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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA!

15 de Novembro - Dia da Proclamação da República 

E aí, pessoal! Sabia que conhecer a nossa história é super importante? As datas comemorativas são uma ótima oportunidade pra gente entender como o Brasil se tornou o que é hoje. 🤓

No dia 15 de novembro, comemoramos a Proclamação da República! Mas como será que isso aconteceu? 🤔

Em 1889, o Brasil era governado por um rei, Dom Pedro II. Mas muita gente tava insatisfeita com a monarquia, principalmente os militares. Eles queriam mais poder e melhores condições de trabalho. 

Além disso, outras pessoas também queriam mudanças, como:

Elite: queria mais participação na política. 👔

Sociedade: queria o fim da escravidão. ✊🏾

Igreja: queria menos influência do governo na religião. 🙏

Juntou todo mundo e... 💥 PÁ! Deu golpe! 💥

Militares e civis se uniram e "deram um pé na bunda" do Dom Pedro II, proclamando a República. 😮

A partir daí, o Brasil virou um país com presidente, eleições e mais participação do povo. 🗳️🙌

Mas calma, não foi fácil! Teve muita briga e confusão nos primeiros anos da República. 😅

FONTE: Brasil Escola

Agora te desafio, responda na caixa de comentários:
1. Qual era o principal motivo para os militares estarem insatisfeitos com a monarquia em 1889?
A) Eles queriam o fim da escravidão.
B) Eles queriam menos influência do governo na religião.
C) Eles desejavam mais poder e melhores condições de trabalho.
D) Eles desejavam uma monarquia mais forte.

2. Quais grupos foram mencionados como insatisfeitos com a monarquia e que participaram na Proclamação da República?
A) Elite, sociedade e igreja.
B) Apenas os militares e a sociedade.
C) Apenas a elite e os militares.
D) Sociedade e militares.

3. O que aconteceu no Brasil após a Proclamação da República?
A) O Brasil continuou sendo governado por um rei.
B) O Brasil passou a ter presidentes e eleições.
C) O Brasil aboliu a escravidão imediatamente.
D) O governo teve menos participação popular.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA!

                        Tela de Benedito Calixto representa o ato de Proclamação da República.

Proclamação da República

A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889 e foi motivada pela insatisfação de diferentes grupos da sociedade, sobretudo os militares, com a monarquia.

A crise da monarquia fez com que civis e militares organizassem um golpe para derrubar a monarquia, em 15 de novembro de 1889.


A Proclamação da República foi o evento histórico que instaurou uma república no Brasil em 15 de novembro de 1889. Foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia.

Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia). Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia.

Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real do Brasil.

A Proclamação da República foi o evento responsável por transformar o Brasil em uma república em 15 de novembro de 1889.

A crise da monarquia teve relação com a insatisfação do Exército e com o surgimento de novas demandas políticas na sociedade.

Os militares adotaram o positivismo como ideologia política, passando a defender a implantação de uma república autoritária no Brasil.

A Proclamação da República, na verdade, foi um golpe realizado por militares e uma parcela da sociedade civil.

Quem proclamou a república foi José do Patrocínio, e o primeiro presidente do Brasil após a proclamação foi o marechal Deodoro da Fonseca.

Antecedentes históricos da Proclamação da República

A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um longo processo de crise da monarquia no Brasil. O regime monárquico começou a entrar em decadência logo após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o que resultou da incapacidade da monarquia em atender aos interesses e demandas da sociedade brasileira.

Uma série de novos atores e novas ideias políticas surgiu e ganhou força por meio do movimento republicano, estruturado oficialmente a partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto Republicano. Ao redor das ideias republicanas, formou-se um grupo consistente que organizou um golpe contra a monarquia em 1889.

Disputas políticas e a consolidação do Exército como uma instituição profissional foram dois fatores de peso na crise. A exigência pela modernização do país fez com que muitos civis e militares enxergassem na república a solução para o país, uma vez que a monarquia começou a ser considerada incapaz para as demandas existentes.


Principais causas da Proclamação da República:

1-Militares

A insatisfação dos militares estava diretamente relacionada com a profissionalização da corporação. Depois disso, eles começaram a exigir melhorias em sua carreira como reconhecimento aos serviços prestados no Paraguai. As principais exigências eram melhorias salariais e no sistema de promoção.

Outra forte insatisfação teve relação com o envolvimento do Exército Brasileiro com a política. Os militares entendiam-se como tutores do Estado brasileiro e, por isso, queriam ter o direito de manifestar suas opiniões políticas publicamente. Um caso simbólico aconteceu em 1884, quando o oficial Sena Madureira foi punido por mostrar apoio aos abolicionistas do Ceará.

A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor da ideologia positivista.

Com base no positivismo, os militares passaram a reivindicar que a modernização do Brasil se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era necessário escolher um governante que conduzisse o país no caminho da modernização e, se necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares.

2-Política e sociedade

A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores e liberais. Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste para o Sudeste.

A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites paulistas se incomodavam com o fato de sua representação na política ser pequena. Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande representatividade política.

Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por exemplo, por que a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP).

Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em 1881.

Essa lei determinou novos critérios para quem teria direito ao voto, e, após sua aprovação, o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas.|1| Isso correspondia a apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a exclusão existente foi ampliada.

Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado laico.|2| Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no país.

Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na monarquia e exigia um modelo federalista (que desse autonomia às províncias) no Brasil. EssE manifesto também atribuiu à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do império.

Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição. O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas defendia a república.

De forma geral, a socióloga Ângela Alonso resume que a monarquia brasileira se estruturou no seguinte tripé: participação política restrita; escravismo (e exclusão do elemento africano); e catolicismo como defensor das hierarquias sociais.|2|

As décadas de 1870 e 1880 vieram justamente questionar esse tripé, pois havia demandas por maior participação social, o abolicionismo exigia a inserção do negro na sociedade, e o laicismo procurou estabelecer uma sociedade laica.

Como ocorreu a Proclamação da República?

Havia então insatisfações com a monarquia em diferentes camadas da nossa sociedade. Elites emergentes, militares, políticos, classes populares e escravizados eram grupos com críticas à monarquia. Todas essas insatisfações, em algum momento na década de 1880, tornaram-se uma conspiração.

Aglomeração de tropas no Campo do Santana, uma das ações do golpe que proclamou a república no Brasil.

Uma das primeiras ações do golpe de 15 de novembro foi a aglomeração de tropas, sob liderança de Deodoro da Fonseca, no Campo do Santana.[1]

Ao longo dessa década, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do imperador, em julho de 1889, motivou o império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.

Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.

Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público, com o objetivo de arregimentar apoiadores.

O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana. Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.

Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II, e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim nos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que ocorresse uma solenidade de Proclamação da República.

Quem proclamou a república?

A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária propagada durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.

Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da princesa Isabel, mas o intento fracassou. D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.

Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi expulsa no dia 16 de novembro, e, no dia seguinte, seus membros embarcaram com seus bens para a cidade de Lisboa, em Portugal.

Consequências da Proclamação da República?

A Proclamação da República mudou radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os símbolos nacionais, e novos heróis, como Tiradentes, foram estabelecidos. Além da mudança da forma de governo, o Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, pois foi implantado o federalismo. Mudanças aconteceram no sistema eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e foi estabelecido o sufrágio universal masculino para homens com mais de 21 anos.

Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente após a Proclamação da República.

Com a Proclamação da República, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu como primeiro presidente do Brasil.

O Brasil se tornou um Estado laico, e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889. A década de 1890 ficou marcada como um período de disputa entre republicanos e monarquistas e deodoristas e florianistas.

Controvérsias sobre a Proclamação da República

Muitos historiadores apontam que a Proclamação da República foi um evento controverso, pois tratou-se de um golpe iniciado pelos militares e finalizado por indivíduos da sociedade civil e da elite política do Brasil contra a monarquia. Muitos historiadores ainda levantam como controvérsias desse acontecimento a dimensão da participação do marechal Deodoro da Fonseca e a participação popular no evento.

Primeiros anos do Brasil República

Os historiadores entendem que os primeiros 10 anos da república no Brasil foram um período de acomodação do sistema político brasileiro nos moldes republicanos. Isso porque havia muita disputa entre deodoristas e florianistas, grupos políticos hegemônicos que se apoiavam em Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto respectivamente.

Além disso, houve iniciativas monarquistas de recuperar o poder, e o Brasil passou por 10 anos de grande instabilidade política e econômica. Tanto o marechal Deodoro da Fonseca como Floriano Peixoto governaram o Brasil de maneira autoritária.

Houve uma série de revoltas e conflitos nesse período, como as Revoltas da Armada, a Revolução Federalista e a Guerra de Canudos. Além disso, uma enorme crise econômica atingiu o Brasil, no que ficou conhecido como Encilhamento.


Exercícios resolvidos sobre a Proclamação da República

Questão 01

A insatisfação dos militares com a monarquia teve relação com qual ideologia:

a) socialismo

b) libertarianismo

c) positivismo

d) anarquismo

e) niilismo

Resposta: Letra C


Questão 02

O primeiro presidente do Brasil, após a Proclamação da República, foi:

a) Floriano Peixoto

b) Prudente de Morais

c) Deodoro da Fonseca

d) Rui Barbosa

e) José do Patrocínio

Resposta: Letra C


Notas

|1|LESSA, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: Topbooks, 2015, p. 73.

|2|ALONSO, Ângela. Instauração da República no Brasil. In.: SCHWARCZ, Lília M. e STARLING, Heloísa M (orgs.). Dicionário da República: 51 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 165.

Fontes

BACHA, Edmar; CARVALHO, J. M. de; FALCÃO, Joaquim; TRINDADE, Marcelo; MALAN, Pedro e SCHWARTZMAN, Simon (orgs.). 130 anos: em busca da república. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019.

