Durante uma oficina de IE este slide me chamou a atenção
As Emoções na Liderança Escolar: entre o impacto e a origem do sentir.
Gestores escolares carregam diariamente uma complexa combinação de tarefas pedagógicas, administrativas e humanas. Por isso, compreender as emoções — suas origens e seus impactos — não é um luxo, mas uma competência essencial para quem conduz pessoas e influencia diretamente o clima da escola. O slide apresentado na oficina Rotas da Liderança – Inteligência Emocional nos ajuda a enxergar, de forma simples e objetiva, como cada emoção opera dentro de nós e como atravessa nossas relações de trabalho.
1. Raiva – A emoção que acelera o cérebro
A raiva nasce diante de um obstáculo. Para o gestor, o obstáculo pode ser um conflito não resolvido, um cronograma que não fecha, um comportamento recorrente de um servidor ou mesmo uma pressão externa. A raiva acelera o cérebro porque mobiliza energia para reagir.
Mas é justamente aí que mora o risco: lideranças aceleradas podem agir sem clareza, tomar decisões impulsivas e comprometer relações. A raiva precisa ser reconhecida rapidamente, não negada. Quando administrada, ela se transforma em assertividade, organização e foco.
2. Tristeza – A desaceleração que convida à pausa
A tristeza tem origem na perda: perda de apoio, de confiança, de expectativas ou de segurança emocional. No ambiente escolar, gestores podem experimentar tristeza ao enfrentar frustrações, críticas, mudanças inesperadas, conflitos de equipe ou sensação de impotência diante de demandas sociais complexas.
Essa emoção diminui a aceleração do cérebro, convidando à introspecção. E isso não é negativo — é um pedido do corpo por recolhimento e reorganização interna. Bons líderes acolhem esse movimento, sem permitir que ele paralise a gestão.
3. Medo – A emoção que impede a ação, se não for superada
O medo nasce da ameaça. No contexto escolar, pode ser o medo de errar, de ser mal interpretado, de tomar decisões impopulares, de enfrentar situações difíceis com familiares, professores ou estudantes.
Se o medo não é reconhecido, ele bloqueia a ação. Gestores passam a adiar conversas, evitar conflitos e manter situações disfuncionais apenas para não se expor.
Mas quando o medo é enfrentado com técnica, diálogo e preparo, ele se transforma em prudência, planejamento e coragem responsável — atributos fundamentais na gestão escolar.
4. Afeto – A emoção que gera vínculo e confiança
O afeto nasce do vínculo. E, no ambiente educacional, vínculo é talvez o principal combustível da liderança.
Quando um gestor expressa afeto profissional — respeito, escuta, empatia, interesse genuíno pelo outro — ele cria um território seguro onde professores, funcionários e estudantes podem se desenvolver.
Gestões baseadas no afeto não são frágeis; são sólidas, coerentes, humanizadas e profundamente eficazes.
5. Alegria – A emoção da conquista e da energia positiva
A alegria é a emoção que nasce da conquista — pequena ou grande. Quando celebramos avanços, valorizamos boas práticas e reconhecemos o esforço da equipe, espalhamos energia positiva que se multiplica e transforma o clima escolar.
A alegria sustenta a motivação e fortalece o senso de pertencimento. Uma escola alegre é uma escola onde as pessoas querem estar.
O que este slide nos ensina, como gestores?
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Toda emoção tem uma origem, um impacto e um propósito.
Nada surge do nada — há sempre um estímulo que precisamos identificar.
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O gestor emocionalmente inteligente não tenta suprimir emoções, mas compreendê-las.
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A gestão escolar é profundamente humana, e o líder que não cuida das próprias emoções terá dificuldade para cuidar das emoções da equipe.
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Cada emoção pode ser uma ferramenta de liderança, desde que reconhecida e bem manejada:
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Raiva → assertividade
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Tristeza → reflexão
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Medo → planejamento
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Afeto → confiança
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Alegria → engajamento
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A escola precisa de líderes que acolham sentimentos, sem perder a direção.
Mensagem final aos gestores
A oficina nos lembrou que liderar não é apenas orientar tarefas; é conduzir pessoas dentro de suas realidades emocionais. Quando o gestor aprende a nomear o que sente e a ler o que o outro sente, o clima escolar se transforma, a equipe floresce e os conflitos deixam de ser ameaças para se tornar oportunidades de crescimento.
A emoção não é inimiga da liderança.
Ela é a matéria-prima que, quando trabalhada com maturidade, sustenta a liderança que transforma vidas.
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