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domingo, 12 de abril de 2020

Papa na mensagem de Páscoa: deixar-se contagiar pela esperança de Cristo



Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!
Hoje ecoa em todo o mundo o anuncio da Igreja:  Jesus Cristo ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente, como uma nova chama se acendeu esta boa nova, na noite. E a noite do mundo já abraça com  desafios epocais e  agora oprimido pela pandemia,  que coloca a dura prova,  a nossa grande família humana. Nesta noite, ressoa a voz da igreja, Cristo, minha esperança ressuscitou! É um contágio diferente que se transmite de coração a coração. Porque todo o coração humano, aguarda esta boa nova.  É o contágio da esperança. Cristo minha esperança ressuscitou... ressuscitou!  Não se trata de uma fórmula mágica, que faça desvanecer em si os problemas, não. A ressureição de Cristo não é isto. Mas é a vida do amor sobre a raiz do mal. Uma vitória, que não salta por cima do sofrimento e da morte. Mas atravessa-os abrindo uma estrada no abismo, transformando o mal em bem, marca exclusiva do poder de Deus. O ressuscitado é o crucificado e não outra pessoa. Indeléveis no seu corpo glorioso, traz as chagas, feridas que se tornaram frestas de esperança. Para ele voltamos o nosso  olhar para que  sare as feridas da humanidade atribulada. Hoje, penso sobretudo em quantos foram atingidos diretamente  pelo coronavírus, os doentes, os que morreram e os familiares que choram, a partida  dos seus entes queridos. E por vezes, sem conseguir sequer dizer-lhes o último adeus. O Senhor da vida acolha junto de si, no seu reino, os falecidos e de conforto a quem ainda está na prova,  especialmente os idosos e as pessoas sem ninguém. Não deixe faltar a sua consolação e os auxílios necessários a quem se encontra  em particular condições de vulnerabilidade, como aqueles que  trabalham nas casa de cura, ou vivem nos quartéis e nas  prisões. Para muitos é uma Páscoa de solidão vivida  entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está causando, desde os sofrimentos físicos até  os problemas econômicos.  Esta epidemia não nos  privou apenas dos afetos, mas  também da  possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota  dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da reconciliação. Em muitos países não  foi possível aceder a eles, mas o Senhor  não nos deixou sozinhos, permanecendo unidos na oração, temos a certeza de que ele colocou sobre nós  a sua mão, repetindo a cada um com veemência: não tenhas medo, ressuscitei e estou contigo para sempre. Jesus, nossa Páscoa dê força e esperança aos médicos e enfermeiros que por todo o lado oferece o testemunho de solicitude e amor ao próximo até ao extremo das forças e por vezes  até o sacrifício da própria saúde.  Para eles, bem como para quantos, trabalham assiduamente para garantir os serviços essenciais à convivência civil. Para as forças da ordem que em muitos países contribuíram para aliviar as dificuldades e atribulações da população, vai a nossa  saudação afetuosa, juntamente com  a nossa gratidão.  Nesta semana, alterou-se improvisadamente a vida de milhões de pessoas. Para muitos ficar em casa, foi uma ocasião para refletir, parar os ritmos frenéticos da vida, permanecer com os próprios familiares e  desfrutar da sua companhia. Mas para muitos outros, é também um momento de preocupação pelo futuro, que se apresenta incerto.  Este não é tempo para a indiferença, porque o  mundo inteiro está sofrendo e deve sentir se  unido ao enfrentar a pandemia. Jesus ressuscitado dê esperança a todos os pobres, a quantos vivem nas periferias, aos refugiados e aos sem abrigo. Que não sejam deixados sozinhos estes irmãos e irmãs mais frágeis que povoam  as cidades e as periferias de todas as partes do  mundo. Não lhes deixemos faltar os bens de primeira necessidade, mas difíceis de encontrar,  agora que muitas atividades estão sendo encerradas, bem como os medicamentos e sobretudo a possibilidade de uma assistência sanitária adequada. Em consideração das presentes circunstâncias, sejam abrandadas  também as sanções internacionais que impedem os países visados de proporcionar apoio adequados aos seus cidadãos.  Que seja permitido a  todos os estados acudir as maiores  necessidades do momento atual, reduzindo e até mesmo perdoando a dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres. Este não é tempo para egoísmo,  pois o desafio que enfrentamos nos une a todos  e não faz distinção de pessoas. Dentre as muitas  áreas do mundo, penso de modo especial na Europa depois da 2ª Guerra Mundial, este amado continente pôde ressurgir graças ao espírito concreto de solidariedade e lhe permitiu superar as rivalidades do passado. É muito urgente sobretudo, nas circunstâncias  presentes que tais rivalidades não retomem vigor, antes pelo contrário se reconheçam como parte de uma única família e se apõem mutuamente.  Hoje a sua frente a União  Européia tem um desafio epocal  de que dependerá o  futuro dela, mas também o do mundo inteiro. Que não se perca esta ocasião para dar uma nova prova de  solidariedade, inclusive  recorrendo a soluções inovadoras. Como alternativa  resta apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação  do regresso ao passado, com o risco de colocar a dura prova  a convivência pacífica e o progresso das próximas gerações.  Este não é tempo para divisões,  Cristo nossa  paz ilumine a quantos tem responsabilidade  nos conflitos para que tenham a coragem de  aderir ao apelo a um acessar fogo global e imediato em todos os cantos do mundo. Este não é tempo para continuar a fabricar  e comercializar armas, gastando  somas enormes, que deveriam  ser usadas para cuidar  das pessoas e salvar vidas. Ao contrário, seja o tempo que finalmente se ponha termo a longa guerra que ensanguentou a Síria, ao conflito do Iêmem e as tensôes  no Iraque bem como no Líbano.  Seja este o  tempo em que retomem o diálogo entre Israelenses e Palestinos, para  encontrar uma solução estável e duradoura que permita a ambos os povos viverem em Paz. Cessem  os sofrimentos da população que vivem  nas regiões  orientais da Ucrânia. Ponha se  termo aos ataques terroristas perpetrados contra tantas pessoas inocentes, em vários países da África.  Este não é tempo para o esquecimento, a crise que estamos enfrentando, não nos faça esquecer muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas  pessoas. Que o Senhor da vida se mostre próximo das populações da Ásia e África, que estão atravessando graves crises  humanitárias  como na região de Cabo Delgado  do Norte de Maçambique. Acalente o coração de inúmeras pessoas refugiadas e deslocadas por causa de guerras, secas,  e  penúria.  Proteja os inúmeros migrantes e refugiados, muitos deles crianças, que vivem em condições  insuportáveis, especialmente na Líbia e na fronteira entre a Grécia e a Turquia. Não quero esquecer a Ilha de Lesbos.  Faça com que na Venezuela se chegue a soluções concretas e imediatas, destinadas  a permitir a ajuda internacional a população que sofre por causa da grave conjuntura política, sócioeconômica e sanitária. Queridos irmãos e irmãs, verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento, não são  as que queremos  ouvir neste tempo, mas queremos  baní-las de todos os tempos. Elas parecem prevalecer quando em nós vencem o medo  e a morte, isto é quando não  deixamos  o Senhor Jesus vencer no nosso  coração  e na nossa vida.  Ele que já derrotou  a morte, abrindo-nos  a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa  pobre humanidade  e introduza  no seu dia glorioso que não  conhece ocaso. Gostaria de desejar a todos Boa Páscoa!...        Por Papa Francisco.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Homilia do Papa Francisco na Noite de Natal-2019 - Beleza extraordinária!



