Bullying

Mostrando postagens com marcador HISTÓRIA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador HISTÓRIA. Mostrar todas as postagens

sábado, 13 de maio de 2023

13 de Maio: Da Escravatura à Pobreza - A Dura Realidade da Liberdade no Brasil

 


O Dia da Abolição da Escravatura é celebrado em 13 de maio no Brasil.

A abolição da escravatura no Brasil não significou a igualdade social para a população negra. Apesar de formalmente livres, os negros enfrentaram (e ainda enfrentam) desigualdades estruturais, discriminação e racismo. Podemos refletir de modo crítico e reflexivo assim:

13 de Maio: Da Escravatura à Pobreza - A Dura Realidade da Liberdade no Brasil.

Gosto também daquela frase do Padre Antônio Vieira que já no século XVII disse que o Brasil tem seu corpo na América e sua alma na África.

A frase do Padre Antônio Vieira, "Brasil tem seu corpo na América e sua alma na África", é uma poderosa metáfora que destaca a influência inegável da cultura africana na formação da identidade brasileira.

O "corpo na América" se refere à localização geográfica do Brasil, mas o "alma na África" é uma referência mais profunda. Isso se refere à contribuição significativa da população africana na cultura, história, religião, música, culinária e em muitos outros aspectos da sociedade brasileira, uma contribuição que foi muitas vezes negligenciada ou subvalorizada.

No entanto, essa frase também pode ser interpretada criticamente, à luz da história da escravatura. Pode ser entendida como um comentário sobre como a identidade do Brasil foi moldada pelo sofrimento e resistência dos africanos escravizados que foram trazidos para o país.

Essa citação, portanto, destaca a necessidade de reconhecer e valorizar a influência africana no Brasil, ao mesmo tempo que lembra as injustiças históricas que ocorreram.

No entanto é bom conhecer também a história factual, tradicional. Então vamos lá, pessoal.

__________________________________________________________________________________

Esta data comemora o fim da escravidão no Brasil oficialmente através da Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888. Quem assinou a Lei da Abolição da Escravatura foi Princesa Isabel, princesa imperial do Brasil.

Não se trata de feriado nacional, sendo esta condição revogada através da Lei nº 19.488, em 15 de dezembro de 1930, pelo ex-presidente Getúlio Vargas.


Abolição da Escravatura no Brasil

O Brasil foi o último país livre da América a abolir totalmente a escravatura, praticada no país desde o período colonial até ao fim do Império, o que durou quase 400 anos.

A maior parte dos escravos era proveniente do continente africano, mas uma parte da população indígena brasileira também foi escravizada.

Os escravos eram usados para todo tipo de trabalho, desde os domésticos passando pela agricultura, mineração e pecuária.

O movimento abolicionista criou força no Brasil durante o século XIX com o intuito de se libertar do domínio português e extinguir o trabalho escravo.

Leia pra libertação dos escravos

O processo de abolição da escravatura no país ocorreu gradualmente. A Lei Áurea, que pretendia acabar de forma definitiva com a escravidão no Brasil, foi precedida por uma série de outras leis, que libertaram as pessoas escravizadas pouco a pouco e sem indenização.

Lei Eusébio de Queirós (1850): proibição do tráfico de escravos em “navios negreiros” vindos da África;

Lei do Ventre Livre (1871): filhos de escravos não seriam considerados escravos a partir desse ano;

Lei dos Sexagenários (1885): libertação de escravos com idade acima de 60 anos.

Lei Áurea

A Lei Áurea, Lei nº 3.353 de 13 de maio de 1888, que significou a Abolição da Escravatura, não foi consensual, porque significou uma "crise nas lavouras" para os latifundiários, já que concedia liberdade aos mais de 700 mil escravos ainda existentes.

Dessa forma, à medida que as leis abolicionistas eram promulgadas se estimulava a vinda de imigrantes para trabalhar nos cafezais brasileiros e assim suprir a mão de obra necessária.

O Brasil também comemora o Dia da Abolição da Escravidão dos Índios no dia 1º de abril.

Importância do dia 13 de maio

Normalmente, esta data é celebrada nas escolas e instituições de ensino, com o intuito de reforçar a história da luta pela criminalização da escravidão, uma prática considerada hedionda na contemporaneidade.

