Bullying

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domingo, 30 de abril de 2023

Close: um retrato comovente da amizade na pré-adolescência. Assisti e super recomendo.

O filme "Close", dirigido por Lukas Dhont, acho que é esse mesmo o Diretor, afirmo sem dúvida que é uma obra que faz a gente sentir as emoções do personagem com a mesma intensidade que o ator está representando. Na visão da crítica de cinema Isabela Boscov, é raro encontrar filmes que consigam fazer isso com tanta precisão, como Close.

A história gira em torno da amizade de dois meninos de 13 anos, Léo e Remi, que são melhores amigos e compartilham tudo um com o outro. Eles são tão ligados que, quando começam a frequentar uma escola de pré-adolescentes  com outros iguais como eles que não conhecem, a intimidade entre eles chama a atenção dos  outros colegas.

O filme aborda de forma sensível a conexão e o dissolução de uma amizade, desde a primeira cena em que os meninos estão imaginando um ataque a uma fortaleza na qual estão escondidos. A câmera de Lukas Dhont é uma presença que surge no meio dos personagens, reforça a analista de cinema, filmando muito de perto os rostos dos atores e usando closes e planos muito próximos, comprimindo todo o espaço. Isso faz com que todo o drama seja ainda mais intenso e palpável para o espectador.

O diretor afirmou que se inspirou em fatos de sua própria vida para criar o roteiro, o que confere uma veracidade e autenticidade surpreendentes à história afirma ela. 

O filme é uma evocação muito palpável, muito tátil de um mundo perfeito em que esses dois meninos estão vivendo, e a dor que sentem quando a amizade começa a desmoronar é quase insuportável, tanto para eles quanto para o espectador.

"Close" é um filme belo e emocionante, que nos faz sentir na pele as emoções dos personagens e nos deixa impactados com sua intensidade e veracidade.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Túmulo dos vagalumes, uma emocionante história baseado em fatos reais. Muita emoção e empatia nesse anime.

 O filme está no final do texto

Desafio qualquer um, mesmo aquele que se diz mais durão e durona a assistir esta animação sem derramar lágrimas. Quem já assistiu ao Túmulo dos Vagalumes, sabe do que estou falando? Baseada em uma história real, com momentos tão atravessadores, que fica muito  difícil segurar a emoção.  Esta animação, na minha opinião, é uma das mais tristes e comoventes da história do cinema de animes.  Já assisti pelo menos três vezes e sempre é um envolvimento intenso com a história que o filme conta, me sentindo completamente tomado com a proposta do mesmo. Baseado em um conto  que só virou filme em 1988,  é o registro convincente de uma história real. Túmulo dos Vagalumes mexe com nossa emoção, tocando fundo nossa sensibilidade com sua dramática história, que apesar de tudo, tem muita empatia e do encantamento no relacionamento daquelas crianças. Não adianta, ao ver esse anime você não se conterá e se desmanchará em lágrimas. Dois irmãos: Setsuko e Seita, são os protagonistas dessa bela história de dor, sofrimento, aflição, agonia, angústia, mal, padecimento, tortura.. nem sei mais o que falar.  Contudo é também uma história de identificação, envolvimento, compatibilidade, afinidade, sintonia, amizade, inclinação, defesa dos valores e sei lá o que mais posso dizer. 

É um sofrimento sem medida, envolvendo duas crianças vítimas da 2ª guerra, apresentadas com muito simbolismo, muita leveza e princípios fortalecedores de uma resistência inacreditável, tudo mostrado com bastante sutileza e verdades  subjacentes.  

O cenário é da 2ª Guerra Mundial em que o Japão, perdendo a guerra,  se vê cercados pelas tropas aliadas.  Após a morte da mãe num bombardeio americano na cidade e a convocação do pai para a Guerra, os dois irmãos vão morar com alguns parentes. Não dá certo a vida na casa dos parentes então eles saem da cidade e acabam num abrigo antibomba isolado na floresta, onde lutam contra a fome, doenças e se divertem com as luzes dos vagalumes.

O filme faz a gente refletir sobre as dramáticas consequências de uma guerra. Não se aprendeu a lição,  ainda hoje, em pleno século XXI, a Rússia e a Ucrânia estão se destruindo em uma guerra sem sentido, isso,  depois da 1ª , 2ª Guerra e tantos conflitos regionais existentes na geopolítica do mundo. 

