No dia 29 de julho, ocorreu o 1º Encontro Presencial do Conselho Tutelar e o Ministério Público na cidade de Nanuque, realizado na Sala de Reuniões da Polícia Civil, localizada no antigo Fórum. O evento contou com a participação de três promotores de justiça, entre eles, a Dra. Mariah Santos Santa Anna, Promotora de Justiça e Coordenadora Regional da Infância e Juventude do Vale do Mucuri e Jequitinhonha.
Dra. Mariah destacou as principais atribuições do Conselho Tutelar, conforme o artigo 136 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As funções abrangem desde o atendimento e aconselhamento de crianças, adolescentes e seus responsáveis, até a promoção da execução de suas decisões, incluindo a requisição de serviços públicos e a representação junto à autoridade judiciária em casos de descumprimento de deliberações.
Um dos pontos de maior ênfase na palestra foi a necessidade de acolhimento ser uma medida de último recurso. Dra. Mariah lembrou o caso dos órfãos da Romênia para ilustrar os efeitos negativos do afastamento prematuro das crianças de seus lares, destacando que essas crianças apresentam atrasos cognitivos significativos. Segundo ela, e de acordo com a legislação o acolhimento deve ser excepcional e provisório, destinado a situações extremas e emergenciais.
A promotora também abordou a Lei Henrique Borel, que, semelhante à Lei Maria da Penha, estabelece medidas protetivas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica. A lei permite que o Conselho Tutelar requeira o afastamento do agressor do lar, protegendo as vítimas de maneira mais eficaz. Dra. Mariah ressaltou a importância da credibilidade da palavra da vítima de violência sexual, enfatizando que o depoimento espontâneo da criança deve ser respeitado para evitar mais traumas.
Além da equipe do Conselho Tutelar de Carlos Chagas, o encontro contou com a presença de representantes da rede de proteção à criança e ao adolescente, incluindo profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social, CRAS, CREAS, CAPS e CMDCA.
O evento foi uma oportunidade crucial para reforçar a importância da proteção infantil e adolescente, promovendo a colaboração entre as diferentes esferas do sistema de proteção. A mensagem de Johann Goethe, "Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a," e as palavras de Louis Pasteur, "Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser," ressoaram com os participantes, reforçando o compromisso com a defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
@professordeodatogomes