Infelizmente, a discriminação racial ainda predomina em diversas camadas da sociedade brasileira. Assim, o Dia da Abolição da Escravatura também serve como um mecanismo de conscientização e educação para ajudar a erradicar completamente qualquer tipo de preconceito racial.

Atualmente, parte do movimento negro brasileiro contesta esta data e prefere celebrar o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, como um dia de festa para os afrodescendentes.

____________________________________

FONTE: Calendarr Brasil


sexta-feira, 21 de abril de 2023

A Inconfidência Mineira: o ideal de liberdade que marca a bandeira de Minas Gerais e a memória de Tiradentes.

 

O feriado de hoje, mais do que uma reverência a Tiradentes, lembra um dos fatos mais importantes do processo de independência do Brasil: A Inconfidência Mineira. O ideal de liberdade, no inicio do século XVIII, ainda hoje  toca a bandeira de Minas Gerais e apresenta um simbolismo carregado de  história. 


A Professora de Historia Maria de Fátima explica assim o termo Inconfidência:

"Se eu te conto uma confidência na verdade eu tô te contando um segredo. Inconfidência é a delatação de um segredo. Então a Inconfidência Mineira foi delatada, mas na verdade trata-se de uma reunião, de uma conspiração de homens do qual  Tiradentes fazia parte. "

Ninguém pode esquecer a luta pelo ideal de liberdade no século XVIII. O 21 de Abril é marcado por esta característica. Tiradentes, o Joaquim José da Silva Xavier, sonhava com a independência de Minas Gerais da corte portuguesa. 

Veja o que Tiradentes fazia de acordo com a Professora:

"As ideias de liberdade, eram  difundidas, discutidas e embasavam o movimento(...) O que tiradentes fazia era  passar na casa  dos inconfidentes, dos conspiradores como ele e  marcar reunião." 

Nascido em uma  fazenda próxima de São João Del Rei, Tiradentes se mudou para a antiga  Vila Rica, hoje Ouro Preto. Trabalhou como minerador, tropeiro e dentista, ofício que lhe rendeu o apelido  com ficou  conhecido na história. O  ideal da liberdade conheceu na convivência com amigos da elite mineira que viajaram até Lisboa onde tiveram contato com o  chamado iluminismo, movimento que teve origem na França. 
Veja no Mapa Conceitual a seguir o detalhamento do que significava o ilumnismo.


A partir de então Tiradentes começou a se reunir com intelectuais para pregar a independência. Nascia ali a Inconfidência Mineira, hoje tão lembrada por escritores e também poetas. Em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimentos foi  interrompido. 

Sobre Silvério dos Reis a Professora pesquisadora Maria de Fátima informa o seguinte:

" Ele era  um minerador endividado e em troca do perdão de suas dívidas ele literalmente delatou, dedou nomes E essas pessoas foram presas."


Assim a  história registra. Tiradentes com poucas influencias políticas e econômicas foi condenado a forca e morto em 1792, quase 100 anos depois foi considerado herói.

"Tiradentes é um exemplo porque ele lutou e morreu pela  liberdade, conclui a Professora Maria de Fátima.
                    Deodato Gomes costa

terça-feira, 7 de setembro de 2021

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

 

A Independência do Brasil

O tema da independência do Brasil permeia o nosso cotidiano. Quem nunca presenciou a comemoração do 7 de setembro? Ano após ano esse dia é sempre lembrado devido a sua importância para a história do nosso país. No meio de tantas comemorações e representações, às vezes nos esquecemos de questionar como se deu o processo de construção de um corpo político autônomo, independente de Portugal.

É importante pensar que a independência do Brasil, assim como todos os marcos históricos, são longos processos de transformação. Logo é difícil determinar exatamente quando se iniciou. Pode-se dizer que desde os fins do século XVIII que o Brasil, na condição de colônia de Portugal, foi sendo alterado paulatinamente.

Pedro Américo. Independência ou Morte, 1886-88. Museu Paulista, São Paulo

As transformações anteriores à Independência

No Brasil surgiu, durante esse período, uma camada letrada influenciada pelos escritos do abade Raynal (1713-1793) que criticava abertamente o sistema colonial português e defendia mudanças econômicas e políticas. Essa visão sensibilizava os luso-brasileiros que passaram a discutir qual a posição do Brasil dentro do império português. Dois grandes letrados com participação política foram destaque nessa empreitada: José Bonifácio e José da Silva Lisboa que condenavam os efeitos negativos do exclusivismo colonial. Assim, no começo do século XIX, já se via o Brasil como uma colônia emancipada e ligada à metrópole, tanto é que a colônia passou a chamar-se Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815.