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2018

FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

LESSA, Renato. A invenção republicana: Campos Sales, as bases e a decadência da Primeira República Brasileira. Rio de Janeiro: Topbooks, 2015.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SCHWARCZ, Lília M. e STARLING, Heloísa M (orgs.). Dicionário da República: 51 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Escrito por: Daniel Neves Silva

Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

domingo, 21 de abril de 2024

NOSSO HERÓI! - Tavinho Moura e Fernando Brant. Interpretada por Lô Borges no LP Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, Nosso herói”, Barclay 1984.


Nosso herói 

Tavinho Moura e Fernando Brant. Interpretada por Lô Borges no LP
Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes, Nosso herói”, Barclay 1984.

Ah, quem será o herói
Dessa nossa história
Quem vai tecer o amanhã?
Quem será o herói
Quem será a força
Que a forca não pode calar?
João e Maria que se dão bom dia
É dona Tereza que coloca a mesa
É o Waldemar que vai trabalhar
É Dona das Dores que nos manda Flores
É o amigo Pedro que já não tem medo
Seu José que é de muita fé
Quem será o herói
Dessa nova história
Quem vai tecer o amanhã?
É quem faz cimento, quem carrega areia
quem amassa o pão e ama a lua cheia
Sabe que a chuva é pra se molhar
João é Maria, Waldemar é Pedro
José é Tereza que é nossa Das Dores
Joaquim José da Silva Xavier.
Meu povo é meu herói
Ele é a força
Que a forca não pode calar

A canção "Nosso Herói" de Tavinho Moura e Fernando Brant, interpretada por Lô Borges, é uma peça sugetiva que traz à tona a essência do heroísmo cotidiano. A música vincula a figura histórica de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a figuras comuns do Brasil, sugerindo que o heroísmo não reside apenas nas grandes figuras emblemáticas, mas também no povo comum.

A letra começa com perguntas retóricas sobre quem seria o herói da história brasileira e quem tece o futuro da nação. Essas perguntas são respondidas ao longo da música, que destaca indivíduos comuns, como João, Maria, Waldemar, e Dona das Dores, pessoas que enfrentam a vida diária com dignidade e coragem. Ao mencionar esses nomes comuns, a canção democratiza o conceito de heroísmo, atribuindo valor à resistência e ao trabalho diário do povo brasileiro.

A música também faz uma crítica sutil à repressão ("Que a forca não pode calar"), aludindo à execução de Tiradentes e transformando seu martírio em um símbolo de resistência contínua contra as injustiças. Ao entrelaçar a história de Tiradentes com as vidas cotidianas dos trabalhadores, a canção propõe que a história do Brasil é tecida não apenas por seus líderes, mas por todos aqueles que contribuem com seu trabalho e resistência.

Essa mensagem é especialmente poderosa no contexto da educação, pois reafirma a importância de cada indivíduo na construção da história e do futuro do país. Podemos usar essa canção para ensinar sobre a importância da cidadania ativa e do reconhecimento das contribuições de todos na sociedade, não apenas das figuras tradicionalmente celebradas.

sábado, 13 de maio de 2023

13 de Maio: Da Escravatura à Pobreza - A Dura Realidade da Liberdade no Brasil

 


O Dia da Abolição da Escravatura é celebrado em 13 de maio no Brasil.

A abolição da escravatura no Brasil não significou a igualdade social para a população negra. Apesar de formalmente livres, os negros enfrentaram (e ainda enfrentam) desigualdades estruturais, discriminação e racismo. Podemos refletir de modo crítico e reflexivo assim:

13 de Maio: Da Escravatura à Pobreza - A Dura Realidade da Liberdade no Brasil.

Gosto também daquela frase do Padre Antônio Vieira que já no século XVII disse que o Brasil tem seu corpo na América e sua alma na África.

A frase do Padre Antônio Vieira, "Brasil tem seu corpo na América e sua alma na África", é uma poderosa metáfora que destaca a influência inegável da cultura africana na formação da identidade brasileira.

O "corpo na América" se refere à localização geográfica do Brasil, mas o "alma na África" é uma referência mais profunda. Isso se refere à contribuição significativa da população africana na cultura, história, religião, música, culinária e em muitos outros aspectos da sociedade brasileira, uma contribuição que foi muitas vezes negligenciada ou subvalorizada.

No entanto, essa frase também pode ser interpretada criticamente, à luz da história da escravatura. Pode ser entendida como um comentário sobre como a identidade do Brasil foi moldada pelo sofrimento e resistência dos africanos escravizados que foram trazidos para o país.

Essa citação, portanto, destaca a necessidade de reconhecer e valorizar a influência africana no Brasil, ao mesmo tempo que lembra as injustiças históricas que ocorreram.

No entanto é bom conhecer também a história factual, tradicional. Então vamos lá, pessoal.

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Esta data comemora o fim da escravidão no Brasil oficialmente através da Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888. Quem assinou a Lei da Abolição da Escravatura foi Princesa Isabel, princesa imperial do Brasil.

Não se trata de feriado nacional, sendo esta condição revogada através da Lei nº 19.488, em 15 de dezembro de 1930, pelo ex-presidente Getúlio Vargas.


