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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Assim ninguém vai falar que as luzes de Natal não foram acesas em Carlos Chagas neste 2014.

           Fiquei a pensar o que poderia meditar e escrever sobre o Natal aqui no Girassol. Não tem sequer uma luzinha de natal a piscar nas praças da nossa cidade. No dia 17, em pleno aniversário da polis, os citadinos encheram as lojas de Teófilo Otoni. Esta data não precisa do comércio nem de luzes,  para inebriar a todos pela nostalgia natalina. Porque o natal está muito além da tosca emoção provocada pelo piscar de luzes e do movimento comercial. Natal é em si mesmo sempre um clima mágico, um sentimento de encontro mesclado com um grande desejo de infinitude que invade o nosso coração neste tempo. Diante da magnitude do natal, resta apenas meditar a nossa pequenez e efemeridade da vida, bem como, buscar formas de renovar o nosso encanto pela vida. Os dias trazem tantas histórias e acontecimentos que passam completamente despercebidos por nós. A vida é um movimento, este eterno ir e vir das coisas onde vai se perdendo a qualidade interior de se encantar. Os olhos vão se cataratacizando, cegando a medida que tudo vai se tornando mais do mesmo. Acostumamos de tal forma com a rotina que automatizamos todos os afazeres, mesmo os que brotam do mais profundo de nosso ser, emerge da gente de forma maquinal. Os fatos cotidianos passam de tal forma por nos e não conseguimos ver a presença do amor, da solidariedade, da caridade em nada que nos cerca. Nem nos pequenos presentinhos que recebemos não achamos o encanto. Já nem nos alegramos mais com eles. Vira uma troca de falso sentimentalismos no amigo oculto. É bom demais ser lembrado por alguém. Sim, porque quando alguém lhe dá algo é porque sua importância para aquele é grande. Todos lugares: trabalho, casa, rua,  as praças da cidade,  como em  todo ou qualquer ambiente em que de alguma forma estamos inseridos, parecem estar na escuridão do natal e  foram se tornando muito formais. Parece que apenas estamos aqui,  passamos ali para atender uma necessidade daquele momento: de trabalhar para garantir a sobrevivência, de repor energia para retomar a lida, de comprar um objeto, tudo formalmente e usando só  metade de nós mesmos. Onde está o encanto da vida? É preciso o resgatá-lo, não somente no natal mas em todos os tempos. O encanto pela vida que nos faz sorrir felizes e fazer o ato mais burocrático da vida com o grande dom de servir. Sempre somos colocados diante de situações que são verdadeiros milagres e há uma necessidade de entendermos a vida como milagre para fazer permanecer a magia nas coisas findas. O maior poder, não é o poder político, é o poder do amor. Este sim é capaz de revolucionar os poderes letárgicos da cidade.
O amor tem poder transformador e faz acontecer a vida apesar de todos fatores adversos em ação. Uma criança que descobre a leitura, um jovem que se encanta com um livro, uma cura alcançada, um trabalho terminado, um presentinho recebido. Quanto amor escondido e relegado existe em tudo! A força do amor transformador faz milagres quando lança esperança para momentos tão difíceis na vida de todas as pessoas, onde parecia algo intransponível. A vida está plena de mistérios e nós estamos presos pelos limites estreitos demais destes ambientes e situações em que vivemos. É por isso que existe o Natal, para dar um sentido especial em nossa vida e para que possamos fazer prevalecer o clima natalino por toda a vida. Será que ainda podemos resgatar um olhar mais cuidadoso para todas as coisas que nos cercam e para a nossa própria vida? O menino Deus que nasce todo ano vem fazer este apelo. Nosso olhar busca o espetáculo e não enxerga os verdadeiros milagres. José Saramago em seu livro, Ensaio sobre a cegueira disse que “ o egoísmo pessoal, a falta de generosidade, as pequenas covardias do cotidiano, tudo isso contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental, que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que em cada momento for suscetível de servir o nosso interesse”. O nosso dia a dia está repleto de milagres: uma sementinha que se transforma em árvore, uma flor, um pássaro, a terra, o mar, o sol, tudo constitue um milagre. Você já pensou no extraordinário milagre da vida em uma criança que nasce? Somos confrontados em todo o tempo com acontecimentos que guardam tanta simplicidade mas que são grande mistérios da vida. A cada um de nós é dado a oportunidade de olhar metafisicamente, como bem preconizou o Saramago, e fazer a experiência para além do nosso mesquinho interesse individual. Precisamos nos tornar agentes de milagres e nos colocar a serviço do acender das luzes do natal em tudo e em todos os cantos da cidade. Só esta luz é capaz de iluminar todos os bairros, ruas e casas da nossa cidade. Assim ninguém vai falar que as luzes de Natal não foram acesas em Carlos Chagas neste 2014. Tudo porque vamos nos conectar com o encantamento do maior acontecimento de todos os tempos: o nascimento de um Deus que quis experienciar a nossa fragilidade de ser humano. Esse é o milagre maior pelo qual somos todos corresponsáveis.
                                                                                          Boas Festas a todos e a todas!....
                                                                                                   por Deodato Gomes Costa
     Ofereço este lindo clipe de Natal, feito por mim mesmo, com alguns momentos da nossa escola, utilizando uma linda canção de Natal, para mais refletirmos.

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