Professores estaduais de Minas Gerais terão aumento de 31,7% em 3 parcelas
Acordo entre governo de Minas e o sindicato prevê que a categoria passe a receber o piso nacional de R$ 1,9 mil a partir de agosto de 2017. Aposentados terão o mesmo aumento.
A coordenadora geral do Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz
Cerqueira, classificou o acordo firmado com o Governo do Estado nesta
sexta-feira (15/5), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, como inédito.
Segundo ela, foi dado o primeiro passo “para o início da recuperação da
carreira dos professores”.
“A diferença é que nós tivemos um
processo de negociação que, infelizmente, o choque de gestão do governo
anterior não soube respeitar. Foram impostos à categoria projetos de lei e
resoluções aprovados na Assembleia (Legislativa) que trouxeram muitos prejuízos”,
afirmou a dirigente.
As negociações entre o Governo de
Minas Gerais e a categoria iniciaram-se em janeiro, logo após o governador
Fernando Pimentel assumir o cargo. No total, foram 12 reuniões entre
representantes do governo do Estado e dos profissionais da Educação até
fecharem um acordo, que foi aprovado em assembleia pela categoria, na última
quinta-feira (14/5).
Entre os pontos destacados pela
coordenadora do Sind-UTE como as maiores conquistas da categoria estão o fim do
subsídio e o retorno do vencimento básico, retirado da categoria em 2011, a
garantia de abonos e de reajustes anuais do piso, o mesmo tratamento aos
aposentados e servidores ativos, a diferenciação de três níveis de
escolaridade, entre outras. “Quando chegarmos em 2018, teremos quase 70% dos
profissionais em situação melhor”, ressaltou.
“Os governos anteriores tiveram
uma chance de valorizar a educação e cumprir aquilo que foi acordado. Mas os
documentos foram descumpridos. Nosso sentimento é de conquista. Não de benesse.
É um sentimento de que nós começamos a recuperar aquilo que perdemos. Fomos
muito humilhados, muito maltratados, não existia mesa de negociação”, completou
a sindicalista.
Beatriz Cerqueira ainda lembrou
que, no passado, o único caminho encontrado foi a realização de greves. Em
2013, elas chegaram a durar 60 dias. “A gente poderia estar num patamar muito
melhor. Estamos agora recuperando o que perdemos na última década”, disse.
A dirigente também lembrou que
Minas Gerais está sendo pioneira em relação ao resto do país ao conseguir um
acordo com os professores. “Se fizemos um balanço nacional, poucos tiveram o
nível de conquista que nós tivemos, resultado de anos de luta”, completou.
Estado de Minas - Sábado - 16 de Maio de 2015
Estado de Minas - Sábado - 16 de Maio de 2015