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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA!

15 de Novembro - Dia da Proclamação da República 

E aí, pessoal! Sabia que conhecer a nossa história é super importante? As datas comemorativas são uma ótima oportunidade pra gente entender como o Brasil se tornou o que é hoje. 🤓

No dia 15 de novembro, comemoramos a Proclamação da República! Mas como será que isso aconteceu? 🤔

Em 1889, o Brasil era governado por um rei, Dom Pedro II. Mas muita gente tava insatisfeita com a monarquia, principalmente os militares. Eles queriam mais poder e melhores condições de trabalho. 

Além disso, outras pessoas também queriam mudanças, como:

Elite: queria mais participação na política. 👔

Sociedade: queria o fim da escravidão. ✊🏾

Igreja: queria menos influência do governo na religião. 🙏

Juntou todo mundo e... 💥 PÁ! Deu golpe! 💥

Militares e civis se uniram e "deram um pé na bunda" do Dom Pedro II, proclamando a República. 😮

A partir daí, o Brasil virou um país com presidente, eleições e mais participação do povo. 🗳️🙌

Mas calma, não foi fácil! Teve muita briga e confusão nos primeiros anos da República. 😅

FONTE: Brasil Escola

Agora te desafio, responda na caixa de comentários:
1. Qual era o principal motivo para os militares estarem insatisfeitos com a monarquia em 1889?
A) Eles queriam o fim da escravidão.
B) Eles queriam menos influência do governo na religião.
C) Eles desejavam mais poder e melhores condições de trabalho.
D) Eles desejavam uma monarquia mais forte.

2. Quais grupos foram mencionados como insatisfeitos com a monarquia e que participaram na Proclamação da República?
A) Elite, sociedade e igreja.
B) Apenas os militares e a sociedade.
C) Apenas a elite e os militares.
D) Sociedade e militares.

3. O que aconteceu no Brasil após a Proclamação da República?
A) O Brasil continuou sendo governado por um rei.
B) O Brasil passou a ter presidentes e eleições.
C) O Brasil aboliu a escravidão imediatamente.
D) O governo teve menos participação popular.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA!

                        Tela de Benedito Calixto representa o ato de Proclamação da República.

Proclamação da República

A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889 e foi motivada pela insatisfação de diferentes grupos da sociedade, sobretudo os militares, com a monarquia.

A crise da monarquia fez com que civis e militares organizassem um golpe para derrubar a monarquia, em 15 de novembro de 1889.


A Proclamação da República foi o evento histórico que instaurou uma república no Brasil em 15 de novembro de 1889. Foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia.

Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia). Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia.

Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real do Brasil.

A Proclamação da República foi o evento responsável por transformar o Brasil em uma república em 15 de novembro de 1889.

A crise da monarquia teve relação com a insatisfação do Exército e com o surgimento de novas demandas políticas na sociedade.

Os militares adotaram o positivismo como ideologia política, passando a defender a implantação de uma república autoritária no Brasil.

A Proclamação da República, na verdade, foi um golpe realizado por militares e uma parcela da sociedade civil.

Quem proclamou a república foi José do Patrocínio, e o primeiro presidente do Brasil após a proclamação foi o marechal Deodoro da Fonseca.

Antecedentes históricos da Proclamação da República

A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um longo processo de crise da monarquia no Brasil. O regime monárquico começou a entrar em decadência logo após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o que resultou da incapacidade da monarquia em atender aos interesses e demandas da sociedade brasileira.

Uma série de novos atores e novas ideias políticas surgiu e ganhou força por meio do movimento republicano, estruturado oficialmente a partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto Republicano. Ao redor das ideias republicanas, formou-se um grupo consistente que organizou um golpe contra a monarquia em 1889.

Disputas políticas e a consolidação do Exército como uma instituição profissional foram dois fatores de peso na crise. A exigência pela modernização do país fez com que muitos civis e militares enxergassem na república a solução para o país, uma vez que a monarquia começou a ser considerada incapaz para as demandas existentes.


Principais causas da Proclamação da República:

1-Militares

A insatisfação dos militares estava diretamente relacionada com a profissionalização da corporação. Depois disso, eles começaram a exigir melhorias em sua carreira como reconhecimento aos serviços prestados no Paraguai. As principais exigências eram melhorias salariais e no sistema de promoção.

