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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Fichamento da Obra: Malês 1835: Negra Utopia Autor: Fábio Nogueira Capítulo 1: O Haiti é aqui (pp. 21-26)

Fichamento da Obra: Malês 1835: Negra Utopia

Autor: Fábio Nogueira

Capítulo 1: O Haiti é aqui (pp. 21-26)

Tipo de Fichamento: Crítico

1. Introdução:

Nogueira (2019) inicia o capítulo traçando um paralelo entre a Revolta dos Malês e a Revolução Haitiana, ambas inspiradas por ideais de liberdade e  resistência à opressão. O autor destaca a influência da Revolução Haitiana nos movimentos de resistência à escravidão no Brasil do século XIX, enfatizando a diversidade cultural e a busca por autonomia presente nesses movimentos.

2.  O Haiti é aqui:

"Havia se passado algumas décadas, mas os rumores da rebelião negra que libertou o Haiti do domínio francês (1791-1804), derrotando as tropas de Napoleão, ainda repercutiam fundo no Brasil escravista do século XIX." (NOGUEIRA, 2019, p. 23)

O autor argumenta que a Revolução Haitiana serviu como um exemplo inspirador para os escravizados e libertos no Brasil, mostrando que a luta contra a escravidão era possível e que a liberdade poderia ser conquistada.

3. Quilombo dos Palmares e a resistência negra:

Nogueira (2019) destaca a importância do Quilombo dos Palmares como símbolo da resistência negra à escravidão no Brasil, evidenciando a capacidade de organização e luta dos africanos escravizados.

"O Quilombo dos Palmares [...] aproveitando-se da relativa desorganização do aparato colonial português ante a ocupação holandesa. Quilombo, palavra de origem banto, após um percurso particular característico a todo e qualquer movimento de caráter popular em nosso país, passou ao nosso léxico como sinônimo de rebeldia." (NOGUEIRA, 2019, p. 24)

4.  A Revolta dos Malês:

O autor contextualiza a Revolta dos Malês,  ressaltando seu caráter singular como um levante urbano de negros escravizados e libertos que buscavam  liberdade religiosa e o fim da escravidão.

"A Revolta dos Malês é o mais importante levante urbano de negros do país e, portanto, um dos principais momentos da resistência negra contra o escravismo." (NOGUEIRA, 2019, p. 25)   

5.  Análise crítica:

Nogueira (2019) apresenta uma análise crítica da historiografia tradicional sobre a Revolta dos Malês,  questionando a visão que a considera um evento isolado e sem conexão com outros movimentos de resistência. Ele defende a importância de se estudar a revolta em seu contexto histórico,  compreendendo as motivações,  as estratégias e o legado dos africanos escravizados que lutaram por liberdade.

6. Citações relevantes:

"A luta dos negros contra a escravidão ocorreu num contexto multicultural em que as diferenças étnicas, linguísticas e religiosas foram colocando sinais profundos na história da luta de classes em nosso país." (NOGUEIRA, 2019, p. 24)

"A resistência ao escravismo, como muito bem apontou Clóvis Moura, não foi algo episódico, mas uma condição permanente." (NOGUEIRA, 2019, p. 24)

"Eram pessoas que carregavam em suas mentes e corações as experiências de viver em um continente rico e próspero, que começava a ser devastado por guerras e conflitos para atender aos interesses das elites locais e coloniais." (NOGUEIRA, 2019, p. 26)   

7.  Considerações:

O capítulo "O Haiti é aqui" apresenta uma introdução instigante à Revolta dos Malês, contextualizando-a  no  cenário da resistência negra à escravidão no Brasil do século XIX. Nogueira (2019)  destaca a influência da Revolução Haitiana e a importância de se estudar a revolta em sua complexidade,  reconhecendo as  motivações,  as  estratégias e o legado dos africanos escravizados que lutaram por liberdade. A obra  contribui para uma compreensão mais profunda da história da luta contra a escravidão no Brasil e  convida à reflexão sobre a persistência do racismo e da desigualdade social em nossa sociedade.

8.  Questões para aprofundamento:

Como a Revolução Haitiana influenciou outros movimentos de resistência à escravidão nas Américas?