"Querido irmão, querida irmã, se as tuas mãos te parecem vazias, se vês o teu coração pobre de amor, esta é a tua noite. Manifestou-se a graça de Deus, para resplandecer na tua vida. Acolhe-a e brilhará em ti a luz do Natal."

HOMILIA DO SANTO PADRE DA NOITE DE NATAL(Basílica de São Pedro, 24 de dezembro de 2019)



«Habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). Esta profecia da Primeira Leitura realizou-se no Evangelho: de facto, enquanto os pastores velavam de noite nas suas terras, «a glória do Senhor refulgiu em volta deles» (Lc 2, 9). Na noite da terra, apareceu uma luz vinda do Céu. Que significa esta luz que se manifestou na escuridão? No-lo sugere o apóstolo Paulo quando diz: «Manifestou-se a graça de Deus». Nesta noite, a graça de Deus, «portadora de salvação para todos os homens» (Tt 2, 11), envolveu o mundo.

Mas, que é esta graça? É o amor divino, o amor que transforma a vida, renova a história, liberta do mal, infunde paz e alegria. Nesta noite, foi-nos mostrado o amor de Deus: é Jesus. Em Jesus, o Altíssimo fez-Se pequenino, para ser amado por nós. Em Jesus, Deus fez-Se Menino, para Se deixar abraçar por nós. Mas podemos ainda perguntar-nos: Porque é que São Paulo chama «graça» à vinda de Deus ao mundo? Para nos dizer que é completamente gratuita. Enquanto aqui, na terra, tudo parece seguir a lógica do dar para receber, Deus chega de graça. O seu amor ultrapassa qualquer possibilidade de negócio: nada fizemos para o merecer, e nunca poderemos retribuí-lo.

Manifestou-se a graça de Deus. Nesta noite, damo-nos conta de que, não sendo nós capazes da altura d’Ele, por amor nosso desceu à nossa pequenez; vivendo preocupados apenas com os nossos interesses, veio Ele habitar entre nós. O Natal lembra-nos que Deus continua a amar todo o homem, mesmo o pior. Hoje diz a mim, a ti, a cada um de nós: «Amo-te e sempre te amarei; és precioso aos meus olhos». Deus não te ama, porque pensas certo e te comportas bem; ama-te… e basta! O seu amor é incondicional, não depende de ti. Podes ter ideias erradas, podes tê-las combinado de todas as cores, mas o Senhor não desiste de te querer bem. Quantas vezes pensamos que Deus é bom, se formos bons; e castiga-nos, se formos maus; mas não é assim! Nos nossos pecados, continua a amar-nos. O seu amor não muda, não é melindroso; é fiel, é paciente. Eis o dom que encontramos no Natal: com maravilha, descobrimos que no Senhor está toda a gratuidade possível, toda a ternura possível. A sua glória não nos encandeia, nem a sua presença nos assusta. Nasce pobre de tudo, para nos conquistar com a riqueza do seu amor.

