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terça-feira, 2 de setembro de 2025

AS FILAS DA VIDA E O DIRETOR DE ESCOLA!

Reflexão para Gestores da Escola Pública!

A imagem das “filas da vida” traduz de forma simples, mas poderosa, os diferentes comportamentos que encontramos em nossas equipes escolares. Como gestores da escola pública, estamos constantemente sujeitos a essas cinco posturas: críticas, fofocas, envolvimento, encorajamento e ajuda.

É fundamental compreender que a crítica, quando bem-intencionada, deve ser ouvida com atenção. Críticas procedentes precisam ser acolhidas e transformadas em oportunidade de melhoria, fortalecendo a gestão e criando um ambiente de confiança. Já a fofoca é o ruído que desagrega e desvia o foco. Cabe ao gestor, com firmeza e exemplo, mostrar que a energia deve ser canalizada para ações construtivas.

Por outro lado, precisamos incentivar e valorizar os que se dispõem a se envolver, a encorajar e, sobretudo, a ajudar. É nesse grupo que nasce o verdadeiro espírito coletivo da escola, pois cada colaborador que assume o projeto de gestão como seu se torna corresponsável pelos resultados.

O desafio do gestor, portanto, é equilibrar escuta e liderança, transformando críticas em aprendizado, desarmando fofocas com transparência e multiplicando o poder de quem apoia e constrói. Uma gestão democrática e participativa só se consolida quando todos entendem que a escola é um projeto comum, maior que cada indivíduo.

sábado, 23 de agosto de 2025

O Peso suave de brilhar!

“Se ninguém te odeia, você está no caminho errado, porque o sucesso chateia, o talento incomoda e a energia boa causa inveja.” – disse Cortella.

A frase pode soar dura, mas guarda em si uma verdade silenciosa: o brilho incomoda. Quem trilha caminhos de transformação precisa entender que a aprovação unânime é uma ilusão. O sucesso desperta comparações, o talento revela fragilidades alheias e a alegria genuína muitas vezes escancara frustrações escondidas.

Na educação, essa realidade é ainda mais visível. O professor que decide inovar, o gestor que ousa mudar, o estudante que se dedica além do esperado… todos, em algum momento, despertam resistências. Há sempre quem critique, quem minimize, quem olhe com desconfiança. Mas isso não é sinal de erro: é prova de que algo está sendo movido.

O incômodo é sintoma de vida. É sinal de que a rotina foi quebrada, de que a inércia perdeu espaço, de que novas possibilidades surgiram. O silêncio absoluto, sim, é perigoso, pois revela indiferença.

Cortella nos lembra que não é possível crescer sem provocar. E talvez a lição maior seja esta: educar é aceitar incomodar, não por vaidade, mas por acreditar que só quem faz diferença no mundo desperta emoções verdadeiras.

O que mais te desafia: as críticas que recebe ou o silêncio da indiferença?

sábado, 5 de julho de 2025

A força da palavra: uma reflexão para gestores escolares!

A força da palavra: uma reflexão para gestores escolares

Na escola, cada palavra dita constrói ou desconstrói relações. Gestores, mais do que administradores, são também comunicadores e educadores da convivência. A forma como nos expressamos impacta diretamente a cultura que cultivamos entre professores, alunos, famílias e funcionários.

Por isso, é preciso repensar o vocabulário cotidiano. Expressões como “eu acho”, “me falaram” ou “não sei” podem enfraquecer a autoridade positiva que precisamos exercer. Em seu lugar, palavras como “eu acredito”, “eu observei” ou “vou verificar” comunicam mais responsabilidade, empatia e profissionalismo.

Dizer “essa tarefa é muito difícil” pode criar barreiras mentais; já “essa tarefa é um desafio para mim” abre espaço para o crescimento e a superação. Quando trocamos “ninguém me falou” por “essa informação é nova para mim”, evitamos o jogo de culpas e assumimos uma postura colaborativa e madura.

Comunicar com firmeza, clareza e acolhimento não é apenas uma habilidade técnica: é uma escolha pedagógica. É ensinar com o exemplo que somos capazes de construir ambientes mais respeitosos, proativos e humanos.

Gestão escolar também se faz com palavras. E que nossas palavras sejam sempre sementes de compromisso, escuta e transformação.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

PARA NÃO EMBURRECER!

O educador Celso Vasconcellos nos provoca a não sermos passivos diante das facilidades que a tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial, nos oferece. Ele propõe um caminho pedagógico essencial: antes de consultar a IA, pensar por conta própria, elaborar, refletir, exercitar o raciocínio crítico. Isso não só mantém nossa capacidade cognitiva ativa como também fortalece o pensamento autoral e a autonomia intelectual.