Quais as principais diferenças e semelhanças entre a Revolta dos Malês e outros levantes de escravizados no Brasil?

Como a historiografia tem abordado a Revolta dos Malês ao longo do tempo?

Qual o legado da Revolta dos Malês para a luta contra o racismo e a desigualdade social no Brasil contemporâneo?

Acesse o livro gratuitamente aqui: https://www.informativogirassol.blog.br/2024/11/livro-gratuito-sobre-revolta-dos-males.html

Nogueira, Fábio Malês 1835 : negra utopia / Fábio Nogueira. -- São Paulo : Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, 2019. -- (Coleção rebeliões populares ; 1)

Livro gratuito sobre a Revolta dos Malês: ferramenta para educadores!

Sociólogo lança livro gratuito sobre a Revolta dos Malês: uma ferramenta para o ensino da história e da luta contra o racismo.

Salvador, Bahia - O sociólogo Fábio Nogueira, professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), lançou recentemente o livro "Malês 1835: negra utopia", que conta a história da Revolta dos Malês. A obra, disponibilizada gratuitamente pela Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, tem como objetivo principal levar conhecimento sobre este importante episódio da história brasileira para um público amplo, especialmente para educadores e estudantes. Você pode baixar o livro gratuitamente aqui: https://drive.google.com/file/d/1-zn9k4aU5G9AA2KmM06DvF2AIxKB6-CH/view?usp=sharing

A Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador em 1835, foi uma insurreição protagonizada por africanos escravizados e libertos, muitos dos quais eram muçulmanos. O levante, que buscava a liberdade religiosa e o fim da escravidão, foi brutalmente reprimido, mas deixou um legado de resistência e luta contra a opressão.

O livro de Nogueira se destaca por apresentar uma análise aprofundada da Revolta dos Malês, contextualizando-a no cenário social, político e econômico da Bahia do século XIX. O autor destaca a importância de conhecer a história daqueles que lutaram contra a escravidão, e como essa luta ainda se faz presente nos dias de hoje.

"É fundamental que a história da Revolta dos Malês seja contada e recontada, para que possamos entender as raízes do racismo e da desigualdade social em nosso país", afirma Nogueira. "Este livro é uma ferramenta para educadores que buscam levar para a sala de aula a história da resistência negra e da luta por justiça social."

Bruno Leal, historiador e professor da Universidade de Brasília, destaca a importância do livro de Nogueira para o ensino da história e da luta contra o racismo. "A obra de Fábio Nogueira é uma contribuição valiosa para a historiografia brasileira, ao trazer uma nova perspectiva sobre a Revolta dos Malês e seus desdobramentos na sociedade brasileira", afirma Leal. "É um livro fundamental para educadores que buscam trabalhar com a história da África e da cultura afro-brasileira em sala de aula."

Leal também ressalta a importância de se discutir a Revolta dos Malês no contexto da luta contra o racismo. "A história da Revolta dos Malês nos mostra como o racismo estrutural se manifesta na sociedade brasileira, e como a luta contra essa forma de opressão é fundamental para a construção de um país mais justo e igualitário", conclui.

Drão de DEODATO GOMES COSTA


Drão – Uma Reflexão Sobre o Amor e a Transformação

Lembro-me com carinho de ouvir Wilton, meu cunhado, cantar a canção Drão com sua voz carregada de emoção. Sempre me impressionei com a profundidade e a beleza poética dessa música, que aborda de forma única a grandiosidade do amor mesmo diante da dor da separação. É uma canção que nos convida a enxergar o amor como algo que transcende as relações humanas, permanecendo vivo e transformador, mesmo nos momentos de ruptura.

Ao pesquisar sobre a origem da música, descobri que Drão é uma referência a Sandra Gadelha, mãe de Preta Gil, que foi apelidada de "Sandrão" ou "Drão" por Maria Bethânia. A canção foi composta no momento da separação entre eles, o que confere ainda mais intensidade e verdade aos seus versos. A conexão com esse contexto de vida real torna a letra uma expressão universal de amor, perdão e renovação.

Vamos, então, analisar e interpretar os versos desta obra-prima.

