Bullying

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sábado, 27 de maio de 2023

Construindo pontes: o caminho resiliente dos Diretores e Supervisores das Escolas Públicas.

Venho trazer esta reflexão pensando nesta mensagem atribuída a Aristóteles: "Há apenas uma maneira de evitar críticas: não faça nada, não diga nada, não seja nada." Nem sei se de fato é dele, mas todos nós Gestores e Supervisores do amanhã, devemos pensar nela. Vamos lá então. Compreendo que lidar com críticas é uma habilidade essencial para o nosso bem-estar emocional e sucesso como Diretor e Supervisor de Escola Pública. À medida que a gente progride em nossa carreira, é natural que nossa visibilidade aumente e, consequentemente, o número de críticos. E nós que estamos a frente de uma Escola, estamos sempre sujeitos a críticas e às vezes, falas pesadas que chegam sem nenhuma caridade, que se não estamos firme em nossos propósitos, podemos entrar em instabilidade emocional total, que pode até nem ter volta à nossa homeostase, peço licença para usar esta palavra que aprendi estudando psicologia da adolescencia.

Nesse contexto, é fundamental desenvolver nossa inteligência emocional, pois isso vai ajudar a lidar com nossas emoções no ambiente de trabalho, a melhorar nossos relacionamentos interpessoais e a reduzir o estresse, evitando reações impulsivas. Daniel Goleman, nos ensinou muito bem isso em sua obra, desde a década de 90.

Quem não se lembra do Daniel Goleman, criador desse conceito amplamente divulgado em seu livro: Inteligência Emocional, publicado em 1995. Os cursos que fizemos sobre esse tema é prá ser colocado em prática colegas Diretores e Supervisores, do contrário sucumbimos. CNV tem tudo haver com equilíbrio emocional.

É importante reconhecer que críticas sempre estarão presentes em nossa jornada profissional. No entanto, o que realmente importa é como escolhemos reagir a elas. As críticas podem ser oportunidades de crescimento, permitindo que a gente reflita sobre nossos pontos fortes e áreas que precisam ser aprimoradas em cada um de nós.

Ao receber críticas, é valioso manter a mente aberta e lembrar-se de que ninguém é perfeito. Procurar separar o feedback construtivo das críticas destrutivas e avaliar se há algo valioso a ser aprendido. Aprender a filtrar as opiniões alheias e utilizar apenas aquilo que é relevante para o nosso  desenvolvimento pessoal e profissional. Eu sigo 20 anos sobrevivendo a gestão da educação pública, buscando fazer assim.

É interessante refletir sobre outra citação, que guarda o mesmo sentido da postada acima,  que a gente encontra pela internete da vida e que está atribuída a este Jeff Bezos, que nem sei quem de fato é: "Se você não quer ser criticado, nunca faça algo novo." Essa frase destaca a conexão entre inovação e crítica. Ao buscar novas ideias e abordagens, é natural que surjam opiniões divergentes. Portanto, a gente não pode permitir que o medo da crítica impeça-nos  de explorar novos caminhos e alcançar todo o nosso potencial.

É bom lembrarmos de que lidar com críticas não significa aceitar tudo passivamente, mas sim aprender a discernir entre o que é construtivo e o que não é. Portanto colegas: Gestores e Superviores do amanhã,  vamos cultivar a resiliência (destaquei de propósito esta palavra) e o autoconhecimento para que as críticas não abalem a nossa confiança. Busquemos apoio em colegas de confiança, amigos ou em um profissional qualificado, como um psicólogo, um terapeuta para nos ajudar a processar nossas emoções para que a gente possa desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamentos. Fiquei conhecendo as terapias a distância com minha filha Antônia Vitória, por meio de aplicativos, a gente encontra excelentes analistas, é só escolher um especializado em TCC-Terapia Cognitiva Comportamental, ajuda bastante, a gente entrar no eixo emocionalmente.                  

Portanto, ao enfrentar críticas, manter-nos firme em nossa jornada de crescimento pessoal e profissional como Gestor e Supervisor de uma Escola Pública, é fundamental. Precisamos aproveitar todas as oportunidades de aprendizado bem como transformar as críticas em um impulso capaz de nos tornar uma versão ainda melhor de nós mesmos. Colegas,  nosso trabalho é valioso e a capacidade de lidar com críticas de maneira construtiva contribuirá para o desenvolvimento positivo de toda a equipe escolar, nossos liderados e da comunidade escolar como um todo. Nossa Educação só avançará com líderes pautados por um equilíbrio emocional, baseados no respeito aos professores, a todos os profissionais com os quais convivemos nas nossa Escolas, estudante e pais. Gestores e supervisores é o segmento consciente e conhecedor de toda a cadeia educacional. Os processos escolares são complexos e diversos e é preciso muita paciência para explicar e ouvir os pais. Respeito, muito respeito e empatia é a base da nossa saúde mental e de todos aqueles que lideramos em nosso ambiente de trabalho. E empatia, respeito e consequentemente um clima de paz em uma Escola deve ser sim compromisso de todos, mas o primeiro responsável por instaurar essa atmosfera é essa dupla gestora: supervisor e diretor. Quando eu ajo preservando o meu equilíbrio emocional e a minha saúde mental dentro do ambiente escolar, eu estou contribuindo para que o mesmo aconteça com o outro. Gritos e explosões só deterioram os relacionamentos. As metas, as datas devem ser obrigatoriamente cumpridas, não se pode negar, a gestão não pode abrir mão por exemplo dos lançamentos no Diário Digital, mas o diálogo, a escuta e a ajuda mútua,  deve ser uma conduta constante pois é a forma que nos aproxima e garante o equilíbrio emocional e a saúde mental que tanto buscamos. Eu acredito muito nisso. E vocês? Comente aí na caixa o que acha dessas colocações.

                          Por Deodato Gomes Costa

sábado, 20 de maio de 2023

Bem estar e saúde mental de Professores(as) - Vídeo para reunião do módulo II

O vídeo intitulado "Bem estar e saúde mental de Professores(as)" aborda um tema de grande relevância na atualidade, que é a saúde mental, especialmente no contexto dos profissionais da educação. Ideal para discussão em reunião de módulo II. O vídeo, publicado em 6 de maio de 2023, tem uma duração de 21 minutos e 8 segundos.

A descrição do vídeo destaca que os professores estão sujeitos a uma série de pressões em seu trabalho, que podem afetar significativamente sua saúde mental e bem-estar. O estresse, causado por fatores como a pressão para cumprir metas, a necessidade de manter a disciplina em sala de aula e as preocupações com o bem-estar dos alunos, é apontado como um dos principais fatores que afetam a saúde mental dos professores.

O vídeo sugere que, para promover a saúde mental e o bem-estar dos professores, é importante que eles tenham acesso a recursos que os ajudem a lidar com o estresse e outras questões relacionadas à sua saúde mental. Entre as medidas sugeridas estão a oferta de programas de apoio psicológico e emocional, a realização de atividades de lazer e relaxamento, como meditação e yoga, e a promoção de uma cultura organizacional que valorize a saúde mental e o bem-estar dos professores.

Além disso, o vídeo ressalta a importância de os próprios professores serem conscientes da necessidade de cuidar de sua saúde mental e bem-estar, sendo incentivados a buscar ajuda quando necessário.

Em resumo, o vídeo destaca a importância de cuidar da saúde mental e do bem-estar dos professores para garantir um ambiente escolar saudável e produtivo. Afinal, professores saudáveis e felizes são capazes de desempenhar melhor suas funções, ajudando a criar uma cultura educacional mais positiva e enriquecedora para todos.

Como professor, considero este vídeo um recurso valioso para a conscientização sobre a importância da saúde mental no ambiente educacional. Ele oferece insights úteis e práticos sobre como os professores podem gerenciar o estresse e promover seu próprio bem-estar, o que, por sua vez, pode contribuir para um ambiente de aprendizado mais eficaz e positivo.

