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quarta-feira, 17 de junho de 2020
PANDEMIA A máscara caiu Por Patricia Rocco - Jornal O Globo
COVID-19 O que dizem os testes de anticorpos? Por Natalia Pasternak
PANDEMIA Números e vidas (são) incompatíveis Por Margareth Dalcolmo 16/06/2020 - Jornal O Globo
PREVENÇÃO Matando o vírus diretamente Por Amilcar Tanuri 17/06/2020 - O Globo
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Equipe do Einstein cria novo teste para coronavírus. O Globo e 22 de Maio de 2020 - Patricia Rocco, Professora titular da UFRJ, chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar, membro titular da ANM e ABC, Rede Vírus-MCTIC
Exame de detecção da Covid-19 com base no sequenciamento genético é vantajoso e poderá ser usado em larga escala.
Afrase de Hamlet, em uma das principais peças de Shakespeare, “ser ou não ser, eis a questão" tem várias conotações, desde a mais existencial até uma pergunta sobre como agir e se posicionar diante de um fato. A Covid-19 é uma doença causada por um coronavírus, denominado Sars-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome, Síndrome Respiratória Aguda Grave, em português). Inicialmente, acreditávamos que esse vírus acarretava, primordialmente, sintomas respiratórios, sendo apneumonia o quadro mais grave.
Nossa experiência coma Sarse Mers( Síndrome Respiratória do Oriente Médio) fez com que pensássemos que a Covid-19 se comportasse de forma similar a essas doenças, apresentando quadro gripal, com febre, tosse e dor de garganta.
Posteriormente, sintomas como perda de olfato e paladar começaram a ser descritos, sugerindo que o vírus se espalhava do epitélio olfativo para o cérebro. O sistema nervoso pode ser afetado:
1) pelo vírus que entra na célula endotelial;
2) pelo processo inflamatório local e sistêmico;
3) pela presença de trombos.
Os pacientes com Covid-19 também podem apresentar diarreia, que vem sendo atribuída à infecção direta da célula intestinal pelo vírus. Alguns estudos sugerem o uso de probióticos para melhora dos sintomas gastrointestinais. O vírus pode invadir as células miocárdicas, ocasionando arritmias e isquemia coronariana/infarto agudo do miocárdio. A disfunção renal também pode ocorrer seja pela inflamação sistêmica, hipotensão arterial e trombose. Nota-se que a trombose é fenômeno que se repete em diversos órgãos. A experiência dos intensivistas e dos patologistas — esses, através de análises de autópsias —, em muito vem nos ajudando no entendimento do comprometimento dos diferentes órgãos pelo coronavírus. Não é incomum os médicos relatarem que o paciente estava evoluindo de forma satisfatória nas unidades de terapia intensiva, quando, subitamente, apresentou falta de ar, hipotensão e parada cardíaca. Depois de certo tempo, observou-se que tais sintomas eram atribuídos a um quadro de embolia pulmonar, e esse era mais frequente do que se esperava. É fundamental a dosagem de bio marcadores para entender quando devemos iniciar ou so de anticoagulantes. Tal terapia, melhorou significativamente o prognóstico dos pacientes com o novo coronavírus. Logo, apesar de, inicialmente, a Covid-19 ter sido descrita como uma pneumonia viral, ela, na realidade, apresenta-se como doença que lesa múltiplos órgãos. Por mais que a questão pareça complexa, na verdade, é muito simples: devemos chamar o coronavírus de Mods-CoV-2 (Multiple Organ Dysfunction Syndrome, que em português é Síndrome de Disfunção Orgânica Múltipla) e não de Sars-CoV-2. É fundamental a realização de estudos que versem acerca dos mecanismos de ação do vírus, aspectos clínicos e o manejo terapêutico dessa enfermidade. A ciência evolui passo a passo para desvendar os enigmas da Covid-19. Devemos chamar o coronavírus de Mods-CoV-2 que, em português, é Síndrome de Disfunção Orgânica Múltipla
sexta-feira, 8 de maio de 2020
O dia D na guerra contra a Covid-19 - O Globo - 8 de Maio de 2020
O dia D é um termo utilizado frequentemente para denotar o dia em que um ataque ou uma operação de combate deve ser iniciado. O dia D ocorreu num momento decisivo da guerra, quando os aliados ocidentais desembarcaram na Normandia, França, dando início ao fim da Segunda Guerra Mundial. Estamos em um momento decisivo da guerra contra a Covid-19: encontram-se os profissionais de saúde enfraquecidos, deprimidos, ante a impossibilidade de salvar pessoas. A população segue sem entender o futuro que a espera. No momento, é necessário organizar a tropa, mostrar que há futuro e que tudo dará certo. Sem vacinas, testes diagnósticos confiáveis e uma terapia efetiva para conter o número exponencial de mortos, temos que nos reorganizar. Quando o dia D ocorrerá? Para tal, com base na ciência, é fundamental:
1. Isolamento social rígido; ficar no meio do caminho só aumenta a letalidade e retarda a volta da economia. De onde vem a ideia de que o Brasil seria diferente da China e Itália? Sei que muitos pensam que “Deus é brasileiro”, no momento, porém, Ele precisa de ajuda. O vírus não pode ser visto a olho nu, no entanto, ele existe e pode matar;
2. Estabelecer terapia com base no exame clínico, laboratorial e de imagem, bem como em artigos científicos. Por que inventar a roda, se países que estão à nossa frente em relação a essa pandemia já relataram quais condutas não dão certo? Por que repetir o erro? Neste momento, tudo é novo. Não há a famosa frase “na minha experiência”. Essa doença se manifesta de múltiplas formas. A Covid-19 não é doença que acomete somente o pulmão, agride, também, outros órgãos. Por isso, torna-se imperioso que diversas especialidades médicas trabalhem em conjunto: pneumologistas, intensivistas, cardiologistas, neurologistas e nefrologistas, dentre outros, com o suporte da enfermagem. A fisioterapia é fundamental, não somente para auxiliar na retirada do paciente do ventilador mecânico, como também melhorar o tônus muscular, já que foi constatada a presença do vírus em diversos músculos esqueléticos, inclusive os músculos respiratórios, contribuindo para a fadiga muscular frequente nos pacientes com Covid-19. Sejamos humildes! Retornemos ao tempo em que ouvir e examinar o paciente se tornavam tarefas obrigatórias. Hipócrates já dizia: “Há verdadeiramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber, em crer que se sabe reside a ignorância”;
3. Acreditar nos estudos clínicos que vêm sendo realizados no Brasil e no mundo. A ciência brasileira, quando solicitada a atuar, é excelente e sempre solidária. Ficou durante anos sucateada e desacreditada, mas jamais desiste. Quando solicitada, trabalha, incessantemente, para resolver o problema. Assim foi na zika e assim está sendo na Covid-19. Confie nos cientistas brasileiros. Eles jamais abandonam a população.
A ciência brasileira é
excelente e sempre solidária. Ficou por anos sucateada e desacreditada, mas
jamais desiste
O dia D na guerra contra a Covid-19
- FONTE: O Globo
quinta-feira, 7 de maio de 2020
Projeto Ciência do Cotidiano inicia nova fase com lançamento de podcasts - Em grupo do WhatsApp, ouvintes terão acesso a conteúdos de Biologia, Física, Matemática e Química
Projeto Ciência do Cotidiano inicia nova fase com lançamento de podcasts.
Em grupo do WhatsApp, ouvintes terão acesso a conteúdos de Biologia, Física, Matemática e Química
O projeto de extensão “Ciência do Cotidiano: conhecimento científico pelas ondas do rádio” começa uma nova fase e lança um grupo de WhatsApp em que os interessados receberão, semanalmente, um podcast do programa radiofônico que era veiculado na Rádio Universitária 99,7 FM. A proposta é que, durante esse período excepcional de pandemia, os participantes do grupo - em especial a comunidade acadêmica da UFVJM, além de professores e estudantes da educação básica - tenham um novo canal para aprender sobre as Ciências Naturais e Exatas.
Cada podcast apresenta um diálogo em que, a partir de situações rotineiras de uma sala de aula, o professor explica e discute com seus estudantes vários conceitos de Biologia, Física, Matemática e Química. “A iniciativa tem como objetivos divulgar e popularizar a ciência, despertar o interesse pelas áreas das Ciências Naturais e Exatas e ser um novo canal de aprendizado, sobretudo, neste tempo de pandemia”, afirma o idealizador do programa, professor Everton Luiz de Paula.
Como participar?
Ao entrar no grupo, em que somente os administradores poderão enviar mensagens, o participante receberá um link por semana, com diferentes assuntos. Os arquivos ficarão armazenados em um sistema de disponibilização de faixas de áudio e o ouvinte poderá acessá-los no momento em que recebe o link ou quando quiser. “Como não serão enviados arquivos, apenas links, a memória dos celulares dos participantes não ficará sobrecarregada”, explica o coordenador de Tecnologia da Informação da Diretoria de Educação Aberta e a Distância (DEAD), Ricardo Brasil.
O conteúdo disponibilizado na nova plataforma foi desenvolvido em parceria com a equipe da Rádio Universitária / Diretoria de Comunicação da UFVJM.