Essa orientação tem grande valor para professores, estudantes e gestores. No contexto educacional, por exemplo, recorrer à IA sem um processo prévio de análise e elaboração própria pode nos levar à superficialidade e à dependência acrítica. Já quando usamos a IA como parceira de reflexão, como instrumento de validação, complementação ou ampliação, ela se torna uma ferramenta poderosa de aprendizagem e inovação.

Portanto, o que está em jogo aqui não é apenas "usar ou não usar a IA", mas como usá-la de forma ética, crítica e inteligente. O uso consciente da tecnologia exige formação, princípios e intenção pedagógica.

Essa citação poderia muito bem estar fixada em salas de professores e espaços de formação: ela resgata o valor do pensamento próprio, que nenhuma máquina deve substituir — mas pode, sim, ajudar a refinar.

“Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos”

A frase “Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos” nos convida a uma profunda reflexão sobre o papel da gestão escolar na realização dos sonhos coletivos que habitam o chão da escola pública. Em um contexto de desafios cotidianos — desde a desmotivação de alguns profissionais até a complexidade das relações humanas — é justamente o sonho que nos move, que nos une e que dá sentido à missão de educar.

Para um gestor público, sonhar não é se afastar da realidade, mas é transformá-la. Cada plano de ação, cada reunião pedagógica, cada escuta atenta a um aluno, a um professor ou a uma família, é parte de um projeto maior que visa tornar a escola um espaço de esperança e de oportunidades. Os sonhos dos nossos estudantes — ser médico, agricultor, professora ou artista — se constroem dentro de nossas salas de aula, a partir do acolhimento, do respeito e da confiança em seu potencial.

Assim, os sonhos da comunidade escolar precisam ser apropriados como compromissos de todos. Quando um gestor acredita no poder da educação como ferramenta de emancipação social, ele planta sementes de futuro. Não há nada mais nosso, como comunidade educativa, do que esses sonhos que nascem em meio a tantas adversidades.

Sonhar é um ato político e pedagógico. E na escola pública, onde a desigualdade muitas vezes tenta sufocar a esperança, o gestor é aquele que mantém viva a chama do possível.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O Brasil no fim do ranking: o que revela o respeito (ou a falta dele) ao professor


O Brasil no fim do ranking: o que revela o respeito (ou a falta dele) ao professor

O gráfico publicado pelo Estadão (2018) revela um dado alarmante: o Brasil ocupa a última posição em um ranking que avalia respeito, atratividade, remuneração e carga horária dos professores, com índice 2 em uma escala de 0 a 100. Este retrato gráfico não é apenas simbólico — ele é reflexo de uma realidade histórica de desvalorização docente que se materializa em baixos salários, sobrecarga de trabalho e escasso reconhecimento social.

Segundo dados analisados em dissertação de mestrado da Universidade Federal de Uberlândia (2022), países que valorizam seus professores apresentam melhores resultados no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), como é o caso da China, Malásia e Coreia, no topo do gráfico. Em contraste, o Brasil, além de registrar o menor índice de valorização, é também um dos países com piores desempenhos educacionais na avaliação da OCDE.

Outro fator relevante é a sobrecarga invisibilizada do professor brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos apenas 1,7% dos docentes trabalham em mais de uma escola, no Brasil esse número chega a 20%, e salta para 45% no Ensino Fundamental II. Além disso, somente 27% dos docentes atuam em tempo integral, revelando uma rotina de múltiplos vínculos e turnos noturnos, o que prejudica a qualidade do trabalho pedagógico.

Portanto, discutir a valorização docente é enfrentar o cerne das desigualdades educacionais. O Brasil precisa não apenas reconhecer o papel do professor, mas garantir condições materiais e simbólicas para que ele possa atuar com dignidade, exclusividade e eficácia em uma única instituição. Sem isso, continuaremos a figurar nos últimos lugares de rankings que medem, com razão, o respeito à docência.


📌 Referências:

ESTADÃO. Gráfico – Respeito, atratividade, remuneração e carga horária dos professores. 2018.
FERREIRA, D. C. S. Municipalização do ensino fundamental em Minas Gerais: análise crítica do Projeto Mãos Dadas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/43196/1/Municipaliza%C3%A7%C3%A3oEnsinoFundamental.pdf. Acesso em: 19 jun. 2025.



Os saberes docentes e a complexidade do ato de educar!

Os saberes docentes e a complexidade do ato de educar

A docência, frequentemente reduzida ao simples ato de transmitir conteúdos, revela-se, à luz da pedagogia crítica, como uma prática profundamente complexa, carregada de múltiplas dimensões do saber. Dermeval Saviani, ao categorizar os saberes docentes, convida à superação de uma visão tecnicista da educação e à valorização de uma atuação pedagógica que articule teoria, prática e contexto social.