Abolição da Escravatura no Brasil

O Brasil foi o último país livre da América a abolir totalmente a escravatura, praticada no país desde o período colonial até ao fim do Império, o que durou quase 400 anos.

A maior parte dos escravos era proveniente do continente africano, mas uma parte da população indígena brasileira também foi escravizada.

Os escravos eram usados para todo tipo de trabalho, desde os domésticos passando pela agricultura, mineração e pecuária.

O movimento abolicionista criou força no Brasil durante o século XIX com o intuito de se libertar do domínio português e extinguir o trabalho escravo.

Leia pra libertação dos escravos

O processo de abolição da escravatura no país ocorreu gradualmente. A Lei Áurea, que pretendia acabar de forma definitiva com a escravidão no Brasil, foi precedida por uma série de outras leis, que libertaram as pessoas escravizadas pouco a pouco e sem indenização.

Lei Eusébio de Queirós (1850): proibição do tráfico de escravos em “navios negreiros” vindos da África;

Lei do Ventre Livre (1871): filhos de escravos não seriam considerados escravos a partir desse ano;

Lei dos Sexagenários (1885): libertação de escravos com idade acima de 60 anos.

Lei Áurea

A Lei Áurea, Lei nº 3.353 de 13 de maio de 1888, que significou a Abolição da Escravatura, não foi consensual, porque significou uma "crise nas lavouras" para os latifundiários, já que concedia liberdade aos mais de 700 mil escravos ainda existentes.

Dessa forma, à medida que as leis abolicionistas eram promulgadas se estimulava a vinda de imigrantes para trabalhar nos cafezais brasileiros e assim suprir a mão de obra necessária.

O Brasil também comemora o Dia da Abolição da Escravidão dos Índios no dia 1º de abril.

Importância do dia 13 de maio

Normalmente, esta data é celebrada nas escolas e instituições de ensino, com o intuito de reforçar a história da luta pela criminalização da escravidão, uma prática considerada hedionda na contemporaneidade.

Infelizmente, a discriminação racial ainda predomina em diversas camadas da sociedade brasileira. Assim, o Dia da Abolição da Escravatura também serve como um mecanismo de conscientização e educação para ajudar a erradicar completamente qualquer tipo de preconceito racial.

Atualmente, parte do movimento negro brasileiro contesta esta data e prefere celebrar o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, como um dia de festa para os afrodescendentes.

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FONTE: Calendarr Brasil


sexta-feira, 21 de abril de 2023

A Inconfidência Mineira: o ideal de liberdade que marca a bandeira de Minas Gerais e a memória de Tiradentes.

 

O feriado de hoje, mais do que uma reverência a Tiradentes, lembra um dos fatos mais importantes do processo de independência do Brasil: A Inconfidência Mineira. O ideal de liberdade, no inicio do século XVIII, ainda hoje  toca a bandeira de Minas Gerais e apresenta um simbolismo carregado de  história. 


A Professora de Historia Maria de Fátima explica assim o termo Inconfidência:

"Se eu te conto uma confidência na verdade eu tô te contando um segredo. Inconfidência é a delatação de um segredo. Então a Inconfidência Mineira foi delatada, mas na verdade trata-se de uma reunião, de uma conspiração de homens do qual  Tiradentes fazia parte. "

Ninguém pode esquecer a luta pelo ideal de liberdade no século XVIII. O 21 de Abril é marcado por esta característica. Tiradentes, o Joaquim José da Silva Xavier, sonhava com a independência de Minas Gerais da corte portuguesa. 

Veja o que Tiradentes fazia de acordo com a Professora:

"As ideias de liberdade, eram  difundidas, discutidas e embasavam o movimento(...) O que tiradentes fazia era  passar na casa  dos inconfidentes, dos conspiradores como ele e  marcar reunião." 

Nascido em uma  fazenda próxima de São João Del Rei, Tiradentes se mudou para a antiga  Vila Rica, hoje Ouro Preto. Trabalhou como minerador, tropeiro e dentista, ofício que lhe rendeu o apelido  com ficou  conhecido na história. O  ideal da liberdade conheceu na convivência com amigos da elite mineira que viajaram até Lisboa onde tiveram contato com o  chamado iluminismo, movimento que teve origem na França. 
Veja no Mapa Conceitual a seguir o detalhamento do que significava o ilumnismo.


A partir de então Tiradentes começou a se reunir com intelectuais para pregar a independência. Nascia ali a Inconfidência Mineira, hoje tão lembrada por escritores e também poetas. Em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimentos foi  interrompido. 

Sobre Silvério dos Reis a Professora pesquisadora Maria de Fátima informa o seguinte:

" Ele era  um minerador endividado e em troca do perdão de suas dívidas ele literalmente delatou, dedou nomes E essas pessoas foram presas."


Assim a  história registra. Tiradentes com poucas influencias políticas e econômicas foi condenado a forca e morto em 1792, quase 100 anos depois foi considerado herói.

"Tiradentes é um exemplo porque ele lutou e morreu pela  liberdade, conclui a Professora Maria de Fátima.
                    Deodato Gomes costa

terça-feira, 7 de setembro de 2021

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

 

A Independência do Brasil

O tema da independência do Brasil permeia o nosso cotidiano. Quem nunca presenciou a comemoração do 7 de setembro? Ano após ano esse dia é sempre lembrado devido a sua importância para a história do nosso país. No meio de tantas comemorações e representações, às vezes nos esquecemos de questionar como se deu o processo de construção de um corpo político autônomo, independente de Portugal.

É importante pensar que a independência do Brasil, assim como todos os marcos históricos, são longos processos de transformação. Logo é difícil determinar exatamente quando se iniciou. Pode-se dizer que desde os fins do século XVIII que o Brasil, na condição de colônia de Portugal, foi sendo alterado paulatinamente.

Pedro Américo. Independência ou Morte, 1886-88. Museu Paulista, São Paulo

As transformações anteriores à Independência

No Brasil surgiu, durante esse período, uma camada letrada influenciada pelos escritos do abade Raynal (1713-1793) que criticava abertamente o sistema colonial português e defendia mudanças econômicas e políticas. Essa visão sensibilizava os luso-brasileiros que passaram a discutir qual a posição do Brasil dentro do império português. Dois grandes letrados com participação política foram destaque nessa empreitada: José Bonifácio e José da Silva Lisboa que condenavam os efeitos negativos do exclusivismo colonial. Assim, no começo do século XIX, já se via o Brasil como uma colônia emancipada e ligada à metrópole, tanto é que a colônia passou a chamar-se Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815.

Essas idéias criaram um descontentamento quanto ao mando metropolitano que culminaram nas inconfidências mineira, fluminense e baiana entre 1789 e 1798. Esses movimentos apesar de serem particulares tinham uma semelhança: reclamavam a autonomia local e questionavam os vínculos com Portugal. Essas revoltas criaram um temor para o governo português que corria o risco de perder parte ou a colônia inteira.

A transferência da corte (1808)

Na questão externa, Portugal sempre se portou de forma neutra. França e Inglaterra disputavam a hegemonia européia o que gerou uma luta pela supremacia do comércio. Com a invasão Napoleônica em 1807, Portugal se aliou a Inglaterra e, portanto, permanecer na Europa significava ser dominado pelas tropas napoleônicas. Foi assim então, que em 1808, Portugal transferiu a sua corte para o Brasil, pois só assim poderia salvar o seu império. Ao contrário da visão que foi reproduzida de um D. João VI frouxo, muitos jornais europeus e brasileiros da época elogiaram o monarca pelo seu “golpe de mestre”. Napoleão mesmo apontou D João como “o único que o tapeara em todos os tempos”.

transferência da corte significou uma mudança nas relações entre colônia e metrópole. O Rio de Janeiro ganhara o status de corte, pois todo o aparato burocrático estava agora ali. Todas as decisões políticas e burocráticas e a sede do poder monárquico passavam agora a serem gerenciadas no Rio de Janeiro.

Em 1810, foram assinados os Tratados de Aliança e Amizade de Comércio de Navegação em prol das elites brasileiras que desejavam importar manufaturados pagando baixos impostos. Os tratados garantiam uma taxação privilegiada para os produtos britânicos. A taxa era de 15% sobre os produtos britânicos, 16% para mercadorias portuguesas e 24% sobre os produtos das demais nações.

Mas não foi só isso, a presença da corte no Brasil transformou as relações sociais que ali existiam. A diversidade da população era muito maior, e os brasileiros tiveram que se acostumar com uma série de mesuras, palavras e etiquetas próprias de uma corte. Ou seja, o Rio de Janeiro se adaptou a uma nova cultura.

Francisco Bortolozzi. Embarque da família real portuguesa para o Brasil, 1808. Museu Histórico Naciona, Rio de Janeiro.

A Revolução Pernambucana (1817)

O maior movimento de contestação durante a permanência da corte portuguesa no Brasil foi chamada Revolução Pernambucana. Em 6 de março de 1817 os revolucionários, com a ajuda dos Estados Unidos e Inglaterra, tomaram Recife e organizaram um governo republicano. Durou pouco mais de dois meses. A dificuldade de acordo entre os líderes do movimento junto à dificuldade em combater os ataques do governo do Rio de Janeiro, levou ao fim a então república. Os principais líderes (Domingos José Martins, João Ribeiro e Miguel Joaquim de Almeida Castro) foram presos e condenados à morte.

A Revolução Liberal do Porto (1821)

Com o falecimento de D. Maria I, o então sucessor do reino seria D. João VI. Apesar de Napoleão já ter sido derrotado, D. João VI optou por governar o império português do Brasil. Essa decisão causou descontentamento por parte de grupos sociais e econômicos portugueses que consideravam que o Reino estava sendo regido pela Colônia, e não vice-versa.

Assim em 1820, a insatisfação culminou na chamada Revolução do Porto, na qual os rebeldes exigiam a volta do rei ao Reino de Portugal e a instalação de uma Assembléia Constituinte, a partir das convocações das Cortes portuguesas. Isso configuraria o fim do absolutismo em Portugal.

Além disso, os rebeldes queriam a volta do Brasil à condição de Colônia, perdendo a sua autonomia. É claro que os proprietários brasileiros não aceitariam serem excluídos da administração e pagar impostos para a manutenção do Estado.

Assim, procurando conciliar os interesses, D. João VI concordou em voltar a Portugal, deixando D Pedro, seu filho mais velho, como regente do Brasil.

Anônimo. D. João VI, 1816. Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.

A independência (1822)

A volta da família real para Portugal e as diversas decisões desta, em vista de retomar a relação base entre Reino e Colônia, desagradou à elite brasileira, aos grandes proprietários e àqueles ligados a atividades urbanas.

Os diferentes setores da sociedade se reuniram ignorando, a princípio, as suas diferenças para firmar um novo contrato social e político: a fundação de um Estado independente. D. Pedro aparecia como a única figura que seria capaz de unificar o país e manter as relações de amizade com Portugal. Então em janeiro de 1822, as províncias brasileiras e a imprensa pediram a permanência de D. Pedro que estava sendo chamado a voltar para Portugal.

Somente depois de ter certeza de sua aceitação pelo povo brasileiro é que em 7 de setembro, D. Pedro proclamou a famosa frase: Independência ou Morte. Esse mote foi um impulso para a multiplicação de hinos, representações e sentimento de amor à pátria. Porém, nesse momento ainda não se tinha com precisão a data da independência. Em junho havia tido a convocação da Assembléia Constituinte para o Reino do Brasil, em outubro se deu a aclamação de D. Pedro I no Rio de Janeiro e somente em dezembro é que ele foi oficialmente coroado. Assim, a firmação do 7 de setembro como data oficial da Independência foi mais uma conveniência simbólica do processo todo.

FONTE: Escola Digital

terça-feira, 20 de abril de 2021

TIRADENTES: transformado em mártir, resgatado como herói nacional. Podemos ser como ele?

 


JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER foi um menino e homem como eram, em sua maioria, os meninos e homens de seu tempo. Nasceu perto de São João Del Rei, em Minas, na Fazenda do Pombal.

Aprendeu a ler e começou a trabalhar muito cedo, como tropeiro. Depois de viajar pelos arraiais de garimpeiros, alistou-se como tropeiro. Depois de viajar pelos arraiais de garimpeiros alistou-se como soldado da Tropa Paga.  Como soldado e , mais tarde, alferes, combateu os criminosos que vagavam pela capitania e armavam emboscadas contra os viajantes. 

Foi assim, convivendo com o Povo simples da Capitania, que Joaquim José, aprendeu muitas coisas. Aprendeu a conhecer as Plantas que curavam doenças e aprendeu a cuidar dos dentes das pessoas. Por isso ganhou o apelido de Tiradentes. 

Mas a coisa mais importante que ele aprendeu foi o valor da liberdade. quando atravessava os rios e, do alto das serras, via os imensos vales verdes, banhados de sol, sonhava com um País muito rico, com todas as pessoas trabalhando e vivendo feliz. Mas para isso era preciso que os nascidos no Brasil e não os Portugueses, governassem a própria Terra.

Pensando assim, começou a conversar com todos os que conhecia. Porque o Brasil tão grande, era dominado por Portugal, um País tão pequeno? Porque todos tinham que trabalhar, arrancando o ouro do chão e do fundo dos rios para mandar arrobas e mais arrobas do metal para o Rei, a Rainha e os nobre portugueses? Porque não fazer como os norte-americanos, que haviam lutado contra os Ingleses e proclamado a sua independência poucos anos antes?

Tiradentes não era filho de pais ricos, nem poderosos. Sua família era uma família comum, de gente trabalhadora, que viera para o Brasil com a esperança de aqui construir uma vida nova. Quando o prenderam, tudo que ele tinha valia tão pouco, que os bens foram arrolados como "trastes", coisas sem valor: uns pratos de estanho, outros de louça, fardas velhas, duas navalhas novas, uma espada sem bainha e alguns livros.

O alferes sabia que uma grande nação só pode ser feita com a vontade de todos e o amor de todos pela sua terra e pelo seu povo. Todos os que o conheceram disseram que ele sempre repetia uma ideia: se todos pensassem como ele pensava, se todos tivessem a sua mesma vontade, poderíamos fazer de nossa terra uma grande nação. E ele fazia o que pensava.

Era compadre das pessoas mais simples que moravam na beira das estradas. Por onde andava tratava dos doentes e resolvia problemas práticos. (Como canalizar água e construir pontes, por exemplo). E conversava.  Ensinava o que sabia e  contava o seu sonho. Os seus olhos brilhavam cheios de esperança da justiça e da liberdade de cada homem e de cada mulher e da liberdade de todos reunidos em uma só Pátria, próspera, unida e soberana. 

Exatamente por ser assim, foi o único dos inconfidentes a ser enforcado e esquartejado. Queria amedrontar o Povo Brasileiro.

Tiradentes foi um homem limpo e honrado. Um homem de brio. Assumiu, sozinho, a responsabilidade pelo movimento e não denunciou ninguém, nem mesmo seus inimigos pessoais que, recrutados por outro, participaram da Inconfidência.

Vivendo como viveu e enfrentando a morte com dignidade e desassombro, ele nos mostrou qu uma grande Nação se faz com a esperança, o amor, a coragem e a honra.

Por tudo isso, Tiradentes, menino de Minas, soldado e cidadão, sonhador e herói, é patrono da Nação Brasileira. 

terça-feira, 21 de abril de 2020

O que foi condenado a morte, Tiradentes, com o corpo exposto em praça pública para servir de exemplo, é também a figura mais lembrada da Inconfidência Mineira.



Enforcado em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único dos  inconfidentes executado pelo governo.

O primeiro movimento da nossa História que teve como objetivo a Independência do Brasil de Portugal foi a Inconfidência Mineira. Este pioneirismo inclusive é muito exaltado em Minas pelas autoridades políticas em seus eventos. Mas realmente nosso Estado traz esta marca inicial de luta pela liberdade. Pessoas importantes da Capitania de Minas Gerais integraram este movimento que não chegou a ser levado à prática. Grandes poetas como: Cláudio Manuel da Costa, Antonio Tomas Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto e José da Silva e Oliveira Rolim, chamado de Pe. Rolim, além de outras pessoas da nossa elite da época. Foram denunciados por Joaquim José Silvério dos Reis, naturalmente para levar vantagem da coroa,  presos e condenados, mas só Tiradentes foi executado e esquartejado, para exemplo dos moradores da província. 

Por ter sido o único dos participantes que foi executado, Tiradentes acabou, com o tempo, tornando-se símbolo do movimento e transformado em mártir da luta pela independência do Brasil. Após a proclamação da República, a figura de Tiradentes foi resgatada como herói nacional e em 1965, em plena Ditadura Militar, o dia da execução se tornou feriado oficial.

Tiradentes é uma figura que nos transporta à Colônia e a nos conscientizar daquela nossa situação de dependência e exploração por parte da nação mais poderosa da época: Portugal. Ele só foi elevado à condição de herói nacional  após a Proclamação da República em função de sua execução ter virado um símbolo da  nossa Independência. As ideias liberais, a independência dos EUA e a Revolução Francesa foram os fatores de grande influência no pensamento e a ação daqueles inconfidentes.

Os historiadores falam que a vinda da família real para o Brasil em 1808, com a instalação de D. João VI no Rio de Janeiro, provocou uma certa acomodação, ainda que não tivesse impedido a eclosão da Revolução Pernambucana de 1817. A Revolução do Porto de 1820 e a volta de D. João VI para Portugal acabaram por escancarar as tensões que, por fim, levariam à proclamação da independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, num processo atípico se comparado às demais colônias americanas, particularmente pelo protagonismo de D. Pedro, filho e herdeiro do rei de Portugal.

Neste processo, tanto a Inconfidência Mineira, como Tiradentes, não tiveram nenhum papel em especial, pois como foi dito anteriormente, tanto o movimento, como seu personagem emblemático, só foram resgatados após a proclamação da República.
                                       Deodato Gomes 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

1919 - 2919 - Relatividade Geral - Um superteste


1919-2919-Relatividade Geral-Um superteste

Em 1915, Albert Einstein, num breve e complexo artigo, apresentou suas descobertas teóricas sobre a gravidade, a chamada Relatividade Geral, após árduas matemáticas realizadas nos 10 anos que se seguiram à sua revolucionária Relatividade Especial publicada em 1905. Era a nova visão do sistema cósmico, sem a noção newtoniana de atração gravitacional, substituída pela de movimento no espaço-tempo curvado pela massa dos corpos celestes. 
O teste empírico dessa constução teórica foi feito em maio de 1919, por meio de observações de um eclipse solar total, realizadas em duas regiões próximas ao equador terrestre, uma delas no município de Sobral, no Ceará. A nova teoria previa que certas estrelas vistas na escuridão do eclipse estariam deslocadas. 1,75 segundo de arco relativamente à posição visível sem a preença da massa do Sol. Esse deslocamento, tão pequeno quanto a aparência de uma moeda de 1 real vista a 3 km, foi plenamente comprovado pelos astrônomos.
Curiosidade: a teoria do cientista alemão foi comprovada por astônomos britânicos apenas seis meses após o fim da guerra que opôs alemães e ingleses. Einstein acabaria renunciando à nacionalidade alemã 14 anos depois, durante o nazismo. 

domingo, 5 de maio de 2019

1919-2019 - Volstgead Act - O crime do álcool


1919-2019 - Volstgead Act - O crime do álcool

Num país com mais de três mil destilarias produzindo uísque, uma cruzada religiosa levou à promulgação do chamado Volstead Act, em outubro de 1919, aplicado a partir de janeiro de 1920. Durante a vigência da chamada Lei Seca, terminada em 1933, ficaram proibidas bebidas "intoxicantes"(com mais de 0,5% de álcool). A proibição de produção e venda tinha suas exceções - médicos podiam indicar uísque como medicamento. A primeira consequência da nova lei foi fortalecer o crime organizado com o contrabando de bebidas alcoólicas e os conflitos sangrentos  entre as organizações criminosas disputando o negócio proibido. Entre 1920 e 1933, gangsters como AlCapone ficaram muito ricos e tinham recursos para subornar autoridades. 
O cinema tematizou esse período em filmes como Os Intocáveis - tratando das equipes policiais especializadas no combate aos que violavam  o Volstead Act. Uma fortíssima oposição da opinião pública acabou pondo fim à Lei Seca em dezembro de 1933. Essa foi uma das mais longas e desastrosas experiências sociais já realizadas.

sábado, 4 de maio de 2019

1919-2019 - Versalhes - Gerando ódios


Versalhes - Gerando ódios

Entre agosto de 1914 e novembro de 1918, a Alemanha enfrentou uma poderosa coalizão europeia que envolveu com profundidade os Estados Unidos e, em menor grau, o Japão. Esse conflito militar tornou-se global, sendo conhecido como a " Primeira Guerra Mundial". Seu término, deixando 20 milhões de mortes, ocorreu após o governo alemão render-se quando suas tropas ainda estavam em território inimigo. Em 1919, por meio de vários tratados, consolidou-se o fim político da guerra. 
Pelo Tratado de Vesalhes(1919) - o mais importante dos que foram assinados - os vencedores obrigaram os alemães a assumirem total responsablidade pela guerra, submetendo-os ao pagamento de indenizações pesadíssima. A chamada "paz de versalhes" aprofundou a destruição da Alemanha com graves consequências. A humilhação imposta aos derrotados gerou inúmeros movimentos nacionalistas alemães exigindo vingança. Um dos grupos revanchistas, o partido nazista, liderado por Adolf Hitler, empolgou os alemães descontentes levando o mundo, 20 anos depois, a uma nova guerra. Podemos considerar, com razão, o Tratado de Versalhes como uma das causas centrais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Por outro lado, vale lembrar que os Estados Unidos não repetiram os erros de Versalhes e não impuseram, em 1945, condições humilhantes aos pededores. Pelo contrário, aplicaram um plano de apoio aos alemães. O Plano Marsall reergueu a Alemanha, que se tornou uma das mais ricas democracias modernas.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

1919-2019 - A Liga das Nações - Um organismo incapaz


A Liga das Nações-Um organismo incapaz.

Em 1918, o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, propôs ao Congresso seus Quatorze Pontos, como bases para a paz. Visavam à reorganização das relações internacionais ao fim da Primeira Guerra Mundial em torno de um novo organismo para intermediar conflitos. A Liga das Nações nasceu junto com o Tratado de Versalhes e com os mesmos defeitos. Não tinha como membros  - até 1926 - nenhum país derrotado, nem a Rússia que se tornou comunista. Curiosamente, o país que deu origem à Liga das Nações, os EUA, nunca ratificou sua participação nessa sociedade - que foi uma prefiguração da atual ONU (Organização das Nações Unidas). 
Por ter uma composição incompleta e pelos conflitos nunca resolvidos entre seus membros, a liga foi incapaz de realizar sua proposta, que seria a de garantir a paz no mundo. A Segunda Guerra Mundial começou em 1939 e a Liga das Nações estava já praticamente extinta em 1942. Formalmente, foi dissolvida quando, em 1946, passou suas atribuições à recém-criada ONU.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

1919-2019 - A Emenda XIX - O voto das mulheres


1919-2019-A Emenda XIX-O voto das mulheres

O final da Primeira Guerra Mundial trouxe como consequência colateral a confirmação do direito de voto às mulheres - que tiveram grande papel em vários contextos do período em que se deu o confronto. O primeiro destaque foi a vitória das "sufragistas" britânicas que lutavam pelo direito de votar dede 1897, quando formaram a "União Nacional pelo Sufrágio Feminino". A lei que deu direito de voto às mulheres no Reino Unido foi estabelecida em 1918. Essa lei fez disparar vários movimento na Europa. Enquanto isso, também ligado ao fim da Primeira Guerra, o Congresso dos EUA coloca para ratificação dos estados, em 1919, o texto da Emenda XIX, que proibia aos estados e à federação negar o direito ao voto por motivos sexistas. 
Essa emenda levada ao Senado do EUA em 1878 demorou 41 anos para ser ratificada. A aceitação final, entretanto, só se completou em agosto de 1920. No Brasil, o direito de voto feminino veio por meio de um mandado de segurança impetrado em 1928 pela mineira Miêtta Santiago, que havia descoberto que a proibição de voto para mulheres, contrariava o artigo 70 da Constituição de 1891, em vigor na ocasião. O primeiro país a dar direito de voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1873. Na Arábia Saudita as mulheres começaram a votar apenas em 2015. É possível que alguns países árabes passem por profundas mudanças com o direito de manifestação política recém-conquistado pela smulheres.