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sábado, 8 de novembro de 2025

A Morte do Pensamento Crítico e o Desafio Educacional da Nossa Era

A Morte do Pensamento Crítico e o Desafio Educacional da Nossa Era

Vivemos em uma era de paradoxos intelectuais. Nunca tivemos tanto acesso à informação, e nunca estivemos tão distantes do verdadeiro conhecimento. O vídeo “Como Chegamos na Geração Mais Estúpida – Não Seja Mais Um” é um convite à autocrítica e, sobretudo, à reflexão pedagógica sobre o que estamos fazendo com nossa capacidade de pensar.

O autor inicia lembrando que o pensamento crítico não nasce da abundância de ideias, mas da coragem de duvidar. Sócrates, com suas perguntas e desconfortos, inaugura uma tradição que fez da razão o farol da humanidade. Platão e Aristóteles ampliaram essa chama, e, séculos depois, o Renascimento e o Iluminismo reacenderam-na, propondo a emancipação do homem pelo uso da razão — o célebre “Pense por si mesmo” de Kant. Contudo, hoje, essa herança parece ameaçada.

Em tempos de hiperconectividade e respostas instantâneas, a pressa tornou-se inimiga da profundidade. As redes sociais transformaram o diálogo em batalha e a dúvida em fraqueza. A emoção substituiu a razão como critério de verdade: se algo me agrada, é certo; se me ofende, está errado. Essa lógica empobrece o debate e enfraquece a democracia, pois o sujeito que não pensa é facilmente manipulado.

Como educadores, temos o dever de enfrentar essa crise intelectual. As escolas ensinam o que pensar, mas não como pensar. Formamos alunos que sabem repetir ideias, mas não compreendê-las. É urgente recuperar o valor da leitura profunda, do questionamento, da paciência intelectual. Ensinar a ler não é apenas decifrar letras, mas decifrar o mundo.

Byung-Chul Han afirma que vivemos na “sociedade do cansaço”. De tanto reagir, esquecemos de refletir. De tanto consumir informação, perdemos a capacidade de contemplar. O antídoto é o exercício do olhar atento, da escuta silenciosa e da dúvida honesta — virtudes raras, mas indispensáveis à educação que humaniza.

Pensar criticamente é resistir. É nadar contra a corrente de superficialidades que nos cerca. Por isso, mais do que formar alunos inteligentes, precisamos formar mentes lúcidas, capazes de discernir o essencial no meio do ruído. A educação, quando fiel à sua missão, não fabrica certezas — cultiva perguntas. E é nelas que renasce o pensamento crítico, a verdadeira marca do humano.

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