Outra forte insatisfação teve relação com o envolvimento do Exército Brasileiro com a política. Os militares entendiam-se como tutores do Estado brasileiro e, por isso, queriam ter o direito de manifestar suas opiniões políticas publicamente. Um caso simbólico aconteceu em 1884, quando o oficial Sena Madureira foi punido por mostrar apoio aos abolicionistas do Ceará.

A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor da ideologia positivista.

Com base no positivismo, os militares passaram a reivindicar que a modernização do Brasil se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era necessário escolher um governante que conduzisse o país no caminho da modernização e, se necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares.

2-Política e sociedade

A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores e liberais. Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste para o Sudeste.

A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites paulistas se incomodavam com o fato de sua representação na política ser pequena. Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande representatividade política.

Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por exemplo, por que a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP).

Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em 1881.

Essa lei determinou novos critérios para quem teria direito ao voto, e, após sua aprovação, o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas.|1| Isso correspondia a apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a exclusão existente foi ampliada.

Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado laico.|2| Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no país.

Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na monarquia e exigia um modelo federalista (que desse autonomia às províncias) no Brasil. EssE manifesto também atribuiu à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do império.

Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição. O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas defendia a república.

De forma geral, a socióloga Ângela Alonso resume que a monarquia brasileira se estruturou no seguinte tripé: participação política restrita; escravismo (e exclusão do elemento africano); e catolicismo como defensor das hierarquias sociais.|2|

As décadas de 1870 e 1880 vieram justamente questionar esse tripé, pois havia demandas por maior participação social, o abolicionismo exigia a inserção do negro na sociedade, e o laicismo procurou estabelecer uma sociedade laica.

Como ocorreu a Proclamação da República?

Havia então insatisfações com a monarquia em diferentes camadas da nossa sociedade. Elites emergentes, militares, políticos, classes populares e escravizados eram grupos com críticas à monarquia. Todas essas insatisfações, em algum momento na década de 1880, tornaram-se uma conspiração.

Aglomeração de tropas no Campo do Santana, uma das ações do golpe que proclamou a república no Brasil.

Uma das primeiras ações do golpe de 15 de novembro foi a aglomeração de tropas, sob liderança de Deodoro da Fonseca, no Campo do Santana.[1]

Ao longo dessa década, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do imperador, em julho de 1889, motivou o império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.

Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.

Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público, com o objetivo de arregimentar apoiadores.

O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana. Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.

Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II, e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim nos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que ocorresse uma solenidade de Proclamação da República.

Quem proclamou a república?

A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária propagada durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.

Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da princesa Isabel, mas o intento fracassou. D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.

Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi expulsa no dia 16 de novembro, e, no dia seguinte, seus membros embarcaram com seus bens para a cidade de Lisboa, em Portugal.

Consequências da Proclamação da República?

A Proclamação da República mudou radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os símbolos nacionais, e novos heróis, como Tiradentes, foram estabelecidos. Além da mudança da forma de governo, o Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, pois foi implantado o federalismo. Mudanças aconteceram no sistema eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e foi estabelecido o sufrágio universal masculino para homens com mais de 21 anos.

Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente após a Proclamação da República.

Com a Proclamação da República, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu como primeiro presidente do Brasil.

O Brasil se tornou um Estado laico, e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889. A década de 1890 ficou marcada como um período de disputa entre republicanos e monarquistas e deodoristas e florianistas.

Controvérsias sobre a Proclamação da República

Muitos historiadores apontam que a Proclamação da República foi um evento controverso, pois tratou-se de um golpe iniciado pelos militares e finalizado por indivíduos da sociedade civil e da elite política do Brasil contra a monarquia. Muitos historiadores ainda levantam como controvérsias desse acontecimento a dimensão da participação do marechal Deodoro da Fonseca e a participação popular no evento.

Primeiros anos do Brasil República

Os historiadores entendem que os primeiros 10 anos da república no Brasil foram um período de acomodação do sistema político brasileiro nos moldes republicanos. Isso porque havia muita disputa entre deodoristas e florianistas, grupos políticos hegemônicos que se apoiavam em Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto respectivamente.

Além disso, houve iniciativas monarquistas de recuperar o poder, e o Brasil passou por 10 anos de grande instabilidade política e econômica. Tanto o marechal Deodoro da Fonseca como Floriano Peixoto governaram o Brasil de maneira autoritária.

Houve uma série de revoltas e conflitos nesse período, como as Revoltas da Armada, a Revolução Federalista e a Guerra de Canudos. Além disso, uma enorme crise econômica atingiu o Brasil, no que ficou conhecido como Encilhamento.