Manifestou-se a graça de Deus. Graça é sinónimo de beleza. Nesta noite, na beleza do amor de Deus redescobrimos também a nossa beleza, porque somos os amados de Deus. No bem e no mal, na saúde e na doença, felizes ou tristes, sempre aparecemos lindos a seus olhos: não pelo que fazemos, mas pelo que somos. Em nós, há uma beleza indelével, intangível; uma beleza incancelável, que é o núcleo do nosso ser. Deus no-lo recorda hoje, tomando amorosamente a nossa humanidade e assumindo-a, «desposando-a» para sempre.

A «grande alegria», anunciada aos pastores nesta noite, é verdadeiramente «para todo o povo». Naqueles pastores, que santos não eram certamente, estamos também nós, com as nossas fragilidades e fraquezas. Deus, tal como chamou a eles, chama a nós também, porque nos ama. E, nas noites da vida, diz-nos como a eles: «Não temais» (Lc 2, 10). Coragem, não percais a confiança nem a esperança; não penseis que amar seja tempo perdido! Nesta noite, o amor venceu o medo, manifestou-se uma nova esperança; a luz gentil de Deus venceu as trevas da arrogância humana. Humanidade, Deus ama-te e, por ti, fez-Se homem; já não estás sozinha.

Amados irmãos e irmãs, que fazer perante esta graça? Uma coisa só: acolher o dom. Antes que ir à procura de Deus, deixemo-nos procurar por Ele. Não partamos das nossas capacidades, mas da sua graça, porque é Ele, Jesus, o Salvador. Fixemos o olhar no Menino e deixemo-nos envolver pela sua ternura. As desculpas para não nos deixarmos amar por Ele, desapareceram: aquilo que está torto na vida, aquilo que não funciona na Igreja, aquilo que corre mal no mundo não poderá mais servir-nos de justificação. Passou a segundo plano, pois frente ao amor louco de Jesus, a um amor todo ele mansidão e proximidade, não há desculpas. E, assim, a questão no Natal é esta: «Deixo-me amar por Deus? Abandono-me ao seu amor que vem salvar-me?»

Um dom tão grande merece tanta gratidão! Acolher a graça é saber agradecer. Frequentemente, porém, as nossas vidas transcorrem alheias à gratidão. Hoje é o dia justo para nos aproximarmos do sacrário, do presépio, da manjedoura, e dizermos obrigado. Acolhamos o dom que é Jesus, para depois nos tornarmos dom como Jesus. Tornar-se dom é dar sentido à vida, sendo este o melhor modo para mudar o mundo: nós mudamos, a Igreja muda, a história muda, quando começamos a querer mudar, não os outros, mas a nós mesmos, fazendo da nossa vida um dom.

Assim no-lo mostra Jesus nesta noite: não mudou a História forçando alguém ou à força de palavras, mas com o dom da sua vida. Não esperou que nos tornássemos bons para nos amar, mas deu-Se gratuitamente a nós. Por nossa vez, não esperemos que o próximo se torne bom para lhe fazermos bem, que a Igreja seja perfeita para a amarmos, que os outros tenham consideração por nós para os servirmos. Comecemos nós. Isto é acolher o dom da graça. E a santidade consiste precisamente em preservar esta gratuidade.

Conta uma graciosa história que, no nascimento de Jesus, os pastores acorriam à gruta com vários dons. Cada um levava o que tinha, ora os frutos do seu trabalho, ora algo precioso. Mas, enquanto todos se prodigalizavam com generosidade, havia um pastor que não tinha nada. Era muito pobre, não tinha nada para oferecer. E enquanto todos se emulavam na apresentação dos seus dons, ele mantinha-se aparte, com vergonha. A dada altura, São José e Nossa Senhora sentiram dificuldade para receber todos os dons, especialmente Maria que devia segurar nos braços o Menino. Então, vendo com as mãos vazias aquele pastor, pediu-lhe que se aproximasse e colocou-lhe Jesus nas mãos. Ao acolhê-Lo, aquele pastor deu-se conta de ter recebido aquilo que não merecia: ter nas mãos o maior dom da História. Olhou para as suas mãos, aquelas mãos que lhe pareciam sempre vazias: tornaram-se o berço de Deus. Sentiu-se amado e, superando a vergonha, começou a mostrar aos outros Jesus, porque não podia guardar para si o dom dos dons.

Querido irmão, querida irmã, se as tuas mãos te parecem vazias, se vês o teu coração pobre de amor, esta é a tua noite. Manifestou-se a graça de Deus, para resplandecer na tua vida. Acolhe-a e brilhará em ti a luz do Natal.

domingo, 17 de novembro de 2019

Homilia do Papa Francisco na Missa comemorativa para o 3º Dia Mundial dos Pobres celebrada na Basílica de São Pedro.



“Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu”. Palavras do Papa Francisco durante a homilia na celebração da Missa comemorativa para o 3º Dia Mundial dos Pobres neste domingo, 17 de novembro.
Durante a homilia que tinha como tema a citação de Lucas na qual alguém elogiava a magnificência do templo de Jerusalém, e Jesus disse não ficará ‘pedra sobre pedra’ (Lc 21, 6), o Pontífice refletiu: “Por que profetiza que este ponto firme, nas certezas do povo de Deus, cairia?”.
Coisas penúltimas e coisas últimas
A partir desse ponto o Papa disse:”Procuremos respostas nas palavras de Jesus. Ele nos diz que quase tudo passará: quase tudo, mas não tudo”. Segundo as palavras de Jesus “a desmoronar-se, a passar são as coisas penúltimas, não as últimas: o templo, não Deus; os reinos e as vicissitudes da humanidade, não o homem”.
O Papa explica:
“ Resta o que não passará jamais: o Deus vivo, infinitamente maior do que qualquer templo que Lhe construamos, e o homem, o nosso próximo ”
Em seguida, Francisco fala sobre os enganos que nos fazem desviar de Jesus para não ficarmos nas “coisas penúltimas”, e afirma:
“ Mas esta pressa este tudo e imediatamente não vem de Deus. Se nos afadigarmos pelo imediatamente, esqueceremos o que permanece para sempre: seguimos as nuvens que passam, e perdemos de vista o céu ”
Pois “atraídos pelo último alarido, deixamos de encontrar tempo para Deus e para o irmão que vive ao nosso lado”.
Perseverança e tentação do "eu"
Como fazer para evitar? “Como antídoto à pressa, Jesus propõe-nos hoje a cada um a perseverança”, e explica:
“ A perseverança é avançar dia a dia com os olhos fixos naquilo que não passa: o Senhor e o próximo ”
Um segundo engano que nos faz desviar de Jesus, diz o Papa “é a tentação do eu. Ora o cristão, dado que não procura o imediatamente mas o sempre, não é um discípulo do eu, mas do tu.”
Porém, observa o pontífice “E como se distingue a voz de Jesus? ‘Muitos virão em meu nome’: diz o Senhor. Mas não devemos segui-los”. Temos que encontrar os que falam a mesma linguagem de Jesus:
“ A linguagem do amor, a linguagem do tu. Não fala a linguagem de Jesus quem diz eu, mas quem sai do próprio eu. Todavia quantas vezes, mesmo ao fazer o bem, reina a hipocrisia do eu: faço o bem, mas para ser considerado virtuoso; dou, mas para receber em troca; ajudo, mas para ganhar a amizade daquela pessoa importante. Isto é falar a linguagem do eu ”
Recordando a todos como servir, o Papa diz:
Pobres, porteiros do Céu
“Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu: não se aguentam sozinhos, com as próprias forças, precisam de quem os tome pela mão”. Então o Papa convida “quando os ouvimos bater à nossa portas, podemos receber o seu grito de ajuda como uma chamada para sair do nosso eu, aceitá-los com o mesmo olhar de amor que Deus tem por eles. Como seria bom se os pobres ocupassem no nosso coração o lugar que têm no coração de Deus!”.
Francisco finalizou sua homilia recordando mais uma vez “Os pobres facilitam-nos o acesso ao Céu: é por isso que o sentido da fé do povo de Deus os viu como os porteiros do Céu. Já desde agora, são o nosso tesouro, o tesouro da Igreja”.

domingo, 6 de outubro de 2019

Homília do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, durante a Missa de abertura do Sínodo dos Bispos para a Amazônia.“Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.



Na homília do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, durante a Missa de abertura do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, ele pregou: "O fogo aplicado pelos interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho", São os  "novos colonialismos" que "querem avançar apenas suas próprias ideias e queimar o diferente para padronizar tudo e todos ", alertou.
"Quantas vezes o dom de Deus não foi oferecido, mas imposto, quantas vezes houve colonização em vez de evangelização"
"Deus nos proteja da ganância dos novos colonialismos".
“Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”, disse o Papa Francisco.
O Papa Francisco é hoje, na nossa opinião,  a única liderança mundial que tem sensibilidade para compreender profundamente os dilemas que a humanidade vive hoje.
FONTE: Vatican News

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Vale a pena ouvir a homilia do Papa Francisco na Missa do dia 1º-01-2019 - Papa Francisco: Maria é remédio para a solidão e a desagregação "Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade", disse o Papa em sua homilia.



Papa Francisco: Maria é remédio para a solidão e a desagregação
"Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade", disse o Papa em sua homilia.

O Papa Francisco celebrou a missa, nesta terça-feira (1º/01), Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, na Basílica de São Pedro.
O Pontífice iniciou sua homilia partindo do capítulo 2, versículo 18 do Evangelho de Lucas: «Todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam».
“Maravilhar-nos: a isto somos chamados hoje, na conclusão da Oitava de Natal, com o olhar ainda fixo no Menino que nasceu para nós, pobre de tudo e rico de amor. Maravilha: é a atitude que devemos ter no começo do ano, porque a vida é um dom que nos possibilita começar sempre de novo.”

Segundo o Papa, “hoje é também o dia para nos maravilharmos diante da Mãe de Deus: Deus é um bebê nos braços duma mulher, que alimenta o seu Criador. A imagem que temos à nossa frente mostra a Mãe e o Menino tão unidos que parecem um só”.

Mãe que gera a maravilha da fé

“Tal é o mistério de hoje, que suscita uma maravilha infinita: Deus uniu-se à humanidade para sempre. Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um. Está nos joelhos de sua mãe, que é também nossa mãe, e de lá derrama uma nova ternura sobre a humanidade. Nós compreendemos melhor o amor divino, que é paterno e materno, como o duma mãe que não cessa de crer nos filhos e nunca os abandona. O Deus-conosco nos ama independentemente dos nossos erros, dos nossos pecados, do modo como fazemos caminhar o mundo. Deus crê na humanidade, da qual sobressai, primeira e incomparável, a sua Mãe.”

