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terça-feira, 5 de dezembro de 2023
Análise do poema "Sou um evadido" de Fernando Pessoa!
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Mário Quintana
domingo, 16 de julho de 2023
Uma pequena análise do poema Impressionista, da Adélia Prado. #PoesiaNaMesaDeJantar
Sempre que leio algum poema da Adélia Prado, tenho um livro com 150 deles em minha mesa de jantar, sendo 133 deles escolhidos por ela mesma, fico buscando compreendê-los, sem deixar me distrair pela simplicidade dos seus elementos. Certo dia minha irmã Lucélia, sentou-se a mesa e leu um deles e disse, "taí, não consigo entender nada desses poemas, queria tanto". Reli junto com ela, apontei alguns elementos do poema e ela disse, "pôxa que legal, é isso mesmo, que interessante". Todo mundo consegue entender os poemas da Adélia, pois ela escreve muito referenciada no mais cotidiano da vida, que a gente acaba se identificando.
Dessa vez deparei-me com o seu pequeno poema chamado "Impressionista". Uma palavra que pode te afastar do poema por parecer de difícil compreensão, mas esta palavra está ligada mais aos movimentos poéticos e artísticos que busca retratar as emoções e origens do mundo e das coisas de forma mais subjetiva.
Voltemos portanto ao poema, ela faz nesse poema uma breve e sugestiva reflexão sobre uma experiência pessoal do eu lírico, que envolve a pintura da sua casa pelo pai. Sabendo que sua poesia é conhecida por sua simplicidade e sua capacidade de encontrar beleza e significado nas coisas mais comuns da vida, o que eu me proponho aqui é uma simples análise desse poemas.
A primeira estrofe apresenta o evento central do poema: o pai do eulírico pintou toda a casa de uma cor específica, o "alaranjado brilhante". Essa escolha de cor intensa e vibrante sugere uma atmosfera de energia e vivacidade, possivelmente refletindo a personalidade ou o estado de espírito do pai. O uso do adjetivo "brilhante" enfatiza ainda mais o aspecto luminoso e impactante da cor escolhida.
Na segunda estrofe, uma frase "Por muito tempo moramos numa casa" indica que o eu lírico e sua família permaneceram naquela casa pintada de alaranjado brilhante por um período significativo. Essa descrição da duração prolongada sugere que a experiência teve um impacto duradouro no eu lírico, que guardou essa memória ao longo do tempo.
A última linha do poema, "como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo", é particularmente interessante. Aqui, a fala do pai é citada, e ele descreve a casa como "constantemente amanhecendo". Essa afirmação pode ser interpretada de várias maneiras. Pode-se sugerir que o pai via a casa como um local de renovação constante, onde cada novo dia traz novas possibilidades e oportunidades. Também pode ser uma metáfora para a natureza efêmera da vida e das experiências, enfatizando a transitoriedade das coisas.
Acrescente por destacar esse aspecto do poema de Adélia Prado. A menção ao "amanhecendo" no último verso do poema sugere uma perspectiva otimista e esperançosa em relação ao passado da família retratada. Ao descrever a casa como "constantemente amanhecendo", o pai do eu lírico pode estar transmitindo a ideia de que, apesar dos desafios e momentos difíceis enfrentados, cada novo dia trazia consigo a oportunidade de um recomeço, de renovar as esperanças e encontrar a beleza nas coisas simples da vida. Essa interpretação sugere uma resiliência familiar e a capacidade de encontrar significado e superação mesmo em meio a adversidades. Além disso, o uso da palavra "amanhecendo" evoca uma sensação de crescimento contínuo e evolução, transmitindo a ideia de um futuro promissor que se enriqueceu a partir das experiências vividas.
No geral, o poema "Impressionista" apresenta uma cena familiar, mas traz uma profundidade poética que vai além da simples descrição de um evento. Adélia Prado consegue capturar a essência dessa memória e transmiti-la ao leitor, fazendo com que reflitamos sobre a passagem do tempo, a efemeridade das experiências e a beleza que pode ser encontrada nas coisas simples da vida.
Qual poema da Adélia Prado você mais se identifica e por quê?
Compartilhe sua experiência poética nos comentários!
Este é o livro de poemas que tenho da Adélia Prado sobre a minha mesa de refeições, sempre faço a leitura de alum poema.
sábado, 18 de fevereiro de 2023
E tudo parecia perdido...
Tudo parecia perdido mesmo com toda torcida.
Um mar de dor sem fim indicava uma partida perdida. Portas e janelas fechadas completamente desunidas. E no coração ferido, a solidão parecia já um desfecho estabelecido.
Mas um diálogo surgiu, um acalento para as consciências se abriu. A esperança que estava perdida se viu, e um bálsamo que acalma se permitiu.
A compaixão revelada, se tornou luz em uma estrada já entrincheirada. O compromisso carimbado, foi a certeza de que não se estava derrotado.
E a gratidão sentida, se tornou uma luz refletida. Instaurando inesperadamente o alívio, o reencontro e o convívio.
Assim, renasce do diálogo que traz paz e vida, as cores do encontro, de uma grande saída. E tudo o que parecia perdido, se desfaz com o compreendido.
Por Deodato Gomes
domingo, 20 de março de 2022
Na semente há uma árvore escondida
POR: CLÁUDIO MÁRCIO REBOUÇAS DA SILVA-Reverendo da Igreja Presbiteriana Unida em Muritiba (cidade serrana do Recôncavo baiano).
