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sábado, 26 de julho de 2025

A Arte como Memória Viva: Análise das obras de Luciana de Oliveira Teixeira!

 

Clique na imagem para conhecer outras peças da artista plástica Luciana de Oliveira

A Arte como Memória Viva: Análise das obras de Luciana de Oliveira Teixeira

Luciana de Oliveira Teixeira, artista carloschaguense, apresentou suas obras durante a FEACC em um stand da Prefeitura Municipal de Carlos Chagas, revelando ao público uma produção artística profundamente enraizada na memória coletiva local. Suas peças, feitas a partir de sobras de madeira, foram por ela mesma definidas como “souvenirs” ou “minimundos”. Mas ao observar atentamente sua obra, percebemos que seu trabalho ultrapassa essas categorias utilitárias ou decorativas e adentra o território simbólico e afetivo da arte como recriação da memória.

Seguindo a perspectiva de Jorge Coli em O que é Arte, a arte não se define pela utilidade, mas pela capacidade de comunicar, de provocar sensações, reflexões e resgatar sentidos. É nesse ponto que Luciana se afirma como artista plástica: suas criações não são apenas objetos, mas narrativas visuais, feitas com o olhar de quem carrega dentro de si o repertório da cidade, sua arquitetura emocional e seu imaginário histórico.

Desde 2015, Luciana vem cultivando essa forma singular de expressão, mas foi com a exposição no Movimento Rota Bahia-Minas que sua arte ganhou maior visibilidade, a ponto de a Prefeitura reconhecer seu valor e realocá-la da Secretaria de Assistência Social para a Secretaria de Cultura. A decisão institucional, em si, revela a força política e identitária de sua obra.

Luciana transforma restos de madeira – materiais rejeitados pela lógica do consumo – em arte carregada de sentido. Cada peça é uma lembrança afetiva dos monumentos históricos de Carlos Chagas: igrejas, a ponte de ferro sobre o Rio Urucu, a Estação Getúlio Vargas da extinta Ferrovia Bahia-Minas, além das casinhas típicas e alguns outros monumentos da cidade. Esses elementos não são reproduzidos de maneira técnica ou arquitetônica, mas sim reinterpretados com um olhar subjetivo e poético, marcado por cores intensas, formas estilizadas e uma afetividade latente.

Ao “recontar” a cidade por meio de miniaturas, Luciana oferece à comunidade um espelho do que foi e do que permanece em sua memória cultural. Ela combate o esquecimento com arte – e nisso reside seu maior gesto político e artístico.

Sua obra evoca o que Coli aponta como arte que nasce do impulso criativo humano, que se realiza mesmo fora dos circuitos tradicionais, mas é legitimada pela sua potência de significar. A influência da incentivadora Múcia mostra também como o olhar do outro, ao legitimar, pode transformar um fazer silencioso em voz estética coletiva.

Luciana, portanto, não apenas cria réplicas: ela cria presença. Sua arte devolve ao povo de Carlos Chagas as imagens que o tempo quase apagou, mas que permanecem vivas pela mão da artista. Cada obra sua é um gesto de cuidado com a história, com a memória e com a identidade de um lugar.

Com grande sensibilidade, durante a FEACC, tive a oportunidade de conversar diretamente com Luciana sobre os propósitos e a energia que movem sua criação. Em nosso diálogo, pude perceber que seu fazer artístico nasce de uma relação íntima com a memória afetiva e com a cidade que habita — algo que vai além da técnica e se enraíza no simbólico. Por reconhecer a profundidade e originalidade desse processo criativo, sugeri a ela a leitura da obra O que é Arte, de Jorge Coli, como uma possibilidade de aprofundamento e reflexão sobre o que, intuitivamente, ela já realiza com maestria: dar forma à arte como linguagem, como ponte entre o vivido e o imaginado. O estudo da obra pode, assim, auxiliá-la na compreensão conceitual de sua própria prática e ampliar ainda mais a consciência do valor cultural que seu trabalho representa.

