Fichamento do artigo "Gestão Escolar: Pela Superação da Polarização Administrativa de Viés Autoritário" de Celso Vasconcellos, com uma abordagem crítica e reflexiva.
Referência Bibliográfica
VASCONCELLOS, Celso dos S. Gestão Escolar: Pela Superação da Polarização Administrativa de Viés Autoritário. In: Gestão da Sala de Aula. São Paulo: Libertad, 2016.
Fichamento Crítico
1. Principais Ideias do Texto
1.1. Complexidade da Gestão Escolar Contemporânea
- A gestão escolar enfrenta desafios multifacetados que exigem equilíbrio entre o pedagógico e o administrativo, em meio a um cenário de precarização estrutural, cobranças externas e fragmentação organizacional.
- Vasconcellos critica o modelo tradicional de "administração escolar" de cunho burocrático e técnico, propondo a adoção de uma gestão que valorize a intencionalidade pedagógica (p. 3-5).
1.2. Polarização Administrativa e Afastamento do Pedagógico
- O autor identifica o “nó górdio” da gestão escolar: o foco excessivo no administrativo, que distancia os gestores do eixo essencial da escola – o pedagógico.
- “O gestor deve ser a face explícita do Projeto Político-Pedagógico, articulando operacionalidade e direcionalidade ética” (VASCONCELLOS, 2016, p. 5).
1.3. Exercício Autoritário do Poder
- A gestão autoritária é frequentemente resultado da falta de tradição democrática nas escolas e de uma cultura de centralização do poder.
- “O poder, se mal exercido, reduz a liberdade e a potência dos educadores, fragilizando o trabalho coletivo e as relações interpessoais” (VASCONCELLOS, 2016, p. 6).
1.4. Humanização do Processo de Gestão
- A gestão deve ser compreendida como um processo de humanização. O diálogo, a liberdade e o trabalho coletivo são centrais para a superação de práticas autoritárias.
- O autor reforça a relevância da participação ativa dos gestores nos espaços pedagógicos, como reuniões de equipe e planejamento coletivo (p. 7-9).
1.5. Caminhos para a Gestão Democrática
- A construção de um Projeto Político-Pedagógico efetivo como referência prática no cotidiano escolar.
- A valorização do trabalho coletivo e a participação dos gestores na rotina pedagógica.
- O fortalecimento de mediações democráticas, como conselhos escolares e diálogo com representantes de classe (p. 9-11).
2. Reflexão Crítica
No entanto, o texto apresenta algumas lacunas. Embora as estratégias apresentadas sejam consistentes, há pouca ênfase na formação continuada do gestor para lidar com os desafios do século XXI, como a inclusão tecnológica e as novas dinâmicas de ensino híbrido. Também seria relevante explorar mais profundamente como as políticas públicas podem contribuir para superar a precarização da infraestrutura escolar, um ponto que frequentemente sobrecarrega o gestor.
3. Citações Selecionadas
- “O gestor, ao se distanciar do pedagógico, tende a se isolar em práticas autoritárias, dificultando o diálogo e a construção coletiva” (VASCONCELLOS, 2016, p. 5).
- “A gestão democrática é o caminho para tirar o gestor do lugar viciado de centralização autoritária e reaproximá-lo das práticas educativas” (VASCONCELLOS, 2016, p. 8).
- “Educar é humanizar, e o papel da gestão escolar é criar as condições necessárias para que isso aconteça” (VASCONCELLOS, 2016, p. 7).
4. Conclusão
O artigo de Vasconcellos apresenta uma reflexão imprescindível para a gestão escolar contemporânea. Ele reforça que o equilíbrio entre as dimensões administrativa, pedagógica e comunitária é a chave para promover uma educação de qualidade. Para o mestrando em Gestão Escolar, o texto é uma base sólida para pensar a gestão como prática transformadora, ainda que exija complementações para enfrentar os desafios contemporâneos.
Este fichamento não apenas resume o texto, mas também contextualiza as reflexões do autor na prática de gestão escolar, com um olhar crítico e acadêmico.