Essas idéias criaram um descontentamento quanto ao mando metropolitano que culminaram nas inconfidências mineira, fluminense e baiana entre 1789 e 1798. Esses movimentos apesar de serem particulares tinham uma semelhança: reclamavam a autonomia local e questionavam os vínculos com Portugal. Essas revoltas criaram um temor para o governo português que corria o risco de perder parte ou a colônia inteira.

A transferência da corte (1808)

Na questão externa, Portugal sempre se portou de forma neutra. França e Inglaterra disputavam a hegemonia européia o que gerou uma luta pela supremacia do comércio. Com a invasão Napoleônica em 1807, Portugal se aliou a Inglaterra e, portanto, permanecer na Europa significava ser dominado pelas tropas napoleônicas. Foi assim então, que em 1808, Portugal transferiu a sua corte para o Brasil, pois só assim poderia salvar o seu império. Ao contrário da visão que foi reproduzida de um D. João VI frouxo, muitos jornais europeus e brasileiros da época elogiaram o monarca pelo seu “golpe de mestre”. Napoleão mesmo apontou D João como “o único que o tapeara em todos os tempos”.

transferência da corte significou uma mudança nas relações entre colônia e metrópole. O Rio de Janeiro ganhara o status de corte, pois todo o aparato burocrático estava agora ali. Todas as decisões políticas e burocráticas e a sede do poder monárquico passavam agora a serem gerenciadas no Rio de Janeiro.

Em 1810, foram assinados os Tratados de Aliança e Amizade de Comércio de Navegação em prol das elites brasileiras que desejavam importar manufaturados pagando baixos impostos. Os tratados garantiam uma taxação privilegiada para os produtos britânicos. A taxa era de 15% sobre os produtos britânicos, 16% para mercadorias portuguesas e 24% sobre os produtos das demais nações.

Mas não foi só isso, a presença da corte no Brasil transformou as relações sociais que ali existiam. A diversidade da população era muito maior, e os brasileiros tiveram que se acostumar com uma série de mesuras, palavras e etiquetas próprias de uma corte. Ou seja, o Rio de Janeiro se adaptou a uma nova cultura.

Francisco Bortolozzi. Embarque da família real portuguesa para o Brasil, 1808. Museu Histórico Naciona, Rio de Janeiro.

A Revolução Pernambucana (1817)

O maior movimento de contestação durante a permanência da corte portuguesa no Brasil foi chamada Revolução Pernambucana. Em 6 de março de 1817 os revolucionários, com a ajuda dos Estados Unidos e Inglaterra, tomaram Recife e organizaram um governo republicano. Durou pouco mais de dois meses. A dificuldade de acordo entre os líderes do movimento junto à dificuldade em combater os ataques do governo do Rio de Janeiro, levou ao fim a então república. Os principais líderes (Domingos José Martins, João Ribeiro e Miguel Joaquim de Almeida Castro) foram presos e condenados à morte.

A Revolução Liberal do Porto (1821)

Com o falecimento de D. Maria I, o então sucessor do reino seria D. João VI. Apesar de Napoleão já ter sido derrotado, D. João VI optou por governar o império português do Brasil. Essa decisão causou descontentamento por parte de grupos sociais e econômicos portugueses que consideravam que o Reino estava sendo regido pela Colônia, e não vice-versa.

Assim em 1820, a insatisfação culminou na chamada Revolução do Porto, na qual os rebeldes exigiam a volta do rei ao Reino de Portugal e a instalação de uma Assembléia Constituinte, a partir das convocações das Cortes portuguesas. Isso configuraria o fim do absolutismo em Portugal.

Além disso, os rebeldes queriam a volta do Brasil à condição de Colônia, perdendo a sua autonomia. É claro que os proprietários brasileiros não aceitariam serem excluídos da administração e pagar impostos para a manutenção do Estado.

Assim, procurando conciliar os interesses, D. João VI concordou em voltar a Portugal, deixando D Pedro, seu filho mais velho, como regente do Brasil.

Anônimo. D. João VI, 1816. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.

A independência (1822)

A volta da família real para Portugal e as diversas decisões desta, em vista de retomar a relação base entre Reino e Colônia, desagradou à elite brasileira, aos grandes proprietários e àqueles ligados a atividades urbanas.

