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domingo, 16 de julho de 2023

Uma pequena análise do poema Impressionista, da Adélia Prado. #PoesiaNaMesaDeJantar

Sempre que leio algum poema da Adélia Prado, tenho um livro com 150 deles em minha mesa de jantar, sendo 133 deles escolhidos por ela mesma, fico buscando compreendê-los, sem deixar me distrair pela simplicidade dos seus elementos. Certo dia minha irmã Lucélia, sentou-se a mesa e leu um deles e disse, "taí, não consigo entender nada desses poemas, queria tanto". Reli junto com ela, apontei alguns elementos do poema e ela disse, "pôxa que legal, é isso mesmo,  que interessante". Todo mundo consegue entender os poemas da Adélia, pois ela escreve muito referenciada no mais cotidiano da vida, que a gente acaba se identificando. 

Dessa vez deparei-me com o seu pequeno poema chamado "Impressionista". Uma palavra que pode te afastar do poema por parecer de difícil compreensão, mas esta palavra está ligada mais aos movimentos poéticos e artísticos que busca retratar as emoções e origens do mundo e das coisas de forma mais subjetiva.

Voltemos portanto ao poema, ela  faz nesse poema uma breve e sugestiva reflexão sobre uma experiência pessoal do eu lírico, que envolve a pintura da sua casa pelo pai. Sabendo que sua poesia é conhecida por sua simplicidade e sua capacidade de encontrar beleza e significado nas coisas mais comuns da vida, o que eu me proponho aqui é uma simples análise desse poemas.

A primeira estrofe apresenta o evento central do poema: o pai do eulírico pintou toda a casa de uma cor específica, o "alaranjado brilhante". Essa escolha de cor intensa e vibrante sugere uma atmosfera de energia e vivacidade, possivelmente refletindo a personalidade ou o estado de espírito do pai. O uso do adjetivo "brilhante" enfatiza ainda mais o aspecto luminoso e impactante da cor escolhida.

Na segunda estrofe, uma frase "Por muito tempo moramos numa casa" indica que o eu lírico e sua família permaneceram naquela casa pintada de alaranjado brilhante por um período significativo. Essa descrição da duração prolongada sugere que a experiência teve um impacto duradouro no eu lírico, que guardou essa memória ao longo do tempo.

A última linha do poema, "como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo", é particularmente interessante. Aqui, a fala do pai é citada, e ele descreve a casa como "constantemente amanhecendo". Essa afirmação pode ser interpretada de várias maneiras. Pode-se sugerir que o pai via a casa como um local de renovação constante, onde cada novo dia traz novas possibilidades e oportunidades. Também pode ser uma metáfora para a natureza efêmera da vida e das experiências, enfatizando a transitoriedade das coisas.

Acrescente por destacar esse aspecto do poema de Adélia Prado. A menção ao "amanhecendo" no último verso do poema sugere uma perspectiva otimista e esperançosa em relação ao passado da família retratada. Ao descrever a casa como "constantemente amanhecendo", o pai do eu lírico pode estar transmitindo a ideia de que, apesar dos desafios e momentos difíceis enfrentados, cada novo dia trazia consigo a oportunidade de um recomeço, de renovar as esperanças e encontrar a beleza nas coisas simples da vida. Essa interpretação sugere uma resiliência familiar e a capacidade de encontrar significado e superação mesmo em meio a adversidades. Além disso, o uso da palavra "amanhecendo" evoca uma sensação de crescimento contínuo e evolução, transmitindo a ideia de um futuro promissor que se enriqueceu a partir das experiências vividas.

No geral, o poema "Impressionista" apresenta uma cena familiar, mas traz uma profundidade poética que vai além da simples descrição de um evento. Adélia Prado consegue capturar a essência dessa memória e transmiti-la ao leitor, fazendo com que reflitamos sobre a passagem do tempo, a efemeridade das experiências e a beleza que pode ser encontrada nas coisas simples da vida.

Qual poema da Adélia Prado você mais se identifica e por quê? 

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Este é o livro de poemas que tenho da Adélia Prado sobre a minha mesa de refeições, sempre faço a leitura de alum poema.