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domingo, 18 de fevereiro de 2024

Como inspirar alunos e educadores a desenvolver Letramento Emocional

Na escola, aprendemos a ler e a escrever, fundamentos essenciais para o nosso desenvolvimento acadêmico e pessoal. Mas, além disso, é crucial aprendermos a reconhecer, compreender e expressar nossas emoções de maneira saudável e construtiva. Este processo é conhecido como letramento emocional, uma competência indispensável tanto na vida pessoal quanto na acadêmica, mas que ainda é pouco abordada e ensinada.

Com mais de duas décadas dedicadas ao desenvolvimento de pessoas, comecei a perceber a importância do letramento emocional recentemente, especialmente no contexto educacional, onde alunos e educadores enfrentam constantes desafios e transformações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a necessidade de promover ambientes educacionais que previnam o estresse e respondam de forma eficaz às necessidades emocionais dos estudantes, destacando o papel vital do letramento emocional.

Promovendo o Autoconhecimento sem Sobrecarregar

Diante do desafio de incorporar o letramento emocional no ambiente escolar, é importante esclarecer que não se espera que os educadores atuem como terapeutas. No entanto, eles podem desempenhar um papel crucial ao destacar a importância do autoconhecimento, incentivando alunos a compreender e gerenciar suas emoções e, quando necessário, orientando-os para buscar apoio especializado.

Pesquisas, como a Carreira dos Sonhos, realizada pela Cia de Talentos, revelam que muitos jovens frequentemente se sentem preocupados, cansados, ansiosos e apáticos. Esses sentimentos, quando experimentados em excesso, indicam a necessidade urgente de abordar o letramento emocional nas escolas, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para a expressão emocional.

Compartilhando Sentimentos em Sala de Aula

É essencial que os educadores também compartilhem suas próprias experiências emocionais de forma apropriada, criando uma cultura de vulnerabilidade saudável e confiança mútua. Este tipo de dinâmica estimula relações baseadas na empatia, onde tanto alunos quanto professores podem expressar suas emoções de forma madura e respeitosa.

Acredito firmemente na importância do letramento emocional no desenvolvimento integral dos estudantes. Ao compartilhar minhas próprias experiências e sentimentos, espero encorajar a comunidade escolar a abraçar essa jornada de autoconhecimento e crescimento emocional, fortalecendo assim as relações interpessoais e promovendo um ambiente educacional mais saudável e produtivo.

Texto adaptado para o contexto escolar.

Como inspirar a sua equipe a desenvolver letramento emocional

Como inspirar a sua equipe a desenvolver letramento emocional

Em artigo, Paula Esteves, CEO atual da Cia de Talentos, fala sobre o que é letramento emocional e como colocá-lo em prática no dia a dia

Quando entramos na escola, aprendemos a escrever, ao ingressarmos no mercado de trabalho, aprendemos as competências para o trabalho. Mas quando e onde aprendemos a reconhecer, compreender e expressar as nossas emoções de forma saudável e construtiva? Isso é letramento emocional, algo tão importante no âmbito pessoal e no profissional, mas infelizmente tão pouco abordado e, menos ainda, ensinado.

Eu mesma, com mais de 20 anos de experiência em projetos globais de seleção, treinamento e desenvolvimento de pessoas, só recentemente comecei a ver o tema na agenda de algumas empresas. O motivo? É que, em meio a tantas transformações e crises, as empresas e suas lideranças foram levadas a olhar para essa "habilidade".

Inclusive, pela primeira vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o treinamento das lideranças para desenvolver a capacidade tanto de prevenir ambientes de trabalho estressantes, quanto de responder aos trabalhadores em sofrimento — e o letramento emocional certamente pode contribuir para isso.

Mais uma obrigação na conta?

Diante dessa pauta, pode ser que líderes sintam aquele peso de precisar assumir mais uma tarefa, por isso vale deixar claro que não é papel da liderança agir como terapeuta. Em vez disso, ela pode explicar a importância do autoconhecimento, incentivar as pessoas a aprenderem lidar com as suas emoções e saber encaminhar alguém que precisa de uma ajuda especializada.

Nos últimos anos, a Carreira dos Sonhos, pesquisa desenvolvida pela Cia de Talentos, vem mapeando as emoções das pessoas no seu dia a dia e, na última edição, percebemos (com preocupação) que a juventude sente, sempre ou com frequência, preocupação, cansaço, ansiedade e apatia.

O que nos chama a atenção não é o sentimento em si, afinal, é normal demonstrar, por exemplo, cansaço de vez em quando. O problema é o excesso desse sentimento dia após dia.

Esse cenário serve de alerta para que as organizações olhem atentamente para o tema do letramento. E, para apoiar essa missão, as lideranças podem ir além da questão do autoconhecimento que mencionei, preocupando-se em criar um espaço seguro e acolhedor para as pessoas compartilharem suas emoções.

Compartilhe os sentimentos 

Também é importante dar o exemplo, ou seja, compartilhar o que se passa com você em determinada situação. Não se trata de expor-se a todo momento e usar seu time como confidente, mas de naturalizar tal conversa e mostrar os seus sentimentos em um exercício de vulnerabilidade. É sobre criar um ambiente de trabalho marcado pela confiança.

Esse tipo de dinâmica ajuda a estabelecer relações baseadas na empatia, em que as pessoas sabem falar com maturidade o que sentem e acolher as emoções das outras com respeito.

E é por acreditar em tudo isso que preciso confessar algo para vocês: na minha estreia como colunista na Exame, sinto um mix de felicidade com um frio na barriga. Escrevo este artigo e fico pensando “o que os outros vão achar?”, mas, em vez de guardar esse sentimento para mim, eu compartilho com vocês para que possam participar da minha jornada de forma construtiva. É assim que, aos poucos, vamos fortalecendo o letramento emocional e inspirando o entorno a fazer o mesmo.

FONTE: Revista Exame