Os diferentes setores da sociedade se reuniram ignorando, a princípio, as suas diferenças para firmar um novo contrato social e político: a fundação de um Estado independente. D. Pedro aparecia como a única figura que seria capaz de unificar o país e manter as relações de amizade com Portugal. Então em janeiro de 1822, as províncias brasileiras e a imprensa pediram a permanência de D. Pedro que estava sendo chamado a voltar para Portugal.

Somente depois de ter certeza de sua aceitação pelo povo brasileiro é que em 7 de setembro, D. Pedro proclamou a famosa frase: Independência ou Morte. Esse mote foi um impulso para a multiplicação de hinos, representações e sentimento de amor à pátria. Porém, nesse momento ainda não se tinha com precisão a data da independência. Em junho havia tido a convocação da Assembléia Constituinte para o Reino do Brasil, em outubro se deu a aclamação de D. Pedro I no Rio de Janeiro e somente em dezembro é que ele foi oficialmente coroado. Assim, a firmação do 7 de setembro como data oficial da Independência foi mais uma conveniência simbólica do processo todo.

FONTE: Escola Digital

terça-feira, 20 de abril de 2021

TIRADENTES: transformado em mártir, resgatado como herói nacional. Podemos ser como ele?

 


JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER foi um menino e homem como eram, em sua maioria, os meninos e homens de seu tempo. Nasceu perto de São João Del Rei, em Minas, na Fazenda do Pombal.

Aprendeu a ler e começou a trabalhar muito cedo, como tropeiro. Depois de viajar pelos arraiais de garimpeiros, alistou-se como tropeiro. Depois de viajar pelos arraiais de garimpeiros alistou-se como soldado da Tropa Paga.  Como soldado e , mais tarde, alferes, combateu os criminosos que vagavam pela capitania e armavam emboscadas contra os viajantes. 

Foi assim, convivendo com o Povo simples da Capitania, que Joaquim José, aprendeu muitas coisas. Aprendeu a conhecer as Plantas que curavam doenças e aprendeu a cuidar dos dentes das pessoas. Por isso ganhou o apelido de Tiradentes. 

Mas a coisa mais importante que ele aprendeu foi o valor da liberdade. quando atravessava os rios e, do alto das serras, via os imensos vales verdes, banhados de sol, sonhava com um País muito rico, com todas as pessoas trabalhando e vivendo feliz. Mas para isso era preciso que os nascidos no Brasil e não os Portugueses, governassem a própria Terra.

Pensando assim, começou a conversar com todos os que conhecia. Porque o Brasil tão grande, era dominado por Portugal, um País tão pequeno? Porque todos tinham que trabalhar, arrancando o ouro do chão e do fundo dos rios para mandar arrobas e mais arrobas do metal para o Rei, a Rainha e os nobre portugueses? Porque não fazer como os norte-americanos, que haviam lutado contra os Ingleses e proclamado a sua independência poucos anos antes?

Tiradentes não era filho de pais ricos, nem poderosos. Sua família era uma família comum, de gente trabalhadora, que viera para o Brasil com a esperança de aqui construir uma vida nova. Quando o prenderam, tudo que ele tinha valia tão pouco, que os bens foram arrolados como "trastes", coisas sem valor: uns pratos de estanho, outros de louça, fardas velhas, duas navalhas novas, uma espada sem bainha e alguns livros.

O alferes sabia que uma grande nação só pode ser feita com a vontade de todos e o amor de todos pela sua terra e pelo seu povo. Todos os que o conheceram disseram que ele sempre repetia uma ideia: se todos pensassem como ele pensava, se todos tivessem a sua mesma vontade, poderíamos fazer de nossa terra uma grande nação. E ele fazia o que pensava.

Era compadre das pessoas mais simples que moravam na beira das estradas. Por onde andava tratava dos doentes e resolvia problemas práticos. (Como canalizar água e construir pontes, por exemplo). E conversava.  Ensinava o que sabia e  contava o seu sonho. Os seus olhos brilhavam cheios de esperança da justiça e da liberdade de cada homem e de cada mulher e da liberdade de todos reunidos em uma só Pátria, próspera, unida e soberana. 

Exatamente por ser assim, foi o único dos inconfidentes a ser enforcado e esquartejado. Queria amedrontar o Povo Brasileiro.