Exercícios resolvidos sobre a Proclamação da República

Questão 01

A insatisfação dos militares com a monarquia teve relação com qual ideologia:

a) socialismo

b) libertarianismo

c) positivismo

d) anarquismo

e) niilismo

Resposta: Letra C


Questão 02

O primeiro presidente do Brasil, após a Proclamação da República, foi:

a) Floriano Peixoto

b) Prudente de Morais

c) Deodoro da Fonseca

d) Rui Barbosa

e) José do Patrocínio

Resposta: Letra C


Notas

|1|LESSA, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: Topbooks, 2015, p. 73.

|2|ALONSO, Ângela. Instauração da República no Brasil. In.: SCHWARCZ, Lília M. e STARLING, Heloísa M (orgs.). Dicionário da República: 51 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 165.

Fontes

BACHA, Edmar; CARVALHO, J. M. de; FALCÃO, Joaquim; TRINDADE, Marcelo; MALAN, Pedro e SCHWARTZMAN, Simon (orgs.). 130 anos: em busca da república. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019.

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2018

FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

LESSA, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: Topbooks, 2015.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SCHWARCZ, Lília M. e STARLING, Heloísa M (orgs.). Dicionário da República: 51 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Escrito por: Daniel Neves Silva

Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Proclamação da República em 15 de novembro de 1889

PERSONAGENS DA PROCLAMAÇÃO

 D. Pedro 2º foi derrubado por um ex-monarquista, o marechal Deodoro da Fonseca, em um golpe militar.

É fato que o Brasil se tornou oficialmente uma república em 15 de novembro de 1889. Mas não é fato que tenha sido um momento de grande nobreza, como patriotas empedernidos acreditam.

O novo regime se impôs graças a um golpe liderado por um ex-monarquista e ocorreu antes do momento previsto devido a uma boataria.

Por que os militares estavam insatisfeitos com o Império? O ponto-chave é a Guerra do Paraguai (1864-1870). Com a vitória do Brasil e aliados no conflito, as Forças Armadas ganharam prestígio e popularidade. Assim, passaram a reivindicar mais reconhecimento por parte dos monarcas. Como dom Pedro 2º não esboçou reação expressiva, a insatisfação da caserna só aumentou.

Qual a principal motivação para a derrubada da monarquia? Não existe um só fator. Além da insatisfação dos militares, havia a ascensão de uma elite urbana (empresários, profissionais liberais, entre outros), que não tinha representação política. O modo como a abolição da escravatura foi conduzida desagradou a todos os envolvidos, enfraquecendo a corte. Não se pode também esquecer o positivismo, movimento de grande influência na época. A corrente filosófica valorizava a racionalidade em detrimento da tradição. E a Monarquia, àquela altura, era sinônimo de tradição.

O que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889? O golpe estava programado para o dia 20, mas foi antecipado devido a uma boataria no dia 14. Neste dia, correu pelo Rio a falsa história de que Deodoro da Fonseca tinha sido preso. Diante disso, os republicanos resolveram agir logo. No dia 15, Deodoro liderou uma agitação nos quartéis do Campo de Santana. As tropas ocuparam o Ministério da Guerra e derrubaram o gabinete do visconde de Ouro Preto. Políticos monarquistas foram presos, e a família real recebeu ordem para deixar o país.

Foi um golpe? Sim. O poder foi tomado por uma minoria republicana, formada por militares, advogados, cafeicultores, entre outros setores da elite. Não se pode afirmar que esse núcleo representasse a maioria da população. O povo estava alheio à Proclamação.

Como Deodoro se tornou o líder da Proclamação? Não foi uma escolha consensual. Ele era monarquista até meses antes da Proclamação. Só passou a fazer oposição ao Império no segundo semestre de 1889. Por outro lado, era um militar experiente e contava com o respeito dos colegas da caserna e dos civis. Se Deodoro não tinha o perfil mais adequado, os demais líderes menos ainda. Também militar, Floriano Peixoto era considerado "radical". Benjamin Constant, outro militar, era um homem dos livros, menos apto para insurreições. O fato de ser civil era um ponto negativo para Ruy Barbosa.