Numa guerra os mais atingidos são as crianças. Lembram dessa imagem?


Essa criança foi resgatada dos escombros,  com vida depois de bombardeios na cidade de Aleppo na síria.

Mas vamos voltar ao filme, os dois irmãos buscam de todas as formas sobreviver em um cenário de bombas e fome,  tendo até que saber  lidar  com pessoas afetadas mentalmente pela guerra. Nesse contexto as pessoas perdem a empatia e assumem portanto uma postura egoísta e arrogante,  tornando-os incapazes de sensibilizar com os dilemas de duas crianças. A luta pela sobrevivência destroe  a humanidade  tornando as incapazes de praticar a solidariedade e a partilha com aquelas duas crianças.  
O amor e a inocência das crianças faz todo o encantamento do filme ser de intensa beleza mas o resultado a que chegam é muito  trágico. A analogia com os vagalumes acontece em decorrência da programação biológica dos mesmos que assim que se iluminam e produz o brilho,  tem suas vidas encurtadas. E então fiquei pensando que simbolicamente sugerem as bombas lançadas, e os próprios irmãos que apesar daquele triste momento, brilham como vagalumes em valores e humanidade. 

Recomento assistirem, porque o filme mobiliza a nossa capacidade de reflexão e assim nos provoca muitos ensinamentos e lições, contribuindo para nós nos tornemos uma pessoas empática, que sabe compreender o outro. A vida exige luta intransigente na sua defesa em meio à qualquer situação que ameaça a paz e a convivência democrática entre os homens. Não existem o outro inumano, todos nós somos portadores de dignidade e de humanidade,  independente de qualquer contexto em que se venha fazer a negação dessa constatação. A história humana está repleta de situações em que o outro foi declaro inumano para se justificar um genocídio: os índios, os judeus etc...
                         Por Deodato Gomes 

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Você já viu? Coringa: porque esta violência e as reais e similares a esta choca tanto a gente?



Não tem como assistir o Coringa e não ser impactado emocional e intelectualmente. O mistério que é o ser humano, e a face sombria que a natureza humana pode vir a se apresentar para a sociedade é de fato imprevisível. Tanto já se debateu sobre a interferência do contexto social na estruturação da personalidade de uma pessoa, bem como na própria capacidade de alguém superar frustrações e ir se fazendo mentalmente saudável. Sobre isto, não se tem conclusões definitivas. Monstros violentos podem emergir de lares muito estruturados o que não é o caso do Coringa, o Arthur Fleck (personagem central) da ficção. Ele tem em sua história de vida o componente da exclusão social, que explica apenas parte do seu desequilíbrio total, mas não dá conta de justificar todo o seu comportamento hiper violento e maldade que provoca tanto espanto em quem assiste ao filme. Em que pode se transformar um ser humano? Os grupos de whatsapp da nossa cidade, mesmo hoje se  tornaram repletos de fatos tão proporcionalmente violentos quanto aqueles praticados pelo Coringa. E a gente pergunta sempre: por quê?   Como a humanidade pode se apresentar com uma feição tão assustadora assim? Não, ele não era um psicopata e nem fazia uso de álcool e drogas. Gotham City, a Nova Iorque dos anos 80 tem momentos de presença em nossas cidades nos acontecimentos inesperadas e mais violentos, tanto quanto que nos assombram de quando em vez. 
 A imprevisibilidade do comportamento humano, a incerteza do que será uma criança, um adolescente mesmo cercado por uma vida sem abusos, é que reforça a necessidade da educação. O cuidar da escola é fundamental na construção de mentes saudáveis, reforça também a possibilidade de modelagem de uma personalidade,  ainda que falte a certeza de que ali florescerá um ser humano sensível, empático, afetivo e com alto senso de humanidade. Arthur Fleck em um momento de alucinação, diz reflexivamente: “Durante toda a minha vida, eu nem sabia se eu existia de verdade, mas eu existo e as pessoas estão começando a perceber.” Toda atenção à criança, ao adolescente e ao jovem antes que este se perceba existindo como um ser fora da caixa social, e se faça perceber em práticas de relações empáticas que possa vir a estabelecer com o seu semelhante. O incômodo sentido por todos nós ao assistir o Coringa, deve levar sim à uma autorreflexão e em consequência ao entendimento de que não podemos aceitar o mal como um fenômeno normal da nossa sociedade. Banalizar o mal é o nosso fim enquanto sociedade. Precisamos compreender que o ser humano pode ser sempre muito melhor desde que muito cedo seja cercado de cuidados. O Coringa foi rejeitado e quando doente o sistema público não forneceu o remédio e nem a terapia que ele precisava.  Aprender a olhar até mesmo aqueles que discordam da gente com outro olhar sempre pode ensejar uma reflexão pertinente, significativa.  Parece que estamos sempre em busca de convivências lights com pessoas que não nos instiguem a pensar sobre nós mesmos e assim não nos ajudamos a meditar em nosso próprio comportamento.  
O filme ainda está em cartaz no Cine Teca em Teófilo Otoni. Inteira R$ 20,00 e meia R$10,00, com sessões às 18:20 (dublada)e 20:00(legendada) horas. Classificação indicativa é de 16 anos.Vale a pena. Assim que estiver disponível vamos projetar no Cine João Beraldo.
                                                                 Por  Deodato Gomes 