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Proposta de Roda de Conversa sobre o vídeo

domingo, 30 de abril de 2023

Os efeitos negativos da reclamação constante no cérebro: como a negatividade pode se tornar um hábito prejudicial.

"Reclamar faz mal ao cérebro", essa frase considerada comum à primeira vista, poderia ser descrita como correta, pois, afinal, reclamar implica expressar fatos e palavras negativas. No entanto, poucos sabem que reclamar constantemente ou ser exposto a reclamações de outras pessoas deteriora o funcionamento do cérebro. Isso é destacado por um antigo estudo da Universidade de Stanford, que também revelou que a exposição a apenas 30 minutos de reclamações todos os dias pode danificar fisicamente o cérebro ao danificar os neurônios do hipocampo - a parte do cérebro responsável por resolver problemas e funcionamento cognitivo.

Somado a essa descoberta, Travis Bradberry, autor do livro Como Reclamar Reprograma Seu Cérebro para a Negatividade, escreve em seu trabalho que a reclamação constante faz com que o cérebro se configure, ou se acostume, para que reclamações futuras apareçam mais rapidamente. Dessa forma, o cérebro entende que é mais fácil ser negativo do que positivo, independentemente do que esteja acontecendo no ambiente.

FONTE: O Globo

sábado, 29 de abril de 2023

Diagrama da Zona de Conforto: é possível sair da estagnação e progredir na vida.

 


Diagrama que demonstra como funciona a zona de conforto e também a saída desse processo.

Todo mundo passa por isso em algum momento da vida. A zona de conforto não é necessariamente agradável ou causa a sensação de alívio, algumas vezes ela vem acompanhada de certa angústia e a sensação de estagnação. Por isso é importante analisar o gráfico e compreender que sair dessa zona é tão complicado quanto ficar nela.

Eu também tenho isso, mas quando passo desses gargalos me vejo na parte verde, mas em outros casos, estou totalmente entre o amarelo ou vermelho.

A vida é assim; precisamos todos os dias avançar nesse círculo se a gente quiser fazer alguma coisa diferente, eu por exemplo estou em algumas situações e vou compartilhar com vocês:

Como gerenciar meu tempo para cuidar da minha família ou melhorar os meus recursos para ajudá-los de maneira efetiva?

Qual o caminho que devo tomar na minha profissão, o que estou fazendo está se tornando ultrapassado, preciso me atualizar?

Como estou nas minhas reciclagens existenciais para melhorar o meu nível evolutivo de consciência?

Como posso me organizar melhor para me dedicar aos projetos paralelos que gosto e preciso fazer?

Como ser um parceiro melhor para a minha esposa, ajudá-la, compartilhar amor, carinho e sentimentos, sem esquecer da parte prática da vida?

Como aproximar mais dos amigos, reatar laços e conquistar as novas amizades?

Todas essas questões me tiram ou me colocam dentro da Zona de conforto, então o que me resta é ir fazendo e analisando no caminho.

FONTE: André Crevi

domingo, 9 de abril de 2023

O Reencontro Inesquecível de dois amigos de infância após mais de 50 Anos Separados.

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Deodato Gomes e Marluce Cantão, dois amigos inseparáveis de infância, haviam se distânciado há mais de 50 anos. Ela foi para São José dos Campos em 1973 e ele continuou em Carlos Chagas, cidade onde nasceram e cresceram juntos na Rua Frei Simeão. O tempo passou, a vida seguiu e eles perderam contato. Mas as memórias de infância nunca deixaram de existir.

E então, no dia 09 de Abril de 2023, eles finalmente se reencontraram. Marluce veio visitar a cidade onde nasceu e trouxe consigo o tio Detinho e a esposa D. Ereni, também de Carlos Chagas, mas que haviam se mudado para Belo Horizonte em 1969.

O reencontro foi emocionante. Deodato e Marluce se abraçaram como se o tempo não tivesse passado. Relembraram as brincadeiras de infância, os amigos em comum, as aventuras que viveram juntos. Conversaram por algumas poucas horas, como se estivessem recuperando todo o tempo perdido. Um pouco como diz Ecléa Bosi em seu livro Memória e Sociedade, acho que precisaria de um escutador infinito para dar conta de tanta reminiscências: "Lembrança puxa lembrança e seria preciso um escutador infinito."

Marluce também aproveitou a oportunidade para, junto com seu Tio, rever a cidade onde nasceu. Visitou a Matriz onde fez a 1ª Comunhão e assistia as Missas aos domingos.  Caminhou pelas rua onde nasceu, reconheceu os lugares que marcaram sua infância na Rua. Ao passar pela casa em que nasceu, ficou emocionada. Olhou para o espaço onde morou com brilho nos olhos, como se estivesse revivendo aqueles momentos. Era um misto de saudade, nostalgia e felicidade por poder estar ali novamente.

Era incrível ver como as lembranças da infância ainda estavam tão vivas em suas memórias. Como se esses momentos tivessem moldado quem eles eram hoje. E, de certa forma, haviam mesmo. As vivências da infância deixam marcas profundas na personalidade do ser humano, e reencontrar alguém com quem se compartilhou esses momentos é reviver um pouco dessas experiências.

Durante aquele reencontro, Deodato e Marluce lembraram-se de tudo, como se o tempo não tivesse passado. Lembraram-se do cineminha que organizavam juntos, das tardezinhas em que se reuniam com o velhinho Sr. Manoel, contador de histórias que fazia todos viajarem com suas narrativas fabulosas, e das brincadeiras na rua que duravam horas e horas. Era como se todas essas lembranças estivessem adormecidas dentro deles, esperando o momento certo para serem revividas. E aquele reencontro, depois de tanto tempo, era exatamente o momento que precisavam.

E para completar, Deodato e Marluce ainda tinham uma conexão especial: eles eram irmãos de leite. Marluce mamou na mãe de Deodato quando era bebê, o que só fortaleceu ainda mais o laço que existia entre eles. O reencontro foi um momento mágico e inesquecível, que reafirma a importância da amizade e da memória afetiva em nossas vidas.

Foi um dia para ficar guardado na memória, para ser lembrado sempre com carinho. Um dia em que Deodato e Marluce se reencontraram depois de tanto tempo, e perceberam que, apesar de tudo o que havia mudado em suas vidas, a amizade e o carinho que sentiam um pelo outro ainda estavam ali, vivos e pulsantes. Para citar ainda Ecléa Bosi, deixo esta pequena reflexão: "Somos, de nossas recordações, apenas uma testemunha, que às vezes não crê em seus próprios olhos e faz apelo constante ao outro para que confirme a nossa visão."

                                   Por Deodato Gomes Costa


Uma história de Páscoa


Uma história de Páscoa

A semana santa percorre dias inteiros de lembranças. Do passado distante, quando a humanidade acompanhou a dor e a libertação, e do meu passado. Eu, escritor de cotidianos. 

Nasci em uma família muita religiosa. Meu pai, invariavelmente, sentava em uma cadeira de balanço, fechava os olhos e agradecia a Deus. Minha mãe conversava com Deus o dia inteiro. E com Maria, a que chorou ao ver o seu filho na cruz. Meus pais já não mais estão. Já são memória e saudade. 

Em mim, há pedaços inteiros, de dias inteiros, de vivências iluminadoras de vidas que vivemos juntos. Em mim, moram as semanas santas do interior. O respeito aos dias em que o simbolismo nos faz acompanhar o calvário. No Domingo de Ramos, a entrada triunfal em Jerusalém. Como um rei. Na quinta, a santa ceia, a comunhão, o ensinamento de que o mestre é o servidor. A humildade no lava-pés. Na sexta, a vitória dos mentirosos, dos perversos, dos mesquinhos em busca de poder. Mataram o pregador do amor. Com pregos. Com ódios. Com a irrefutável decisão de não deixar nascer as sementes que germinariam de esperança um novo mundo.

Em mim, mora a Páscoa. A prova de que a vitória dos incorretos é sempre efêmera. A liberdade venceu a escravidão. A vida venceu a morte. 

E foi em uma Páscoa que se deu a história, a minha história. Criança ainda, via meu pai laborioso no ofício de ajudar. Construiu casas para velhinhos pobres. Ajudou igrejas, orfanatos, mulheres e homens necessitados. Era um distribuidor de bondades. Eu tentava tecer os meus inícios com os mesmos fios de generosidade. E foi, então, que, em uma Páscoa, pedi a ele que me ajudasse a comprar ovos de chocolate e levar aos velhinhos do asilo. Seu sorriso tão bonito era de aprovação. E foi o que fizemos. 

O asilo era perto. Eu ia tanto. Conhecia cada um pelo nome. Gostava de ouvir as histórias que eles tinham para contar. Era o mais importante. Receberam os ovos e me pediram, "Fique aqui com a gente, vamos conversar". E eu ficava. E eu voava nas palavras lindas, antigas, que eles usavam. E eu não conhecia. Ia repetindo uma a uma. Com um assombro bom de permear os ricos tesouros da língua p ortuguesa. 

Nesse asilo, vivia Ermelinda, a professora aposentada que abriu em mim um baú inesgotável de prazer pela literatura, pela contação de histórias, pelas frases que descrevem sentimentos e que, portanto, elevam. Tinha eu por volta dos 7 anos.

As doações de ovos de páscoa se repetiram muitas vezes. Meu pai sorria seu ensinamento que me ensinou sem palavras. Seus dizeres nasciam de seus gestos de amor. Tenho muita saudade do meu pai. E muita gratidão por ensinamentos nascidos da consciência de que é o amor que nos significa o existir. 

As perversidades prosseguem no mundo. Continuam mentindo. Continuam matando. Continuam violando os princípios mais necessários de civilidade. Mas a Páscoa também prossegue, desmentindo a vitória dos ódios. A vida é um sopro que se afugenta com gritos de violência e que se aquece com encontros de paz. 

Já faz tempo que o tempo da minha infância se foi. Mas essas e outras histórias que moram em mim me dão autorização para prosseguir acreditando no divino se manifestando no humano em gestos puros de amor. 

O domingo é o primeiro dia da semana. É o dia inaugurador. Inauguremos um novo jeito de tratar as pessoas. Cada um do seu jeito, mas cada jeito inspirando a humanidade a ser mais humana. 

É páscoa. É passagem. Passemos, então, à outra travessia. A travessia que vê, que ouve, que sente, que se compadece com a dor do outro e que estende a mão para caminhar junto. É uma experiência vivificante. Ninguém sai imune de uma entrega de amor. É a sabedoria da antiga canção que dizia "Fica sempre um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas". 

Feliz Páscoa.

 Uma história de Páscoa" é o título da crônica de Gabriel Chalita, publicada,  neste domingo,  em O Dia.

terça-feira, 28 de março de 2023

A dupla tragédia da professora assassinada em São Paulo.





A dupla tragédia da professora assassinada em São Paulo

Tento escrever neste momento em que a angústia me paralisa e não consigo fazer mais nada a não ser caminhar de um lado a outro da sala como quem busca uma solução, uma solução que não veio, que tanto tarda, que nunca chega! Condições para isso, agora, eu não tenho, portanto considerem esta escrita mais como um grito de indignação e revolta do que um texto.

Hoje, às 7h e 20min, numa escola estadual da zona oeste de São Paulo, quatro professoras e dois alunos foram esfaqueados por um adolescente de treze anos. A Professora Elisabeth Tenreiro não resistiu aos ferimentos e faleceu. Antes que este grito sabote meu discernimento e impeça um mínimo de senso de justiça e gratidão, meu abraço amoroso para a Professora Cíntia que imobilizou o agressor e impediu uma tragédia ainda maior.

Eu não quero me referir agora a respeito das possíveis causas que levaram o estudante a cometer esse ato, sobre bullyng, segurança nas escolas ou sinais que nós professores percebemos nos alunos, nada desses assuntos sobre os quais “Especialistas em Educação” vão se debruçar nos próximos dias até a exaustão, até que tudo caia mais uma vez no esquecimento. Nós, que estamos no chão da sala de aula todos os dias, conhecemos muito bem essa realidade, caso alguém queira realmente alguma dica de como prevenir e tentar resolver, venha até uma escola, promova uma reunião com os professores e ESCUTE, apenas escute.

O que me desespera, agonia, engasga e esfola é a dupla tragédia desse caso: Elisabeth Tereiro de SETENTA E UM ANOS, fazia a chamada hoje, às 7h e 20min da manhã, quando foi esfaqueada CINCO vezes e veio a falecer. SETENTA E UM ANOS! Nisso consiste a tragédia dupla: o assassinato e o fato dessa professora ainda estar em sala de aula. Muitos me dirão, “Era por amor, ela amava a profissão!” “Ela tinha o magistério como missão!” Por certo que havia muito amor no seu trabalho, mas posso assegurar que não foi o amor que a colocou naquele lugar, naquela hora, foi a necessidade. A mesma necessidade que levou um professor e diretor aposentado a dirigir um Uber para mim, na semana passada. A mesma necessidade que assassinou um colega meu, jovem professor de história, num acidente de moto quando ia de uma cidade a outra para lecionar. Muitos de nós têm vergonha de assumir essa condição tão humilhante e preferem romantizar o fato de permanecerem na ativa apesar da idade.

É preciso muito mais que amor para estar em sala de aula de Ensino Fundamental e Médio, é preciso vigor físico, resistência emocional, firmeza na voz que, muitas vezes é abafada pelo ruído e conversa de mais de trinta alunos. É preciso muita, muita saúde mental!!! É necessária a disposição e energia da professora Cíntia que imobilizou o agressor com um mata leão. Os professores de Ensino Fundamental e Médio estão o tempo todo de pé, caminham pela sala entre um aluno e outro, saem de uma sala para outra, de uma escola para outra, carregam livros, materiais diversos e pesados. Eu tenho cinquenta e sete anos e já sinto dificuldade, imagina aos setenta e um.

Não foi só o aluno que assassinou Elisabeth Tenreiro, foi o Estado, foi a sociedade, foi nossa cultura de descaso com a educação, com os educadores, com o conhecimento. Foi esta infame era de Ode a ignorância!!! Foi o desprezo pelos professores, muitas vezes perseguidos, menosprezados e humilhados por aqueles que deveriam nos proteger e defender. E nem me refiro aquela “suposta cantora insignificante”, me refiro a autoridades. Só em Santa Catarina, de onde escrevo, dois deputados estaduais têm como projeto a perseguição aos professores.

Muitas mãos seguraram a faca que tirou a vida da Professora Elisabeth. As mesmas mãos que lhe negaram um salário decente, uma aposentadoria digna. As mesmas mãos que ordenam ataques de toda a natureza aos professores quando estão em greve. Essas mãos lhe roubaram o direito sagrado, depois de uma vida inteira de trabalho, de estar em casa ainda dormindo naquela hora. O direito de, aos setenta e um anos, acordar sem o toque do despertador, sem a pressa dos compromissos. O direito de levantar da cama quando o corpo está preparado para despertar. O direito de tomar um café da manhã sem pressa e dedicar o restante do dia aos afazeres que bem lhe aprouvessem. Por mais que, por vergonha ela negasse, foi a carência que lhe foi imposta por tantas e sucessivas mãos que a conduziram até a escola e a colocaram em frente do seu assassino.

Às outras vítimas, quatro professoras e dois alunos, ficarão as consequências, as sequelas de tanta brutalidade que nunca são poucas e a mesma e contínua vulnerabilidade e desamparo a que continuarão sendo expostos todos os dias. Essas professoras terão de voltar a sala de aula e, certamente o farão sem nenhum apoio, sem nenhuma ajuda, sem nenhum amparo a não ser aquele que elas mesmas conseguirem prover com seus parcos salários!

Meus sentimentos e mais profunda solidariedade aos parentes, colegas e amigos da professora Elisabeth! Meu carinho e abraço aos sobreviventes. Por vocês toda esta minha dor que não surgiu hoje e que algum dia, de alguma forma, talvez possa ajudar a modificar essa realidade insana dos professores brasileiros.

sexta-feira, 24 de março de 2023

Liderança em tempos de tempestade!


Liderança em tempos de tempestade é como navegar em mares turbulentos, onde as ondas podem nos engolir a qualquer momento. Mas um líder destemido, em meio à escuridão e ao caos, sabe encontrar o caminho, mesmo quando tudo parece perdido.

É preciso coragem para enfrentar os ventos contrários, e habilidade para manter a equipe unida em meio à adversidade. O líder é como o farol que guia o navio, iluminando o caminho e mostrando a direção.

Nos momentos de incerteza e medo, a liderança é a âncora que nos mantém firmes e seguros. O líder é a voz que nos acalma, e a mão que nos levanta quando caímos.

E assim, mesmo em meio à tempestade, o líder se mantém firme e forte, sempre em busca de um porto seguro, e inspirando a todos com sua coragem e inteligência.

Porque um verdadeiro líder sabe que a tempestade sempre passa, e que, no final, a calmaria sempre prevaleceu. E é na superação das adversidades que as equipes se fortalecem, e a liderança se revela como uma força inabalável.

                            Por Deodato Gomes

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Crença na capacidade de mudar o mundo pode ser um engano para todos nós

Usar a definição de animal racional para descrever os seres humanos me parece ser uma decisão excessivamente afobada.

 Luiz Felipe Pondé

A humanidade não está adaptada ao progresso. Evoluiu na escassez e na hostilidade do meio ambiente. O progresso é uma doença evolucionária. A crença na sua capacidade de mudar o mundo para melhor pode ser um dos maiores enganos da história da adaptação da espécie.

O sucesso temporário da técnica nos faz delirar acerca de nossa autonomia racional, moral e política.

Não se trata de nostalgia do passado —o mundo nunca foi um paraíso. Trata-se de constatar que as dificuldades às quais os humanos estavam submetidos podem ter funcionado como controle dos seus delírios e falta de noção de limites.

Uma vez tendo vivido por centenas de milhares de anos num meio ambiente que lhe era hostil, os humanos ficavam constrangidos em seu poder imaginativo e destrutivo. Com isso não me refiro apenas a riscos ambientais evidentes, refiro-me também à própria noção de progresso técnico, moral e político infinito.

A definição de animal racional para o ser humano me parece excessivamente afobada, afinal, a frágil e recente razão não é algo facilmente aprendido. Pelo contrário, suspeito mesmo que nos seja antinatural, por isso, tamanho esforço para agirmos de forma racional.

Faço aqui minhas as reflexões do filósofo basco espanhol Miguel de Unamuno (1864–1936) na sua obra capital —traduzida no Brasil— "Del Sentimiento Tragico de La Vida En Los Hombres y En Los Pueblos", Alianza Editorial.

Tomando como referência filósofos importantes da tradição ocidental, Unamuno levanta a hipótese de que mesmo eles, figuras conhecidas pela capacidade racional de articulação de conceitos e ideias, criaram sistemas apenas para manifestar seus humores fisiológicos e suas obsessões irracionais.

Por exemplo, a ideia hegeliana de que o real seja racional é incrivelmente inconsistente. Reconstruindo o real a partir de conceitos pensados, Hegel (1770-1831) cria um mundo que não existe, como se este fosse um Lego de peças abstratas.

O real tem pouco de racional e aquilo que nele o é dura pouco tempo e depende de exterioridades incontroláveis pela razão. Limites biológicos, fisiológicos, políticos, sociais, históricos, psicológicos, e por que não, cosmológicos impõem fracassos os mais variados a sustentação racional do mundo.

Empresas pouco devem à meritocracia, vitórias em eleições pouco devem a históricos de boa gestão, decisões humanas pouco levam em conta qualquer forma de coerência moral de comportamento, a vida afetiva é um caos submetido a todas as mais diversas variáveis contingentes.

Impulsos religiosos irracionais condicionam muito mais o dia a dia do que supostas informações científicas. Aliás, falando em ciência, esta está muito longe de se caracterizar pela pureza do método em si —como crê o senso comum—, sendo muito mais objeto de vaidades, políticas institucionais, oportunidades de ascensão nas carreiras dos profissionais, assim como de financiamento em pesquisas.

A intenção kantiana de afirmar a existência de uma razão pura organizando o conhecimento caduca na sua crítica da razão prática —nome técnico para sua ética— diante do fracasso da sua crença de que seres humanos possam mesmo ser éticos a partir de imperativos racionais.

Não é à toa, diz Unamuno, que Kant (1724-1804) se desesperou diante da fraqueza de sua crença na racionalidade da moral. Se não for Deus a regular a ética, de nada adiantam seus imperativos racionais.

Para Unamuno, Hegel e Kant —os pais do discurso filosófico da modernidade, segundo Habermas (1929)— nada mais eram do que obsessivos a sonhar com um mundo limpinho em que a irracionalidade humana seria varrida da face da Terra.

Segundo o filósofo basco, o caráter visceral humano permanece sendo a causa eficiente e definitiva do comportamento dos homens. É o "homem de carne e osso", e sua irracionalidade profunda, conceito central na filosofia de Unamuno, que determinam tudo mais.

A modernidade com sua tara manifesta pela ideia de gestão racional de tudo é um surto psicótico em que a deusa razão nada mais é do que um fantasma nu a nos guiar para lugar nenhum.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

O que é ser um bom Professor?


 

Com base em pesquisas educacionais nacionais e internacionais, apresentamos as principais características do professor do século 21.

A tecnologia e as novas formas de organização da sociedade trouxeram mudanças para muitas profissões. Assim como as grandes corporações começaram a repensar suas atividades, na sala de aula não poderia ser diferente. Para ensinar uma geração conectada e que vive em constante transformação, o professor também deve buscar constante atualização.

Com base em pesquisas nacionais e internacionais, apresentamos algumas das principais características que compõem o perfil do professor do século 21. Nem todos os atributos são novidade, mas eles servem como ponto de partida para uma reflexão sobre as novas formas de ensinar e aprender.

Saber trabalhar bem os conteúdos

De acordo com os estudantes ouvidos na pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, a didática é uma das características mais valorizadas em um educador. Para 54% dos 18.844 mil jovens ouvidos, um bom  professor deve saber trabalhar bem os conteúdos.

Propor diferentes atividades nas aulas
Ainda segundo a pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, os jovens reconhecem um professor que consegue ir além da aula tradicional. Na avaliação de 31% deles, é importante propor atividades diversificadas, ou seja, ir além da aula expositiva.

Conviver, respeitar o aluno e cuidar da sua individualidade
Além de saber ensinar, os alunos também valorizam docentes que sabem estabelecer um diálogo harmonioso. Na pesquisa “Juventudes na escola sentidos e buscas: Por que frequentam?”, feita pelo MEC (Ministério da Educação), OEI (Organização dos Estados Interamericanos) e Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), eles evidenciam que o professor é fator decisivo contra a evasão escolar. Ele deve conviver, respeitar o aluno e cuidar da sua individualidade.

Acompanhar alunos com dificuldade de aprendizagem
Segundo a pesquisa “Boas Práticas em Sala de Aula”, da Fundação Lemann, que observou 70 professores que alcançaram bons resultados de aprendizagem, o acompanhamento dos alunos com dificuldade de aprendizagem está entre as cinco principais estratégias adotadas por eles. O estudo ainda aponta outras estratégias, como a facilitação do diálogo entre alunos, resolução coletiva de situações-problema, leitura frequente pelos alunos e experimentos em ciências.

Ser um mentor para os alunos descobrirem seus interesses e talentos
Com o crescente acesso à internet, o relatório do NMC (New Media Consortium) aponta que o professor deixa de ser a fonte primária de conhecimento e se torna fundamental no papel de orientação e mediação. Na mesma linha, a pesquisa School in 2030, do WISE (Word Summit for Education), mostra que 73% dos entrevistados acreditam que o professor terá como função orientar os alunos ao longo de suas trajetórias de aprendizagem autônoma.

Dominar o conteúdo, usar tecnologia e saber se comunicar
Uma pesquisa que ouviu alunos, educadores e pais de instituições parceiras do grupo Unità Educacional apontou que no campo das competências técnicas é fundamental que o professor tenha domínio do conteúdo, atualização tecnológica e capacidade de comunicação.

Estimular a participação dos estudantes
Conforme aponta o documento “Juventudes pela Educação: Propostas para fortalecer a participação das juventudes brasileiras em prol da melhoria da educação”, desenvolvido pelo Movimento Todos pela Educação, em parceria com o Instituto Inspirare e o Instituto Unibanco, os educadores que não conhecem e nem consideram as características e demandas dos estudantes têm dificuldade de oferecer oportunidades educativas conectadas com o seu potencial, suas limitações, seus interesses e suas necessidades.

Saber mediar trabalhos em grupo
O livro “Planejando o Trabalho em Grupo – Estratégias para Salas de Aula Heterogêneas”, escrito pelas pesquisadoras Elizabeth Cohen (1932-2005) e Rachel A. Lotan, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, traz estratégias para a  preparação de atividades colaborativas que impactam no aprendizado, característica considerada fundamental para um bom professor.

Ser paciente e se aproximar do aluno  
De acordo com o relatório Global Survey of Teacher Effectiveness (“Pesquisa global sobre efetividade do professor”), produzido pelo grupo editorial britânico Pearson, os estudantes brasileiros consideram a paciência e o bom relacionamento como umas das principais qualidades de um bom professor.

sábado, 21 de janeiro de 2023

De que cor é essa pasta?

 








De que cor é esta pasta?

Nós gostamos de pensar que existe uma realidade fora de nós mesmos. Um mundo em que as coisas são o que são, independente do que pensamos dela. Hoje eu vou demonstrar que a mente do ser humano é frágil, e que temos uma tendência a falar e a fazer o que os outros fazem e dizem.
_ De que cor é esta pasta?
_Verde.
Se algum aluno se atrasar para a aula como costuma acontecer, eu vou perguntar para vocês a cor desta pasta, e vocês vão dizer vermelha. Tá Bom?
_Sim.
_Bom... continuando... na filosofia temos corrente como o positivismo que não admite que não admite outra realidade, a não ser a factual. Para filósofos como Auguste Comte, há coisas que são como elas são e não devem ser discutidas. Como por exemplo, a cor desta pasta.
_Você. De que cor é esta pasta? 
_Vermelha. 
_E você?
_Vermelha.
_Você mocinha de cabelo curto.
_Vermelha.
-Você.
_Vermelha.
_Vermelha... Vermelha... Vermelha...
E você?
_Vermelha... hesitando
Todos riem...
Vamos lá
_Posso continuar?
_Está claro que esta pasta é verde. Acabam de testemunhar em primeira mão a fragilidade do ser humano quando é submetido a pressão do ser humano, quando é submetido a pressão do ambiente. Incluindo no que tange a sua percepção física.
_Mas eu percebi que era uma brincadeira. Eu só estranhei a pergunta porque obviamente a pasta é verde.
_Mas como todos disseram que é vermelha, você respondeu vermelha. Porque eu pensei que é...
_Segundo Nietzsche no mundo pode se encontrar dois tipos de pessoas: as que seguem seus próprios desejos e as que seguem os desejos dos outros. As primeiras são fortes, e não obedecem a ninguém. E as outras são débeis e se limitam a fazer o que os outros dizem e o que os outros fazem. 
_Não se preocupem, isso é o pão de cada dia.
_Somos muito submissos e acabamos admitindo as ideias da maioria. Inclusive na Alemanha, as pessoas foram capazes de acreditar e repetir o que diziam as propagandas nazistas. Já dizia Kant com toda a sua amargura: " O ser humano é o único animal que precisa de um líder para viver".

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=Hxxmj...

Feliz Professor novo! Seja o ano letivo que você deseja!

Se você acha que não ganhou presente neste ano letivo que passou, pense e repense de novo.

Tem alguns presentes que a vida nos dá de graça e a gente nem percebe. 

Vamos lá!...

Tipo o coração. Ele bate dentro do seu peito de forma incansável sem que você perceba e não pede nada em troca.

Você tá tocando sua vida, dando suas aulas, preocupado com tantas coisas, indo para a sua Escola todos os dias,  e ele tá lá, dia e noite, batendo de graça por você.

Vários presentes que a vida nos dá e a gente nem percebe.

As coincidências da vida, nos apresentam pessoas, que por alguma razão foram gentis com a gente.

Gente que nos ajudou sem pedir nada em troca. Gente que talvez a gente nem agradeceu. Gente que nos deu o ombro amigo, que nos escutou com tanta empatia e ainda assim, nem ligamos para tais gestos.

Não reconhecemos nem a nós mesmos pelo presente da aprendizagem das crianças que garantimos em 2022. Esquecemos que aprendemos no Curso de CNV, que é preciso ter compaixão, empatia e gratidão para com a gente mesmo.

Tem muitos presentes que a vida nos dá de graça, como esse novo ano letivo que tá começando agora, nesse exato momento em que estamos todos aqui.

Quando a gente tá cansado da Escola, não tá aguentando mais o ano, quando a gente tá sem energia,  e olha exausto para todos os cantos, vem um ano letivo novinho, recarregando nossas baterias, dando uma injeção de esperança inexplicável: as coisas vão ser muito melhor porque eu, você e nós juntos e juntas vamos fazê-las muito melhor. Tudo, tudo mesmo... Vai depender muito de nós todos juntos.

Tudo vai dar certo! Tudo vai ficar bem! Vamos ter sucesso no no nosso ensino. Porque eu vou dar o meu melhor. 

Alguma coisa muda dentro da gente, de um dia para o outro.

Da noite do dia 31 para a manhã do dia primeiro.

É mais um presente de graça que a vida nos dá, sem pedir nada em troca. E a gente já começa a pensar no novo ano letivo. Meu Deus, como vai ser? Será que vou trabalhar? Para que Escola eu vou esse ano? Quem serão os meus colegas?

Mas assim, a gente percebe quase que como um estalo que não é o ano que deve ser novo. Não Professores, não é o ano que deve ser novo,  é a gente. E então pode ir repetindo, quase que como um mantra fazendo eco em nosso cérebro:

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Por fim pede a assembleia para repetir:

_ Vamos lá gente repitam comigo:

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Não é o ano letivo que deve ser novo, é a gente!

Feliz  PROFESSOR  novo! Seja o ano letivo que você deseja!

Feliz  PROFESSOR  novo! Seja o ano letivo que você deseja!

Feliz  PROFESSOR  novo! Seja o ano letivo que você deseja!

Da identidade à Diversidade. Precisamos saber lidar com a diversidade na adolescência.

Lembrei das nossas aulas de psicologia da adolescência. O livro era de capa verde e todos os professores que formaram na década de 80-90 na Fenord vivenciaram uma reflexão sobre essa fase do desenvolvimento humano, que é bem específica e conflituosa. Alguém lembra o nome da professora? Me lembro do rosto dela mas esqueci o nome. Ninguém pode condenar um adolescente só porque nos decepcionou aqui e agora nesse momento, o nosso olhar de pai, de mãe, de professor ou de adulto em geral, tem que ser um olhar mais amplo,  no horizonte do tempo de amadurecimento do jovem. Há uma necessidade de entender que é alguém vivendo um processo de formação. Tem que ser um notar pleno de humanidade. Basta mirar a nossa própria adolescência para acendermos a compreensão e a empatia para com eles e elas. É falar e pensar como Jesus:

"Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela". João 8,7

Notável alguns  Professores(a), viver a interseção de ter experimentado sua própria fase como adolescente, como pai ou mãe, e como professor(a) de adolescentes. Tem bagagem prática para entender os conflitos que um adolescente vivencia nesta fase evolutiva da vida. É muita riqueza que precisa ser considerada no relacionamento com os teens, como se fala em inglês. A empatia e o fazer pedagógico de um Professor(a) que tem filhos nessa estação da vida devem emergir dessa importante experiência. 

Certa vez convidei a Psicóloga Rita Medrado, que por sinal tem um excelente trabalho junto às crianças da rede municipal de ensino de nossa cidade,  para nos ajudar a refletir sobre o "ser adolescente", em uma época que os professores estavam reclamando bastante dos adolescentes da nossa Escola e ela fez uma fala, a partir de um espelho de comportamentos. Qual era o comportamento do professor na Escola, enquanto era adolescente? Meio que fazendo um reflexo do passado, rendeu bastante depoimentos, sendo quase que uma terapia de grupo aqueles depoimentos no coletivo. 

O livro que estudamos na Fenord, consegui encontrar em PDF e continua atualíssimo:

Psicologia da Adolescência.

Imagino que a adolescência é como um passeio numa montanha-russa cheio de intensas emoções! Só imagino porque nunca nem cheguei perto de uma. Um dia ele ou ela está bem-humorado(a), em outro zangado(a), às vezes com vontade de chorar sem motivo aparente, às vezes, louco(a) para estar perto de todos os seus amigos(a) ou de ficar sozinho(a) no quarto e ouvir aquela música especial que incrivelmente diz tudo o que ele ou ela pensa ou sente. Todos esses momentos parecem necessários para  se conhecerem melhor e tentar responder aquelas perguntas que por vezes tomam os adolescentes de assalto: Mas afinal quem sou eu? Sou normal mesmo? Para onde vou? Qual é o meu lugar nesse mundo? Mas basta olhar pra gente mesmo e vê que é um filme muito conflituoso que se repete nos adolescentes de hoje. 

A busca por essas respostas é importante para pensar na identidade, naquilo que o adolescente gosta ou não, quer ou não quer para sua vida e seu futuro. Nesse processo de construção, ele também pode se ver contestando algumas regras e imposições tanto da sua família quanto da sociedade em que vive. Ele pode se perguntar, por exemplo: Por que meus pais acham que já sou adulto para arrumar a casa, mas não para sair e voltar de madrugada? Ou então: Por que meus pais não mostram confiança quando peço para dormir na casa de um colega? Tudo isso  consome o adolescente e pode até  fazê-lo perder o sono ou brigar com os seus pais. Quem nunca passou por isso? Basta a gente enquanto professor olhar para a nossa vida que vamos encontrar todos esses fatos.

O mais desafiante nessa busca de se conhecer é perceber o jeito de cada um e descobrir as características que o fazem se diferenciar dos outros, como: a cor dos seus cabelos, o seu biotipo, as roupas que usa, as opiniões sobre o mundo. A identidade se relaciona com tudo que você descobre, aprende e se apropria ao longo do seu desenvolvimento: sua história de vida, suas facilidades, suas limitações, seus hábitos culturais, gostos, modos de fazer e viver. Eh! Quanta gente diferente ao nosso redor!

Existem os negros, os brancos, os homens, as mulheres, os rockeiros, os sambistas, os católicos, os evangélicos, os baianos, os paulistanos, as pessoas portadoras de deficiências físicas, visuais, mentais. Somos infinitos! No entanto, quando entramos em contato com essa diversidade que compõe o mundo, é triste notar que alguns preconceitos se instalam em nossa cultura expressos, por exemplo, em frases-feitas como: “que roupa de baiano” – ao referir que a roupa é feia; “parece serviço de preto” – quando uma tarefa é feita de qualquer jeito; “acidente no trânsito, mulher no volante” – passando-nos a ideia que as mulheres não são tão boas no volante quanto os homens, ou “inteligente assim, só podia ser japonês”-restringindo a personalidade a uma só característica.

Diante de tantas frases preconceituosas, é fundamental se perguntar: o que faz as pessoas verem nas diferenças individuais, um motivo para desrespeitar o outro? Entrar em contato com algo muito diferente de si pode incomodar e às vezes até assustar. Aliás, poderíamos dizer que muitas vezes, aquilo que nos causa repulsa vem de uma incapacidade de reconhecermos em nós mesmos sentimentos parecidos, por exemplo: alguém odeia os gordos porque tem raiva por eles se darem o direito de comer tudo o que querem, como a pessoa gostaria de se dar.

Ou então: uma menina não gosta das meninas que se permitem namorar com muitos meninos, chamando-as de “galinhas”, justamente porque o que ela mais gostaria é também poder namorar bastante. Portanto, uma das dimensões que podem levar a ter atitudes preconceituosas é o desconhecimento de si mesmo e a inveja do outro.

Contudo, existem outras dimensões socioculturais que também estão ligadas às questões do preconceito. Os negros, por exemplo, foram historicamente tratados com grande desigualdade em relação aos brancos, como no caso da África do Sul, onde entre os anos de 1948 e 1994, existiu um regime de segregação racial, no qual brancos e negros não usufruíam dos mesmos direitos, não podendo conviver em certos lugares públicos. Como esse, há diversos outros exemplos, como nos casos de judeus na Alemanha, muçulmanos na Europa, entre outros, nos quais a humanidade tratou e tem tratado as diferenças físicas e culturais como motivo de discriminação, controle e exploração.

Enfim, como você deve ter percebido, essa questão da identidade: quem sou eu? Tem estreita relação com a questão da diversidade – quem e como é o outro?

Diversidade essa que, em muitos momentos, pode ser difícil de conviver e tolerar, mas que é, também, a riqueza de um povo. Via de regra, valorizar a diversidade, respeitar o outro e tolerar as diferenças são atitudes construtivas e fundamentais para a vida em sociedade. “Não fazer com o outro aquilo que você não gostaria que fizessem com você” é uma ideia simples, mas que pode ajudar bastante no momento de perceber os limites necessários para uma relação respeitosa entre as pessoas.

O artigo tratou da temática da diversidade à identidade, nele você pode refletir no que você é igual e diferente dos outros, qual é a melhor maneira de a gente se respeitar e aprender a respeitar os demais. A isso dá-se o nome de tolerância, algo que todos precisamos cultivar.

Agora realize as atividades sugeridas para mergulhar na sua identidade. DIVIRTA-SE!

1)-Minhas características pessoais. Liste dez características pessoais que você identifica em você:

2)-Após listar as suas características pessoais reflita e busque responder às questões:

A)-O que você pode fazer em relação às características que, ao seu ver, lhe trazem dificuldades? Existe alguma maneira de lidar com elas?

B)-Quais são as características que facilitam sua vida? O que você pode fazer para cultivá-las?

3)-Diversidade: o que é isso?

O contexto da sociedade contemporânea mergulhado na globalização econômica, no fluxo comunicativo e interação contínua tem traçado mudanças profundas nas visões sobre a própria sociedade. O tema diversidade e a forma complexa que este conceito tem se desenvolvido é fruto do contexto no qual ele se encontra inserido, de mudanças constantes e de uma valorização e percepção das grandes diferenças sejam sociais, políticas, culturais, sexuais, étnicas entre outros.

A definição de diversidade pode ser entendida como o conjunto de diferenças e valores compartilhados pelos seres humanos na vida social. Este conceito está intimamente ligado aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes modos de percepção e abordagem, heterogeneidade e variedade.

Nessa perspectiva pertencer a um grupo é, em geral, reconfortante, pois compartilhamos coisas com outras pessoas. Contudo, muitas vezes nossas características pessoais destoam, divergem ou entram em conflito com o grupo.

Agora pense nas suas relações estabelecidas com sua família, no seu bairro e na escola e descreva alguma situação na qual uma característica pessoal gerou um conflito. E em seguida crie duas sugestões para resolver esse conflito.

Segue um exemplo: “Uma pessoa idosa que não foi bem atendida de forma preferencial em um supermercado.”

Assista ao vídeo a seguir de um Jovem estudante do Japão:

Os jovens são iguais no mundo inteiro, mesmo numa cultura tão diferente como é a do Japão. Ele tem uma identidade essencial e bem padrão, seja no Brasil, no Japão ou na China. A diversidade aparece somente nas características pessoais, por isso a importância do ensino do respeito  ao diferente, que deve ser levado muito a sério no Japão, imagino. Tem zoeira tem, mas qual o jovem que não gosta de zoar? Gostei demais. Assisti o vídeo com curiosidade para ver como um jovem comporta nas Escolas japonesas. A gente vê a satisfação dos jovens de estarem ali naquele ambiente. Muito interessante é o fato da obrigação em arrumar a sala de aula. Quisera os nossos jovens brasileiros tivessem uma escola tão boa como esta e pudessem conviver em uma escola tão enriquecedora como esse vídeo mostrou  que é a Escola japonesa. Quando alcançaremos esse padrão. As gerações de jovens se perdem a cada década no Brasil e  são perdidas para as organizações criminosas paralelas ao Estado.  Quem sabe este jovem quer conversar um pouco com os estudantes daqui da nossa cidade, contando um pouco como é sua Escola e sua vida lá? Seria um baita de um incentivo para nossos jovens levarem a sério seus estudos.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Um ano letivo novo, com habitos novos!... Que novos e bons hábitos podemos criar neste 2023?

Todo ano a vida faz um reset, onde cada um de nós rememora os feitos e reflete aquilo que não foi tão bom, para que possamos melhorar no próximo ano. Isso é muito comum nas culturas ocidentais, mas não se diferencia tanto nas culturas orientais. O movimento de translação da terra a volta que nosso planeta dá em torno do sol é um fenômeno que afeta a vida de todos, invariavelmente, afinal, sem que a terra gire não há vida. A ciência nos explica que a Terra gira em torno do Sol porque continua mantendo o movimento da nuvem de partículas que a formou e possui uma órbita estável, graças ao equilíbrio existente entre sua velocidade e a força gravitacional exercida sobre ela pelo sol. Física! Um presente ao desenvolvimento humano dado por Galileu Galilei. E como esse movimento afetou sua vida?

Nesse ano que passou, diversas situações passaram a fazer parte da sua história. Momentos felizes, momentos tristes... Tudo caminhou invariavelmente para formar a pessoa que chega ao final de 2022 com os pensamentos que você tem.

Uma das coisas mais importantes a ser refletida é “que hábitos ruins eu deixei para trás para criar novos e bons hábitos?”

O filósofo norte-americano William James diz que “para mudar nossos hábitos, primeiro temos que assumir o compromisso profundo de pagar o preço que for necessário”. Esse comportamento continuado que temos molda nossa existência, afinal, somos feitos de hábitos e eles trazem reflexos intensos para o nosso dia a dia. Para mudar isso, é preciso muito empenho e dedicação. Nosso corpo aprende com o hábito e aqueles mais ruins podem nos impedir de evoluir na vida.

A preguiça, procrastinação, compulsão, enfim, os desvios de conduta diversos que estão no nosso cotidiano acabam nos influenciando de modo mais definitivo e importante. Por isso, a todo momento que nos é oportunizado devemos fazer uma análise de nós mesmos e rever aqueles hábitos que não nos levam a um bom lugar, não é mesmo?

O novo ano já chegou! Ao invés de fazer aquelas promessas de virada de ano difíceis de cumprir, faça uma reflexão sincera da sua vida. Veja os hábitos que podem ser melhorados e aqueles que devem ser abandonados. Crie novos e bons hábitos. Isso vai fazer um enorme bem na sua existência e vai te ajudar muito no próximo ciclo de translação da terra.

Um ano letivo cheio de aprendizagens para todos os nossos alunos e para todos nós! Feliz a gente novo! Feliz um Professor novo! Feliz um Gestor novo! Feliz um Estudante novo! Enfim, Feliz todos nós novo junto com o ano letivo novo!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Quais habilidades são necessárias na educação de crianças e jovens? Ao escolher a melhor educação para os filhos não se esqueça da pedagogia do simples.

A aprendizagem talvez seja o mistério mais belo da alma humana. A construção de sentido daquilo que nos é transmitido pelas vozes do mundo é um fenômeno que não pode se reduzido a meros movimentos neuronais ou fisiológicos, como desejam alguns neurocientistas financiados pela indústria farmacêutica. Não há medicamento para facilitar o conhecimento, está aí algo impossível de comprar. 

Um gesto que não se inscreve como ato natural, o ato de aprender se relaciona com o desejo de buscar algo que nos falta, com a incompletude que sentimos diante dos fenômenos do mundo e das pessoas que nos rodeiam. Aprendemos quando conseguimos dar sentido à rede simbólica que nos invade por meio da experiência sensorial e, assim, desenvolvemos o mistério da abstração, manifestação essencialmente humana. 

Não é verdade que aprendemos fazendo. Aprender é um ato que vai além do reducionismo prático contemporâneo. O processo de aprendizagem acontece quando somos capazes de abstrair o significado de algo e conseguimos, por meio da reflexão, relacioná-lo ao sentido de estarmos no mundo. Só a partir da abstração conseguimos produzir um texto, calcular uma derivada, entender as relações químicas, refletir sobre as Leis de Newton, ler Shakespeare, chorar na companhia de Fernando Pessoa e construir conceitos filosóficos. 

A nova pedagogia, ao se valer apenas da atividade concreta, se funda em uma ideia desvirtuada de ser humano, se é que ela construiu alguma. O próprio conceito de “mão na massa”, despossuído de qualquer significado acadêmico, importado da cultura maker norte-americana, carece de uma musculatura conceitual mais rígida. Ainda não entendemos o que isso quer dizer, caso queira significar alguma coisa além de “prática”. 

Colocar crianças e jovens diante de parafernálias coloridas, cheias de botões para downloads, viciadas em um eterno plug and play não as fará mais inteligentes, apenas mais ansiosas mesmo. Talvez, distanciá-las de habilidades reflexivas, ofertando metodologias pasteurizadas, distantes de qualquer abstração, seja apenas um projeto torpe que as entregará, de forma alienante, à aceleração do mundo atual. 

Ao olharmos com admiração para a educação grega e seus constructos simbólicos, como a democracia, o teatro, a filosofia e as Olimpíadas, é porque eles se dedicaram a formar sujeitos reflexivos, que entenderam o ato de educar como gesto abstrato, capaz de ajudar o ser humano a resistir à opressão da sucessividade, como nos ensinou Borges.  

Lemos com Heródoto, historiador grego, que os persas educavam seus filhos, dos 05 aos 20 anos, seguindo apenas três preceitos: andar a cavalo, manejar bem o arco e dizer a verdade. Apenas três habilidades fundamentais para orientar toda a educação na corte de Dario. Essa pedagogia do simples estava focada em três competências básicas: o equilíbrio, a concentração e a sabedoria. 

Consultando a BNCC – Base Comum Nacional Curricular, documento da nova pedagogia que orienta a construção de programas de ensino em todo território nacional, encontramos, apenas em Língua Portuguesa, mais de 100 habilidades a serem desenvolvidas ao longo da Educação Básica. Será que precisamos disso tudo mesmo? Seremos, com isso, mais completos que gregos e persas?  Só o tempo será capaz de dizer. 

Do lado de cá da história, ficamos apenas com a pergunta, capacidade abstrata presentada pelos deuses: de verdade, quais e quantas habilidades são necessárias para o desenvolvimento de um ser humano equilibrado, saudável e sábio?

De certa forma, escolher a melhor educação para os filhos é, antes de tudo, pensar essa questão fundamental.  

FONTE: Estado de minas

Após domingo, ainda continuaremos retirando as Ciências Humanas da escola? A educação é contra violência. Educamos porque não coadunamos com atos agressivos; se optamos pela bestialidade é porque não acreditamos no potencial de educar

 

      Minas do dia 09-01-2023


Muita gente já escreveu sobre as ações perversas, encabeçadas pelos terroristas dominicais, em seu “golpe de uma tarde de verão”. A reprodução tupiniquim da invasão ao Capitólio levanta, sem sombra de dúvida, a urgência de mecanismos enérgicos e eficientes na garantia da democracia, valor inegociável, premissa fundante de qualquer pacto social. 

No entanto, a tentativa fracassada desse Golpe de Estado, para além do rigor da lei, suscita uma importante discussão acerca dos caminhos trilhados pela educação neste contexto. No ano passado, escrevi uma coluna, neste espaço, ressaltando aspectos importantes para inibirmos qualquer tipo de formação fascista. Do antigo texto, gostaria de ressaltar um trecho:

“Não se trata de pensar a educação pós-pandemia, pós-analógica, pós-adulta, pós-verdade ou pós-conhecimento. O negócio é muito mais sério que isso. A proposta é pensar um processo formativo que ensine ao homem que ele precisa se humanizar para receber essa alcunha. E isso consiste, basicamente, em reprimir seu desejo originário e natural de eliminar qualquer outro que pretenda se interpor diante de seu desejo e seu caminho.”

A educação é, por princípio, contra qualquer tipo de violência. Se educamos é porque não coadunamos com atos agressivos, se optamos pela bestialidade é porque já não acreditamos mais no potencial de educar.  

Não é à toa que as nações com menor índice de violência são, também, aquelas que mais investem em uma educação crítica e de qualidade. Não ressalto uma educação qualquer, mas um processo de ensino-aprendizagem comprometido com a formação para a cidadania, os valores éticos e a sensibilidade estética. Vários dos que estavam lá, invadindo os espaços simbólicos da democracia brasileira, passaram por algum curso superior, foram aprovados em concursos e sabem ler e escrever. Não é disso que se trata, a educação contra o fascismo é algo que vai além.  

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

Na contramão do que realmente precisamos neste momento, nos entristece assistir que, a cada dia, presenciamos o desmonte dos componentes curriculares que têm em seu objeto de estudo justamente as questões republicanas, de ordem ética, humana e política. Faço referência às disciplinas escolares como a filosofia, a sociologia, a geografia, a arte e a história.

Sem desmerecer o potencial formativo das outras áreas de conhecimento, levanto a questão específica das Ciências Humanas. É notório que, no cenário educacional, esta é a área que mais perde carga horária. Entram e saem governos, de posições ideológicas variadas, e a mira está sempre apontada às Humanas. 

Reitero: não estou afirmando que a missão de combater o fascismo seja exclusivamente pedagógica, no entanto, é quase impossível negar que uma educação profunda pode contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento de um povo mais democrático e de uma nação com espírito republicano. Essa é, justamente, a matéria de trabalho das Ciências Humanas. 

sábado, 24 de dezembro de 2022

Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para a Educação que sonha.


Será que os dias são todos iguais para a Educação assim como é para o relógio? Sem dúvida, nossa Educação está sob o total domínio do relógio do tempo, um rei traduzido em calendário e intervalos diários de aulas que dominam as nossas vidas, marcando horas, dias, bimestres e ano letivo, determinando tudo que obrigatoriamente temos que fazer a cada minuto dentro de uma Escola e no ensino em geral.  Ele se impõe em toda a linha do tempo da Educação, ainda não terminamos um ano letivo e já temos que planejar o outro, nesta infinita linearidade. Na verdade o chronos não mede a relógio algum,  limita é a nossa vida de tal forma, que muitos professores ficam perdidos sem sair daí. Assistimos as formatura de Rose, filha da Christiane e da Maria Antônia, filha da Sara e o que mais ouvimos nos discursos foi: " agora se encerra um ciclo e inicia outro". Os discursos confirmam a imposição do chronos, assinalando a vida como essa sucessão de eventos, que se não buscarmos a autorresponsabilidade, podemos ser atropelado pelas variadas situações. Diante do tempo que corre, é imprescindível agirmos  de forma ativa, vivermos na primeira pessoa e sermos eternos aprendizes das nossas experiências e ações, sem procrastinações.

Ainda bem que a Educação é também marcada por outro tempo bem diferente do chronos: o kairós, muito mais potente, sem relógios e calendários para medí-lo. O que mede esse tempo chamado kairós, não é máquina, é a sensibilidade de um bom Professor, profundamente humanizado. Aquele conectado com os seus alunos e com o infinito do seu tempo presente. O tempo da Educação dos sonhos. Daquela Educação em que existe um imenso desejo de ajudar um estudante dessa escola da vida a encontrar seu caminho no universo humano. Mas este tempo depende  de florescer em nós: muitos sonhos, compromissos e o aprendizado das lições que chegam da vida. No chronos os sujeitos educacionais vão se adequando a vida e ela vai se apequenando, no kairós impera o amor,  a sensibilidade e a vontade de dar asas, pés e chão sólidos para fazer o milagre acontecer e desta forma a vida se agigantar.   O kairós educacional não é mágica, depende de cada profissional da educação, e de competência técnica para fazer acontecer a melhor educação para seu aluno. O kairós da Educação nasce do abraçar com intensidade a responsabilidade profissional, com um sentido de olhar para essa dimensão da vida como algo que está além de um fardo pesado e difícil de carregar. O kairós é o registro de experiências infinitas e plenas em nossa vida, abrindo e fechando fases, etapas e práticas  que deixam profundas linhas escritas com tintas permanentes. O  kairós da educação está para o sonho e nas profundas bagagens vivenciais de professores e alunos, que vão ficando e que vai se carregando ao longo da vida, repaginando e  enriquecendo os envolvidos, tornando as pessoas uma invenção boa delas mesmas. 

Uma conjuntura de incertezas e grandes acontecimentos marcou o ano de 2022 na Educação. Mas uma nova esperança veio anunciar, junto com o Natal, uma nova Educação Nacional, com Novas políticas educacionais. 

Um ano letivo sempre deixa um cansaço e muito estresse e às vezes parece que não vai acabar,  até o seu encerramento: diário eletrônico e carga horária precisam estar muito bem conferidos e alinhados com a legislação. Mas 2023 já está diante de nossos olhos e muitas perspectivas e possibilidades já se enxergam para a Educação do Futuro. Tudo vai ser muito melhor que 2022 se soubermos viver o kairós no chronos e entendermos que somos responsáveis pela sociedade que temos bem como os únicos capazes de melhorá-la por meio da educação.

O ano não termina enquanto não se confere tudo nos detalhes,  realiza a atribuição de turmas e aulas, elabora o calendário de 2023, organiza o quadro de escola, faz-se reuniões e mais reuniões de orientações e planejamento, com o objetivo de liquidar de vez 2022.

Sim, depois de tudo, aí vem as férias. É um tempo de descanso, da gente vê um bom filme, ler um bom livro e dar um passeio. Sendo isto, as férias é a oportunidade que se tem de viver o kairós em um desligar do tempo medido e encontrar um deleite no descanso justo. 

O tempo de férias é pra viver a intensidade do instante vivido, o kairós do oportuno e do inesperado, que torna um acontecimento algo  especial e memorável, não em seus números, mas em sua significância. É aquele que nos coloca diante de um livro com o prazer de ler, e de um filme com o contentamento de assistir e se emocionar de verdade com uma história e em um passeio, vivenciando o encontro com gente,  sem régua e nenhum tipo de sela que nos faz contemplar os outros das nossas próprias prisões. 

Será que é possível separar chronos de kairós, sonhos de segurança, férias de trabalho? Ou precisamos estudar a grande lição da vida que nos ensina como equilibrá-los e a vivenciar tanto mais um quanto mais o outro no kairós?

                                                Por Deodato Gomes