Marechal Manoel Deodoro da Fonseca- Fundador da República
Há 130 anos atrás, em 15 de novembro de 1889, um grupo de militares liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca destituia o Imperador D. Pedro II e proclamava a República do Brasil.
Precisamos valorizar este fato histórico dentro da sala de aula, e vencer o grande problema que temos de contar as nossos embaraços históricos, pois ele é importante para compreendermos o nosso país. Os historiadores levantam todo um questionamento se foi ou não um golpe. Instrumento que marca a nossa história em vários momentos.
O partido Republicano não tinha expressão política nenhuma dentro do Império e dois partidos, que era o Conservador e o Liberal se alternavam no poder. Como que o Brasil assim de repente pôde se tornar uma República?
As elites da época estavam insatisfeitas com D. Pedro II e tem fatos que contribuíram para esta insatisfação. O fim da escravidão é um deles, pois os proprietários de café não foram indenizados. Fato muito comentado pela história é a situação em que os libertos também não foram indenizados e criou um problema para a República que persiste até os dias de hoje. O fim da escravidão foi uma espécie de estopim. Temos também a questão religiosa, envolvendo D. Pedro II que briga com a Igreja, Bispos, por causa da Maçonaria. D. Pedro começa a ficar sem os principais pilares de sustentação do seu Império. Para completar o quadro tem os militares que retornam da Guerra do Paraguai, chegam como vencedores no Brasil mas não tem o reconhecimento do seu feito. Os militares durante a Guerra do Paraguai, tiveram contato com países da América Latina que já eram República. O Brasil era o único pais que ainda se mantinha monarquia-império. Uma linha da nossa historiografia apresenta a Proclamação da República como um golpe.
O Marechal Deodoro deixa D. Pedro II completamente sem reação e o povo, este ficou por fora dessa movimentação do poder da época.
Muita gente nem sabe porque é feriado dia 15 de novembro. É o dia da Proclamação da República. O Brasil deixa de ser Império e passa a ser uma república. A palavra republica vem do latim, ‘res publica’, e como diz o Professor Pasquale, res, não é cabeça de gado não, significa ‘coisa pública’.
Os políticos gostam de falar em “uma atitude republicana” quando é uma ação que beneficiam a todos e que não mantém privilégio a poucos, a um grupo ou a uma pessoa.
Uma canção escrita em 1997, por Milton Nascimento e Fernando Brant, chamada de Carta a república parece que foi escrita amanhã de tão sintonizado que está a sua letra com o contexto atual do Brasil.
"Esta música é tão atual que poderia ter sido escrita amanhã" Disse o professor Pasquale.
Vamos ouvir a canção neste clipe:
O nosso país até hoje determina privilégios para uns e punições para os demais, e a gente vê que está na mentalidade fundada na arquitetura das casas grandes e das senzalas que tanto marcou nossa história. Os negros libertos de ontem, jogados na pobreza sem nenhuma proteção social são os nossos pobre de hoje. Pela obra de Jean-Baptiste Debret, que registrou o cotidiano deste período, podemos ver nitidamente o contraste entre privilegiados e escravos. No Brasil do século 19 os escravos surrados na rua e todos os agrados à corte. Uma República de privilégios monárquicos.
O que é mais curioso e que está registrado pela historiografia o fato do proclamador da República Deodoro da Fonseca ter sido sempre contrário ao movimento republicano e defensor da Monarquia.
Esta posição ficou registrada nas cartas trocadas com seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca em 1888-89 afirmando que apesar de todos os seus problemas a Monarquia continuava sendo o “único sustentáculo” do país, e a república sendo proclamada constituiria uma “verdadeira desgraça” por não estarem, os brasileiros, preparados para ela.
Leia um pequeno fragmento da Carta que ele enviou a Clodoaldo em 13 de setembro de 1889, Manoel Deodoro da Fonseca, o fundador da República. Podemos perceber que ele não era republicano e respondia asperamente a seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca: "República no Brasil é coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para serem verdadeiros republicanos. O único sustentáculo do Brasil é a monarquia; se mal com ela, pior sem ela."
Milton Nascimento
Sim é verdade, a vida é mais livre
O medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas
Com o povo daqui
E até dá pra pensar no futuro
E ver nossos filhos crescendo e sorrindo
Mas eu não posso esconder a amargura
Ao ver que o sonho anda pra trás
E a mentira voltou
Ou será mesmo que não nos deixara?
A esperança que a gente carrega
É um sorvete em pleno sol
O que fizeram da nossa fé?
Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
Eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,
Eu saí pra sonhar meu país
E foi tão bom, não estava sozinho
A praça era alegria sadia
O povo era senhor
E só uma voz, numa só canção
E foi por ter posto a mão no futuro
Que no presente preciso ser duro
E eu não posso me acomodar
Quero um país melhor
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