Tiradentes foi um homem limpo e honrado. Um homem de brio. Assumiu, sozinho, a responsabilidade pelo movimento e não denunciou ninguém, nem mesmo seus inimigos pessoais que, recrutados por outro, participaram da Inconfidência.

Vivendo como viveu e enfrentando a morte com dignidade e desassombro, ele nos mostrou qu uma grande Nação se faz com a esperança, o amor, a coragem e a honra.

Por tudo isso, Tiradentes, menino de Minas, soldado e cidadão, sonhador e herói, é patrono da Nação Brasileira. 

terça-feira, 21 de abril de 2020

O que foi condenado a morte, Tiradentes, com o corpo exposto em praça pública para servir de exemplo, é também a figura mais lembrada da Inconfidência Mineira.



Enforcado em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único dos  inconfidentes executado pelo governo.

O primeiro movimento da nossa História que teve como objetivo a Independência do Brasil de Portugal foi a Inconfidência Mineira. Este pioneirismo inclusive é muito exaltado em Minas pelas autoridades políticas em seus eventos. Mas realmente nosso Estado traz esta marca inicial de luta pela liberdade. Pessoas importantes da Capitania de Minas Gerais integraram este movimento que não chegou a ser levado à prática. Grandes poetas como: Cláudio Manuel da Costa, Antonio Tomas Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto e José da Silva e Oliveira Rolim, chamado de Pe. Rolim, além de outras pessoas da nossa elite da época. Foram denunciados por Joaquim José Silvério dos Reis, naturalmente para levar vantagem da coroa,  presos e condenados, mas só Tiradentes foi executado e esquartejado, para exemplo dos moradores da província. 

Por ter sido o único dos participantes que foi executado, Tiradentes acabou, com o tempo, tornando-se símbolo do movimento e transformado em mártir da luta pela independência do Brasil. Após a proclamação da República, a figura de Tiradentes foi resgatada como herói nacional e em 1965, em plena Ditadura Militar, o dia da execução se tornou feriado oficial.

Tiradentes é uma figura que nos transporta à Colônia e a nos conscientizar daquela nossa situação de dependência e exploração por parte da nação mais poderosa da época: Portugal. Ele só foi elevado à condição de herói nacional  após a Proclamação da República em função de sua execução ter virado um símbolo da  nossa Independência. As ideias liberais, a independência dos EUA e a Revolução Francesa foram os fatores de grande influência no pensamento e a ação daqueles inconfidentes.

Os historiadores falam que a vinda da família real para o Brasil em 1808, com a instalação de D. João VI no Rio de Janeiro, provocou uma certa acomodação, ainda que não tivesse impedido a eclosão da Revolução Pernambucana de 1817. A Revolução do Porto de 1820 e a volta de D. João VI para Portugal acabaram por escancarar as tensões que, por fim, levariam à proclamação da independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, num processo atípico se comparado às demais colônias americanas, particularmente pelo protagonismo de D. Pedro, filho e herdeiro do rei de Portugal.

Neste processo, tanto a Inconfidência Mineira, como Tiradentes, não tiveram nenhum papel em especial, pois como foi dito anteriormente, tanto o movimento, como seu personagem emblemático, só foram resgatados após a proclamação da República.
                                       Deodato Gomes 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

1919 - 2919 - Relatividade Geral - Um superteste


1919-2919-Relatividade Geral-Um superteste

Em 1915, Albert Einstein, num breve e complexo artigo, apresentou suas descobertas teóricas sobre a gravidade, a chamada Relatividade Geral, após árduas matemáticas realizadas nos 10 anos que se seguiram à sua revolucionária Relatividade Especial publicada em 1905. Era a nova visão do sistema cósmico, sem a noção newtoniana de atração gravitacional, substituída pela de movimento no espaço-tempo curvado pela massa dos corpos celestes. 
O teste empírico dessa constução teórica foi feito em maio de 1919, por meio de observações de um eclipse solar total, realizadas em duas regiões próximas ao equador terrestre, uma delas no município de Sobral, no Ceará. A nova teoria previa que certas estrelas vistas na escuridão do eclipse estariam deslocadas. 1,75 segundo de arco relativamente à posição visível sem a preença da massa do Sol. Esse deslocamento, tão pequeno quanto a aparência de uma moeda de 1 real vista a 3 km, foi plenamente comprovado pelos astrônomos.
Curiosidade: a teoria do cientista alemão foi comprovada por astônomos britânicos apenas seis meses após o fim da guerra que opôs alemães e ingleses. Einstein acabaria renunciando à nacionalidade alemã 14 anos depois, durante o nazismo. 