“No início do ano, pedimos-Lhe a graça de nos maravilharmos perante o Deus das surpresas”, disse ainda Francisco. “Renovamos a maravilha das origens, quando nasceu em nós a fé. A Mãe de Deus nos ajuda: a Theotokos, que gerou o Senhor, gera-nos para o Senhor. É mãe e gera sempre de novo, nos filhos, a maravilha da fé. A vida, sem nos maravilharmos, torna-se cinzenta, rotineira; e de igual modo a fé. Também a Igreja precisa renovar a sua maravilha por ser casa do Deus vivo, Esposa do Senhor, Mãe que gera filhos; caso contrário, corre o risco de assemelhar-se a um lindo museu do passado. Mas, Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade. Acolhamos maravilhados o mistério da Mãe de Deus, como os habitantes de Éfeso no tempo do Concílio lá realizado! Como eles, aclamemos a «Santa Mãe de Deus»! Deixemo-nos olhar, deixemo-nos abraçar, deixemo-nos tomar pela mão… por Ela.”

Deixemo-nos olhar

“Deixemo-nos olhar”, frisou ainda o Papa, “sobretudo nos momentos de necessidade, quando nos encontramos presos nos nós mais intrincados da vida, justamente olhamos para Nossa Senhora. Mas é lindo, primeiramente, deixar-se olhar por Nossa Senhora. Quando nos olha, Ela não vê pecadores, mas filhos. Diz-se que os olhos são o espelho da alma; os olhos da Cheia de Graça espelham a beleza de Deus, refletem sobre nós o paraíso. Jesus disse que os olhos são «a lâmpada do corpo» (Mt 6, 22): os olhos de Nossa Senhora sabem iluminar toda a escuridão, reacendem por todo o lado a esperança. O seu olhar, voltado para nós, diz: «Queridos filhos, coragem! Estou aqui Eu, a sua mãe».”

Segundo o Pontífice, “este olhar materno, que infunde confiança, ajuda a crescer na fé. A fé é um vínculo com Deus que envolve a pessoa inteira, mas, para ser guardado, precisa da Mãe de Deus. O seu olhar materno ajuda a vermo-nos como filhos amados no povo fiel de Deus e a amarmo-nos entre nós, independentemente dos limites e opções de cada um.”

“Nossa Senhora nos enraíza na Igreja, onde a unidade conta mais que a diversidade, e nos exorta a cuidarmos uns dos outros. O olhar de Maria lembra que, para a fé, é essencial a ternura, que impede a apatia. Quando há lugar na fé para a Mãe de Deus, nunca se perde o centro: o Senhor. Com efeito, Maria nunca aponta para Si mesma, mas para Jesus e os irmãos, porque Maria é mãe.”

“Olhar da Mãe, olhar das mães. Um mundo que olha para o futuro, privado de olhar materno, é míope. Aumentará talvez os lucros, mas jamais será capaz de ver, nos homens, filhos. Haverá ganhos, mas não serão para todos. Habitaremos na mesma casa, mas não como irmãos. A família humana fundamenta-se nas mães. Um mundo, onde a ternura materna acaba desclassificada a mero sentimento, poderá ser rico de coisas, mas não rico de amanhã. Mãe de Deus, ensina-nos o seu olhar sobre a vida e volte o seu olhar para nós, para as nossas misérias.” “Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”, disse o Papa, citando um trecho da oração da Salve Rainha.

Deixemo-nos abraçar

“Deixemo-nos abraçar”, sublinhou ainda Francisco. “Depois do olhar, entra em cena o coração, no qual Maria, diz o Evangelho de hoje , «conservava todas estas coisas, meditando-as» (Lc 2, 19). Por outras palavras, Nossa Senhora tinha tudo no coração, abraçava tudo, eventos favoráveis e contrários. E tudo meditava, isto é, levava a Deus. Eis o seu segredo. Da mesma forma, tem no coração a vida de cada um de nós: deseja abraçar todas as nossas situações e apresentá-las a Deus.”

“Na vida fragmentada de hoje, onde nos arriscamos a perder o fio à meada, é essencial o abraço da Mãe. Há tanta dispersão e solidão por aí! O mundo está todo conectado, mas parece cada vez mais desunido. Precisamos nos confiar à Mãe. Na Sagrada Escritura, Ela abraça muitas situações concretas e está presente onde há necessidade: vai encontrar a prima Isabel, socorre os esposos de Caná, encoraja os discípulos no Cenáculo... Maria é remédio para a solidão e a desagregação. É a Mãe da consolação, a Mãe que “consola”: está com quem se sente só. Ela sabe que, para consolar, não bastam as palavras; é necessária a presença. E Maria está presente como mãe. Permitamos-lhe que abrace a nossa vida. Na Salve Rainha, chamamos Maria de «vida nossa»: parece exagerado, porque a vida é Cristo (cf. Jo 14, 6), mas Maria está tão unida a Ele e tão perto de nós que não há nada melhor do que colocar a vida em suas mãos e reconhecê-la «vida, doçura e esperança nossa».