O Amor como Ciclo de Vida

Na abertura da canção, Gil compara o amor a um "grão", uma metáfora que sugere o ciclo da vida:

"O amor da gente é como um grão / Uma semente de ilusão / Tem que morrer pra germinar."

Esses versos nos ensinam que o amor, assim como a natureza, é dinâmico e precisa passar por transformações para florescer em novos contextos. O "morrer" aqui não é um fim absoluto, mas uma etapa necessária para que algo maior possa nascer.

Ao falar sobre "ressuscitar no chão, nossa semeadura", o autor reafirma a ideia de que mesmo o amor que parece terminar deixa sementes que germinam em outras formas, seja na memória, seja nos frutos de uma relação, como os filhos ou o aprendizado adquirido.

A Caminhada e os Desafios

"Quem poderá fazer aquele amor morrer? / Nossa caminhadura / Dura caminhada pela estrada escura."

A metáfora da "estrada escura" aponta para os desafios enfrentados em um relacionamento e, especialmente, em uma separação. A "caminhadura" simboliza a perseverança necessária para enfrentar essas dificuldades sem perder de vista o valor do amor vivido.

Mesmo diante do término, há um pedido para que a separação não destrua o coração:

"Drão / Não pense na separação / Não despedace o coração."

Aqui, o eu lírico sugere que, apesar do fim de uma etapa, o amor verdadeiro é maior do que as dores momentâneas. Ele se estende como um "monolito", sólido e eterno, compondo a "arquitetura" da vida construída juntos.

A Reconciliação com as Imperfeições

"Os meninos são todos sãos / Os pecados são todos meus."

Esses versos demonstram humildade e responsabilidade ao assumir os erros cometidos no relacionamento, enquanto reafirmam a inocência e a continuidade da vida representada pelos filhos. O eu lírico se coloca em um estado de confissão, mas reconhece que "não há o que perdoar", sugerindo que o amor verdadeiro está acima das falhas humanas, sendo sustentado pela compaixão.

O Amor como Essência da Vida

Na conclusão da canção, Gil retoma a metáfora do grão:

"Se o amor é como um grão / Morre, nasce trigo / Vive, morre pão."

Esse trecho reflete a transitoriedade e a permanência do amor. O grão, que morre para dar lugar ao trigo, e o trigo, que vira pão, simbolizam a transformação do amor em alimento para a vida. Mesmo quando parece findar, o amor renasce e continua a sustentar e nutrir aqueles que dele participaram.

Reflexão Final

Drão é mais do que uma música sobre o fim de um relacionamento; é uma lição sobre a resiliência do amor e sua capacidade de se transformar. Gilberto Gil nos convida a enxergar a separação não como uma perda definitiva, mas como uma mudança que faz parte do ciclo natural do amor.

Ao aceitar que o amor precisa "morrer para germinar", aprendemos que ele nunca desaparece, mas se perpetua nos frutos que produz, seja em gestos, seja na memória, seja nos vínculos que permanecem.

Saber que Drão era o apelido carinhoso de Sandra Gadelha — "Sandrão", abreviado para "Drão" — reforça o caráter íntimo e autobiográfico da canção. Porém, Gil conseguiu universalizar sua vivência, transformando uma experiência pessoal em uma reflexão sobre os ciclos de amor e dor que todos nós enfrentamos em nossas vidas.

Que possamos, assim como nos ensina a canção, olhar para o amor com compaixão e reconhecer sua força transformadora em nossas vidas.

@professordeodatogomes

LITURGIA DE DOMINGO DIA 24-11-2024

 Domingo, 24 de Novembro de 2024

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, Solenidade, Ano B
Hoje, omite-se a Memória de Santo André Dung-Lac, presbítero, e companheiros mártires
Leituras:
Dn 7,13-14
Sl 92(93),1ab.1c-2.5 (R. 1a)
Ap 1,5-8
Jo 18,33b-37
PRIMEIRA LEITURA

Seu poder é um poder eterno.