domingo, 5 de maio de 2019

1919-2019 - Volstgead Act - O crime do álcool


1919-2019 - Volstgead Act - O crime do álcool

Num país com mais de três mil destilarias produzindo uísque, uma cruzada religiosa levou à promulgação do chamado Volstead Act, em outubro de 1919, aplicado a partir de janeiro de 1920. Durante a vigência da chamada Lei Seca, terminada em 1933, ficaram proibidas bebidas "intoxicantes"(com mais de 0,5% de álcool). A proibição de produção e venda tinha suas exceções - médicos podiam indicar uísque como medicamento. A primeira consequência da nova lei foi fortalecer o crime organizado com o contrabando de bebidas alcoólicas e os conflitos sangrentos  entre as organizações criminosas disputando o negócio proibido. Entre 1920 e 1933, gangsters como AlCapone ficaram muito ricos e tinham recursos para subornar autoridades. 
O cinema tematizou esse período em filmes como Os Intocáveis - tratando das equipes policiais especializadas no combate aos que violavam  o Volstead Act. Uma fortíssima oposição da opinião pública acabou pondo fim à Lei Seca em dezembro de 1933. Essa foi uma das mais longas e desastrosas experiências sociais já realizadas.

sábado, 4 de maio de 2019

1919-2019 - Versalhes - Gerando ódios


Versalhes - Gerando ódios

Entre agosto de 1914 e novembro de 1918, a Alemanha enfrentou uma poderosa coalizão europeia que envolveu com profundidade os Estados Unidos e, em menor grau, o Japão. Esse conflito militar tornou-se global, sendo conhecido como a " Primeira Guerra Mundial". Seu término, deixando 20 milhões de mortes, ocorreu após o governo alemão render-se quando suas tropas ainda estavam em território inimigo. Em 1919, por meio de vários tratados, consolidou-se o fim político da guerra. 
Pelo Tratado de Vesalhes(1919) - o mais importante dos que foram assinados - os vencedores obrigaram os alemães a assumirem total responsablidade pela guerra, submetendo-os ao pagamento de indenizações pesadíssima. A chamada "paz de versalhes" aprofundou a destruição da Alemanha com graves consequências. A humilhação imposta aos derrotados gerou inúmeros movimentos nacionalistas alemães exigindo vingança. Um dos grupos revanchistas, o partido nazista, liderado por Adolf Hitler, empolgou os alemães descontentes levando o mundo, 20 anos depois, a uma nova guerra. Podemos considerar, com razão, o Tratado de Versalhes como uma das causas centrais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Por outro lado, vale lembrar que os Estados Unidos não repetiram os erros de Versalhes e não impuseram, em 1945, condições humilhantes aos pededores. Pelo contrário, aplicaram um plano de apoio aos alemães. O Plano Marsall reergueu a Alemanha, que se tornou uma das mais ricas democracias modernas.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

1919-2019 - A Liga das Nações - Um organismo incapaz


A Liga das Nações-Um organismo incapaz.

Em 1918, o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, propôs ao Congresso seus Quatorze Pontos, como bases para a paz. Visavam à reorganização das relações internacionais ao fim da Primeira Guerra Mundial em torno de um novo organismo para intermediar conflitos. A Liga das Nações nasceu junto com o Tratado de Versalhes e com os mesmos defeitos. Não tinha como membros  - até 1926 - nenhum país derrotado, nem a Rússia que se tornou comunista. Curiosamente, o país que deu origem à Liga das Nações, os EUA, nunca ratificou sua participação nessa sociedade - que foi uma prefiguração da atual ONU (Organização das Nações Unidas). 
Por ter uma composição incompleta e pelos conflitos nunca resolvidos entre seus membros, a liga foi incapaz de realizar sua proposta, que seria a de garantir a paz no mundo. A Segunda Guerra Mundial começou em 1939 e a Liga das Nações estava já praticamente extinta em 1942. Formalmente, foi dissolvida quando, em 1946, passou suas atribuições à recém-criada ONU.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