sábado, 22 de junho de 2019

'Democracia em vertigem' mistura análise política e história pessoal Disponível na Netflix, documentário de Petra Costa fala sobre polarização e democracia. Opinião da diretora durante toda a narrativa é clara


Terminei de assistir este documentário na Netiflix. A diretora e roteirista Petra Costa lança sua produção sobre a história recente brasileira em que faz um recorte contundente sobre o governo petista e a operação Lava-Jato. O documentário  Democracia em vertigem, está sendo veiculado na Netflix. 
Petra Costa retrata a essência dos bastidores dos poderes e  consegue dar vida à trama histórica. Para além dos discursos eufóricos e inflamados de membros do governo, o documentário humaniza esse universo graças à narração que relaciona a vida pessoal da diretora com os eventos políticos do país. “Eu e a democracia brasileira temos quase a mesma idade. Eu achava que, nos nossos trinta e poucos anos, estaríamos pisando em terra firme”, diz uma das frases que abre o documentário, dando indícios do personalismo da obra.
A opinião da diretora durante toda a narrativa é clara. A coragem de se declarar parcial no momento de polarização extrema vivida pelo país é admirável. O filme não é para olhos inocentes. A história de vida de Petra consegue se relacionar com o documentário com harmonia pelos pontos em comum: o país está polarizado e a sua família, também. Seu avô era sócio de uma das maiores e mais importantes empreiteiras do país, Andrade Gutierrez. Por outro lado, os pais foram integrantes da resistência estudantil durante a ditadura militar. A mãe da diretora chegou a ficar presa na mesma cadeia que a ex-presidente Dilma Rousseff, ponto marcado no documentário com um encontro entre Dilma e a mãe da cineasta.
O filme foi lançado na última quarta-feira em 190 países. Com 121 minutos de duração, Democracia em vertigem teve ótima recepção em importantes festivais de cinema, com ênfase no Festival Sundance. O documentário exibe cenas da política brasileira com imagens clichês e vista aérea do Congresso Nacional. Há ainda imagens internas, entrevistas e áudios inéditos. Algumas cenas inéditas foram cedidas por Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que diferencia a obra de uma grande reportagem é a narração da diretora. Sua voz percorre os caminhos da imagem encadeando desde a história de ascensão e queda do PT até a eleição do presidente Jair Bolsonaro e a nomeação de Sérgio Moro como ministro da Justiça.
A narrativa é apaixonada, mas o documentário não se exime de duras críticas à esquerda. Em alguns momentos, Petra critica a postura do ex-presidente Lula, em seu segundo mandato, por ter se alinhado às velhas oligarquias do poder que tanto criticava. Além disso, ela falou recentemente à imprensa sobre os erros dos governos petistas e a importância de o país refletir sobre seu passado.
Petra narra seu documentário em primeira pessoa, relacionando episódios da história recente do Brasil a sua trajetória familiar (...) O resultado é um registro triste e doloroso do percurso de nossa claudicante democracia nos últimos 35 anos — do sonho da emancipação política e do crescimento econômico ao pesadelo do descrédito das instituições e da volta do fascínio atual pelo autoritarismo. A despeito do juízo que se faça das análises e conclusões de sua realizadora, Democracia em vertigem merece aplauso por revelar anseios e temores íntimos dos ex-presidentes Lula e Dilma com muita humanidade e dignidade”, afirma. Artistas como Caetano Veloso e Mônica Iozzi também demonstraram o apreço pelo filme no Twitter. Mônica aparece chorando e Caetano ressalta, ao se referir ao documentário, que “é difícil não chorar nada”.
O grande acerto em relação a essas produções é abrir as narrativas para além do que foi noticiado na época, dar voz a outros personagens, mostrar diferentes pontos de vista e, assim, propor um debate de assuntos atuais. (Adriana Izel) * Estagiária Nicole Mattiello*  sob supervisão de José Carlos Vieira.
Fonte: portal UAI



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

DIÁRIO DE UM ADOLESCENTE



Jim Carrol de Diário de um adolescente, é um personagem do filme, que tem a vida destruída ao se perder em meio as drogas e ao crime. Interessante que este  filme aborda todas as etapas pelas quais passam um dependente. 
O filme é baseado no livro do músico Jim Carrol que ao longo de sua vida adolescente tinha um grande talento para o basquete, mas se envolveu com prostituição para alimentar seu vício por cocaína. Dirigido por Scott Kalvert o retrata todos os estágios que um viciado passa: o momento onde tudo se resuma a  curtição, depois a dependência e a busca por drogas a qualquer custo, isso é mostrado através das cenas em que o personagem busca a prostituição para conseguir dinheiro , se tornando violento e chegando a fugir de casa.
Narrado de forma muito realista o filme tem uma abordagem jovem, sem lições de moral, o que o torna muito atrativo. Os acontecimentos são ambientados nos anos 1970 em Nova York, mas pode ser considerado atual, pois indiferente da época todos passamos pela adolescência que é ponte para a vida adulta, e essa travessia não é nada fácil. O  adolescente não é criança, mas também não é adulto, vive o momento de construção da identidade, de escolhas que podem definir o rumo da vida, e é exatamente nesta fase que muitos se envolvem com drogas.

Uma cena que destaco é quando Jim diz que muitas pessoas ingressam no mundo das drogas acreditando que tem tudo sob controle, mas depois percebem que o vício torna-se um trabalho das 09 hs. às 17 hs, deixando bem claro a gravidade da situação. Lamentavelmente alguns vivem nesta condição em tempo integral, sem dias de folga e nem horário de descanso e devo ressaltar que o álcool também é uma droga e destrói muitas vidas.
O roteiro foca principalmente na mudança de vida do protagonista, desde o momento em que tem uma adolescencia normal com seus amigos e sua família, depois a dependência e sua abstinência quando fica doente por não poder usar cocaína, até quando retoma seu estado natural novamente, esses detalhes são bem representados pelo ator através de seu desespero e sua mudança de personalidade, porém ainda com um lado sensível ele registra sua visão de mundo através de seu diário, destaque também para o contexto de violência nas ruas nos anos 70.


O roteiro foca principalmente na mudança de vida do protagonista, desde o momento em que tem uma adolescencia normal com seus amigos e sua família, depois a dependência e sua abstinência quando fica doente por não poder usar cocaína, até quando retoma seu estado natural novamente, esses detalhes são bem representados pelo ator através de seu desespero e sua mudança de personalidade, porém ainda com um lado sensível ele registra sua visão de mundo através de seu diário, destaque também para o contexto de violência nas ruas nos anos 70.
A fotografia do filme também retrata essa escuridão, quando tudo se torna sombrio em meio a noite, e o personagem não encontra esperança as coisas parecem como um verdadeiro inferno onde não há saída, podemos dizer que além da mensagem de superação o filme nos traz um alerta para as drogas, o quanto elas podem destruir a vida de uma pessoa, o vício, seja em diversos formas hoje é mais presente, por isso a importância de histórias no cinema que retratem as suas consequências.
Veja o trailer