O interessado deverá ingressar no grupo por meio deste link: http://encurtador.com.br/equRX
Sobre o projeto
O projeto de extensão "Ciência do Cotidiano: conhecimento científico pelas ondas do rádio" é coordenado pelo professor Everton Luiz de Paula, da Diretoria de Educação Aberta e a Distância (DEAD), que conta com os servidores Ricardo de Oliveira Brasil Costa, analista de Tecnologia da Informação da DEAD, e Flávia Cesar, jornalista da Diretoria de Comunicação Social (Dicom) da UFVJM, para a sua execução.
Durante os quatro anos em
que foi veiculado pela Rádio Universitária 99,7 FM, de 2015 a 2019, o programa
apresentou diferentes temas do cotidiano. Atualmente, aliando tecnologia e ciência,
quer se consolidar como um meio de divulgação científica e de produção de
conteúdos de temas científicos que poderão ser utilizados no ensino das
Ciências Naturais, muitas vezes restritos à comunidade acadêmica, ampliando o
seu alcance.
terça-feira, 5 de maio de 2020
Consciência e ciência sem conflito - O Globo - 5 de Maio de 2020 - A HORA DA CIÊNCIA - Margareth Dalcolmo Cientista e pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz
Nesta semana em que se
celebram 75 anos da tomada de Berlim pelos soviéticos e da derrota das tropas
nazistas pelas forças aliadas na Itália e na Áustria, como publicado nos
grandes jornais à época, a noção de tempo nos atropela, e parece estarmos a
mencionar um fato histórico bem mais distante. Hoje, com a dimensão do fenômeno
que assola todo o planeta, os mesmos órgãos de comunicação anunciam o que
poderia ser uma trégua na luta em que nos encontramos, contra o inimigo ubíquo
e invisível, um vírus que já dizimou mais vidas do que os 20 anos da Guerra do
Vietnã ou a epidemia pelo HIV nos seus primeiros 25 anos. A divulgação do que
poderia ser um tratamento possível, pelo menos para as formas graves da
Covid-19, em que pesem os desfechos ainda por serem aprimorados, traveste-se de
boa nova.
Não se compara a forçados
meios de comunicação de outrora com a atualidade, vivendo a primeira epidemia
completamente digital. O tamanho do fenômeno midiático é compatível com sua
época, ainda que o homem, como ser de consciência, permaneça, felizmente,
operando no modo analógico, movido a empatia e compaixão. Se é verdade que o
amor ao próximo sofredor inspira o desenvolvimento da ciência, podemos afirmar
que, no homem, cientista ou poeta, os métodos criadores são os mesmos. Einstein
disse, com seu humor :“Ai maginação é a mais científica das faculdades ”,
indicando que nenhuma descoberta nos dá direito a descanso. Um problema ou uma
etapa resolvida gera forçosamente uma outra hipótese a ser demonstrada, outra
questão a ser respondida. É onde nos encontramos frente ao desafio imposto pela
Covid-19 e à espera de uma vacina.
O remdesivir, fármaco
aprovado pelo FDA, órgão regulatório norte-americano, para o tratamento de
casos graves, é um conhecido antiviral, capaz debloquear a replicação viral, de
uso exclusivamente endovenoso, com efeitos in vitro já demonstrados em outros
coronavirus, usado nas epidemias da Sars e Mers, e no tratamento do ebola, em
África, sem sucesso.
Três estudos para a
Covid-19 foram publicados: na China, sem benefício e interrompido por efeitos
colaterais; do fabricante, sem grupo controle; e o que gerou a aprovação,
incluindo 1.063 pacientes, com mortalidade de 8% contra 11,6% no grupo placebo.
Sabe-se assim que os estudos até o momento, mesmo os poucos metodologicamente
bem conduzidos, não respondem se este será, isolado ou em associação a outras
terapêuticas que atuem em outros alvos do vírus —como anti-inflamatórios
biológicos e corticosteroides, anticoagulantes, transferência de plasma de
convalescentes —, um tratamento plausível. Ao falar em plausibilidade, há que
se considerar variáveis diversas como efetividade de uso no mundo real,
segurança, proteção ou quebra de patente, comercialização e, sobretudo, acesso
universal. Todas essas respostas deverão se somar ao ganho observado até agora,
de redução modesta no número de dias de permanência em terapia intensiva, e
eventos adversos controláveis.
No momento agudo em que
vivemos, em meio à proliferação de controvérsias, muitas sembas e científica,
voltamos a nos indagar se nos enigmas que regem a consciência humana e a ciência
não há conflitos, e sim interação, como um amálgama perene. Quero bom senso que
os que decidem sobre a vida das pessoas, a fortiori os homens de Estado,
mostrem-se sempre firmes, claros, consistentes, justos e, sobretudo,
responsáveis. O que nos revelará a nossa história imediata?
