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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Entre ladeiras e histórias: alunos da Escola Manoel Esteves de Carlos Chagas desbravam Ouro Preto!

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“Ouro Preto: a chave dourada que abre horizontes”

Na tarde de sexta-feira, 11 de julho de 2025, às 13h20, partimos da Escola Municipal Dr. Manoel Esteves Otoni, com um grupo de alunos e uma comitiva de educadores, em direção a um destino que prometia mais que paisagens: prometia transformação. A bordo do ônibus, estavam os professores Edilane, Helem, Vinícius, a supervisora Vanessa, Adriana, o diretor Leonardo, duas cantineiras, a nutricionista Anny e eu, Deodato, o motorista do amarelinho: sempre ele, Paulo.

13 horas de estrada depois, já de madrugada, chegamos a Ouro Preto. A cidade adormecia, mas em nós, o coração palpitava como se já estivéssemos no alto das ladeiras.

No dia seguinte, começou nossa imersão. Não foi apenas uma visita guiada — foi uma travessia. Com o guia André à frente, a cada passo ouvia-se história, arte, luta e fé. Cada olhar lançado ao casario, cada explicação diante das igrejas e das minas, era como banhar-se no rio da sabedoria. Lembrei-me então de Heráclito: “Nenhum homem se banha duas vezes no mesmo rio, pois nem o rio é o mesmo, nem o homem.” E assim aconteceu com nossos alunos — já não eram mais os mesmos.

Começamos pela Praça Tiradentes, onde antes ficava o pelourinho e hoje se ergue a estátua de um mártir da liberdade. De lá, seguimos à imponente Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que guarda os restos mortais do gênio Aleijadinho. Em silêncio e respeito, cruzamos os corredores subterrâneos de uma antiga mina de ouro, onde a escuridão ensinava mais que a luz.

Chegamos então à Igreja de São Francisco de Assis, verdadeira joia do barroco mineiro, cuja beleza corta a respiração. Em seguida, ganhamos tempo livre na feirinha de Pedra Sabão — e ali, cada aluno pôde tocar, barganhar e sentir o artesanato vivo da cultura mineira. A Igreja do Pilar nos arrebatou com seu esplendor dourado, quase inacreditável aos olhos.

Já diante da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, os alunos observaram com atenção sua arquitetura singular e o casario que a cerca, refletindo sobre a força da cultura negra. Encerramos no Museu da Casa dos Contos, onde a memória dos impostos, da escravidão e das revoluções ainda pulsa entre as paredes.

Não foi apenas uma excursão educativa. Foi um presente que o tempo nunca apagará. Alunos que talvez jamais tivessem outra chance de ver de perto tamanha grandeza agora carregam em suas mochilas uma chave simbólica — como disse o guia André — que, um dia, poderá abrir portas em suas vidas.

Nada é perfeito — exceto o valor da experiência vivida. Valeu, Senhor, o nosso cansaço, a nossa entrega. A memória desses dias já é ouro dentro de nós.

Nosso profundo agradecimento à Secretária de Educação de Ouro Preto, Débora Etrusco, à Diretora Luciana Fernandes, da Escola Municipal Padre Carmélio Augusto Teixeira, por abrirem as portas do Paço da Misericórdia e ao nosso empolgado Guia André por abrirem as portas do saber e assim nos acolherem com tanta generosidade.

Esta viagem termina, mas a jornada dos saberes recém-descobertos está apenas começando. Ouro Preto agora mora dentro dos nossos alunos — e isso, nem o tempo, nem o esquecimento, poderá apagar.

domingo, 22 de junho de 2025

⛪ Irmandades Religiosas de Ouro Preto: Fé, Arte e Resistência na História do Brasil!

⛪ Irmandades Religiosas de Ouro Preto: Fé, Arte e Resistência na História do Brasil

No coração das montanhas de Minas Gerais, Ouro Preto guarda não apenas ruas de pedra e igrejas barrocas, mas também a memória viva de uma religiosidade popular e comunitária que moldou a identidade brasileira: as irmandades religiosas.

Essas associações leigas, formadas por fiéis católicos, tiveram papel essencial na organização social, na cultura e na fé do período colonial. Em Ouro Preto, elas foram especialmente expressivas – símbolo de solidariedade, arte e também de resistência, sobretudo para a população negra e parda.

🙏 O que eram as irmandades?

As irmandades eram confrarias religiosas, formadas por pessoas comuns – homens e mulheres, brancos e negros, livres ou escravizados – que se uniam para cultuar um santo padroeiro, promover ações caritativas, organizar festas religiosas e garantir o sepultamento digno de seus membros.

Elas construíram igrejas próprias, encomendaram obras de arte, celebraram procissões e mantiveram laços comunitários fortes, muitas vezes à margem do poder da Igreja oficial e do Estado.