Deodoro fez um bom governo? Houve avanços, mas o saldo é negativo. Ele se comportava como um monarquista, incapaz de levar adiante negociações partidárias. Agia com truculência diante das críticas da imprensa. Seu autoritarismo atingiu o ápice no final de 1891, quando declarou estado de sítio e, em seguida, deu um golpe. Houve, no entanto, uma forte reação, conduzida por lideranças regionais e setores do Exército ligados ao vice, Floriano Peixoto. Diante da iminência de uma guerra civil, ele renunciou em 23 de novembro de 1891.

Folha de São Paulo-15-11-2023

terça-feira, 15 de novembro de 2022

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.

 


A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 e foi motivada pela insatisfação de diferentes grupos da sociedade, sobretudo militares, com a monarquia.

Militares e civis estavam insatisfeitos com a monarquia. Os militares, haviam lutado na Guerra do Paraguai e exigiam melhores salários e carreira. Queriam também o direito de se manifestarem politicamente.  Na verdade a monarquia estava em uma grande crise e muitos assuntos no debate da época: o abolicionismo, as tretas da Igreja Católica com o estado laico, o embate entre os conservadores e liberais, a sub-representação política das províncias do sudeste, acendia mais o espírito republicano e a crítica a monarquia enquanto forma de governo vigente.
Certo é que o golpe foi dado,  e no dia 16 de novembro a família real foi expulsa do Brasil. O Brasil tornou-se um estado laico e o presidencialismo passa a ser a nossa forma de governo, com Deodoro da Fonseca como nosso, primeiro presidente
 Em 1889 foi promulgada uma nova Constituição e nos anos seguintes foi disputa ferrenha entre os monarquistas e os republicanos. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O que revelam as cartas escritas para Clodoaldo? Ouça também a canção CARTA À REPÚBLICA, de Fernando Brant e Milton Nascimento, uma música tão atual que poderia ter sido escrita amanhã! Veja porque!


Marechal Manoel Deodoro da Fonseca- Fundador da República

Há 130 anos atrás, em 15 de novembro de 1889, um grupo de militares liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca destituia o Imperador D. Pedro II e proclamava a República do Brasil.
Precisamos valorizar este fato histórico dentro da sala de aula, e vencer o grande problema que temos de contar as nossos embaraços históricos, pois ele é importante para compreendermos o nosso país. Os historiadores levantam todo um questionamento se foi ou não um golpe. Instrumento que marca a nossa história em vários momentos.
O partido Republicano não tinha expressão política nenhuma dentro do  Império e dois partidos,  que era o Conservador e o Liberal se alternavam no poder. Como que o Brasil assim de repente pôde se tornar uma República?

As elites da época estavam insatisfeitas com D. Pedro II e tem fatos que contribuíram para esta insatisfação. O fim da escravidão é um deles, pois os proprietários de café não foram indenizados. Fato muito comentado pela história é a situação em que os libertos também não foram indenizados e criou um problema para a República que persiste até os dias de hoje. O fim da escravidão foi uma espécie de estopim. Temos também a questão religiosa, envolvendo D. Pedro II que  briga com a Igreja, Bispos, por causa da Maçonaria. D. Pedro começa a ficar sem os principais pilares de sustentação do seu Império. Para completar o quadro tem os militares que retornam da Guerra do Paraguai, chegam como vencedores no Brasil mas não tem o reconhecimento do seu feito. Os militares durante a Guerra do Paraguai, tiveram contato com países da América Latina que já eram República. O Brasil era o único pais que ainda se mantinha monarquia-império. Uma linha da nossa historiografia apresenta a Proclamação da República como um golpe. 



O Marechal Deodoro deixa  D. Pedro II completamente sem reação e  o povo, este ficou por fora dessa movimentação do poder da época.




Muita gente nem sabe porque é feriado dia 15 de novembro. É o dia da Proclamação da República. O Brasil deixa de ser Império e passa a ser uma república. A palavra republica vem do latim, ‘res publica’, e como diz o Professor Pasquale, res, não é cabeça de gado não,  significa ‘coisa pública’.
Os políticos gostam de falar em “uma atitude republicana” quando é uma ação que beneficiam a todos e que não mantém privilégio a poucos, a um grupo ou a uma pessoa. 


Uma canção escrita em 1997, por Milton Nascimento e Fernando Brant,  chamada de Carta a república parece que foi escrita amanhã de tão sintonizado que está a sua letra com o contexto atual do Brasil.
"Esta música é tão atual que poderia ter sido escrita amanhã" Disse o professor Pasquale. 