Quer o bom senso que os
que decidem sobre a vida das pessoas mostrem-se sempre firmes, claros, justos e
responsáveis.
- A HORA DA CIÊNCIA Margareth Dalcolmo Cientista e pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz
segunda-feira, 4 de maio de 2020
Anticorpos não são sinônimo de imunidade para Covid-19 - O Globo - 4 de Maio de 2020/NATALIA PASTERNAK
A maioria das pessoas que
não trabalha com biologia tem uma visão bastante simplificadade como funciona a
resposta imune do corpo humano, da qual os anticorpos fazem parte. No cenário
atual, essa compreensão parcial pode gerar tanto preocupação excessiva quanto
esperança falsa. Então, vamos olhar a questão mais de perto. Quando o corpo é
invadido por um vírus, temos três tipos de resposta: inata, adaptativa celular
e adaptativa de anticorpos.
A resposta inata é a
primeira. São células mais genéricas, que vão tentar eliminar o corpo
estranho, meio que de qualquer jeito. A resposta adaptativa é mais específica, e
pode ser celular ou de anticorpos. Os anticorpos, quando tudo corre bem,
neutralizam o vírus, além de soar um alerta. Mas, quando o vírus já está dentro
da célula, os anticorpos não o percebem. Dentro da célula, os vírus fabricam
cópias de si mesmos.
Com a resposta imune
celular, a célula contaminada avisa o resto do organismo do problema: denuncia
a si mesma, e é eliminada.
Anticorpos são moléculas
que se ligam a proteínas que o vírus exibe em seu invólucro. Chamamos de
neutralizantes aqueles que, ao fazer isso, dificultam ou impedem a reprodução
viral. Mas nem todos são assim: pode haver anticorpos não neutralizantes, que
se encaixam no vírus, mas não conseguem detê-lo (e, às vezes, até o ajudam).
No caso do Sars-CoV-2, ainda não temos uma ideia clara da ação dos anticorpos. Recentemente, um
estudo na revista “Nature Medicine” indicou que 100% dos pacientes avaliados
produziram anticorpos contra a Covid-19. Muita gente comemorou o resultado, e
interpretou isso como sinal de imunidade. É até bastante provável —e desejável
—que seja isso mesmo. Mas o fato é que ainda não sabemos se todos esses
anticorpos serão úteis, e quanto tempo duram.
Levando em conta que o
Sars-CoV-2 é bem parecido com o vírus da Sars de 2002, podemos esperar que,
contra ele, também produziremos um anticorpo neutralizante que impede que o
vírus entre na célula. O anticorpo também chama células do sistema imune que
vão ajudar no combate.
Em geral, exames de
sangue medem dois tipos de anticorpo, IgM e IgG. Estudos em Sars relacionaram
produção precoce de anticorpos à severidade da doença. Ter anticorpos não
basta. Precisamos saber se são protetores, e quanto tempo duram. Também
precisamos descobrir a relação entre tipos e quantidades, e como se relacionam
à gravidade da doença: é possível que anticorpos em excesso, ou na hora errada,
piorem o quadro. Tendo essa compreensão, poderemos desenvolver anticorpos
monoclonais, que serão neutralizantes e clones, ou seja, todos iguais. Há grupos
trabalhando nessa estratégia.
Também sempre testamos se
os anticorpos gerados na vacinação são neutralizantes. Às vezes, não são. Uma
vacina para Sars falhou em produzir anticorpos neutralizantes em animais
idosos.
O sistema imune humano é
feito de erros e acidentes selecionados pela natureza. No geral, anticorpos
salvam vidas, mas nem sempre: não são “projetados” para isso ou aquilo. A cada
nova doença, precisamos da ciência para entender o que, exatamente, andam
aprontando.
O sistema imune humano é
feito de erros e acidentes selecionados pela natureza. No geral, anticorpos
salvam vidas, mas nem sempre.
Marcha Nacional pela Ciência será realizada em formato virtual. Acompanhe pelas redes sociais.
sábado, 2 de maio de 2020
Tudo na vida é provisório - O Globo - 1 de Maio de 2020 - Patricia Rocco
Tudo na vida é provisório
- O Globo
- Patricia Rocco
sexta-feira, 1 de maio de 2020
A probabilidade não é um monstro - Gabriela Cybis é bióloga, professora de Estatística na UFRGS, atua em modelagem estatística para genética.
FONTE: Blog Ciência Fundamental da Folha de São Paulo Acesso 30-04-2020
quinta-feira, 30 de abril de 2020
Empatia em tempos de crise O Globo30 Abril de 2020A HORA DA CIÊNCIA - Roberto Lent Neurocientista, professor emérito da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or
Empatia em tempos de crise
- O Globo
- A HORA DA CIÊNCIA - Roberto Lent Neurocientista, professor emérito da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or