🏛️ Irmandades de destaque em Ouro Preto

  1. Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
    Reunia escravizados e libertos. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é um dos ícones da presença negra na religiosidade colonial. Sua forma circular e discreta guarda histórias de fé e resistência.

  2. São Benedito
    Com devoção ao santo negro, a irmandade foi abrigo espiritual e social para a população afrodescendente. Era uma forma de afirmar identidade e dignidade num tempo de opressão.

  3. Nossa Senhora das Mercês
    Curiosamente dividida em duas irmandades:

    • Mercês de Cima: formada por pardos.

    • Mercês de Baixo: composta por brancos.
      Essa divisão refletia a estrutura social e racial da colônia, em que até a fé era vivida em espaços separados.

  4. Santíssimo Sacramento
    Reunia membros da elite branca, geralmente ligados à Igreja oficial. É associada à imponente Matriz de Nossa Senhora do Pilar, uma das igrejas mais ricas em ouro do Brasil.

✊ Espaços de resistência e solidariedade

Mais do que instituições religiosas, as irmandades negras funcionavam como espaços de resistência cultural, solidariedade e preservação da ancestralidade africana.

Elas:

  • Ofereciam apoio mútuo em tempos de doença e morte;

  • Garantiam um espaço onde a fé e as tradições africanas se fundiam com o catolicismo;

  • Eram centros de organização comunitária diante de uma sociedade profundamente desigual.

🎨 Arte e fé caminhando juntas

As irmandades foram também mecenas das artes coloniais. Encomendaram altares, imagens, pinturas e esculturas – muitas das quais feitas por nomes como Aleijadinho e Manoel da Costa Ataíde. A religiosidade se transformava em arte viva, expressão de fé e beleza.

📜 Legado vivo

Hoje, as irmandades ainda existem em Ouro Preto e outras cidades históricas. Algumas mantêm tradições centenárias, como as procissões da Semana Santa e as festas do Rosário, reafirmando o papel dessas instituições na preservação da memória coletiva e da fé popular.


✍️ Conclusão

As irmandades de Ouro Preto revelam muito mais do que religiosidade: elas são capítulos vivos da história social do Brasil. Em suas igrejas, documentos e tradições, ecoam as vozes de homens e mulheres que, mesmo em meio à escravidão e à exclusão, encontraram na fé um lugar de resistência, organização e expressão cultural.

Que ao conhecermos essas histórias, possamos valorizar não só os monumentos, mas principalmente os povos e suas lutas que ergueram cada pedra, cada altar, cada canto de devoção.

📚 Referências Bibliográficas:

AGUIAR, Marcos Magalhães de. Vila Rica dos confrades: a sociabilidade confrarial entre negros e mulatos no século XVIII. 1993. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE OURO PRETO. Wikipédia, a enciclopédia livre.

OURO PRETO. Prefeitura Municipal. Igreja do Rosário: símbolo da fé e da resistência negra em Ouro Preto. Ouro Preto, 2022.
🔗 Disponível em: https://www.ouropreto.mg.gov.br/noticia/1395. Acesso em: 22 jun. 2025.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS (OURO PRETO). Wikipédia, a enciclopédia livre.

IGREJA MATRIZ DE SANTA EFIGÊNIA (OURO PRETO). Wikipédia, a enciclopédia livre.
🔗 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Matriz_de_Santa_Efig%C3%AAnia. Acesso em: 22 jun. 2025.

sábado, 21 de junho de 2025

Ouro Preto: onde o passado ainda respira entre montanhas!

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Ouro Preto: onde o passado ainda respira entre montanhas

Você já imaginou caminhar por ruas onde a história do Brasil foi escrita com suor, arte, fé e coragem? Ouro Preto, cidade que visitaremos em breve, não é apenas um destino turístico — é um portal para o século XVIII, onde cada igreja, pedra e sacada tem uma história para contar.

Nesta excursão educativa, vamos muito além da paisagem: vamos ouvir os ecos dos sinos das igrejas barrocas, sentir o peso do ouro que moldou nossa história e compreender por que tantos sonharam com a liberdade em um tempo de opressão.

Você conhecerá o gênio do Aleijadinho, que mesmo com as mãos debilitadas, esculpiu a alma de um povo em madeira e pedra-sabão. Verá de perto o Museu da Inconfidência, onde repousam os restos mortais de Tiradentes, mártir da liberdade.

E que tal descobrir a história de Chico Rei, o escravizado que se tornou rei em terra de ouro?

Prepare-se: essa não será uma simples viagem, será uma imersão no passado que nos ajuda a entender o presente e sonhar o futuro. Leve sua curiosidade, seu caderno e seu olhar atento. Ouro Preto vai te ensinar coisas que nenhum livro sozinho poderia mostrar.

💬 E você, o que mais está curioso para descobrir em Ouro Preto? Comente, compartilhe e venha sonhar com a gente!