O saber atitudinal ultrapassa as competências técnicas e se ancora em valores éticos e comportamentais como disciplina, equidade e escuta sensível. Já o saber crítico-contextual reforça a necessidade de compreender as condições históricas e sociais em que se insere o processo educativo, elemento indispensável à construção de práticas pedagógicas significativas. Os saberes específicos, por sua vez, se relacionam ao domínio das disciplinas, mas exigem integração e criticidade diante da fragmentação do conhecimento.

O saber pedagógico refere-se ao conhecimento sistematizado pelas ciências da educação, sustentando as escolhas e intervenções do trabalho docente. Complementa-se com o saber didático-curricular, que trata da operacionalização do ato de ensinar: os métodos, as estratégias e as formas de organização do cotidiano escolar.

Essas categorias não atuam isoladamente. Ao contrário, se inter-relacionam e se fortalecem mutuamente, formando a base para uma prática docente reflexiva e transformadora. Em um cenário educacional marcado por reformas, desafios estruturais e disputas ideológicas, compreender a docência a partir da complexidade desses saberes é um caminho para reafirmar a centralidade do trabalho educativo na formação humana e social.

Reconhecer, portanto, que o ensinar envolve mais do que técnicas e conteúdos é afirmar que a educação exige inteireza: ética, conhecimento, sensibilidade e compromisso com a transformação da realidade.


domingo, 15 de junho de 2025

📚 Quem é o professor ideal? Uma reflexão sobre o cotidiano real das escolas!

📚 Quem é o professor ideal? Uma reflexão sobre o cotidiano real das escolas

Por Deodato Gomes Costa – Secretário Municipal de Educação

Visitando escolas, sempre encontro exemplos que me emocionam: trabalhos coletivos notáveis de professores e também atuações individuais que brilham pela sensibilidade, coragem e compromisso. No entanto, quando destaco esses profissionais em minhas falas ou textos, surgem algumas perguntas: será que é justo falar de professores "exemplares" em um cenário tão desigual? Existe mesmo um(a) professor(a) ideal?

O físico e educador Luis Carlos de Menezes nos ajuda a refletir sobre isso. Em um de seus textos mais inspiradores, ele reconhece que não se trata de idealizar super-heróis da educação, mas de valorizar os profissionais que, com lucidez, enfrentam os desafios concretos das escolas públicas brasileiras – das condições sociais dos alunos à falta de acompanhamento da família, do absenteísmo de colegas à escassez de tecnologia – e ainda assim seguem ensinando com paixão.

Segundo Menezes, idealizações são como propagandas de carro de luxo: vendem imagens inatingíveis, que pouco dialogam com a realidade. Na educação, não precisamos de ilusões, mas sim de reconhecimento. E é nesse espírito que ele aponta características reais, humanas e possíveis de encontrar entre nós:

  • Lucidez para não esperar alunos ideais, mas acolher os reais;

  • Respeito próprio para não aceitar condições indignas de trabalho;

  • Comprometimento com o projeto pedagógico coletivo da escola;

  • Consciência do próprio valor, buscando formação contínua;

  • Solidariedade com colegas e estudantes em momentos difíceis;

  • Coragem para intervir, mediar conflitos e tomar decisões justas.

Esses professores existem – e talvez estejam na sua escola. São jovens ou mais velhos, extrovertidos ou discretos, com estilos diferentes, mas com um mesmo norte: a educação como missão de transformação.

Eles não ganham estátuas, mas mudam vidas. E, quem sabe, você já cruzou com um deles hoje… ou está usando os mesmos sapatos.

“Na Rede Municipal de Educação de Carlos Chagas, temos orgulho de contar com educadores que, mesmo diante de desafios diários, exercem sua missão com amor, coragem e compromisso com o bem comum.”

sábado, 10 de maio de 2025

Caprichem na missão que transforma vidas

Caprichem na missão que transforma vidas

“Só se vive uma vez, então capricha.” Essa frase, simples e inspiradora, carrega uma verdade que ressoa com a essência da educação pública: a vida é única, e nosso tempo na escola, como gestores, é uma oportunidade preciosa de fazer a diferença.

Ser diretor de uma escola pública é mais do que administrar paredes e horários. É liderar pessoas, cuidar de sonhos e plantar esperança em solo muitas vezes desafiador. Caprichar, nesse contexto, é exercer a gestão democrática com coragem, escuta ativa e compromisso com o coletivo.

Caprichar é promover a inclusão, valorizar os profissionais da educação, garantir espaços acolhedores e lutar por equidade. É estar presente nas decisões pedagógicas, é olhar com atenção para cada estudante e acreditar que, apesar das adversidades, a escola pode ser o lugar da transformação real.

Neste ciclo único que é nossa passagem pela gestão, deixemos marcas de excelência, humanidade e propósito. Afinal, se só se vive uma vez, que seja para educar com paixão, liderar com empatia e transformar com sabedoria.