Deixemo-nos tomar pela mão

Por fim, “deixemo-nos tomar pela mão”, disse o Papa. “As mães tomam pela mão os filhos e os introduz amorosamente na vida. Mas hoje, quantos filhos, seguindo por conta própria, perdem a direção, creem-se fortes e extraviam-se, livres e tornam-se escravos! Quantos, esquecidos do carinho materno, vivem zangados e indiferentes a tudo! Quantos, infelizmente, reagem a tudo e a todos com veneno e maldade! Mostrar-se maus, às vezes, até parece um sinal de força; mas é só fraqueza! Precisamos aprender com as mães que o heroísmo está em doar-se, a força em ter piedade, e a sabedoria na mansidão.”

“Deus não prescindiu da Mãe: por esta razão nós precisamos dela”. Ele nos doou a sua Mãe “e não num momento qualquer, mas quando estava pregado na cruz: «Eis a tua mãe» (Jo 19, 27), disse Ele ao discípulo, a cada discípulo. Nossa Senhora não é opcional: deve ser acolhida na vida. É a Rainha da paz, que vence o mal e guia pelos caminhos do bem, que devolve a unidade entre os filhos, que educa para a compaixão.”

Francisco concluiu, pedindo a Maria para que nos tome pela mão, nos ajude a superar “as curvas mais fechadas da história”, a “descobrir os laços que nos unem”, a nos reunir “sob o seu manto,  na ternura do amor verdadeiro, onde se reconstitui a família humana”.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

HOMILIA DO PAPA NA MISSA DA NOITE DE NATAL.




"Belém é o remédio para o medo, porque lá, não obstante os «nãos» do homem, Deus diz para sempre «sim»: será para sempre Deus conosco".

