Bullying

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segunda-feira, 17 de abril de 2023

FAKE NEWS Adolescente que divulgou 'Lista do Massacre' em cidades de MG é alvo de operação Segundo o MPMG, informação inicial é que a jovem, que seria de SP, não teria qualquer informação real sobre massacres e não representa risco; celular e laptop foram apreendidos


Em 10h, postagem conseguiu mais de 60 mil curtidas e 18 mil comentários na rede social — Foto: REPRODUÇÃO/TIKTOK

Uma adolescente que seria a responsável pela divulgação da chamada "Lista do Massacre", que trazia 35 cidades mineiras que poderiam ser alvo de ataques em escolas, foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (17). A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que abriu uma investigação sobre o caso e contou, na operação, com o apoio do Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo, onde a menor reside. 

A operação "A Lista", ainda conforme o órgão mineiro, contou com diligências cibernéticas que possibilitaram a identificação da pessoa responsável pela publicação no TikTok. Antes de ser retirado do ar pela rede social, o vídeo atingiu mais de 100 mil pessoas. 

"Na ação, foi dado cumprimento a mandado de busca e apreensão e apreendidos um celular e um laptop. A pessoa identificada confessou ser a autora da postagem e, a princípio, não representa perigo, não possuindo informação concreta sobre a organização de ataques em Minas Gerais", detalhou o MPMG. 

Ainda de acordo com o órgão, por se tratar de uma adolescente, "foram adotadas todas as cautelas necessárias para a proteção de sua imagem, identidade e integridade". Por isso, nem mesmo a cidade onde a menor vive foi divulgada pelo órgão.

Ameaças em Minas

Escolas de Minas Gerais convivem com uma onda de ameaças de atentados. Os casos preocupam as autoridades e causam pânico em estudantes, professores e diretores. Recentemente, ocorreram episódios de violência em escolas de São Paulo, Santa Catarina e Goiás.


sábado, 15 de abril de 2023

Compartilhando o Bem: Um Dia de Compaixão e Gratidão nas Escolas de Carlos Chagas - Dia 20/04/2023


Que tal partir da gente, como professor, diretor, supervisor enfim, educadores um dia de compaixão, amor e gratidão nas escolas de nossa cidade?Taí uma oportunidade para estimularmos o desenvolvimento da gratidão e da empatia entre os alunos. Vamos ser o exemplo e vivenciar este valor na prática da nossa convivência interpessoal. E que tal o dia 20 de abril, próxima quinta-feira?   Cada criança, cada estudante é motivado a  levar uma flor, um bombom, um cartão, um abraço para ser distribuído entre professores, colegas, supervisores, direção e a toda equipe da cantina. 

https://youtube.com/shorts/fts8uw6nzq8?feature=share

Precisamos mudar o foco para um movimento positivo e construtivo. Vamos produzir momentos para compartilhar o bem, dentro e fora das Escolas da nossa cidade. Cada um compartilha uma frase pelo que é grato dentro do ambiente escolar. Nós, os profissionais da educação, vamos relembrar, para a galera, da época em que éramos criança, adolescente e estudantes dentro de uma instituição de ensino. Temos muita coisa para passar. Todos nós temos boas lembranças desse período, então dia 20-04 que seja o dia de compartilhamento dessas experiências.  Vamos viralizar esse post com essas ideias e também o sentimento de compaixão! Dia 20.04.2023, próxima quinta, compartilhe o bem dentro e fora da sua Escola!

Sem dúvida, um dia de compaixão, amor e gratidão nas escolas pode fazer uma grande diferença no ambiente escolar e no bem-estar dos alunos e educadores. 

Compartilhe nas redes sociais: tire fotos, faça vídeos da iniciativa e compartilhe nas redes sociais da sua escola. Isso ajudará a inspirar outras escolas a realizarem iniciativas semelhantes.

Planeje as atividades em conjunto no módulo II: além da distribuição de flores, bombons e cartões, planeje algumas atividades para incentivar os alunos a compartilhar momentos de gratidão e compaixão. Reserve um tempo durante o turno para que os alunos possam compartilhar o que são gratos dentro do ambiente escolar, fazer uma apresentação musical ou teatral, ou criar uma parede de agradecimentos. Escrever um texto, ou ilustrar um, fazer desenhos alusivo a gratidão. Neste dia faça uma recepção no portão da Escola bem acolhedora e  diferente e receba os alunos com um gostoso lanche inicial e muita música.

Divulgue a iniciativa: utilize as redes sociais, faça cartazes, posts e outros materiais de divulgação para informar toda a comunidade escolar sobre a iniciativa. Mude realmente o foco, ao invés de falar do ataque fale da defesa da gratidão, do amor e da acolhida, como práticas sublimes do ser humano. Explique a importância de um dia dedicado à compaixão, amor e gratidão.

Mais ações podem ser feitas:

1-Produção textual sobre o que é gratidão e como ela pode ser praticada no dia a dia. Leitura e análise de poesias e contos que abordem a gratidão.

2-Aborde a importância da gratidão para a saúde mental e emocional das pessoas da Escola. 

3-No outro dia, ou seja dia 21, planeje para que os alunos escrevam, logo no início das aulas, uma pequena reflexão do que aprenderam das ações do dia anterior.



Comunicado sobre segurança nas escolas de Carlos Chagas

 Aos pais, alunos e comunidade educacional de Carlos Chagas,


Como é do conhecimento de todos, recentemente ocorreu um trágico acontecimento envolvendo uma escola em Blumenau, Santa Catarina, que trouxe preocupações para todos nós bem como para o Prefeito Municipal da nossa cidade. Nós, diretores das escolas e o Secretário de Educação, nos reunimos com o Delegado da cidade, Sr. Fanuel Afonso Carvalho Gonçalves, e o Policial Civil Sr. Wanderson Newton de Oliveira para discutir as medidas a serem tomadas em relação à segurança nas nossas escolas.

De acordo com a Polícia, podemos ficar tranquilos em saber que, não temos notícia de fatos semelhantes na nossa região e em nossa cidade. No entanto, precisamos estar alertas e tomar medidas preventivas para garantir a segurança dos nossos alunos e funcionários. É importante destacar que não queremos transformar o ambiente educacional em um ambiente policial e que as polícias estão atentas e acompanhando de perto todos os movimentos, inclusive nas redes sociais. De acordo com o Tenente Cassiel a Polícia Militar está realizando Operações de Proteção Escolar e conta com o apoio da população que pode realizar denúncias através do disque denúncia unificado 181 ou do telefone de emergências policiais 190.

Os Diretores presentes na reunião, inclusive os das Escolas Rurais também estão orientados a convocarem toda a comunidade escolar e instruírem seus Professores nas reuniões de módulo II,  a  denunciarem páginas  de internet, como sites, blogs ou publicações nas redes sociais  que estejam divulgando possíveis ameaças e ataques às escolas diretamente ao Ministério da Justiça e da Segurança, através do link:https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura  A denúncia tem garantia de anonimato. Os Diretores também devem ficar em atentos a alguns sinais: os desenhos dos estudantes e para aquele estudante que se isola dos outros, controlar o acesso de pessoas no interior do ambiente escolar. Para essas situações devem realizar uma acolhida especial e uma escuta ativa, antes mesmo de acionarem as famílias.

A Secretaria de Educação está trabalhando para garantir a segurança nas nossas escolas, e em breve, o Prefeito anunciará investimentos para esse fim. Pedimos aos pais e familiares que não deixem de enviar seus filhos às escolas nos horários devidos, pois estamos em constante contato com a polícia e tomando todas as medidas necessárias.

Os Diretores foram orientados a aumentar a vigilância nos portões de entrada da escola e nas redes sociais. Além disso, o Prefeito já formalizou ofício ao Tenente da Polícia Militar solicitando ronda para todas as Escolas Municipais, Estaduais, APAE, Cooeducar e a Creche conveniada Pézinhos no Chão.

Por fim, pedimos à população que evite divulgar fake news, pois isso pode gerar amedrontamento desnecessário nos estudantes, suas famílias e nos Profissionais da Educação em geral. Contamos com a colaboração de todos para garantir a segurança e tranquilidade nas nossas escolas.

Atenciosamente,

Diretores das Escolas e o Secretário de Educação de Carlos Chagas.

sábado, 8 de abril de 2023

O que pode frear os ataques nas Escolas!

 

Extremismo de direita é fator de atração para atentados em escolas, apontam estudiosos É unânime o diagnóstico de que o enfrentamento eficaz dessas ações está na prevenção para evitar que jovens sejam contaminados pelo discurso de ódio

 A repetição de ataques às escolas, em uma crescente há pelo menos dois anos no Brasil, não é acaso. Para estudiosos do tema, há um "rito de crime", observado nos atentados de Barreiras (BA), Sobral (CE), Aracruz (ES), São Paulo (SP) e Blumenau (SC). Apesar dos contextos serem diferentes, as motivações são as mesmas: o extremismo. Em comum, foram identificados fatores como a glorificação do atacante por uma comunidade mergulhada em sua visão deformada de mundo. A cada novo ataque, o gatilho é acionado para mais datas serem celebradas. É unânime o diagnóstico de que o enfrentamento eficaz dessas ações está na prevenção para evitar que jovens sejam contaminados pelo discurso de ódio.

No ambiente digital aberto, as comunidades de ódio têm servido de espaço para a disseminação de ideias extremistas. "A radiografia desses grupos é masculinista, de ódio às mulheres, é fenômeno de ódio às pessoas negras e LGBTQIA . Soma a isso três fatores que desembocam em ambientes de gamers, paintballs, clubes de tiro, que cultuam o pensamento neonazista e fascista. (Os jovens) viveram algum tipo de frustração e humilhação, como é comum na fase da adolescência. De forma complementar temos um fato que é a glorificação dos atacantes", descreve Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação na Universidade de São Paulo (USP).

Cara participou do grupo de trabalho da Educação no governo de transição e contribuiu com o relatório O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental, que define duas linhas principais de combate ao problema: coibir o extremismo de direita e fazer com que os jovens deixem de ser o instrumento dessa ideologia.

"(Os jovens) são recrutados para se tornarem agentes de violência contra a sociedade por meio das escolas. As escolas são espaços deles de sociabilidade. Mas, às vezes, alguns encontram essas comunidades de forma autônoma, até porque, de 2019 para cá, isso passou a ocorrer nas redes comuns. Porém, o recrutamento para essas comunidades é feito por adultos. A gente precisa ter a capacidade de prevenir, evitar. E o outro desafio é resgatar os jovens que estão nessas comunidades de ódio. É uma situação calamitosa", ressalta o professor.

Roseli Lins, professora no curso de psicologia e coordenadora do Programa de Apoio e Orientação (Proato) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, chama a atenção para como os estudantes envolvidos nesses massacres estão se relacionando com o ambiente escolar. "Imagino que é uma relação ruim que ele estabelece com esse lugar, que é um lugar de formação, de relacionamentos, mas que, para ele, foi um lugar de muito bullying, muita angústia, muita humilhação", explica.

A especialista concorda com a tese de que a escola é um laboratório de relacionamento, por isso, é fundamental a avaliação constante e a interferência para abrir caminhos de reflexão sobre situações na convivência entre professor-aluno e aluno-aluno.

"Quando há alguma situação que implique agressividade, violência, bullying, é preciso que a escola trate disso, discuta com as crianças desde muito pequenas até adolescentes e jovens. O conteúdo é importantíssimo, é na escola que isso acontece, mas não dá pra deixar de lado outras questões que, muitas vezes, acabam gerando situações tão graves de violência", pondera.

Ainda sobre o que é ensinado no ambiente escolar, Catarina de Almeida, integrante da Rede da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação e Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação, ressalta que a redução da grade curricular de disciplinas de ciências humanas, que fomentam o debate de temas voltados ao desenvolvimento humano, é preocupante.

Papel dos pais

"Não se pode dizer que é um problema de violência escolar e responsabilidade escolar. Não é um ataque à escola, mas contra a escola, e muito voltado à diversidade. Por isso, discutir como ter escolas com processos mais democráticos, que possam desenvolver projetos com mais criatividade, que permitam aos alunos expressarem mais os sentimentos, e que os gestores acompanhem mais de perto essa comunidade, é fundamental", avalia.

De um lado, há a dificuldade dos pais em lidar com os filhos agressores e, por outro, o crescimento da visibilidade de figuras públicas promovendo discursos de ódio com uma velocidade de disseminação muio grande.

"Há uma dificuldade generalizada em lidar com os agressores. Os pais, muitas vezes, sabem que o estudante vai cometer um ataque, mas não agem a tempo. Deve ser demonstrado o limite, não se pode abdicar do papel corretivo com adolescentes e jovens. Se tem dificuldade, tem que envolver serviços psicológicos, Conselho Tutelar, até ação policial. Se não tem instrumento para agir com o filho, tem que buscar fora, o que não pode é não tratar o caso com a devida urgência", alerta.

Daniel Cara frisa que os responsáveis, seja a comunidade escolar, seja a família, deve assumir um papel corretivo, inclusive envolvendo forças de segurança.

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Canal de Denúncias, Escola segura do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

 


O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil, criou um canal exclusivo para recebimento de informações de ameaças e ataques contra as escolas.

Essa é uma das ações da Operação Escola Segura que deu início na última quinta-feira (6). Qualquer informação é bem-vinda.

Todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo.

Qualquer usuário pode realizar denúncias: não é exigida a identificação do denunciante.

Todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo.

O interessado em fazer a denúncia deverá inserir o maior número de informações possível para que se possa analisar corretamente a ocorrência.

No campo "Página da internet" deve-se informar a URL (endereço eletrônico) da postagem.

Para facilitar a análise da denúnica, recomenda-se o preenchimento do campo "Comentário" com as informações relevantes da ocorrência, tais como o Município, Estado, Escola da denúncia e Mídia Social de origem da ocorrência.

Em caso de emergência ou se não tiver todas as informações, entre em contato com o 190 ou delegacia de polícia mais próxima. 

Clique no link a seguir para denunciar:

https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura


terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Transição de Lula sugere formação sobre a extrema-direita para combater atentados a escolas Relatório também fala em monitoramento de fóruns anônimos e fechamento de institutos militares mirins

 SÃO PAULO

Um relatório elaborado pelo grupo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lista estratégias de ação governamental para evitar atentados a escolas no Brasil. O material começou a ser elaborado após os ataques a tiros em duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, que deixaram 4 mortos e 13 feridos no final de novembro.

Organizado por Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o relatório tem 50 páginas e contou com a ajuda de outras 12 especialistas no tema em sua composição.

O material agora será discutido pelo grupo de trabalho sobre educação, do qual Cara é um dos coordenadores.

O relatório aponta que esses eventos começaram na primeira década dos anos 2000 no Brasil e, desde então, foram 16 ataques, dos quais quatro aconteceram no segundo semestre de 2022, com 35 mortos e 72 feridos.

Segundo o texto, os ataques violentos às escolas estão relacionados a um contexto de escalada do ultraconservadorismo e do extremismo de direita no país e a falta de controle e criminalização desses discursos e práticas.

Os alvos de cooptação desse discurso são majoritariamente brancos e heterossexuais, que têm as mulheres como alvos preferenciais.

Para conseguir prevenir e combater esses atentados, o relatório sugere formação para identificar alterações de comportamentos nos jovens, como interesse incomum por assuntos violentos e atitudes agressivas, recusa de falar com professoras e gestoras mulheres, uso de expressões discriminatórios e exaltação a ataques em ambientes educacionais ou religiosos.

"Profissionais da educação devem participar de processos de formação continuada sobre o extremismo de direita e como enfrentá-lo", diz o material. Entre outras coisas, a formação envolveria a familiarização com símbolos e ícones do extremismo, com o objetivo de capacitar os agentes públicos a identificar a linguagem desses grupos.

Além disse, propõe também que órgãos de inteligência ligados às forças de segurança monitorem sites, plataformas e fóruns anônimos, e mantenham canal de comunicação direto com as escolas.

O relatório também fala em fomentar o combate à desinformação nas salas de aula por meio de uma educação crítica. Nesse sentido, aponta prejuízo na redução gradativa da presença de conteúdos de disciplinas das ciências humanas e sociais aplicadas, como geografia, história, filosofia e sociologia.

O documento coordenado por Cara também destaca a importância de uma campanha ampla de denúncia da cooptação dos jovens por grupos de extrema-direita e como isso afeta o desenvolvimento destes e da sociedade.

Nesse ponto, as orientações para detectar alterações comportamentais também seriam passadas para funcionários das escolas, mães, pais e demais responsáveis.

O material também sugere a criação de leis que proíbam a criação e fechem as centenas de academias e institutos militares mirins, que ofertam cursos militares para crianças e adolescentes e colocam crianças, a partir de 5 anos de idade, para manusear, quando não armas de verdades, réplicas destas.

Por fim, o relatório sugere aperfeiçoamento da lei 7.716/1989, que trata como crime a fabricação, comercialização e veiculação da suástica ou da cruz gamada, símbolos relacionados ao nazismo. Segundo o documento, é necessário expandir a criminalização para outros símbolos fundadas em ideologias de supremacia, como o fascismo, o integralismo e grupos separatistas tais como "O Sul é o meu país".

Além de Cara, participaram da construção do relatório as pesquisadoras Andressa Pellanda, Catarina de Almeida Santos, Claudia Maria Dadico, Fernanda Rasi Madi, Fernanda Orsati, Juliana Meato, Letícia Oliveira, Lola Aronovich, Luka Franca, Marcele Frossard e Paola da Costa Silveira.

FONTE: Folha de São Paulo

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Brasil registrou 12 ataques em escolas nos últimos 20 anos, aponta levantamento

Segundo o Instituto Sou da Paz, em todos os casos os assassinos eram alunos ou ex-alunos da instituição de ensino invadida. Caso mais recente ocorreu nesta sexta no ES e deixou três mortos.

Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz apontou que o Brasil registrou 12 ataques em escolas nos últimos 20 anos. Em todos os casos, os assassinos eram alunos ou ex-alunos da instituição de ensino invadida.

O episódio com o maior número de vítimas ocorreu em 2011 e ficou conhecido como o Massacre de Realengo. Na ocasião, 12 pessoas morreram após um ex-aluno atirar em jovens na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio.

O caso ocorreu nesta sexta-feira (25), em Aracruz (ES), 85 km ao norte de Vitória, a capital do estado. Um assassino de 16 anos invadiu duas escolas e deixou três mortos, além de 13 feridos. Uma professora veio a falecer no hospital.

Veja, a seguir, os ataques e números do levantamento do Instituto Sou da Paz:

Salvador (BA) – 2002 (duas pessoas feridas)

Taiúva (SP) – 2003 (uma pessoa morta, e oito feridas)

Rio (RJ) – 2011 (12 pessoas mortas, e 13 feridas)

São Caetano do Sul (SP) – 2011 (uma pessoa morta, e uma ferida)

Santa Rita (PB) – 2012 (três pessoas feridas)

Goiânia (GO) – 2017 (duas pessoas mortas, e quatro feridas)

Medianeira (PR) – 2018 (duas pessoas feridas)

Suzano (SP) – 2019 (dez pessoas mortas, e 11 feridas)

Caraí (MG) – 2019 (duas pessoas feridas)

Barreiras (BA) – 2022 (uma pessoa morta)

Sobral (CE) – 2022 (uma pessoa morta, e três feridas)

Aracruz (ES) - 2022 (três pessoas mortas, e 13 feridas)

Em entrevista ao g1, a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou que a frequência de assassinatos desse tipo aumento nos últimos anos.

“Não é coincidência que os casos tenham acontecido nessa frequência ao mesmo tempo em que o número de armas nas mãos de civis é muito grande. A gente tem cerca de 1,9 milhão de armas em circulação no Brasil, segundo dados de junho de 2022. São armas registradas na Polícia Federal e Exército”, afirmou a especialista.

"Tem um conjunto enorme de armas nas mãos de civis com um baixíssimo controle. Elas circulam com muito mais facilidade. Junto com essa quantidade de armas, há um incentivo à violência, uma legitimação ao uso de armas", diz ela.

"Temos uma comunicação institucional que afirma ‘use sua arma’. Esse resultado combina um pouco com o discurso que vem sendo feito ao longo dos últimos quatro anos."

sexta-feira, 15 de março de 2019

Alerta: Casos como o de Suzano refletem negligência dos pais e ‘educação terceirizada’. Tema da nossa 2ª Reunião Pedagógica.


O ataque a tiros na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, chocou todo o Brasil e levantou diversas discussões. Entre elas, foi muito abordado o problema do Bullying e a influência dos jogos violentos no comportamento de crianças, adolescentes e jovens.

Para debater o tema, a equipe de reportagem do Jornal Tribuna de Jundiaí conversou com as psicólogas da cidade Bruna Prestes Duran e Renata Zezza. Para ambas, falar sobre a influência de jogos violentos é necessário, porém existe um tema mais profundo a ser trabalhado: a terceirização da educação.

“Existe um histórico por trás de cada indivíduo. Porém, nada justifica a violência. Fica difícil entrar em um estado de julgamento sem conhecer o contexto vivenciado por esses jovens”, explica Bruna. Ela salienta, também, que o nível de negligência adolescente e jovem deve ser levado em conta, já que o histórico da educação ajuda a discernir comportamentos.

Para Bruna, existem fatores que devem ser considerados na hora de “julgar” ou justificar as ações de um indivíduo: se eles puderam desfrutar de um lar empático e acolhedor, se tiveram pessoas passivas em seu convívio diário e se foram ensinados a controlar as emoções.


A falha nesses complementos emocionais, somados a uma personalidade violenta, podem gerar uma série de comportamentos destrutivos e doentios.

“Jogos violentos e a influência da mídia somados com falta de afeto, violências psicológicas e verbais, sentimento de rejeição, negligência parental, podem desencadear diversos transtornos psicológicos que acarretam em tragédias como a que vimos”, afirma. 

A psicóloga Renata Zezza trabalha diretamente com adolescentes e jovens, ao Jornal Tribuna de Jundiaí, ela contou que a terceirização da educação dos filhos e a falta de participação dos pais pode se tornar um fator destrutivo.

“O excesso de jogo mostra, muitas vezes, falta de participação, principalmente dos pais. Às vezes, os próprios pais estão inseridos no mundo virtual e esquecem dos filhos”, explica.

Influência do videogame

Muitas crianças buscam nos jogos aquilo que elas não conseguem em sua relação social dentro ou fora de casa.

Para Renata, os jogos podem servir como válvula de escape em momentos de pressão ou dificuldades. “Às vezes a criança passa por uma situação de estresse, fica ansiosa, vai mal na escola, no caso de adolescentes, “tomam um fora”, e se ‘enfiam’ no jogo”, diz.

Sobre os jogos violentos de videogame, a psicóloga explica que para indivíduos com predisposição para agressividade, jogos de guerra e lutas podem se tornar um gatilho para aumentar aquilo que ele já sente. Nestes casos, é de suma importância que os pais estejam alertas.

“O comportamento dos filhos os pais devem conhecer. Se eles não conseguem perceber uma mudança no próprio filho, é sinal de que o relacionamento familiar está mais grave do que se imagina”, explica.

Comportamentos que servem de alerta

Renata explica que alguns comportamentos servem de sinais aos pais em relação ao envolvimento do filho com um jogo ou o mundo virtual:

“Quando a criança ou adolescente só fica trancada no quarto, troca o dia pela noite para jogar de madrugada, come dentro do quarto, não faz uma pausa e não quer sair daquele ambiente”, alerta a psicóloga.

Além disso, o tratamento com os parentes de primeiro grau também deve ser analisado. Mudanças na forma de tratar o pai, a mãe e os irmãos são indicadores de problemas.

Tratamentos como “cale a boca”, “você não manda em mim”, “saia do meu quarto” e outros, são sinais de agressividade.

Como os pais podem ajudar

“Os pais não podem desistir. Muitos se cansam de tentar e acabam optando pelo o que é mais fácil”, explica Renata que também desabafou sobre o fato de que muitos pais encorajam os filhos a fazerem terapia, mas não os acompanham no processo.

Para ela, é necessário que os pais mostrem a realidade da vida para os filhos, explicando que as coisas não são fáceis e mostrando a importância de valorizar a família, amigos, escola e como é valoroso ter uma vida real, além do mundo virtual.

“Precisamos de pais que queiram resgatar seus filhos. Somente eles podem fazer isso. Hoje, é muito fácil deixar o celular na mão da criança do que propor uma atividade para ela ou ter que levar um diálogo com um adolescente. Mas ações assim geram consequências no futuro”, desabafa.

A conclusão de ambas profissionais é que o fato ocorrido em Suzano mostra o quanto os, adolescentes e jovens estão precisando de estrutura emocional e, principalmente, estrutura familiar.