Fazendo uma intertextualidade entre a letra da canção Time, do Pink Floyd, que nosso amigo Madinho cantava, explicava a letra prá gente e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, refletimos sobre o tempo: esse “senhor dos destinos” que escapa ao nosso controle. Escute a canção, leia o poema e reflita: valorizar o presente e o essencial é o maior aprendizado. Vamos à canção e logo a seguir ao poema:
Time-Pink Floyd
Ticking away the moments that make up a dull day
Fritter and waste the hours in an offhand way
Kicking around on a piece of ground in your hometown
Waiting for someone or something to show you the way
Tired of lying in the sunshine
Staying home to watch the rain
And you are young and life is long
And there is time to kill today
And then one day you find
Ten years have got behind you
No one told you when to run
You missed the starting gun
And you run and you run to catch up with the Sun
But it's sinking
Racing around to come up behind you again
The Sun is the same, in a relative way
But you're older
Shorter of breath
And one day closer to death
Every year is getting shorter
Never seem to find the time
Plans that either come to naught
Or half a page of scribbled lines (oh, oh)
Hanging on in quiet desperation
Is the English way
The time is gone, the song is over
Thought I'd something more to say
Home, home again
I like to be here when I can
And when I come home, cold and tired
It's good to warm my bones beside the fire
Far away, across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells
_____________________________________________________________________
Vamos a reflexão...
A canção Time, do Pink Floyd, e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, oferecem reflexões profundas sobre o tempo e a maneira como o vivemos. Ambos exploram a passagem inexorável do tempo, a fragilidade da vida e o arrependimento pelas oportunidades perdidas. Quintana compara a vida a "uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa", enquanto a canção lamenta: "E então um dia você percebe / Dez anos ficaram para trás / Ninguém te disse quando correr / Você perdeu o tiro de largada." Ambos revelam a mesma constatação dolorosa: a vida é breve, e, frequentemente, somos pegos de surpresa pelo seu curso.
A letra de Time destaca nossa alienação frente ao tempo: “Você corre e corre para alcançar o sol, mas ele está se pondo / Correndo em círculos para nascer de novo atrás de você." Esse trecho ecoa na angústia de Quintana ao dizer que, ao fim, percebemos que "é tarde demais para ser reprovado."
Quintana, em sua sabedoria, nos ensina que, se tivéssemos outra oportunidade, deixaríamos de lado "a casca dourada e inútil das horas." Já o Pink Floyd reforça a urgência de perceber que cada momento é único e irrecuperável, pois "o tempo se foi, a canção acabou, pensei que tinha algo mais a dizer."
Ambos, canção e poema, nos convocam a refletir sobre como estamos vivendo. Estamos apenas “esperando por alguém ou algo para mostrar o caminho” ou assumindo o controle da nossa jornada? O tempo, senhor absoluto, não espera.