidades e dificuldades dos alunos, tornando a relação professor-aluno superficial e desumanizada.

Viciado em atenção social, o professor narcisista busca constantemente validação e reconhecimento, utilizando a sala de aula como palco para alimentar seu ego. O medo da solidão e a dificuldade em formar amigos de qualidade no ambiente de trabalho podem refletir em um comportamento controlador e manipulador.

No contexto escolar, o narcisismo na figura do professor pode ter impactos sérios no aprendizado e desenvolvimento dos alunos. É preciso estar atento a comportamentos como:

Protagonismo excessivo:  o professor narcisista  tende a  se colocar  como  centro  do  processo  de  ensino-aprendizagem,  desvalorizando  o  papel  do aluno  e  suas  contribuições.

Rigidez e inflexibilidade:  dificuldade  em  adaptar  seu  método  de  ensino  às  necessidades  dos alunos,  insistindo  em  um  único  modelo  "ideal".

Intolerância a críticas:  reage  de  forma  defensiva  e  agressiva  a  questionamentos  ou  sugestões  de  alunos  e  colegas.

Manipulação:  usa  de  táticas  de  manipulação  para  controlar  o  ambiente  escolar  e  manter  sua  posição  de  autoridade.

Falta de reconhecimento do trabalho dos outros:  dificuldade  em  reconhecer  e  valorizar  as  contribuições  de  alunos  e  colegas,  assumindo  o  crédito  pelo  trabalho  dos outros.

É  fundamental  que  a  escola  promova  uma  cultura  de  reflexão  e  autoconhecimento  entre  seus  professores,  incentivando  o  desenvolvimento  da  empatia,  da  colaboração  e  do  respeito  mútuo.  

A  formação continuada  deve  abordar  temas  como:

Inteligência emocional:  desenvolver  a  capacidade  de  reconhecer  e  lidar  com  as  próprias  emoções  e  as  emoções  dos outros.

Comunicação não violenta:  aprender  a  se  comunicar  de  forma  empática  e  assertiva.

Gestão de conflitos:  desenvolver  habilidades  para  lidar  com  conflitos  de  forma  construtiva.

Ética profissional:  refletir  sobre  os  princípios  éticos  que  devem  guiar  a  prática  docente.

É  importante  que  a  escola  crie  canais  de  comunicação  eficazes  para  que  alunos  e  colegas  possam  se  manifestar  em  casos  de  comportamentos  narcisistas,  sem  medo  de  retaliação.  O  suporte  e  acompanhamento  psicológico  devem  ser  oferecidos  ao  professor,  visando  seu  bem-estar  e  desenvolvimento  profissional.

O  narcisismo  no  ambiente  escolar,  seja  no  aluno  ou  no  professor,  é  um  desafio  que  exige  atenção,  reflexão  e  ação.  A  escola  precisa  ser  um  espaço  de  promoção  da  saúde  mental  e  do  desenvolvimento  humano,  e  isso  implica  em  estarmos  atentos  aos  sinais  de  alerta  e  buscarmos  soluções  construtivas  para  lidar  com  o  narcisismo.

domingo, 29 de dezembro de 2024

Cuidando com paciência no presente e confiando nos frutos que o futuro trará.

"Mas nem sempre a vida nos dá respostas imediatas. É preciso confiar. Aquilo que você planta e cultiva com paciência e cuidado não é esquecido. Deus, em sua perfeição, observa cada detalhe e, no tempo certo, transforma suas sementes em frutos abundantes."

Reflexão pedagógica:  

Como pedagogos, somos diariamente desafiados a semear conhecimento, valores e habilidades nas mentes e corações de nossos alunos, sem garantia de respostas imediatas. A educação, por sua essência, é um processo contínuo e a longo prazo, que demanda paciência, cuidado e uma confiança inabalável nos frutos que virão no futuro.  

Assim como o agricultor espera pela colheita, o educador precisa compreender que as sementes que planta hoje – sejam elas de curiosidade, senso crítico, empatia ou resiliência – podem levar anos para florescer plenamente. O aprendizado não segue uma linha reta, e os resultados muitas vezes só se revelam em momentos decisivos da vida de nossos alunos, quando eles aplicam o que aprenderam em situações práticas.  

Portanto, é fundamental confiar no processo educativo. Mesmo nos momentos de dúvida, quando os desafios parecem maiores que os avanços, é preciso lembrar que cada esforço dedicado à educação não será esquecido. Deus, ou a essência do tempo e da vida, transforma cada pequena contribuição em resultados significativos no momento oportuno. Como educadores, devemos ser pacientes jardineiros do futuro, cultivando vidas que um dia se tornarão árvores robustas e frutíferas.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

PSICOSE EM MASSA: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE


PSICOSE EM MASSA: uma análise crítica sobre educação e sociedade.

Introdução

Psicose em massa é um fenômeno social e psicológico que tem intrigado pesquisadores ao longo da história, sendo caracterizado pela adesão irracional de grandes grupos sociais a ideias ou comportamentos que contrariam a lógica e a realidade. Exemplos históricos marcantes incluem as caças às bruxas na Europa e na América nos séculos XVI e XVII, que levaram à perseguição de milhares de pessoas, e os regimes totalitários do século XX, que demonstraram a vulnerabilidade das massas à manipulação ideológica. Este trabalho objetiva relacionar os elementos desse fenômeno ao campo educacional, explorando como os processos de ensino e aprendizagem podem mitigar ou agravar os efeitos da psicose coletiva em diferentes contextos históricos e culturais.

Psicose em Massa: uma visão geral

Segundo Jung (1964), a maior ameaça à civilização não está em fatores externos como guerras ou pandemias, mas na própria psique humana, que pode sucumbir a forças internas descontroladas. A psicose em massa ocorre quando grupos sociais inteiros perdem contato com a realidade, como exemplificado pelas caças às bruxas nos séculos XVI e XVII (Hill, 1997) e pelos regimes totalitários do século XX (Arendt, 1951).

Gustave Le Bon (1895) destacou que "as massas nunca têm sede de verdade" e são facilmente seduzidas por ilusões. Este pensamento está alinhado às dinâmicas educacionais, pois o papel da educação é capacitar indivíduos a discernir entre fato e ficção, resistindo à manipulação psicológica.

Educação e Resistência ao Menticídio

Merlot (1956) definiu o menticídio como um sistema organizado de manipulação psicológica destinado a destruir a autonomia mental dos indivíduos. Exemplos históricos incluem as campanhas de propaganda totalitárias na Alemanha Nazista, que usaram medo e desinformação para consolidar o poder, e o controle ideológico imposto pelo regime stalinista, onde a censura e a repressão moldaram as crenças populares. Estes casos ilustram como líderes podem instrumentalizar o menticídio para enfraquecer a resistência e garantir submissão. A educação desempenha papel crucial na formação de mentes críticas, capazes de reconhecer falácias lógicas e resistir à propaganda ideológica. Byung-Chul Han (2015) reforça que o modelo educacional contemporâneo deve promover reflexão e diálogo, combatendo a "sociedade do cansaço" que fomenta conformismo.

O Papel da Tecnologia e da Cultura no Fenômeno

As tecnologias digitais amplificam a disseminação de propaganda e desinformação, contribuindo para estados de psicose coletiva. Debord (1967) adverte que a "sociedade do espetáculo" transforma tudo em mercadoria, alienando os indivíduos. Esse conceito refere-se a uma forma de organização social na qual as imagens e aparências tornam-se predominantes, ditando valores e comportamentos. A sociedade passa a ser estruturada em torno do consumo e da superficialidade, enfraquecendo as conexões autênticas e promovendo a alienação. Essa ideia é especialmente relevante para a educação, pois ressalta a necessidade de desenvolver competências críticas que permitam aos alunos questionar e desconstruir essas dinâmicas. Para resistir, Havel (1985) propõe a criação de estruturas paralelas – espaços culturais e educacionais que promovam liberdade e autonomia criativa.

Reflexões Finais e Propostas Educacionais

A luta contra a psicose em massa requer uma educação voltada para a liberdade e a dignidade humana. Para atingir esses objetivos, estratégias pedagógicas podem incluir o desenvolvimento de currículos focados no pensamento crítico, a promoção de debates em sala de aula que abordem temas éticos e sociais contemporâneos e a criação de espaços seguros para diálogo e reflexão. Além disso, iniciativas como projetos interdisciplinares que relacionem história, filosofia e sociologia podem ajudar os alunos a compreender as dinâmicas de manipulação e resistir a elas. Por exemplo, a análise crítica de eventos históricos, como os regimes totalitários, pode servir como ferramenta para identificar padrões de comportamento coletivo e incentivar a autonomia intelectual. Como Camus (1947) afirmou: "A única maneira de lidar com um mundo não livre é tornar-se absolutamente livre". Esta declaração, dentro do contexto da psicose em massa, destaca a importância da autonomia individual como resistência a sistemas de manipulação e opressão coletiva. No campo educacional, ela reforça a necessidade de promover a liberdade de pensamento e a capacidade crítica nos estudantes, capacitando-os a enfrentar narrativas dominantes que restringem a liberdade e promovem conformismo. Assim, a educação não apenas emancipa, mas também funciona como um ato de rebelião contra forças desumanizadoras. Além disso, é essencial fomentar o pensamento crítico, a conexão humana e a resistência à manipulação tecnológica.

@professordeodatogomes

Referências

Este artigo foi redigido baseado no vídeo: Psicose em Massa: Como uma sociedade inteira se torna mentalmente doente. YouTube, de 30-11-2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=he3l4DYhEqo. Acesso em: 24 dez. 2024.

Segue a bibliografia apresentada pelo autor do vídeo:

Referências

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
CANETTI, Elias. Massa e Poder. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
EMPOLI, Giuliano da. Os Engenheiros do Caos. São Paulo: Vestígio, 2019.
FROMM, Erich. Medo à Liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
FREUD, Sigmund. Psicologia das Massas e Análise do Eu. Rio de Janeiro: Imago, 1974.
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. São Paulo: Globo, 2014.
JUNG, Carl G. O Homem e Seus Símbolos. Petrópolis: Vozes, 2008.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as Democracias Morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
ZIMBARDO, Philip. O Efeito Lúcifer: Como pessoas boas se tornam más. São Paulo: Record, 2008.
ORTEGA Y GASSET, José. A Rebelião das Massas. Rio de Janeiro: Livros do Brasil, 1987.
BYUNG-CHUL HAN. A Sociedade do Cansaço. Petrópolis: Vozes, 2017.

Como Pessoas Boas se Transformam em Monstros: Reflexões para a Educação!



Como Pessoas Boas se Transformam em Monstros: Reflexões para a Educação

O comportamento humano é moldado por uma interação complexa entre características individuais e circunstâncias externas, algo que também se manifesta no ambiente escolar. Em contextos de poder, como nas relações entre professores e alunos ou entre gestores e equipes pedagógicas, mesmo indivíduos comprometidos com valores éticos podem ser influenciados por condições adversas, levando a práticas que perpetuam a desumanização e a desigualdade. Essa transformação, denominada “Efeito Lúcifer” por Philip Zimbardo, tem implicações profundas para o campo educacional, onde o exercício do poder deve ser continuamente analisado e ressignificado (ZIMBARDO, 2007).

No Experimento de Stanford, conduzido em 1971, Zimbardo recrutou 24 estudantes e os dividiu aleatoriamente em dois grupos: guardas e prisioneiros. Em pouco tempo, comportamentos autoritários e submissos emergiram, evidenciando como as dinâmicas de poder podem desumanizar tanto aqueles que comandam quanto os que obedecem. O experimento, planejado para durar duas semanas, foi encerrado após seis dias devido à gravidade das interações observadas (ZIMBARDO, 1971; MASLACH, 1971). Essa experiência ilustra o quanto o contexto e as normas instituídas podem afetar negativamente as relações humanas.

Na educação, é essencial reconhecer como sistemas e estruturas podem fomentar situações similares, mesmo que em escala menos dramática. A desumanização pode ocorrer, por exemplo, quando tratamos os alunos como números em avaliações ou quando gestores desconsideram a individualidade das equipes. Em paralelo, a desindividualização pode se manifestar quando profissionais da educação se tornam passivos diante de práticas institucionais que desrespeitam a ética ou desvalorizam o papel pedagógico.

Lord Acton já advertia: “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente” (ACTON, 1887). Esse alerta, no contexto escolar, aponta para a necessidade de líderes educacionais cultivarem a escuta ativa, a empatia e a co-construção de decisões, evitando práticas autoritárias que desestimulam a criatividade e a participação. Como Nietzsche afirmou, “quem luta com monstros deve cuidar para que não se torne um” (NIETZSCHE, 1886). Na escola, isso significa que educadores devem resistir à tentação de reproduzir estruturas opressoras e buscar criar ambientes de acolhimento e aprendizagem significativa.

Zimbardo argumenta que o conhecimento é o primeiro passo para resistir às forças que levam à desumanização. Ele defende a prática do "heroísmo cotidiano", caracterizada por pequenos atos de coragem e humanidade no enfrentamento de injustiças (ZIMBARDO, 2011). Na escola, isso se traduz na valorização do aluno como sujeito de direitos e na criação de espaços que promovam a colaboração e o diálogo.

Hannah Arendt, ao discutir a banalidade do mal, alerta para o perigo das escolhas aparentemente insignificantes que, somadas, perpetuam sistemas opressores (ARENDT, 1963). Na educação, isso reforça a responsabilidade de cada agente escolar em refletir sobre suas práticas e decisões diárias, construindo relações pedagógicas baseadas no respeito e na igualdade.

O Efeito Lúcifer, ao revelar a vulnerabilidade humana, oferece uma oportunidade única para repensarmos a educação. Ele nos lembra que, enquanto as circunstâncias podem moldar o comportamento, a capacidade de escolha e resistência é uma característica intrínseca à humanidade. Educadores, como formadores de cidadãos, devem promover a reflexão crítica e a prática ética, construindo ambientes de ensino que priorizem o respeito mútuo e a valorização do outro.

Referências

  • ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1963.
  • NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal. São Paulo: Penguin-Companhia, 1886.
  • ZIMBARDO, Philip. The Lucifer Effect: Understanding How Good People Turn Evil. New York: Random House, 2007.
  • ZIMBARDO, Philip. Heroic Imagination Project. Disponível em: https://heroicimagination.org. Acesso em: 24 dez. 2024.
  • MASLACH, Christina. Observação pessoal no Experimento de Stanford. In: The Lucifer Effect, 1971.
  • ACTON, John Dalberg. Carta a Mandell Creighton, 1887.
  • A PSIQUE. Como pessoas boas se transformam em monstros. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oBIiVY34MZI. Acesso em: 24 dez. 2024.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

REVELANDO O VERDADEIRO ESPÍRITO DE NATAL NA EDUCAÇÃO!


Queridos profissionais da educação,

Em meio ao brilho das luzes e aos preparativos para as festividades, convido vocês a uma pausa, a uma imersão no verdadeiro espírito natalino. Inspirado pelas palavras tocantes de Bráulio Bessa, poeta que tão bem traduz a alma brasileira, desejo tecer reflexões sobre o significado do Natal em nossas vidas, especialmente em nossas jornadas como educadores.

"O mais belo poema sobre o Natal" nos lembra que viemos a este mundo sem nada e dele nada levaremos, a não ser as marcas que deixamos em nossos caminhos. Como educadores, temos a nobre missão de semear valores e conhecimentos, de despertar o melhor em cada aluno, de construir um futuro mais justo e humano.

O Natal, mais do que uma data comemorativa, é um convite à transformação. É tempo de abrir os corações, de estender as mãos, de fortalecer os laços que nos unem. É tempo de lembrar que o maior presente não se encontra em pacotes coloridos, mas na presença, na partilha, no afeto genuíno.

Na escola, espaço sagrado de aprendizagem e convivência, tecemos relações que transcendem o saber formal. Nos laços que se abrem e nos abraços que se encontram, construímos pontes para o desenvolvimento integral de cada indivíduo.

Que possamos, neste Natal, inspirar conexões ainda mais profundas: com o próximo, com a gente mesmo e com o mundo. Que a confiança, a empatia e a solidariedade – laços mágicos que carregamos em nossos corações – guiem nossas ações e transformem cada momento em uma lembrança inesquecível.

Olhemos ao redor com um olhar mais generoso e acolhedor. Nossas atitudes, por menores que pareçam, têm o poder de impactar vidas e contribuir para um mundo melhor. Afinal, como nos diz Bráulio Bessa, "quando se ajuda alguém, o ajudado é você".

Que o espírito natalino ressoe em nossos corações não apenas nesta época do ano, mas durante toda a nossa jornada. Que possamos ser luz, esperança e inspiração para todos que cruzam nossos caminhos.

Feliz Natal, queridos educadores! Que este seja um tempo de paz, amor e renovação!

Com carinho,

Deodato Gomes Costa