 Vamos ouvir a canção neste clipe:




O nosso país até  hoje determina privilégios para uns e punições para os demais, e a gente vê que está  na mentalidade fundada na arquitetura das casas grandes e das senzalas que tanto marcou nossa história. Os negros libertos de ontem, jogados na pobreza sem nenhuma proteção social são os nossos pobre de hoje. Pela obra de Jean-Baptiste Debret, que registrou o cotidiano deste período,  podemos ver nitidamente o contraste entre privilegiados e escravos. No Brasil do século 19 os escravos surrados na rua e todos os agrados à corte. Uma República de privilégios monárquicos.


O que é mais curioso e que está registrado pela historiografia o fato do proclamador da República Deodoro da Fonseca ter sido sempre contrário ao movimento republicano e defensor da Monarquia. 

Esta posição ficou registrada nas cartas trocadas com seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca em 1888-89 afirmando que apesar de todos os seus problemas a Monarquia continuava sendo o “único sustentáculo” do país, e a república sendo proclamada constituiria uma “verdadeira desgraça” por não estarem, os brasileiros, preparados para ela.
Leia um pequeno fragmento da Carta que ele enviou a Clodoaldo em 13 de setembro de 1889, Manoel Deodoro da Fonseca, o fundador da República. Podemos perceber que ele não era republicano e respondia asperamente a seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca: "República no Brasil é coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para serem verdadeiros republicanos. O único sustentáculo do Brasil é a monarquia; se mal com ela, pior sem ela."
                           Deodato Gomes Carta À República
Milton Nascimento

Sim é verdade, a vida é mais livre
O medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas
Com o povo daqui
E até dá pra pensar no futuro
E ver nossos filhos crescendo e sorrindo
Mas eu não posso esconder a amargura

Ao ver que o sonho anda pra trás
E a mentira voltou
Ou será mesmo que não nos deixara?
A esperança que a gente carrega
É um sorvete em pleno sol
O que fizeram da nossa fé?

Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
Eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,
Eu saí pra sonhar meu país
E foi tão bom, não estava sozinho
A praça era alegria sadia
O povo era senhor
E só uma voz, numa só canção

E foi por ter posto a mão no futuro
Que no presente preciso ser duro
E eu não posso me acomodar
Quero um país melhor

sábado, 15 de novembro de 2014

LIBERDADE LIBERDADE, Abre as asas sobre nós! Lembramos aqui a Proclamação da República!

Não posso deixar passar em branco aqui no Girassol, data tão importante da nossa história, como pessoa ligada que sou a esta área do conhecimento. É preciso saber o sentido de nossas datas históricas para crescermos mais em consciência e participação social. O regime monárquico existiu no Brasil de 1822, data da Independência do Brasil até 1889. Gosto demais de linhas do tempo. E durante a monárquia, tivemos dois imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II. A monarquia já não atendia às necessidades da sociedade brasileira que queria mais liberdade econômica, mais democracia e menos autoritarismo por parte do Imperador. Nosso Imperador D. Pedro II, interferia em todos os assuntos da vida social, inclusive nos assuntos religiosos, criando atritos com a igreja. O Imperador era quem nomeava os Bispos. Com suas interferências também criou aresta com o setor militar, que criticavam as ações da monarquia de forma sistemática, nos jornais da época. Crescia o descontentamento da classe média, dos profissionais liberais e da classe agrária, que se sentiram prejudicados com o fim da escravidão. Este segmento cada vez mais levantava a bandeira da república em função do autoritarismo do Imperador. Cresceu muito o Movimento Republicano, com todos estas rupturas políticas com a monarquia. E foi assim que no dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca deu um golpe instalando a República Federativa e Presidencialista do Brasil. Implantou-se então um governo provisório em que o Marechal Deodoro assumiu o cargo de Presidente. Não dá prá aprofundar aqui. mas a implantação da República envolveu três questões importantes: da escravidão, da Igreja e do exército. 

Abaixo seguem três vídeos: o primeiro mostra o samba enredo da Imperatriz Leopoldinense que homenageou os 100 anos do Brasil República em 1989, é muito interessante este samba enredo que consegue captar este clima de mudança política e social em que o Brasil vivia.



Temos o hino da Proclamação da República que dispensa comentários, - Alguém aí sabe cantar este hino? 



Por último deixo também uma aula bem pequena para aprofundar um pouco no assunto, ajuda entender.