1919-2019 - A Emenda XIX - O voto das mulheres


1919-2019-A Emenda XIX-O voto das mulheres

O final da Primeira Guerra Mundial trouxe como consequência colateral a confirmação do direito de voto às mulheres - que tiveram grande papel em vários contextos do período em que se deu o confronto. O primeiro destaque foi a vitória das "sufragistas" britânicas que lutavam pelo direito de votar dede 1897, quando formaram a "União Nacional pelo Sufrágio Feminino". A lei que deu direito de voto às mulheres no Reino Unido foi estabelecida em 1918. Essa lei fez disparar vários movimento na Europa. Enquanto isso, também ligado ao fim da Primeira Guerra, o Congresso dos EUA coloca para ratificação dos estados, em 1919, o texto da Emenda XIX, que proibia aos estados e à federação negar o direito ao voto por motivos sexistas. 
Essa emenda levada ao Senado do EUA em 1878 demorou 41 anos para ser ratificada. A aceitação final, entretanto, só se completou em agosto de 1920. No Brasil, o direito de voto feminino veio por meio de um mandado de segurança impetrado em 1928 pela mineira Miêtta Santiago, que havia descoberto que a proibição de voto para mulheres, contrariava o artigo 70 da Constituição de 1891, em vigor na ocasião. O primeiro país a dar direito de voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1873. Na Arábia Saudita as mulheres começaram a votar apenas em 2015. É possível que alguns países árabes passem por profundas mudanças com o direito de manifestação política recém-conquistado pela smulheres.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

1919-2019 - Bauhaus - Nasce a estética da tecnologia.


1919-2019 - Bauhaus - Nasce a estética da tecnologia.

O ano de 1919 marca ruptura nos conceitos para formas, cores e urbanização. Com a criação naquele ano, por Walter Gropius, do movimento estético Bauhaus, definitivamente a arquitetura e outras formas de produção estética se desligaram dos modelos clássicos vigentes até então. Introduziu-se uma nova visão das formas associadas ao progresso, à tecnologia, ao espírito científico do século XX. A escola Bauhaus foi criada na Alemanha e foi fechada pelo partido nazista em 1933, por considerá-la de concepção antigermânica. 
A estética Bauhaus deixou marcas profundas em todos os movimentos modernistas e no desenho de edificações, mobiliários e cidade. Traços retilíneos, cores fortes e pura, formas geométricas definem suas caracterísiticas que homenageiam o homem da ciência.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Dia 17 de Fevereiro de 2019, completa 200 anos da morte do traidor e delator dos Inconfidentes Joaquim Silvério dos Reis. Conheça esta história.


Joaquim Silvério dos Reis foi o 1º delator, traidor  de uma das primeiras manifestações a favor da República no Brasil, a Inconfidência Mineira. Hoje, 17 de Fevereiro de 2019, domingo, completa 200 anos de sua morte. Foi comandante do regimento de cavalaria e também proprietário de grandes minas de ouro em Minas Gerais. Marcou a história como traidor da causa dos Inconfidentes e foi o primeiro a praticar a delação premiada no Brasil. Sua delação levou a condenação e morte de Tiradentes em 1792. Fugiu para Portugal e voltou para o Brasil em 1808 se estabelecendo no Maranhão. Casado com Bernadina Quitéria de Oliveira Belo uma senhora que era do Maranhão e tia de Duque de Caxias. 
Ele estava enrolado financeiramente por isso se envolveu com os Inconfidentes para levar vantagens e acabou entregando todos os seus "companheiros" também por dinheiro. Por isso ele ganhou da coroa: títulos, terras e o perdão por ter participado do movimento.
Karl Marx já disse que "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa".. Depois de Silvério dos Reis a figura de delatores e suas traições se tornaram muitas vezes farsas recorrentes na história do Brasil ganhando muita notoriedade atualmente. Quem são os Silvérios da nossa história atual? A que e a quem servem os Silvérios de  hoje? 

Segundo o pesquisador e historiador Antônio Norberto, Silvério dos Reis, depois que voltou de Lisboa, morou no Maranhão por 10 anos onde foi "proprietário de terras e chefe  das milícias(polícia)  do Maranhão. Foi enterrado na Igreja de São João Batista em São Luiz. 
Igreja de São João Batista em São Luiz do Maranhão

O historiador conta também que um Padre desta Paróquia, não aceitando a idéia de ter um traidor- delator enterrado perto do altar (prática comum das famílias abastadas da época) mandou retirar de lá os restos de Silvério. 

Veja os detalhes desta história: