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Inauguração da Norte-Sul demonstra importância das ferrovias privadas
Estrada de ferro essencial é concluída com quase 40 anos de atraso, num país que ainda privilegia o caminhão
Por Editorial
Símbolo de corrupção quando foi lançada no governo José Sarney, em 1987, a Ferrovia Norte-Sul precisou do setor privado para ser enfim concluída, conectando por trilhos os portos de Itaqui (MA) e Santos (SP). Os novos trechos, operados pelo grupo Rumo, atendem a quatro terminais construídos nos últimos dois anos para permitir o transporte de produtos como soja, milho e açúcar. Ao cortar o país, a ferrovia permitirá escoar com mais eficiência a produção agrícola de Minas Gerais, Goiás e outros estados.
O atraso foi de quase 40 anos, e o custo para o contribuinte chega perto de R$ 45 bilhões em valores corrigidos. Além da corrupção desmascarada desde o início da obra, a Norte-Sul é um exemplo perfeito dos males que acometem os investimentos brasileiros em infraestrutura.
A escolha torta por privilegiar as rodovias transformou o Brasil num país dependente dos caminhões, situação que contrasta com outras nações continentais. Na Rússia, as ferrovias representam 81% da matriz de transportes. Os Estados Unidos têm a maior malha ferroviária do mundo, com quase 300 mil quilômetros, 30 por mil quilômetros quadrados de superfície (só a Índia tem maior densidade ferroviária).
O Brasil, enquanto isso, patina com 30 mil quilômetros, apenas 3,6 por mil quilômetros quadrados de área — um retrocesso em relação aos 38 mil quilômetros que tínhamos em 1960. Ao mesmo tempo, 93% do minério de ferro e 49% dos produtos agrícolas exportados a granel chegam aos portos por trilhos. Qual não seria o impacto na competitividade brasileira de uma malha ferroviária mais robusta?
Tragicamente, os erros no setor se sucederam. Depois da falência de ferrovias nos anos 1950, o governo Juscelino Kubitschek — que sempre preferiu a indústria automotiva — criou uma estatal, a Rede Ferroviária Federal S.A., reunindo empresas em estágio pré-falimentar. A RFFSA padeceu dos males das estatais: virou cabide de empregos e foco de desvios, sem capacidade de investimento, até começar a ser privatizada a partir de 1996. A volta da iniciativa privada ao setor atraiu investimentos de R$ 142 bilhões. De 1997 para 2021, a carga transportada dobrou para 500 milhões de toneladas.
No caso da Norte-Sul, foi preciso esperar diversas tentativas, com licitações e relicitações, até a entrada definitiva do capital privado em 2019. Fora os R$ 2,7 bilhões pagos no leilão pela concessão do último trecho da ferrovia, investimentos de R$ 4 bilhões permitiram enfim concluir a obra. Nas décadas de idas e vindas, quase todos os presidentes da República promoveram inaugurações parciais, mas só na última sexta-feira ela ficou pronta.
A conclusão da Norte-Sul precisa significar a intenção brasileira de dar preferência às ferrovias no transporte de cargas pesadas, principalmente para exportação. Sem a volta da iniciativa privada às estradas de ferro, produtores estariam ainda na dependência de caminhões e de estradas em condições precárias. A concessão da malha ferroviária à iniciativa privada precisa ser um projeto de Estado, não de governos.
Com base no editorial do Jornal O Globo sobre a
Ferrovia no Brasil, postado no Blog Informativo Girassol, proponho a seguinte
atividade para os alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental:
Conectando o Brasil: A Jornada da Ferrovia Norte-Sul
Objetivo da Atividade:
Compreender a importância das ferrovias para o desenvolvimento do país e a sua
relação com a economia e a geografia do Brasil.
Materiais Necessários: Cópias do
editorial, mapa do Brasil, marcadores coloridos, papel e canetas.
Atividade:
1.Grupo de whatsaap da turma: copie o link do editorial postado no Blog Informativogirassol
e poste no grupo de whatsaap da turma: http://www.informativogirassol.blog.br/2023/06/simbolo-de-corrupcao-quando-foi-lancada.html
2.Leitura e Discussão: Inicie a aula
lendo o editorial em voz alta para a turma. Em seguida, promova uma discussão
sobre o texto. Pergunte aos alunos o que eles entenderam, quais são as
principais ideias apresentadas e como eles se sentem em relação ao assunto.
3.Mapeamento: Distribua um mapa do
Brasil para cada aluno ou grupo de alunos. Peça para eles identificarem e
marcarem a Ferrovia Norte-Sul e os portos de Itaqui (MA) e Santos (SP) mencionados
no texto. Eles também devem marcar os estados de Minas Gerais e Goiás, que são
citados como grandes produtores agrícolas que se beneficiarão da ferrovia.
4.Pesquisa e Apresentação, a pesquisa deve ser
feita no celular dentro da própria sala ou em casa para retornar ao assunto em
outra aula: Divida a turma em
grupos e atribua a cada grupo um dos seguintes tópicos para pesquisa:
a)a
história da Ferrovia Norte-Sul,
b)a
importância das ferrovias para a economia,
c)a
comparação do sistema ferroviário brasileiro com o de outros países (como
Rússia e Estados Unidos),
d)e
a relação entre o transporte de cargas e a exportação.
Observação: Cada grupo
deve preparar uma apresentação curta para compartilhar suas descobertas com a
turma.
5.Reflexão Final: Após as apresentações,
peça aos alunos para refletirem sobre o que aprenderam. Como a geografia do
Brasil influencia a necessidade de diferentes formas de transporte? Como a
corrupção e a má gestão podem afetar o desenvolvimento do país? O que eles
acham que poderia ser feito para melhorar a situação?
Avaliação: A avaliação será
feita com base na participação nas discussões, no mapeamento correto da
Ferrovia Norte-Sul e dos locais mencionados no texto, na pesquisa e
apresentação dos grupos, e na reflexão final.