  Na noite do dia 24 de dezembro, véspera do Santo Natal, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro a Santa Missa com fiéis de várias partes do mundo. Confira a homilia na íntegra:
"Juntamente com Maria sua esposa, José subiu «à cidade de David, chamada Belém» (Lc 2, 4). Nesta noite, também nós subimos a Belém, para lá descobrir o mistério do Natal.
1.     Belém: o nome significa casa do pão. Hoje, nesta «casa», o Senhor marca encontro com a humanidade. Sabe que precisamos de alimento para viver. Mas sabe também que os alimentos do mundo não saciam o coração. Na Sagrada Escritura, o pecado original da humanidade aparece associado precisamente com o ato de tomar alimento: «…agarrou do fruto, comeu» – diz o livro do Génesis (3, 6). Agarrou e comeu. O homem tornou-se ávido e voraz. Para muitos, o sentido da vida parece ser possuir, estar cheio de coisas. Uma ganância insaciável atravessa a história humana, chegando ao paradoxo de hoje em que alguns se banqueteiam lautamente enquanto muitos não têm pão para viver.
Belém é o ponto de viragem no curso da história. Lá Deus, na casa do pão, nasce numa manjedoura; como se quisesse dizer-nos: Estou aqui ao vosso dispor, como vosso alimento. Não agarra, oferece de comer; não dá uma coisa, mas dá-Se a Si mesmo. Em Belém, descobrimos que Deus não é alguém que agarra a vida, mas Aquele que dá a vida. Ao homem, habituado desde os primórdios a agarrar e comer, Jesus começa a dizer: «Tomai, comei. Este é o meu corpo» (Mt 26, 26). O corpo pequenino do Menino de Belém lança um novo modelo de vida: não devorar e acumular, mas partilhar e dar. Deus faz-Se pequeno, para ser nosso alimento. Nutrindo-nos d’Ele, Pão de vida, podemos renascer no amor e romper a espiral da avidez e da ganância. A partir da «casa do pão», Jesus traz o homem de regresso a casa, para que se torne familiar do seu Deus e irmão do seu próximo. Diante da manjedoura, compreendemos que não são os bens que alimentam a vida, mas o amor; não a voracidade, mas a caridade; não a abundância ostentada, mas a simplicidade que devemos preservar.
  O Senhor sabe que precisamos de nos alimentar todos os dias. Por isso, ofereceu-nos todos os dias da sua vida, desde a manjedoura de Belém até ao cenáculo de Jerusalém. E ainda hoje, no altar, faz-Se pão partido para nós: bate à porta, para entrar e cear connosco (cf. Ap 3, 20). No Natal, recebemos Jesus, Pão do céu na terra: trata-se de um alimento cuja validade é ilimitada, fazendo-nos saborear já agora a vida eterna.
  Em Belém, descobrimos que a vida de Deus corre nas veias da humanidade. Se a acolhermos, a história muda a partir de cada um de nós; com efeito, quando Jesus muda o coração, o centro da vida já não é o meu «eu» faminto e egoísta, mas Ele, que nasce e vive por amor. Nesta noite, chamados a ir até Belém, casa do pão, interroguemo-nos: Qual é o alimento de que não posso prescindir na minha vida? É o Senhor ou outra coisa qualquer? Depois, entrando na gruta, ao vislumbrar na terna pobreza do Menino uma nova fragrância de vida, a da simplicidade, perguntemo-nos: Será verdade que preciso de tantas coisas, de receitas complicadas para viver? Quais são os contornos supérfluos de que consigo prescindir para abraçar uma vida mais simples? Em Belém, ao pé de Jesus, vemos pessoas que caminharam, como Maria, José e os pastores. Jesus é o Pão do caminho. Não Se compraz com as digestões lentas, longas e sedentárias, mas pede que nos levantemos rapidamente da mesa a fim de servir como pães partidos para os outros. Perguntemo-nos: No Natal, reparto o meu pão com aqueles que estão sem ele?
2.     Depois de Belém, casa do pão, reflitamos sobre Belém, cidade de David. Lá David, na sua adolescência, era pastor e, como tal, foi escolhido por Deus, para ser pastor e guia do seu povo. No Natal, na cidade de David, são precisamente os pastores que acolhem Jesus. Naquela noite, quando «a glória do Senhor refulgiu em volta deles – diz o Evangelho –, tiveram muito medo» (Lc 2, 9), mas o anjo disse-lhes: «Não temais» (2, 10). Reaparece muitas vezes no Evangelho esta frase «não temais»: parece o refrão de Deus à procura do homem. Porque o homem desde o princípio, por causa do pecado, tem medo de Deus: «…cheio de medo, escondi-me» (Gn 3, 10) – diz Adão, depois do pecado. Belém é o remédio para o medo, porque lá, não obstante os «nãos» do homem, Deus diz para sempre «sim»: será para sempre Deus connosco. E, para que a sua presença não provoque medo, faz-Se um terno menino. A frase «não temais» não é dirigida a santos, mas a pastores, pessoas simples que então não primavam por garbo nem devoção. O Filho de David nasceu no meio dos pastores, para nos dizer que doravante ninguém estará sozinho; temos um Pastor que vence os nossos medos e nos ama a todos, sem exceção.
Os pastores de Belém mostram-nos também como ir ao encontro do Senhor. Velam durante a noite: não dormem, mas fazem aquilo que Jesus nos pedirá várias vezes: vigiar (cf. Mt 25, 13; Mc 13, 35; Lc 21, 36). Permanecem vigilantes; aguardam, acordados, na escuridão; e a glória de Deus «refulgiu em volta deles» (Lc 2, 9). O mesmo vale para nós. A nossa vida pode ser uma expetação, em que a pessoa, mesmo nas noites dos problemas, se confia ao Senhor e O deseja; então receberá a sua luz. Ou então uma pretensão, na qual contam apenas as próprias forças e meios; mas, neste caso, o coração permanece fechado à luz de Deus. O Senhor gosta de ser aguardado e não é possível aguardá-Lo no sofá, dormindo. De facto, os pastores movem-se: «foram apressadamente» – diz o texto (2, 16). Não ficam parados como quem sente ter chegado a casa e não precisa de nada; mas partem, deixam o rebanho indefeso, arriscam por Deus. E depois de terem visto Jesus, embora sem grande habilidade para falar, vão anunciá-Lo, de modo que «todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores»"(2, 18).
Esperar acordado, ir, arriscar, contar a beleza são gestos de amor. O bom Pastor, que vem no Natal para dar a vida às ovelhas, na Páscoa dirigirá a Pedro, e através dele a todos nós, a pergunta determinante: «Tu Me amas?» (Jo 21, 15). Da resposta, dependerá o futuro do rebanho. Nesta noite, somos chamados a responder, dizendo-Lhe também nós: «Sou deveras teu amigo». A resposta de cada um é essencial para todo o rebanho.
«Vamos a Belém…» (Lc 2, 15): assim disseram e fizeram os pastores. Também nós, Senhor, queremos vir a Belém. O caminho, ainda hoje, é difícil: é preciso superar os cumes do egoísmo, evitar escorregar nos precipícios da mundanidade e do consumismo. Quero chegar a Belém, Senhor, porque é lá que me esperas. E dar-me conta de que Tu, colocado numa manjedoura, és o pão da minha vida. Preciso da terna fragrância do teu amor, a fim de tornar-me, por minha vez, pão repartido para o mundo. Toma-me sobre os teus ombros, bom Pastor: amado por Ti, conseguirei também eu amar tomando pela mão os irmãos. Então será Natal, quando Te puder dizer: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu sou deveras teu amigo!» (Jo 21, 17)".

domingo, 2 de dezembro de 2018

O Papa acendeu hoje a primeira vela do Advento unindo as crianças Sírias vítimas de uma guerra que já dura 8 anos e a todos os fiéis que acendem velas!

Papa adere à campanha pela Síria e acende a primeira vela do Advento na Praça S. Pedro.
Veja a triste realidade das crianças da Síria às quais o Papa se refere.



A campanha natalina de oração, ajuda e solidariedade ao país martirizado por 8 anos de guerra, é intitulada “Velas pela Paz na Síria”.

Após rezar a oração mariana do Angelus com o povo de Deus na Praça São Pedro, o Papa Francisco anunciou sua adesão à campanha natalina de oração,  “Velas pela Paz na Síria”. Vejam o que ele disse sobre esta situação:

"O Advento é tempo de esperança e nesse momento eu gostaria de fazer minha a esperança de Paz das crianças da amada e martirizada Síria. Castigada por uma guerra que já dura 8 anos. Por isso aderindo a iniciativa de ajuda a Igreja que sofre, eu vou acender agora um vela unindo me a tantas crianças Sírias e tantos fiéis no mundo em que neste momento acendem também as suas velas.Essa chama de esperança, dispersem as trevas da guerra. Rezemos e ajudemos os cristãos a permanecerem na Síria e no Oriente Médio . Como testemunha de misericórdia de perdão e de reconciliação. Que essa chama de esperança, chegue também a todos aqueles que sofrem com conflitos e tensões em várias partes do mundo, próximas e distantes. Que a oração da igreja os ajude a sentir a proximidade de Deus fiel e toque todas as consciências por um compromisso sincero em favor da Paz. Que Deus nosso senhor, perdoe aqueles que fazem a guerra, aqueles que produzem armas, para destruir-se e converta os seus corações. Rezemos pela Paz na amada Síria". 

domingo, 11 de novembro de 2018

O presente do Papa Francisco para o Brasil não foi criado apenas como uma construção estética da arte. É um símbolo que movimenta posicionamentos e nos faz refletir.


