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quinta-feira, 19 de junho de 2025

O Brasil no fim do ranking: o que revela o respeito (ou a falta dele) ao professor


O Brasil no fim do ranking: o que revela o respeito (ou a falta dele) ao professor

O gráfico publicado pelo Estadão (2018) revela um dado alarmante: o Brasil ocupa a última posição em um ranking que avalia respeito, atratividade, remuneração e carga horária dos professores, com índice 2 em uma escala de 0 a 100. Este retrato gráfico não é apenas simbólico — ele é reflexo de uma realidade histórica de desvalorização docente que se materializa em baixos salários, sobrecarga de trabalho e escasso reconhecimento social.

Segundo dados analisados em dissertação de mestrado da Universidade Federal de Uberlândia (2022), países que valorizam seus professores apresentam melhores resultados no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), como é o caso da China, Malásia e Coreia, no topo do gráfico. Em contraste, o Brasil, além de registrar o menor índice de valorização, é também um dos países com piores desempenhos educacionais na avaliação da OCDE.

Outro fator relevante é a sobrecarga invisibilizada do professor brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos apenas 1,7% dos docentes trabalham em mais de uma escola, no Brasil esse número chega a 20%, e salta para 45% no Ensino Fundamental II. Além disso, somente 27% dos docentes atuam em tempo integral, revelando uma rotina de múltiplos vínculos e turnos noturnos, o que prejudica a qualidade do trabalho pedagógico.

Portanto, discutir a valorização docente é enfrentar o cerne das desigualdades educacionais. O Brasil precisa não apenas reconhecer o papel do professor, mas garantir condições materiais e simbólicas para que ele possa atuar com dignidade, exclusividade e eficácia em uma única instituição. Sem isso, continuaremos a figurar nos últimos lugares de rankings que medem, com razão, o respeito à docência.


📌 Referências:

ESTADÃO. Gráfico – Respeito, atratividade, remuneração e carga horária dos professores. 2018.
FERREIRA, D. C. S. Municipalização do ensino fundamental em Minas Gerais: análise crítica do Projeto Mãos Dadas. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/43196/1/Municipaliza%C3%A7%C3%A3oEnsinoFundamental.pdf. Acesso em: 19 jun. 2025.



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