@professordeodatogomes

Deodato Gomes Costa

segunda-feira, 3 de março de 2025

Oscar e Educação: "Ainda Estou Aqui" e a importância da Cultura na Escola!

"Ainda Estou Aqui" no Oscar: um marco para o Cinema Brasileiro e um Convite à Educação

Que orgulho para o Brasil! Que orgulho para todos nós que acreditamos no poder da arte e da cultura como agentes de transformação! O cinema brasileiro viveu uma noite histórica neste domingo, quando o longa "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional. Pela primeira vez, o Brasil ergueu a cobiçada estatueta dourada nesta categoria, mostrando ao mundo a força da nossa narrativa e a relevância da nossa história.

Mais do que um reconhecimento da sétima arte, essa vitória tem um significado profundo para a educação. A escola precisa incorporar o movimento que a arte faz, compreendendo que cultura e educação caminham juntas. "Ainda Estou Aqui" deve ser assistido por todos os profissionais da educação, não apenas como espectadores, mas com um olhar investigativo, que nos ajude a refletir sobre nossa história, nossa identidade e os desafios que enfrentamos enquanto sociedade.

O discurso emocionado de Walter Salles ao dedicar o prêmio a Eunice Paiva, mulher que resistiu bravamente após enfrentar uma perda irreparável durante o regime autoritário no Brasil, nos lembra da importância de manter viva a memória histórica do nosso país. As atuações brilhantes de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro reforçam o talento brasileiro e nos convidam a valorizar a arte nacional.

Ao superar grandes favoritos, como "Emilia Pérez", da França, o filme de Salles rompe com o tradicional predomínio europeu na premiação. Historicamente, a categoria de Melhor Filme Internacional tem sido dominada por produções europeias, com 60 das 77 estatuetas concedidas a esse continente. Essa conquista simboliza uma mudança, ampliando a visibilidade das produções latino-americanas.

Apesar de Fernanda Torres não ter levado a estatueta de Melhor Atriz, sua atuação marcou a história do cinema nacional e fortalece a presença brasileira no cenário internacional. O impacto de "Ainda Estou Aqui" já é gigantesco: o filme segue em exibição e ultrapassou 5 milhões de espectadores, despertando um novo interesse pelo cinema nacional.

A história foi escrita, mas a sua continuidade depende de nós. Que essa vitória inspire escolas e educadores a incentivarem a arte como parte essencial do aprendizado. O cinema não é apenas entretenimento, é uma ferramenta poderosa de conhecimento e reflexão. A educação deve abraçar essa conquista e levar essa história para dentro das salas de aula.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Achei simplesmente surpreendente! Zygmunt Bauman explica esta sensacionalidade!

 


Zygmunt Bauman explica esta sensacionalidade! Achei simplesmente:     espetacular, extraordinário, incrível, fantástico, impressionante, maravilhoso, surpreendente, formidável, estupendo, magnífico. E você?
    

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

“Love” de Alexander Milov e as ilhas emocionais dos conflitos humanos!

Observe essa escultura, porque ela tem muito a dizer.

O que você vê? Que sentimentos essa imagem te desperta? Quanto de você que tem na imagem? Você se identifica com esta escultura? E sua criança interior, como está?

Depois das observações feitas, te falo que essa obra se chama: “Love” de um escultor ucraniano chamado Alexander Milov e, pelo que pesquisei, foi um dos destaques de um festival da Ucrania chamado de Burning Man.

O artista explica: “Isso demonstra um conflito entre um homem e uma mulher e a expressão interna e externa da natureza humana. Seu interior é moldado por crianças transparentes, que detêm as mãos pelas grades. Quando escurece, as crianças começam a brilhar. Esse brilho simboliza pureza e sinceridade que une as pessoas e dá a oportunidade de consertar as coisas quando chegar em tempos sombrios".