"Jesus sem-teto" de Timothy P. Schmalz

O Papa Francisco presenteou a Arquidiocese do Rio de Janeiro, representada pelo arcebispo, Cardeal Tempesta, com uma escultura chamada Jesus sem-teto. A obra possui exemplares em diversos locais do mundo, incluindo a Itália – a imagem se encontra na entrada da Elemosineria Apostólica, em Roma – e Estados Unidos.
Segundo o cônego Cláudio, a escultura ficará na Catedral Metropolitana, no Centro, e acessível ao público a partir do Dia Mundial dos Pobres, 18 de novembro.
A data não foi escolhida por acaso: Jesus sem-teto, uma estátua em tamanho real, é a figura de uma pessoa em situação de rua deitada em um banco. O ‘homem’ da imagem apresenta chagas nos pés, que podem ser vistas, apesar do pequeno cobertor que tem por cima de seu corpo para proteger do frio.
Descobri também o “Jesus mendigo” colocado à entrada principal do Hospital Santo Spirito, em Roma igualmente do escultor canadense e hiper-realista Timothy P. Schmalz, o mesmo autor do “Jesus sem teto”.




Quando vemos os marginalizados, deveríamos ver Jesus Cristo”, escreveu o autor. “Na pessoa dos pobres e dos últimos está o rosto e a presença de Cristo”.
É bem sinalizadora esta doação do Papa Francisco acontecer no momento em que os sem teto e sem terra estão sendo qualificados de "terroristas" pelo novo poder do Brasil. 
A pergunta é se a inspiração para a arte  veio da inquietação em saber se Jesus foi um "sem teto", um "sem terra" ou um "mendigo" equivalente ao das obras apresentadas? Respondendo a tal indagação, dizemos que não, não é que Jesus FOI, Jesus É os sem tetos, os sem terra e os mendigos da  nossa sociedade. 
Mensagem do Papa Francisco para o II Dia Mundial dos Pobres (18 de novembro de 2018) Quinta-feira, 14 de junho de 2018

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Um verdadeiro encanto este grafite e muito procedente a JORNADA MUNIDAL DOS POBRES : um apelo da Igreja Católica!


Gostei demais do grafite que se tornou a identidade visual desta II Jornada Mundial dos Pobres. Foi criada pelo coletivo Família Hip Hop de Santa Maria (DF).  Viram  que é formidável, lindo,  expressivo e afetivo esta arte ! Esta criação aborda esta problemática social que milhões de pessoas vivem no Brasil e no mundo.
Com uma chamada baseada no Salmo 34: “Este pobre grita e o Senhor o escuta” (Sl 34,7), a Cáritas convoca  todas as pessoas para a realização da Semana da Solidariedade - Jornada Mundial dos Pobres.  O apelo é para que nos dias 11 a 18 de novembro, realize nas Igrejas, co-munidades, pastorais, ruas e locais de vivência das pessoas empobrecidas, gestos concretos de solidariedade e acolhida com as pessoas em situação de vulnerabilidades extremas. A chamada é para que se expresse a capacidade de viver a experiência de ser uma comunidade: solidária, acolhedora, amorosa e cuidadora da Criação, na  Semana da Solidariedade - Jornada Mundial dos Pobres!
O tema foi escolhido pelo Papa Francisco para a II Jornada Mundial dos Pobres (JMP) e traz a inspiração do Salmo 34: “Este pobre grita e o Senhor o escuta” (Sl 34,7). Na mensagem divulgada para mobilizar a jornada, o Papa Francisco diz: 

“As palavras do salmista tornam-se também as nossas no momento em que somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs nossos que estamos habituados a designar com o termo genérico de ‘pobres”.

A Cáritas Brasileira, é um dos organismos da CNBB e está responsável pelo evento religioso.

Atividade Mobilizadoras sugeridas pela Cáritas:
1. gincanas para arrecadação de alimentos e roupas; 
2. celebrações da Palavra e Eucarísticas; 
3. estudo da mensagem do Papa Francisco e rodas de diálogos; 
4. círculos bíblicos; manifestações públicas para chamar atenção do poder público local sobre alguma situação de negação de direitos aos empobrecidos; 
5. campanhas de cidadania com atendimentos sociais;
6. atividades lúdicas e esportivas; 
7. audiências públicas; 
8. atividades em espaços de medida socioeducativa, asilos, orfanatos, presídios, com o povo da rua.
9. partilha fraterna das refeições (café da manhã, almoço ou jantar) com as pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social, especialmente no Dia Mundial dos Pobres, celebrado no dia 18 de novembro.

Subsídio  para mobilizar encontros e celebrações pode ser acessado no link a seguir: