Bullying

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Um ano letivo novo, com habitos novos!... Que novos e bons hábitos podemos criar neste 2023?

Todo ano a vida faz um reset, onde cada um de nós rememora os feitos e reflete aquilo que não foi tão bom, para que possamos melhorar no próximo ano. Isso é muito comum nas culturas ocidentais, mas não se diferencia tanto nas culturas orientais. O movimento de translação da terra a volta que nosso planeta dá em torno do sol é um fenômeno que afeta a vida de todos, invariavelmente, afinal, sem que a terra gire não há vida. A ciência nos explica que a Terra gira em torno do Sol porque continua mantendo o movimento da nuvem de partículas que a formou e possui uma órbita estável, graças ao equilíbrio existente entre sua velocidade e a força gravitacional exercida sobre ela pelo sol. Física! Um presente ao desenvolvimento humano dado por Galileu Galilei. E como esse movimento afetou sua vida?

Nesse ano que passou, diversas situações passaram a fazer parte da sua história. Momentos felizes, momentos tristes... Tudo caminhou invariavelmente para formar a pessoa que chega ao final de 2022 com os pensamentos que você tem.

Uma das coisas mais importantes a ser refletida é “que hábitos ruins eu deixei para trás para criar novos e bons hábitos?”

O filósofo norte-americano William James diz que “para mudar nossos hábitos, primeiro temos que assumir o compromisso profundo de pagar o preço que for necessário”. Esse comportamento continuado que temos molda nossa existência, afinal, somos feitos de hábitos e eles trazem reflexos intensos para o nosso dia a dia. Para mudar isso, é preciso muito empenho e dedicação. Nosso corpo aprende com o hábito e aqueles mais ruins podem nos impedir de evoluir na vida.

A preguiça, procrastinação, compulsão, enfim, os desvios de conduta diversos que estão no nosso cotidiano acabam nos influenciando de modo mais definitivo e importante. Por isso, a todo momento que nos é oportunizado devemos fazer uma análise de nós mesmos e rever aqueles hábitos que não nos levam a um bom lugar, não é mesmo?

O novo ano já chegou! Ao invés de fazer aquelas promessas de virada de ano difíceis de cumprir, faça uma reflexão sincera da sua vida. Veja os hábitos que podem ser melhorados e aqueles que devem ser abandonados. Crie novos e bons hábitos. Isso vai fazer um enorme bem na sua existência e vai te ajudar muito no próximo ciclo de translação da terra.

Um ano letivo cheio de aprendizagens para todos os nossos alunos e para todos nós! Feliz a gente novo! Feliz um Professor novo! Feliz um Gestor novo! Feliz um Estudante novo! Enfim, Feliz todos nós novo junto com o ano letivo novo!

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Cronograma de contratações para 2023, para a Rede Municipal de Educação.

O candidato ao processo de Contratação Temporária para as funções de  EEB, PEB Regente de Aulas, PEB Regente de Turma, ASB, ATB, Professor de Apoio, Sala de Recursos e Assistente Educacional, para atuar na Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas,  deverá acessar o Cronograma com os horários e datas de cada cargo ou função, para participar da escolha de vagas disponíveis nas Unidades de Ensino relativas às inscrições efetuadas na função/munícipio/, nos termos dos Decretos nº 131/2022 e nº 132/2022. 

As contratações como de costume acontecerão na Câmara Municipal de Carlos Chagas, seguindo rigorosamente o horário do cronograma publicado.



domingo, 15 de janeiro de 2023

Permita-se florescer!...


MAIS UM ANO PELA FRENTE. QUAIS FORAM OS SEUS DESEJOS NA VIRADA? QUAIS PROMESSAS FORAM FEITAS PARA QUE VOCÊ TRANSFORME SEUS SONHOS EM REALIDADE? TENHO CERTEZA QUE UMA PALAVRA ESTAVA PRESENTE: FELICIDADE!

Pensando nisso, hoje quero dividir com vocês um conteúdo que pode te ajudar a encontrar a tão sonhada felicidade! Não é milagre, é ciência, porque a Psicologia Positiva acredita que o ser humano possui uma tendência básica de se realizar e de se expandir, o que chamamos de florescer. Pensando em catalisar mudanças em todas as áreas da vida, Martin Seligman criou o modelo Perma – que tem cinco grandes pilares para a promoção do bem-estar e forma um acrônimo das palavras que, em português, seriam:

EMOÇÕES POSITIVAS

O primeiro pilar é, talvez, a conexão que parece mais óbvia com a felicidade, mas emoção positiva vai muito além do sorrir: é a capacidade de permanecer otimista e ver o passado, o presente e o futuro de uma perspectiva construtiva. Isso pode ajudar as pessoas a aproveitar as tarefas diárias das suas vidas e a perseverar nos desafios que vêm pela frente.

ENGAJAMENTO/FLOW

Sabe quando o tempo “voa” enquanto você está fazendo uma atividade? É isso. Você não está sentindo, nem pensando nada – os cientistas dizem que você está no ritmo da música. E é possível encontrar esse prazer em coisas diferentes: praticando um esporte, dançando, tocando um instrumento, fazendo um projeto interessante no trabalho ou até mesmo num hobby. O importante é que seja uma atividade desafiadora e, ao mesmo tempo, você consiga exercer uma habilidade sua.

RELACIONAMENTOS POSITIVOS

Relacionamentos e conexão social são essenciais para vidas significativas. Nós prosperamos em conexões que promovem amor, intimidade e uma forte interação emocional – elas dão sentido à vida. Esses relacionamentos também são suporte em tempos difíceis, que exigem resiliência.

SIGNFICADO/ PROPÓSITO

É quase como responder: “Qual o seu papel no mundo?” A religião e a espiritualidade dão sentido a muitas pessoas: pertencer a e servir a algo que você julga ser maior do que você próprio. Você pode encontrar significado no trabalho que ama, criando filhos, fazendo trabalho voluntário. O ponto é compreender o impacto do que você faz e o que essa atividade traz de volta para você.

REALIZAÇÃO

O último pilar, não menos importante, é aquele onde você sente orgulho e satisfação por alcançar uma meta – e às vezes só o esforço para conseguir realizar já pode te trazer uma sensação de satisfação e bem-estar. Aqui entram todas as suas conquistas – que podem ser materiais ou não.

O objetivo dos pilares é produzir o florescimento humano. Talvez você tenha se identificado com algum ponto e perceba que já está dando os seus primeiros passos, sem nem saber que existe uma teoria e que a ciência sustenta tudo isso. 2023 está apenas começando e está pronto para conhecer uma nova versão de você mesmo. Se deu vontade de andar por essa estrada do florescer – termo tão lindo usado na Psicologia Positiva – é bom seguir o conselho de quem criou o modelo Perma: comece questionando o que realmente te faz feliz. E deixe sua própria felicidade transformar você!

FONTE: Diário do Rio de Janeiro

Frei Chico morre aos 82 anos em Belo Horizonte. O Religioso estava internado desde 8 de janeiro, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Holandês naturalizado no Brasil, o frade se tornou um reconhecido pesquisador da religiosidade popular.


Frei Francisco van der Poel: “começo do princípio do início de alguma coisa…”Frei Francisco van der Poel, no dia de hoje, 14 de janeiro, realizou a sua Páscoa! Um homem amante da Religiosidade Popular! Dedicou-se longos anos de sua vida pesquisando e registrando as rezas, os benditos, os remédios, as histórias do povo do Vale do Jequitinhonha, MG. Seus lábios se enchiam de palavras alegres e ternas quando falava da cultura do povo. Ele foi o “começo do princípio do início de alguma coisa”.

No dia 03 de agosto de 1940, na cidade de Zoeterwoude (Diocese de Rotterdam), Holanda, nasceu o menino Franciscus Henricus van der Poel, o nosso conhecido: Frei Chico. Filho de Christina Hendrica Boks e Petrus Hubertus van der Poel. Entrou para a vida franciscana em 07 de setembro de 1960, quando ingressou no noviciado. Sua primeira profissão ocorreu no dia 08 de novembro de 1961 e, a Profissão Solene no dia 08 de setembro de 1964. Sua ordenação presbiteral se deu no dia 14 de julho de 1967, ano que passou a residir no Brasil.

O começo do princípio se deu lá na cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG), isto era o ano de 1968, onde exerceu os primeiros anos de padre e se deu início de uma paixão: a religiosidade popular. No início um pouco resistente, mas que com a força do Espírito foi se abrindo a um novo mundo, como ele mesmo já disse: “a cultura popular não costuma separar vida e religião. Tudo é feito com a fé num Deus vivo e presente. O povo que recebe graça da revelação tem autonomia para responder e criar formas de culto. Em rituais e orações faladas ou cantadas, é essencial a ‘linguagem do encontrar’, expressão de uma grande fé nos mistérios da revelação, da aliança e da encarnação.” Ali, ele conheceu uma grande irmã, amiga e companheira de caminhada: Maria Lira Marques. Ela foi parceira e o acompanhou em toda sua vida dedicada a religiosidade popular. Residiu em Araçuaí até o ano de 1978. Foram dez anos de muitos aprendizados.

Ele se empenhou incansavelmente no resgate de cantigas das lavadeiras, nas rezas de benzedeiras e tantas outras manifestações da cultura e religiosidade que corriam o risco de se perder, graças aos avanços da modernidade. Fundou assim o coral Trovadores do Vale, cujo repertório é dedicado basicamente às cantigas populares.

Seu aprendizado não se encerrou ali, ele só foi o princípio de alguma coisa: a religiosidade popular.

A partir de 1978 até o ano de 1985, ele residiu na Fraternidade Santa Maria dos Anjos, em Betim, MG. Ali ele passou a mergulhar nas águas mais profundas da religiosidade popular, ele mesmo diz: “estudei e viajei, compartilhei festas e romarias, visitei terreiros, naveguei pelo rio São Francisco, caminhei pelo Nordeste”. Isto foi só o começo de longos anos de estudo sobre o povo pobre e simples, com suas alegrias e tristezas, com suas esperanças e angústias, com o seu modo de viver e rezar.

No ano de 1985, passou a residir na Colônia Santa Isabel, em Betim (MG). No meio dos hansenianos, ele começou do princípio o seu maior sonho: um dicionário da religiosidade popular. Obra construída com labor e simplicidade, tecido com diversas mãos, não faltaram amigos e colaboradores nessa empreitada, sua publicação se deu em 2013. Ali, também, organizou e regeu o Coral Tangarás de Santa Isabel; que além de cantar em celebrações litúrgicas, tinha um repertório variado, realizando diversas apresentações em programas de TV, como também gravou cd’s. O Coral Tangarás de Santa Isabel foi muito bem acolhido pelo meio musical. Em sua História, Frei Chico vivenciou histórias de superação do sofrimento humano por meio do canto e da arte. Na escrita e na arte fora um verdadeiro amante do “pensamento redondo”, dispensando o linear. Não foram, somente, quarenta anos de pesquisa e escrita, mas fora uma vida dedicada a história sagrada do povo.

De 2001 a 2013, residiu na Fraternidade Rivotorto, em Ribeirão das Neves. Depois na Fraternidade Santa Maria dos Anjos, em Betim (MG); e, por fim, na Fraternidade São Francisco das Chagas, Carlos Prates, Belo Horizonte (MG).

Em sua história de vida, Francisco van der Poel tornou-se: membro do Conselho do Centro da Memória da Medicina, na UFMG; membro do corpo docente do Instituto Santo Tomás de Aquino; membro da Comissão Mineira do Folclore; Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, membro da Ordem dos Músicos do Brasil e Palhaço do Teatro Terceira Margem (Belo Horizonte, MG).

Suas principais publicações são: Deus vos salve, casa santa (Estudos da CNBB), “Abra a porta” (1979), obra que auxiliou na elaboração; Com Deus me deito, com Deus me levanto (2018), e o Dicionário da religiosidade popular, cultura e religião no Brasil (Nossa Cultura, 2013).

Para além, redigiu artigos para diversas revistas e participou de conferências em diversos institutos do Brasil. Por fim, o seu maior desejo era escrever um último livro, reunindo as histórias sagradas do povo, a mote de narrativas bíblicas populares. Infelizmente, sua saúde não mais o permitiu. Este seria mais um presente de gratidão que gostaria de ter dado ao povo que tanto o ensinou que “o pouco com Deus é muito.”

Sua personalidade foi a de um apaixonado, convencido da importância daquilo que fazia. Frei Chico nunca passava desapercebido: onde chegava se fazia logo notar com seu violão, seu assovio imitando passarinhos, seu palhacinho dependurado na cintura, seus versos bem-humorados, seu nariz de palhaço e muita, muita prosa.

Seus últimos dias se deram no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, MG. Após passar mal, no dia 02 de janeiro, na Fraternidade São Francisco das Chagas, Carlos Prates, Belo Horizonte, MG, foi encaminhado ao hospital, onde, primeiramente, foi diagnosticado com gastroenterite e disfunção renal. Na tarde de domingo, pela tarde, foi acometido de uma parada cardiorrespiratória. A equipe médica realizou as manobras de reanimação, tendo um retorno após quarenta minutos, o que ocasionou um quadro de Encefalopatia Anóxica, ocasionando graves danos neurológicos irreversíveis. Para além, foi coletado o líquido cerebroespinhal (líquor) que o diagnosticou com infecção do SNC.

A Província Santa Cruz e a Equipe do Hospital do Madre Teresa, durante esses dias, se dedicaram intensivamente no cuidado e na busca da recuperação da saúde de Frei Francisco van der Poel. Familiares e amigos se uniram em oração. Familiares e amigos se uniram em oração, até que hoje, dia 14 de janeiro, o Senhor o chamou para Si. Foram momentos que nos fizeram compreender o que este nosso irmão sempre dizia: “Começo do princípio do início de alguma coisa…”

Ele mesmo conclui: “Finalmente, mesmo estando no começo do princípio do início de alguma coisa, nunca desanimei, pois aprendi com os pobres deste país que O POUCO COM DEUS É MUITO.”

Frei Francisco van der Poel

03/08/1940 - 14/01/2023

Em Araçuaí, fundou o Coral Trovadores do Vale que percorreu Brasil afora e outros países. Era um dos grandes incentivadores da secular festa da Irmandade dos Homens Pretos do Rosário de Araçuaí, e todos os anos, ajudava a celebrar a tradicional Missa da Festa do Rosário.


Participação do Frei Chico no Programa Sr. Brasil:

A ERA DAS NARRATIVAS - Crônica do Jornal da Globo de 15 de Janeiro de 2023


Muitas coisas me reviraram o estômago naquele festival de horrores do 8 de janeiro, mas nem todas me surpreenderam. Como, por exemplo, o evento em si, abertamente ensaiado, avisado e anunciado, com direito a ônibus e lanches pagos, e escolta da polícia. Tive a sensação do pastor que assume um rebanho de ovelhas e se esquece de tirar do lobo a responsabilidade de vigiá-las (ele vai fatalmente comê-las, como comeu). Outra coisa que não me espantou: como o patrimônio institucional e artístico do Brasil é pessimamente guardado, vide o incêndio do Museu Nacional.

Na Praça dos Três Poderes, as imagens da horda de vândalos esfaqueando e pilhando obras de arte fizeram jus ao povo bárbaro que lhes emprestou a alcunha, aquele que saqueou Roma durante duas semanas no ano de 455. Uma cena que sangrará nos nossos livros de História para sempre, mas que é consequência dos longos últimos anos de repetidos discursos de desprezo e chacota por tudo que é artisticamente produzido nesta terra. De tanto que desvarios foram repetidos, há gente que realmente acredita neles. Eis o resultado de um elaborado e minucioso projeto de desinvestimento em educação de base, perpetuação de poder e subjugação cultural — que, aliás, não começou há quatro anos, mas se mantém por séculos e séculos, em to-dos os governos.

Daí, sim, vem a constatação assustadora: o fim da Era da Imagem. Ela começou com a popularização da televisão e chegou ao auge com o advento do TikTok, em que tudo passou a ser globalmente creditado e moldado por aquilo que as pessoas tinham a capacidade de ver: eventos históricos, padrões estéticos, construções de reputações, guerras, grandes comemorações e desastres. Se havia uma câmera registrando, era então verdade. Os relatos orais ou escritos deixaram de ser suficientes, e assumiram um papel secundário de legenda para aquilo que não podia enganar os olhos.

Mas, diante da imensa e chocante quantidade de pessoas que, mesmo com a transmissão ao vivo da barbárie em Brasília, se recusa a admitir o violento ataque ao Estado de Direito, é impossível não constatar que a Era da Imagem deu lugar à Era das Narrativas. Existe aqui um lado bom e outro ruim. No primeiro caso, a possibilidade de pessoas antes invisibilizadas pelas estruturas opressoras de poder dividirem suas experiências e assumirem o pleno exercício da cidadania que a sociedade lhes refutou.

O lado negativo, orquestrado por líderes e algoritmos mal-intencionados, é o monopólio da narrativa de como o sujeito enxerga e conta as histórias, não necessariamente o que acontece e todo mundo vê. As imagens passam a ser as legendas dos discursos, e não o contrário; são adaptadas (ou manipuladas) de acordo com os interesses de quem os pronuncia e em nome do engajamento. Uma pessoa chegou a me escrever no último domingo, enquanto jorravam na TV as cenas do quebra-quebra: “Será que você não percebeu que é deep-fake (nota: criação de vídeos e áudios falsos por inteligência artificial)? Essas imagens estão sendo totalmente inventadas pela mídia”.

Não adianta rebater com ciência, levar a pessoa ao local, testemunhar os escombros. Ela se diz negra, mesmo sem um pingo de melanina, só para roubar o lugar de alguém no concurso; ela mente que vacina faz mal, absurdo que parecia desde 1904 tão superado; ela se diz patriota, enquanto joga a obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, no chão inundado. Qualquer opinião tem para si força de lei, e assim nem a lei é respeitada, quando esta confronta uma opinião.

Não há divergência ou diálogo; apenas oponência e monólogos rasos, que, claro, descambam para a violência. Com um mundo cada vez mais virtual e metavérsico, tudo passa a ser relativo, sobretudo a realidade. Em meio a tantas tecnologias e mudanças que põem em xeque a sanidade intelectual, o Brasil precisa, com urgência, se lançar num projeto revolucionário e inédito em sua História, para construir narrativas saudáveis, retomar sua dignidade como nação, realfabetizar-se na democracia e garantir a integridade física, mental e social de seu povo. Ele se chama escola.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Acesso ao Livro Didático Digital vai potencializar ainda mais o uso da tecnologia nos anos iniciais do Ensino fundamental em de 2023 na Rede municipal de Carlos Chagas


Gestores do amanhã, colegas professores, em 2023, além dos livros impressos que estamos recebendo pelos Correios, o FNDE disponibilizará os livros didáticos do PNLD 2023 (anos iniciais) no formato digital para estudantes e professores. Esta é uma ação que vai potencializar ainda mais a incorporação da tecnologia na prática pedagógica de todos os professores. 

Para que os estudantes de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental possam acessar as obras digitais do PNLD 2023, será necessário que as escolas informem os seguintes dados de seus estudantes: CPF e série em que está matriculado em 2023. 

A liberação do acesso aos materiais no Portal do Livro só será possível mediante o cadastro prévio de CPF e série e, para que as escolas façam o devido preenchimento dos dados, foi desenvolvida a aba “Carga de estudantes” no Sistema PDDE Interativo/SIMEC. Estudantes que ainda não possuem o número do CPF podem solicitá-lo junto à Receita Federal por meio do link https://servicos.receita.fazenda.gov.br/Servicos/CPF/InscricaoPublica/inscricao.asp. Já para aqueles estudantes que não podem obter o CPF, o FNDE está buscando formas alternativas para o acesso a essas obras, o que será tratado posteriormente. Ressaltamos que o FNDE, ao receber os dados dos estudantes, submete se aos princípios e às regras constantes da Lei nº 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por fim, lembramos que cada escola é responsável pela inserção dos dados de seus estudantes no Sistema e, para a liberação do acesso aos livros em fevereiro de 2023, os dados devem ser informados até o 20 de janeiro de 2023. Para auxiliar no preenchimento, utilize o Manual “Carregamento de dados dos estudantes no SIMEC” disponível no Portal do FNDE em https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a informacao/acoes-e-programas/programas/programas-do-livro/pnld/manuais-pdde simec. Contamos com a sua colaboração para que os estudantes tenham acesso às obras digitais.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Atualizamos a caridosa presença da Dra. Zilda Arns em nossa história, pediatra fundadora da Pastoral da Criança, que morreu em 12 de Janeiro de 2010, de forma muito trágica e que tanto bem fez às crianças pobres do nosso país.

 


Estamos hoje, fazendo a memória da Dra. Zilda Arns, atualizando a sua caridosa presença em nossa história que salvou tantas crianças em situação de fome. Por isso lembramos que no dia 12/1/2010,  um terremoto no Haiti, matou mais de 100 mil pessoas e destruiu boa parte da capital, Porto Príncipe. Na ocasião morreu Dra. Zilda Arns, médica pediatra, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, que ali estava na  missão de expandir um trabalho que deu certo no Brasil.

Jamais esqueci as palavras da Dra. Zilda em seu último pronunciamento no Haiti que fiz questão de guardar e que ficou registrado em um marca Bíblia que ganhei da Pastoral da Criança da nossa cidade:

“Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las”


Lembro que em uma Reunião Pedagógica uma equipe da Pastoral da Criança foi explicar para os professores como era o trabalho da Pastoral em nossa cidade. Queria, naquela época, enfatizar o exercício da caridade entre os professores, porque entendia que o ato educativo tem muito de caridade. As palavras da Professora de História, D. Graça, um pouco que inspirou a solicitação da presença da equipe na nossa Reunião Pedagógica, quando ela sempre dizia: "que não precisaríamos ir longe para praticar a caridade e o amor quando temos a nossa frente os nossos alunos em sua maioria da periferia da nossa cidade". 

Hoje fazemos esta memória atualizando este ícone mundial da caridade cristã, que foi Dra. Zilda Arns, para quem sabe poder inspirar pessoas a prática do amor e da caridade, nesse momento tão complexo da nossa história a mudarem o foco de suas vidas. Penso que no lugar de ideologias raivosas pode ser colocado o fato de ser caridade na vida do outro necessitado.

Dra. Zilda Arns vive!  

E vive em todas as marcas de bondade que deixou nesse nosso mundo tão carente de referências de AMOR total e gratuito.

                           Por Deodato Gomes

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quais habilidades são necessárias na educação de crianças e jovens? Ao escolher a melhor educação para os filhos não se esqueça da pedagogia do simples.

A aprendizagem talvez seja o mistério mais belo da alma humana. A construção de sentido daquilo que nos é transmitido pelas vozes do mundo é um fenômeno que não pode se reduzido a meros movimentos neuronais ou fisiológicos, como desejam alguns neurocientistas financiados pela indústria farmacêutica. Não há medicamento para facilitar o conhecimento, está aí algo impossível de comprar. 

Um gesto que não se inscreve como ato natural, o ato de aprender se relaciona com o desejo de buscar algo que nos falta, com a incompletude que sentimos diante dos fenômenos do mundo e das pessoas que nos rodeiam. Aprendemos quando conseguimos dar sentido à rede simbólica que nos invade por meio da experiência sensorial e, assim, desenvolvemos o mistério da abstração, manifestação essencialmente humana. 

Não é verdade que aprendemos fazendo. Aprender é um ato que vai além do reducionismo prático contemporâneo. O processo de aprendizagem acontece quando somos capazes de abstrair o significado de algo e conseguimos, por meio da reflexão, relacioná-lo ao sentido de estarmos no mundo. Só a partir da abstração conseguimos produzir um texto, calcular uma derivada, entender as relações químicas, refletir sobre as Leis de Newton, ler Shakespeare, chorar na companhia de Fernando Pessoa e construir conceitos filosóficos. 

A nova pedagogia, ao se valer apenas da atividade concreta, se funda em uma ideia desvirtuada de ser humano, se é que ela construiu alguma. O próprio conceito de “mão na massa”, despossuído de qualquer significado acadêmico, importado da cultura maker norte-americana, carece de uma musculatura conceitual mais rígida. Ainda não entendemos o que isso quer dizer, caso queira significar alguma coisa além de “prática”. 

Colocar crianças e jovens diante de parafernálias coloridas, cheias de botões para downloads, viciadas em um eterno plug and play não as fará mais inteligentes, apenas mais ansiosas mesmo. Talvez, distanciá-las de habilidades reflexivas, ofertando metodologias pasteurizadas, distantes de qualquer abstração, seja apenas um projeto torpe que as entregará, de forma alienante, à aceleração do mundo atual. 

Ao olharmos com admiração para a educação grega e seus constructos simbólicos, como a democracia, o teatro, a filosofia e as Olimpíadas, é porque eles se dedicaram a formar sujeitos reflexivos, que entenderam o ato de educar como gesto abstrato, capaz de ajudar o ser humano a resistir à opressão da sucessividade, como nos ensinou Borges.  

Lemos com Heródoto, historiador grego, que os persas educavam seus filhos, dos 05 aos 20 anos, seguindo apenas três preceitos: andar a cavalo, manejar bem o arco e dizer a verdade. Apenas três habilidades fundamentais para orientar toda a educação na corte de Dario. Essa pedagogia do simples estava focada em três competências básicas: o equilíbrio, a concentração e a sabedoria. 

Consultando a BNCC – Base Comum Nacional Curricular, documento da nova pedagogia que orienta a construção de programas de ensino em todo território nacional, encontramos, apenas em Língua Portuguesa, mais de 100 habilidades a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica. Será que precisamos disso tudo mesmo? Seremos, com isso, mais completos que gregos e persas?  Só o tempo será capaz de dizer. 

Do lado de cá da história, ficamos apenas com a pergunta, capacidade abstrata presentada pelos deuses: de verdade, quais e quantas habilidades são necessárias para o desenvolvimento de um ser humano equilibrado, saudável e sábio?

De certa forma, escolher a melhor educação para os filhos é, antes de tudo, pensar essa questão fundamental.  

FONTE: Estado de minas

Após domingo, ainda continuaremos retirando as Ciências Humanas da escola? A educação é contra violência. Educamos porque não coadunamos com atos agressivos; se optamos pela bestialidade é porque não acreditamos no potencial de educar

 

      Minas do dia 09-01-2023


Muita gente já escreveu sobre as ações perversas, encabeçadas pelos terroristas dominicais, em seu “golpe de uma tarde de verão”. A reprodução tupiniquim da invasão ao Capitólio levanta, sem sombra de dúvida, a urgência de mecanismos enérgicos e eficientes na garantia da democracia, valor inegociável, premissa fundante de qualquer pacto social. 

No entanto, a tentativa fracassada desse Golpe de Estado, para além do rigor da lei, suscita uma importante discussão acerca dos caminhos trilhados pela educação neste contexto. No ano passado, escrevi uma coluna, neste espaço, ressaltando aspectos importantes para inibirmos qualquer tipo de formação fascista. Do antigo texto, gostaria de ressaltar um trecho:

“Não se trata de pensar a educação pós-pandemia, pós-analógica, pós-adulta, pós-verdade ou pós-conhecimento. O negócio é muito mais sério que isso. A proposta é pensar um processo formativo que ensine ao homem que ele precisa se humanizar para receber essa alcunha. E isso consiste, basicamente, em reprimir seu desejo originário e natural de eliminar qualquer outro que pretenda se interpor diante de seu desejo e seu caminho.”

A educação é, por princípio, contra qualquer tipo de violência. Se educamos é porque não coadunamos com atos agressivos, se optamos pela bestialidade é porque já não acreditamos mais no potencial de educar.  

Não é à toa que as nações com menor índice de violência são, também, aquelas que mais investem em uma educação crítica e de qualidade. Não ressalto uma educação qualquer, mas um processo de ensino-aprendizagem comprometido com a formação para a cidadania, os valores éticos e a sensibilidade estética. Vários dos que estavam lá, invadindo os espaços simbólicos da democracia brasileira, passaram por algum curso superior, foram aprovados em concursos e sabem ler e escrever. Não é disso que se trata, a educação contra o fascismo é algo que vai além.  

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

domingo, 8 de janeiro de 2023

Túmulo dos vagalumes, uma emocionante história baseado em fatos reais. Muita emoção e empatia nesse anime.

 O filme está no final do texto

Desafio qualquer um, mesmo aquele que se diz mais durão e durona a assistir esta animação sem derramar lágrimas. Quem já assistiu ao Túmulo dos Vagalumes, sabe do que estou falando? Baseada em uma história real, com momentos tão atravessadores, que fica muito  difícil segurar a emoção.  Esta animação, na minha opinião, é uma das mais tristes e comoventes da história do cinema de animes.  Já assisti pelo menos três vezes e sempre é um envolvimento intenso com a história que o filme conta, me sentindo completamente tomado com a proposta do mesmo. Baseado em um conto  que só virou filme em 1988,  é o registro convincente de uma história real. Túmulo dos Vagalumes mexe com nossa emoção, tocando fundo nossa sensibilidade com sua dramática história, que apesar de tudo, tem muita empatia e do encantamento no relacionamento daquelas crianças. Não adianta, ao ver esse anime você não se conterá e se desmanchará em lágrimas. Dois irmãos: Setsuko e Seita, são os protagonistas dessa bela história de dor, sofrimento, aflição, agonia, angústia, mal, padecimento, tortura.. nem sei mais o que falar.  Contudo é também uma história de identificação, envolvimento, compatibilidade, afinidade, sintonia, amizade, inclinação, defesa dos valores e sei lá o que mais posso dizer. 

É um sofrimento sem medida, envolvendo duas crianças vítimas da 2ª guerra, apresentadas com muito simbolismo, muita leveza e princípios fortalecedores de uma resistência inacreditável, tudo mostrado com bastante sutileza e verdades  subjacentes.  

O cenário é da 2ª Guerra Mundial em que o Japão, perdendo a guerra,  se vê cercados pelas tropas aliadas.  Após a morte da mãe num bombardeio americano na cidade e a convocação do pai para a Guerra, os dois irmãos vão morar com alguns parentes. Não dá certo a vida na casa dos parentes então eles saem da cidade e acabam num abrigo antibomba isolado na floresta, onde lutam contra a fome, doenças e se divertem com as luzes dos vagalumes.

O filme faz a gente refletir sobre as dramáticas consequências de uma guerra. Não se aprendeu a lição,  ainda hoje, em pleno século XXI, a Rússia e a Ucrânia estão se destruindo em uma guerra sem sentido, isso,  depois da 1ª , 2ª Guerra e tantos conflitos regionais existentes na geopolítica do mundo. 

Numa guerra os mais atingidos são as crianças. Lembram dessa imagem?


Essa criança foi resgatada dos escombros,  com vida depois de bombardeios na cidade de Aleppo na síria.

Mas vamos voltar ao filme, os dois irmãos buscam de todas as formas sobreviver em um cenário de bombas e fome,  tendo até que saber  lidar  com pessoas afetadas mentalmente pela guerra. Nesse contexto as pessoas perdem a empatia e assumem portanto uma postura egoísta e arrogante,  tornando-os incapazes de sensibilizar com os dilemas de duas crianças. A luta pela sobrevivência destroe  a humanidade  tornando as incapazes de praticar a solidariedade e a partilha com aquelas duas crianças.  
O amor e a inocência das crianças faz todo o encantamento do filme ser de intensa beleza mas o resultado a que chegam é muito  trágico. A analogia com os vagalumes acontece em decorrência da programação biológica dos mesmos que assim que se iluminam e produz o brilho,  tem suas vidas encurtadas. E então fiquei pensando que simbolicamente sugerem as bombas lançadas, e os próprios irmãos que apesar daquele triste momento, brilham como vagalumes em valores e humanidade. 

Recomento assistirem, porque o filme mobiliza a nossa capacidade de reflexão e assim nos provoca muitos ensinamentos e lições, contribuindo para nós nos tornemos uma pessoas empática, que sabe compreender o outro. A vida exige luta intransigente na sua defesa em meio à qualquer situação que ameaça a paz e a convivência democrática entre os homens. Não existem o outro inumano, todos nós somos portadores de dignidade e de humanidade,  independente de qualquer contexto em que se venha fazer a negação dessa constatação. A história humana está repleta de situações em que o outro foi declaro inumano para se justificar um genocídio: os índios, os judeus etc...
                         Por Deodato Gomes 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

“VOCÊS EXISTEM E SÃO VALIOSOS PARA NÓS”: LEIA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE SILVIO ALMEIDA



Em seu discurso de posse como ministro dos Direitos Humanos nesta terça-feira (3 de janeiro de  2023), Silvio Almeida comprometeu-se a “não esquecer os esquecidos” e a lutar por um país que ponha a vida e a dignidade em primeiro lugar. Ele citou um ditado iorubá, os rappers Emicida e Mano Brown, Mandela, Pelé, Zumbi, Marielle Franco, Luiz Gama e Martin Luther King, entre outras referências negras, para exaltar a ancestralidade e também o futuro.

“Assim como disse Luther King, de quem falei no início, não há paz sem memória e não há paz sem justiça, e justiça é luta. Disse ele: eu tenho um sonho, eu também tenho um sonho. E quero sonhá-lo com todo o povo brasileiro. Eu sonho com um futuro no qual nós já vencemos. Nós somos a vitória dos nossos ancestrais. Nós somos a vitória, também, daqueles que virão depois de nós.” O jurista e filósofo negro de 46 anos é uma das principais referências nas discussões sobre racismo no Brasil.

Leia na íntegra o discurso de posse do Ministro Silvio Almeida:

Senhoras e senhores;

Bom dia a todos. É uma alegria imensa estar aqui. Acho que qualquer coisa que eu pudesse dizer não seria o suficiente para descrever esse momento de festa e alegria; mas, também, um momento de responsabilidade em que assumo esta pasta pela confiança que me foi dada pelo presidente Lula.

Quero agradecer a todos os que vieram e a todos que, aqui, não conseguiram entrar. Nós não imaginávamos que tantas pessoas pudessem aqui se dirigir, neste dia, e isso demonstra, inclusive ao nosso governo, como a questão dos Direitos Humanos não pode ser deixada de lado. É uma questão central: uma questão que interessa a todos nós.

Não posso deixar de cumprimentar as autoridades aqui presentes, como os congressistas, a colega Maria do Rosário pelas palavras tão bonitas, Benedita da Silva; a todos os parlamentares, deputados e senadores, autoridades do judiciário. Sinto-me muito prestigiado.

Fico honrado e quero destacar dois nomes: a ministra Maria Thereza de Assis Moura, que eu chamo de professora, pois acredito que ser professora é o título mais bonito que alguém pode receber. Eu sou advogado, estou ministro de Estado – mas, ser professor, é a coisa que eu mais tenho orgulho de ser. Quero agradecer, também, ao judiciário brasileiro na figura do meu amigo, ministro Benedito Gonçalves.

Por fim, agradeço a todos os ex-ministros e ex-ministras aqui presentes.

Ao me dirigir a todas e todos os presentes, sinto-me no dever de compartilhar uma mensagem que ressoe não apenas na dimensão do tempo chamamos de presente. Nosso passado e nosso futuro também estão em jogo nessa nova etapa do país que, agora, se abre diante de nós.

Diz um antigo ditado iorubá: “Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje”. Presente, passado e futuro são realidades entremeadas e, nessa encruzilhada que nos encontramos, eu diria que são também indissociáveis. Não nos movimentamos apenas em um plano, para que não nos esqueçamos jamais da grandiosidade das nossas lutas. Nossa conexão é com passado, presente e futuro.

Portanto, quero deixar aqui uma mensagem que possa repercutir nessas três dimensões do tempo para poder falar sobre aquilo que esse Ministério será. Minha primeira mensagem, portanto, é o passado. Mas, quando falo de passado, estou falando daquilo que somos e podemos ser: não se trata do passado que nos aprisiono, mas daquele nos serve como catapulta em direção ao presente e também nos lance em direção ao futuro.

Assim, minha primeira mensagem é a reverência à luta por memória, verdade e justiça.

Assumo hoje a função de Ministro de Estado de Direitos Humanos e Cidadania. Tenho a consciência de que não o faço só e nem mesmo o faço por mim. Sou fruto de séculos de lutas e resistências de um povo que não baixou a cabeça mesmo diante dos piores crimes e horrores da nossa história.

Nós não nos rendemos. Pois nós somos o povo que, mais de um século antes do Pastor Martin Luther King, dizíamos, com Luiz Gama, ter um sonho: ver “o Brasil americano e as terras do Cruzeiro, sem reis e sem escravos!”.

E somos esse povo, dentre outras coisas, por saber que Luiz Gama não teria sonhado se não fosse por sua mãe, Luíza Mahin, e esta não teria sonhado se não fosse por seus antepassados, que levaram adiante o sopro da vida para seus filhos e netos. Por isso, irmãos e irmãs, jamais se enganem: a nossa força é, sobretudo, a força dos nossos ancestrais.

Nessa força, que também me habita, carrego comigo, como meus irmãos e irmãs, as dores, as alegrias e, sobretudo, a luta e a força de um povo que, apesar de tudo e de todos, sobreviveu e ainda sobrevive, legando a este país um patrimônio material e imaterial indescritível, seja nas artes, na religiosidade, no futebol, no samba, nas universidades ou em cada tijolo posto sobre tijolo neste país, das humildes alvenarias periféricas aos mais suntuosos palácios de onde muitas vezes nós fomos enxotados, como se nada tivéssemos a ver com as belezas erguidas por nossas mãos.

Não nos enganemos. Sempre houve aqueles que quiseram, há aqueles que ainda querem, nos separar da nossa criação, mas na nossa obra pulsa o nosso sangue, nos nossos feitos, brilham os nossos rostos e, na nossa memória, resplandece a nossa força. Haverá o dia em que não seremos mais alienados dos frutos do nosso trabalho e do nosso engenho e poderemos enfim gozar dos nossos talentos e do nosso tempo livre em invenções ainda mais grandiosas. Hoje, coloco-me humildemente como um operário da escrita de mais um capítulo deste sonho.

Para tanto, peço licença e trago comigo meu pai e minha mãe, um homem e uma mulher pretos, que nas suas humildades e sabedorias ensinaram-me o valor do amor, das lutas cotidianas e da dignidade humana. Trago também meus irmãos, tios, sobrinhos, minha companheira, amigos, amigas e todos aqueles e aquelas que contribuíram com um projeto do qual sou hoje, ao mesmo tempo, parte e testemunha.

Também trago a luta de Zumbi, de Dandara, dos já citados Luiz Gama e Luíza Mahin, de Abdias, de Guerreiro Ramos, de Lélia Gonzales, de Milton Santos, de Marielle Franco, de Pelé – que foi ministro de Estado, também, deste Brasil. E tantos outros e outras que permitiram que eu estivesse aqui hoje, homem preto, ministro de Estado, à serviço de uma luta que um dia também foi deles.

Não posso dizer que suas lutas não serão esquecidas, pois não se esquece daquilo que está presente. Mas posso e quero dizer que suas lutas serão honradas por mim e pela minha equipe que, aqui, está, neste espaço pelo qual torno-me, a partir de agora, o maior responsável.

Isso significa, dentre outras coisas, não esquecer as lições da história, das lutas contra a escravidão, contra fome, contra a morte, pelo trabalho e pela moradia dignos. Significa não esquecer da luta daqueles que foram presos, torturados e mortos pelo autoritarismo do Estado brasileiro, seja no Império, na dita Velha República, que criminalizava todos os aspectos da nossa existência ou na Ditadura Militat, que ceifou os melhores anos dos verdadeiros patriotas que ousaram se levantar contra a covardia dos poderosos.

Senhoras e senhores, temos, enfim, a consciência de que as histórias a nós legadas ainda estão sendo escritas. Não apenas porque temos a responsabilidade de levá-las adiante, mas porque ainda estão sendo vividas e tecidas em seus significados. Somos parte desse processo e estamos todos ligados, por uma miríade de fios visíveis e invisíveis, de laços ao mesmo tempo belos e dolorosos para os quais nem sempre estamos dispostos a olhar com sinceridade.

Como ministro de Estado, ouso dizer que o Brasil ainda não enfrentou a contento os horrores da escravidão, como outros traumas que se avolumam sobre nós, o que permite que a obra da escravidão se perpetue no racismo, na fome, no subemprego e na violência contra os homens e as mulheres pretas e pobres deste país. Assim como muitos, desejo seguir em frente. Eu quero seguir em frente. Mas jamais aceitaremos o preço do silenciamento e da injustiça. A verdadeira paz será aquela que construiremos com a verdade, com o cultivo da memória e a realização da justiça.

Agora, quero falar da minha segunda mensagem dirigida ao presente.

Recebo hoje um Ministério arrasado. Conselhos de participação foram reduzidos ou encerrados, muitas vozes da sociedade foram caladas, políticas foram descontinuadas e o orçamento voltado para os direitos humanos foi drasticamente reduzido. Como crueldade derradeira, a gestão que se encerra tentou extinguir, sem sucesso, a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Não conseguiu. Nesse sentido, quero que todos saibam – e, para isso, irei contar com o compromisso do meu assessor especial Nilmário Miranda, que muito me honra – que todo o ato ilegal, baseado no ódio e no preconceito, será revisto por mim e pelo Presidente Lula – que sempre teve compromisso com a Democracia.

Não permitiremos que um Ministério criado para promover políticas de direitos humanos permaneça sendo utilizado para a reprodução de mentiras e preconceitos. Chegamos ao cúmulo de ver a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos sendo usada para propagar discursos contra políticas de vacinação. Não mais. Essa era se encerra neste momento. Acabou!

Encerra-se também neste momento a era de um presidente que, se outrora se disse orgulhoso “defender a tortura”, usou seu cargo, amparado por sua ministra de Direitos Humanos, para investir contra o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Como se sabe, os membros do órgão foram exonerados e suas remunerações foram extintas, situação essa só foi parcialmente revertida por decisão judicial. Isso acabou. A partir de hoje, garantiremos o pleno funcionamento deste mecanismo nacional de prevenção e combate à tortura.

Tenho, no entanto, a plena consciência que, diante do cenário desolador em que recebo o Ministério, não terei facilidades ou mágicas a oferecer. Ofereço, no entanto, a mim mesmo, o esforço inaudito da minha equipe e estendo a mão a todos aqueles e aquelas que se dispuserem a fazer parte desse processo de reconstrução. Seremos o Ministério do diálogo, da cooperação e da união de esforços. Todo o interesse legítimo trazido ao Ministério será objeto de diálogo. Como dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade, “não nos afastemos…vamos de mãos dadas”.

Quero, no entanto, estabelecer aqui um primeiro compromisso. O compromisso deste Ministério com a luta de todos os grupos vítimas de injustiças e opressões, que, não obstante, resistiram e resistirão a todas as tentativas de calar suas vozes. Por isso, permitam-me, como primeiro ato como Ministro, dizer o óbvio, o óbvio que, no entanto, foi negado nos últimos quatro anos:

Trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós.

Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós.

Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós.

Povos indígenas deste país, vocês existem e são valiosos para nós.

Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis, intersexo e não binárias, vocês existem e são valiosas para nós.

Pessoas em situação de rua, vocês existem e são valiosas para nós.

Pessoas com deficiência, pessoas idosas, anistiados e filhos de anistiados, vítimas de violência, vítimas da fome e da falta de moradia, pessoas que sofrem com a falta de acesso à saúde, companheiras empregadas domésticas, todos e todas que sofrem com a falta de transporte, todos e todas que têm seus direitos violados, vocês existem e são valiosos para nós. Com esse compromisso, quero ser Ministro de um país que ponha a vida e a dignidade humana em primeiro lugar.


Como acadêmico, eu sempre costumo dizer que o Brasil possui três problemas estruturais: a violência autoritária, o racismo e a dependência econômica. Como Ministro, portanto, meu maior compromisso não poderia ser outro que lutar para que o Estado brasileiro deixe de violentar seus cidadãos. Como disse o Presidente Lula em sua posse, caberá a este Ministério dos Direitos Humanos “zelar e agir para que cada cidadão e cidadã tenha seus direitos respeitados, no acesso aos serviços públicos e particulares, na proteção frente ao preconceito ou diante da autoridade pública. Cidadania é o outro nome da democracia”. Por isso, este é o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Como disse a deputada Maria do Rosário: Direitos Humanos não é uma pauta moral, é uma pauta política; uma pauta institucional. É a única forma de cumprir a Constituição de 1988 e oferecer Cidadania.

Ao presidente Lula, “bom dia presidente, Lula!”. Um agradecimento pela confiança e a minha admiração por tudo o que passou, tudo o que construiu e tudo o que ainda há de construir por este país. Cumprimento também o vice-presidente, Geraldo Alckmin, meus colegas e minhas colegas ministras com gratidão e confiança por tudo aquilo que, juntos, faremos pelo povo e, principalmente, com o brasileiro.

Como dizia antes, nosso maior compromisso será lutar contra a violência, sobretudo a violência estatal. Isso significa, dentre outras coisas, lutar contra o assassinato de jovens pobres e negros, lutar contra um direito administrativo que rouba camelôs, expulsa crianças da escola, fecha postos de saúde, recolhe pertences de pessoas em situação de rua, e permite agressão contra todos os excluídos e marginalizados da nossa sociedade.

Para que essa luta prospere, é preciso reconstruir as instituições e comprometer toda a Administração Pública com políticas de direitos humanos, que mesmo em seus melhores anos, permaneceram insuladas nas estruturas do Estado.

O direito constitucional desenvolvido sob a égide da Constituição de 1988 logrou fazer avançar diversos ramos do direito. O direito administrativo, no entanto, permaneceu relativamente intocado, legitimando a violência contra os miseráveis e permitindo que o desmonte de políticas públicas não encontrasse entraves impeditivos. Cabe agora transformá-lo.

No mesmo sentido, não podemos pensar os direitos humanos apenas como amarras à ação ou instrumento para remediar tragédias. Precisamos impregnar a administração pública com a defesa dos direitos de todas e todos e promover os direitos humanos como instrumentos da criação de um novo Brasil.

A nossa reforma administrativa não será a do sucateamento, da privatização e do desmonte dos serviços públicos. E o presidente Lula disse isso. Será aquela que vai colocar os direitos e as entregas de serviços públicos de qualidade como uma força motriz do povo brasileiro. Por isso quero dizer à minha amiga, Ministra Esther Dweck, que conte comigo e com este Ministério para o projeto que lhe foi confiado. Queremos ver os direitos humanos respeitados por toda a Administração Pública deste país e esta mesma Administração funcionando para quem mais precisa.

E um projeto desses não pode prescindir jamais dos servidores públicos. Trabalhadores e trabalhadoras do Estado, operários e operárias dos serviços públicos, especialmente os deste Ministério: a vocês meu reconhecimento e meu muito obrigado. Trabalharemos pela valorização dos servidores, pelo combate a todo tipo de assédio e para que vocês sejam reconhecidos.

Mesmo que meu Ministério não possua hoje estrutura para executar diretamente políticas neste sentido, procurarei imediatamente o Ministro Flávio Dino, a Ministra Anielle Franco, Cida Gonçalves e outros companheiros e companheiras Ministros para me somar a um esforço que deve ser de todo o Governo Federal e, ao mesmo tempo, de toda a sociedade brasileira.

Quero também deixar registrado, no mesmo sentido, o meu compromisso com a reconstrução dos programas de defesa da vida encabeçados pelo Ministério dos Direitos Humanos, sobretudo o Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras de Direitos Humanos.

Além do programa em si, em memória de Dorothy Stang, Dezinho, Maria do Espírito Santo e José Claudio, Nicinha, Dom Phillips e Bruno Pereira, Antônio Tavares, Almir Muniz e tantos outros. Apresentamos, também, um plano nacional de proteção a defensoras e defensores de direitos humanos, com participação da sociedade civil, observando o previsto nas convenções internacionais de direitos humanos, principalmente na Declaração sobre o Direito e a Responsabilidade de Proteger das Nações Unidas e nas recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Em um momento que tanto se fala de desastres climáticos, ministra Marina Silva, gostaria de enfatizar que, no novo Programa de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos, atenção especial será dada à situação dos defensores ambientalistas, que segundo os números que dispomos, são os que mais morrem pelas mãos de criminosos que querem deter o curso da história, mas que não conseguirão fazê-lo.

Antes da reformulação dos programas mencionados, nossos primeiros dias no Ministério, no entanto, serão dedicados a reconstruir tudo aquilo que foi desmontado por este verdadeiro projeto de destruição nacional que chamávamos de governo anteriormente.

Vamos garantir o funcionamento dos órgãos colegiados do Ministério, revogando e/ou editando novos atos normativos e reconhecendo-os como espaços legítimos de gestão participativa.

Vamos dar condições para garantir também o pleno funcionamento do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à tortura, revogando todos os atos que tentaram impedir o pleno funcionamento dessas instituições.

Queremos prestigiar a recém instituída Secretaria Nacional de Políticas para a população LGBTIA+ e recriar e aprofundar o Conselho de Políticas LGBTIA+ para que funcione de maneira mais adequada e eficiente, para garantir o diálogo institucional daqueles que mais precisam do Estado Brasileiro.

Por fim, no que diz respeito ao fim da era do desmonte, queremos dizer ao mundo: o Brasil voltou. Vamos retomar e elevar o protagonismo do nosso país na agenda internacional dos direitos humanos e reativar de maneira efetiva as cooperações internacionais nas matérias pertinentes a este Ministério.

Queremos também avançar nas políticas voltadas para as pessoas com deficiência, retomando um plano nacional para a promoção de seus direitos e combatendo todas as formas de capacitismo. Procuraremos também avançar na promoção dos direitos das pessoas idosas, secretário Alexandre, estabelecendo e reconhecendo as práticas e trabalhos de cuidado como parte fundamental e valiosa da infraestrutura nacional.

Em um momento no qual o extremismo, o racismo e a produção maliciosa de notícias faltas se disseminam diante da ausência de políticas públicas, será fundamental retomar também um plano de educação em direitos humanos e promoção de uma cultura de respeito, igualdade, democracia e paz.

Tenho certeza de que muitas serão as dificuldades. E muitos permanecerão os problemas ao final da nossa gestão. Desafios de toda a sorte nos aguardam. Mas uma coisa posso garantir: não esquecerei os esquecidos. Vou lembrar, também, o meu querido Emicida: “se lembram de mim. Sentem a lágrima escorrer da minha voz, escutam a música da minha alma”.

Minha última mensagem: Temos que honrar as lutas que me trouxeram até aqui significa, no entanto, não apenas reconstruir aquilo que foi destruído e nem apenas melhorar aquilo que outrora fora feito de bom. Significa também apontar para o futuro, apontar para um projeto que ainda vem.

Nesse sentido, convém lembrar que a população negra, pobre e periférica desse país lutou ativamente pela redemocratização e pela Constituição. Fomos beneficiados em parte pela criação do SUS, pela ampliação da rede educacional e reconhecidos pela criminalização do racismo.

Durante os governos democráticos e populares, conquistamos, dentre outras coisas, os programas de transferência de renda, a Lei do Ensino da História Afro-brasileira e indígena e as cotas nas universidades e nos serviços públicos. Jamais podemos subestimar essas conquistas e todas as mudanças que elas geraram nas vidas de meninas e meninos negros e pobres do Brasil.

Como diz um verso de uma das nossas melhores cabeças, meu amigo Mano Brown, “eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal”. O acesso à educação e as ações afirmativas foram fundamentais para desnaturalizar “o lugar” dos negros e negras deste país. Não cabemos no quintal de ninguém e queremos e iremos ocupar todos os espaços da sociedade brasileira.

Por outro lado, foi nas rimas do rap nacional que entendi que algumas das grandes mudanças vividas pela sociedade brasileira a partir da redemocratização não se estenderam à população pobre, negra e periférica, aos excluídos desse país. Muitos trabalhadores e trabalhadoras deste país continuam condenadas ao desemprego e ao subemprego, à falta de moradia, falta mobilidade e falta de saneamento básico.

Venho propor caminhos: o primeiro deles, como já sinalizado, é desinsular o conceito de direitos humanos de um único Ministério. De pouco adiantarão nossos esforços se os direitos humanos não estiverem presentes na saúde, na educação, na Assistência Social e em tantas outras pastas. Nesse sentido, não conseguiremos construir uma rede de proteção integral às crianças e adolescentes deste país, às pessoas em situação de rua e a outros públicos de responsabilidade deste Ministério. Faremos um amplo diálogo nacional, que envolva as pastas do Governo Federal e uma ampla concertação nacional.

Mais importante ainda é que os direitos humanos estejam presentes na condução da política econômica deste país. Quero aqui estender minha mão aos meus companheiros Ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e ao Vice-Presidente Geraldo Alckmin, para que juntos pensemos em um projeto de desenvolvimento que seja inclusivo, sustentável e radicalmente democrático.

Por fim, o Sul global precisa propor um novo conceito de direito ao desenvolvimento, que dialogue com as nossas realidades, com as necessidades do nosso povo, e aponte para as possibilidades concretas de superação da privação material e construção de prosperidade comum. Se a gramática dos direitos humanos nada disser a quem sente fome, a quem está desempregado, a quem sobrevive com um trabalho precário, de nada valerão nossos esforços e abriremos novamente, como aconteceu, as portas para o fascismo que nos espreita.

Portanto, queremos romper as barreiras de comunicação sobre os direitos humanos, que ainda não fomos capazes de superar. Precisamos construir uma linguagem de direitos humanos que fale não apenas para organismos internacionais, movimentos organizados e beneficiários diretos das nossas políticas públicas.

Quero ser ministro dos direitos humanos de um país no qual este conceito ressoe no coração do homem e da mulher comum, dos trabalhadores e trabalhadoras informais e precarizados, um país no qual consigamos levar adiante nossa mensagem.


Nesse sentido, quero externar aqui meu compromisso e preocupação com as crianças e adolescentes órfãos da Covid-19. De nada adiantará um Ministério de Direitos Humanos se ele não funcionar para essas crianças. Levemos a sério a vida do povo brasileiro e, sobretudo, com absoluta prioridade, a vida das nossas crianças.

Nós também iremos construir um Estatuto das vítimas de violência neste país, um compromisso que desde sempre esteve no horizonte do movimento de direitos humanos, seja na luta contra a ditadura, seja na luta pelos direitos das mulheres, crianças, indígenas e outros segmentos vítimas de violência neste país. Nós avançaremos nessa construção.

Como um último compromisso para o futuro, deixo consignada a necessidade de se colocar os direitos humanos no centro da discussão sobre segurança pública neste país. Vários sistemas de políticas públicas sofreram profundas reformas, sendo construídos e reconstruídos a partir do processo constituinte. Na segurança pública, sem negar experiências exitosas, essas reformas permaneceram incompletas. Pela vida dos meninos e meninas deste país, daremos a nossa contribuição também neste campo, em tudo o que estiver ao alcance.

Assim, termino dirigindo uma mensagem especial aos meus secretários e assessores, que muito me honraram a aceitar essa tarefa, quero agradecer a todos os secretários e secretárias, assessores e assessoras deste ministério: na Secretaria-Executiva, Rita Cristina de Oliveira, na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, na Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão Araujo da Silva, na Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, na Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, na Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre Silva; da chefe de Gabinete, Marina Basso Lacerda, e da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade, com Nilmário Miranda, nos Assuntos Legislativos, Carlos David Carneiro Bichara, e o ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira.

Assim como disse Luther King, de quem falei no início, não há paz sem memória e não há paz saem justiça, e justiça é luta. Disse ele: eu tenho um sonho, eu também tenho um sonho. E quero sonhá-lo com todo o povo brasileiro. Eu sonho com um futuro no qual nós já vencemos. Nós somos a vitória dos nossos ancestrais. Nós somos a vitória, também, daqueles que virão depois de nós.

Muito obrigado. Viva o Brasil!”

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Educação divulga Calendário Escolar 2023 da rede pública municipal de Carlos Chagas. O início do ano letivo está previsto para o dia 6 de fevereiro, data em que começará as aulas em todas as escolas do município.

A Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas divulga, o Calendário Escolar de 2023. O documento traz a programação das principais atividades pedagógicas a serem realizadas pelas unidades de ensino da rede, como dias letivos, organização dos bimestres, períodos de conselho de classe, reunião de pais, datas comemorativas, férias escolares, entre outros. O início do ano letivo está previsto para o dia 6 de fevereiro  do próximo ano, que é a data em que serão iniciadas as aulas em todas as 11 escolas da rede municipal de educação. 

Já o início do ano escolar, quando é feito o trabalho de planejamento escolar, está programado para o dia 1 de fevereiro de 2023. A partir da publicação, o calendário deverá ser organizado por cada unidade de ensino de forma a garantir o mínimo de 200 dias letivos para a organização anual, 100 cem dias letivos para a organização semestral e a carga horária anual prevista para os diferentes níveis e modalidades de ensino. 

O término do ano letivo de 2023 está previsto para ocorrer em 20 de dezembro. O recesso escolar de julho acontece de 17 a 31 desse mês; e o recesso conhecido como a semana do professor, de 9 a 13 de outubro. O Calendário Escolar também dispõe sobre datas comemorativas que as unidades de ensino irão realizar ações pedagógicas no decorrer do ano, como por exemplo, a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, entre os dias 6 e 10 de março.

Importante destacar também que cabe ao diretor escolar cumprir e fazer cumprir o Calendário garantindo a carga horária exigida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação do cumprimento de o mínimo de 800 horas anuais distribuídos em 200 dias letivos.

Prefeito Nanayoski parabeniza os gestores das Escolas Estaduais de Carlos Chagas, que dão início a gestão de novo mandado pelos próximos 4 anos.

No dia 2 de janeiro de 2023, foi realizada a cerimônia de posse dos gestores das 05 escolas estaduais de Carlos Chagas: Sônia na Olga Prates, Adélia na Antônia Bernardes, Mafran na Epaminondas Otoni, Rigléia na João Beraldo e Anadeth na Souza Norte, depois de terem sido escolhido pelas suas comunidades escolares. 

O Prefeito Municipal Nanayoski parabeniza a todos eles  pela grande conquista, e deseja um excelente trabalho à frente das escolas. Assumir a gestão de uma Escola Pública que tem hoje tantas obrigações, e que cumpre papel tão relevante na sociedade,  não é fácil. Por isso, desejou muita coragem a eles para fazer muitas mudanças importantes na Educação da nossa cidade a partir de suas Escolas.

Reconhecido a importância de trabalhar em conjunto as Escolas Estaduais e Municipais numa parceria que pode contribuir sempre mais para a elevação dos índices de aprendizagens dos nossos estudantes. Não existe estudante da rede municipal e estadual, existe estudante do município de Carlos Chagas.   O recado do Prefeito Nanayoski para todos os Diretores é que podem contar com o seu apoio para dar continuidade a um trabalho conjunto na educação no município, ampliando a colaboração entre as redes.

Cumprimentamos portanto aos gestores nesta nova gestão e mandato enquanto enaltecemos a grande responsabilidade de transformar a vida de adolescentes e jovens da nossa cidade por meio da educação, se empenhando para oferecer muitas inovações e qualidade na prestação do ensino público e gratuito.  Vamos trilhar juntos  esse caminho com respeito à legislação, com rigor e com  muita solidariedade.

A diretora Sônia disse ser: "muito grande a expectativa", traduzindo um pouco o sentimento de todos que assumem este novo mandato de 4 anos à frente das Escolas Estaduais da nossa cidade. Todos  eles receberam o título de Diretor de Escola Estadual das mãos do Superintendente. Estamos torcendo para que desenvolvam um excelente trabalho, pois disso depende o futuro dos nossos adolescentes e jovens.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Lançado painel de diretores da educação básica Painel eletrônico apresenta informações quantitativas sobre os dirigentes escolares do nível básico. Plataforma está disponível no portal do Inep


 

Está disponível, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Painel de Estatísticas dos Diretores de Escolas da Educação Básica. A ferramenta foi lançada no dia 27 de dezembro, e reúne estatísticas do Censo Escolar de 2019 a 2021. Os dados são referentes à série histórica em que as informações dos profissionais de educação passaram a ser tratadas pela pesquisa.

Os dados da edição de 2022 do censo serão disponibilizados no painel após a divulgação dos resultados. A iniciativa é mais uma ação do Instituto visando à divulgação de informações em transparência ativa, conforme indicado pela Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal (Decreto n.º 8.777, de 11 de maio de 2016).

A plataforma foi elaborada pela Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed) do Inep, em conjunto com a Diretoria de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação (Difor), da Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC), com o objetivo de divulgar as estatísticas referentes aos profissionais que dirigem as escolas desse nível de ensino. O painel apresenta informações sobre características sociodemográficas, de escolaridade e formação, bem como aspectos do vínculo empregatício.

Por meio do painel, os interessados em informações sobre os diretores de escolas da educação básica terão mais facilidade para acessá-las, como é o caso de gestores de políticas públicas de qualificação e desenvolvimento profissional nas diferentes esferas de governo. Os dados são acessíveis a qualquer pessoa, incluindo jornalistas e organizações da sociedade civil, especificamente aquelas orientadas ao desenvolvimento de atividades para a qualificação técnica desse profissional.

Melhorias – Em breve, o Inep disponibilizará um link para os usuários informarem problemas encontrados na plataforma ou apresentarem sugestões de melhoria. As ferramentas passarão, constantemente, por atualizações de aprimoramento, visando atender às necessidades do usuário. Desse modo, algumas formas de apresentações dos dados poderão ser alteradas, conforme o retorno dos usuários sobre a usabilidade da ferramenta.

InepData – O Painel de Diretores de Escolas da Educação Básica integra o InepData, conjunto de painéis de BI (Business Intelligence) que facilita o acesso da sociedade às informações produzidas pelo Instituto.

O Inep permite o uso dos dados e a reprodução total ou parcial dos painéis ou das informações extraídas da plataforma, desde que a fonte seja citada. Todos os dados disponibilizados no estão de acordo com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

ACESSE AQUI O PAINEL DE ESTATÍSTICAS DOS DIRETORES