Quem observa pode ter sua interpretação individual sobre a obra. A arte nos permite fazer essa apropriação de sentimentos alheios. Ainda mais quando se trata de um trabalho tão sensível, objetivo e humano como esse do Milov que retrata conflitos tão íntimos. Como não se identificar? Como não se enxergar nessa obra? Como não se sentir representado?

Dois corpos sentados, em posições opostas, visivelmente deprimidos. Em segundo plano, duas crianças, que ao contrário dos adultos, estão uma de frente para outra, com os braços estendidos como quem almeja aproximação, contato. A estrutura da obra assemelha-se com as grades de uma gaiola que cumpre com sua função de aprisionar, limitar e negar contato com aquilo que liberta.

Como muitas vezes a vida imita a arte, essa estrutura de metal que foi exposta no festival de contracultura que acontece no deserto de Black Rock nos EUA, pode ser facilmente associada ao deserto de nossas emoções, quando abatidos pelos nossos conflitos, ficamos na mesma situação retratada por Milov. Aprisionamos a criança que habita dentro de nós e, deixamos o adulto prostrado dominar a situação, muitas vezes movido pelo orgulho, medo, insegurança e uma série de outros sentimentos negativos. É fato que o tempo serve para aperfeiçoar o aprendiz, mas muitas vezes, a mão dura da vida ao mesmo tempo em que aprimora e nos torna aptos para exercer esse ofício de existir, ela nos tira certas habilidades que vemos facilmente nas crianças, como por exemplo: a forma de lidar com os conflitos.

Quando há desentendimento entre duas crianças, elas brigam, choram, podem até se agredir, mas esse conflito não se estende por muito tempo, logo podemos vê-las brincando novamente, como se nada tivesse acontecido. Criança não perde tempo com rancor, raiva ou orgulho, elas têm ansiedade para viver e desfrutar as levezas da vida. Suas emoções são intensas e genuínas. Seus conflitos são rapidamente resolvidos.

Essa habilidade, perdemos com o tempo, mas Milov veio para nos lembrar de que nos tempos sombrios devemos deixar que nossa criança interior venha à tona e nos liberte das gaiolas emocionais que nos aprisionam. Que devemos ter pressa para amar. Viver a dor no tempo que ela deve ser vivida, mas não nos tornar refém dela. Como diz os versos cantados por Milton Nascimento: “Há um menino/ Há um moleque/ Morando sempre no meu coração/ Toda vez que o adulto balança/ Ele vem pra me dar a mão/ E me fala de coisas bonitas/ Que eu acredito/ Que não deixarão de existir/ Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade alegria e amor”. E podemos concluir com Arnaldo Antunes:“Vai sem direção/ Vai ser livre/ A tristeza não/ Não resiste…/ Faça sua dor dançar”. E concordar com Oswaldo Montenegro quando ele diz:“Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba. E que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer”.

Sim, a arte sempre nos aponta uma resposta, caminho e direção. É preciso apenas ter um olhar disposto para perceber.

FONTE: https://perguntaspoderosas.blog.br/2021/03/02/escultura-love-de-alexander-milov/

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

TELAS EM PÁSSAROS OU EM ASAS?!... - Reflexivo!...










Tudo e Nada

Tudo e Nada são a essência da liberdade:  
De viver, sentir, pensar e professar verdades fragmentadas.  
Quiséramos nós transformar as telas,  
Os muros, as grades de todos os esconderijos,  
inclusive dos mais sombrios, tenebrosos e preocupantes da natureza humana
Em asas para nossos sonhos,  
Em pássaros que voem livres...  

Pássaros que, apesar das penas internas,  
Voem para além de suas dores,  
E, ao voar, construam pontes,  
Unam pontos, conectem pessoas.  
Que inspirem os pés acorrentados a trilhar os secos pastos,  
Sob o sol que apenas anuncia  
O tempo certo para a chuva.  

Porque nada, jamais, deterá um amanhã de surgir, a chuva de cair 
De pingos correrem livres pelas veredas  
Em uma terra rica e sedenta de vida.  
Nada!  

Professor Deodato Gomes Costa