Sobre corpos e almas de guerra - triste realidade, lindo poema.
Foto: Corpo de soldado coberto de neve ao lado de veículo lançador de foguetes russos nos arredores de Kharkiv, na Ucrânia (25/02) — Foto de Vadim Ghirda/AP.
CRÔNICAS POÉTICAS DE KIEV (II) OU SOBRE CORPOS E ALMAS DE GUERRA - Marcio L’o (Cebi BA)
– Para onde vão os corpos de guerra?
– Será que vão ficar expostos na rua cobertos de neve
jogados no campo, devorados por animais
sem tempo para obrigações fúnebres?
– E para onde vão as almas de guerra?
– Vão para o céu, purgatório…?
Inferno, talvez não… pois já experimentaram o inferno aqui na terra
Mas os corpos de guerra não são só corpos
são histórias assassinadas
avós, avôs, país, mães, filhos, sobrinhos, irmãos, netos… pessoas, gente, povo
Um corpo ferido ou morto no chão em uma rua de Kiev ou Kharkiv
um corpo ucraniano ou russo
é o meu corpo, o seu corpo no chão
As almas da guerra, não sei onde estão
não sei para onde vão…
De certo, estão aqui do meu lado comigo agora
me atormentando, gritando, perguntando:
– O que você está fazendo para que essa guerra acabe?
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
SALMO DA PAZ SONHADA
SALMO DA PAZ SONHADA
A esta hora exatamente,
Em que acordos de paz são incapazes de paz
Existe, em algum canto de um casebre distante,
Uma pintura pobre, mas rica, que diz: Lar Feliz!
A esta hora exatamente,
Em que os imperadores insensíveis
Dizem que a guerra é santa,
Existe, em algum lugar do planeta,
um profeta que protesta na praça com o povo.
A esta hora exatamente,
Quando paira no ar um presságio de pavor,
Existe em capela qualquer,
quem se apressa na prece e pede:
Venha o Teu Reino, Senhor!
A esta hora exatamente,
Quando as estrelas atômicas profanam o céu do Senhor
Existe em alguma várzea poluída
Um menino que empina uma pipa,
como a pomba da paz.
A esta hora exatamente,
Em que sobe da terra o sangue das mulheres silenciadas,
Existe em algum quintal,
uma senhora de idade
que planta em seu novo jardim
Uma, duas, três rosas com amor.
A esta hora exatamente,
Em que o berro estridente exalta o holocausto
Existe em algum barraco
uma criança nascendo,
Trazendo e fazendo o futuro...
Senhor, que os teus pequenos sinais de vida
enfraqueçam as grandes pretensões da morte
E que possamos cantar sob mil bandeiras brancas
A paz que traz o bem que um dia vem...
sábado, 9 de maio de 2020
MUNDO PÓS-PANDEMIA(DUBLADO) - A Grande Realização por Tom Foolery | The Great Realisation by...Poeta britânico vislumbra final feliz para Humanidade depois que a cura for descoberta: 'Às vezes precisamos ficar doentes para melhorar'
Vídeo com poema que descreve mundo pós-pandemia; assista
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Histórias e poemas pelo telefone ajudam milhares a driblar a solidão
Histórias e poemas pelo telefone ajudam milhares a driblar a solidão
Projeto da Secretaria estadual de Cultura atraiu 1.062 voluntários e cerca de 2.600 pessoas já se inscreveram para receber ligações
- O Globo
- DAVID BARBOSA david.souza@edglobo.com.br Colaborou Natalia Boere
domingo, 29 de dezembro de 2019
Três poemas de Ingeborg Bachmann
O tempo adiado
Vêm aí dias piores.O tempo adiado até nova ordem
surge no horizonte.
Em breve deves amarrar os sapatos
e espantar os cães para os charcos.
Pois as vísceras dos peixes
esfriaram no vento.
A luz da anileira arde pobremente.
Teu olhar pressente a penumbra:
o tempo adiado até nova ordem
desponta no horizonte.
Do outro lado afunda tua amada na areia,
ele sobe-lhe pelo cabelo esvoaçante,
ele corta-lhe a palavra,
ele ordena-lhe silêncio,
ele encontra-a mortal
e pronta para a despedida
depois de cada abraço.
Não olha para trás.
Amarra teus sapatos.
Espanta os cães.
Joga os peixes ao mar.
Anula a anileira!
Vêm aí dias piores.
Todos os dias
A guerra não é mais declarada,mas mantida. O inaudito
tornou-se ordinário. O herói
fica longe das lutas. O fraco
é deslocado para as zonas de combate.
O uniforme do dia é a paciência,
a condecoração, a pobre estrela
da esperança sobre o coração.
Ela é entregue,
quando nada mais acontece,
quando o fogo cerrado emudece,
quando o inimigo se tornou invisível
e a sombra do eterno armamento
cobre o céu.
Ela é entregue
pela fuga diante das bandeiras
pela valentia diante do amigo,
pela traição de segredos indignos
e a não obediência
de toda ordem.
Enigma
Para Hans Werner Henzeda época dos Ariosi
Nada mais vai chegar.
A primavera não virá mais.
Assim nos antecipam calendários milenares.
Mas também o verão —e tudo o que tem nomes tão bons
quanto “veraneio”—
nada mais vai chegar.
E não hás de chorar por isso,
diz a música.
Nada
mais
foi
dito.
Fonte: Ilustríssima - Folha de São Paulo 29-12-2019