Leitura da Profecia de Daniel 7,13-14
13
"Continuei insistindo na visão noturna,
e eis que, entre as nuvens do céu,
vinha um como filho de homem,
aproximando-se do Ancião de muitos dias,
e foi conduzido à sua presença.
14
Foram-lhe dados poder, glória e realeza,
e todos os povos, nações e línguas o serviam:
seu poder é um poder eterno
que não lhe será tirado,
e seu reino, um reino que não se dissolverá".
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial  Sl 92(93),1ab.1c-2.5 (R.1a)
R. Deus é Rei e se vestiu de majestade,
     glória ao Senhor!

1a
Deus é Rei e se vestiu de majestade, *
  b
revestiu-se de poder e de esplendor! R.
  c
Vós firmastes o universo inabalável, 
2
vós firmastes vosso trono desde a origem, *
desde sempre, ó Senhor, vós existis! 
R.
5
Verdadeiros são os vossos testemunhos, 
refulge a santidade em vossa casa, *
pelos séculos dos séculos, Senhor!
 R.

SEGUNDA LEITURA

O soberano dos reis da terra fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai.

Leitura do Livro do Apocalipse 1,5-8
5
Jesus Cristo, é a testemunha fiel,
o primeiro a ressuscitar dentre os mortos,
o soberano dos reis da terra.
A Jesus, que nos ama,
que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados
6
e que fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai,
a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém.
7
Olhai! Ele vem com as nuvens,
e todos os olhos o verão
também aqueles que o traspassaram.
Todas as tribos da terra
baterão no peito por causa dele.
Sim. Amém!
8
"Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Senhor Deus,
"aquele que é, que era e que vem,
o Todo-poderoso".
Palavra do Senhor.

Aclamação ao Evangelho  Mc 11,9.10
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. É bendito aquele que vem vindo,
    que vem vindo em nome do Senhor,
    e o Reino que vem, seja bendito,
    ao que vem e a seu Reino, o louvor!

  EVANGELHO

Tu o dizes: eu sou rei.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 18,33b-37

Naquele tempo,
33b
Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe:
"Tu és o rei dos judeus?"
34
Jesus respondeu:
"Estás dizendo isto por ti mesmo,
ou outros te disseram isto de mim?"
35
Pilatos falou: 
"Por acaso, sou judeu?
O teu povo e os sumos sacerdotes 
te entregaram a mim.
Que fizeste?".
36
Jesus respondeu:
"O meu reino não é deste mundo.
Se o meu reino fosse deste mundo,
os meus guardas lutariam
para que eu não fosse entregue aos judeus.
Mas o meu reino não é daqui".
37
Pilatos disse a Jesus:
"Então tu és rei?"
Jesus respondeu:
"Tu o dizes: eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto:
para dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade
escuta a minha voz".
Palavra da Salvação.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

DOCUMENTOS Declaração de Líderes do Rio de Janeiro

Declaração de Líderes do Rio de Janeiro

 Os líderes do G20 reuniram-se no Rio de Janeiro, de 18 a 19 de novembro de 2024, para enfrentar os principais desafios e crises globais e promover um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo. Na cidade que é o berço da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, os líderes reafirmaram o compromisso de construir um mundo justo e um planeta sustentável, priorizando o combate às desigualdades em todas as suas dimensões, sem deixar ninguém para trás. A Declaração de Líderes do Rio de Janeiro estabelece ações em direção a resultados concretos, com base nas prioridades da presidência brasileira do G20: (i) inclusão social e combate à fome e à pobreza; (ii) desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática; e (iii) a reforma das instituições de governança global. O documento também consagra as conquistas alcançadas pela presidência brasileira ao longo do ano, como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a Força-Tarefa para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima e o Chamado à Ação para Reforma da Governança Global.



A Fome e os Males Sociais: Reflexão de Josué de Castro no Discurso de Lula no G20!


"Criança morta" foi um quadro pintado no período do Expressionismo. O quadro é uma denúncia social, a tela simboliza a dor de uma mãe que perdeu o filho por conta da seca e da fome. Todas as figuras são representadas semelhantes a cadáveres. (Imagem: Wikimedia)

Uma frase de Josué de Castro, "a fome é uma expressão biológica dos males", citada por Lula na abertura do G20, é uma síntese poderosa que conecta a questão biológica da fome com suas raízes sociais e estruturais. No discurso, o Presidente conclamou os líderes globais a agirem contra a fome, destacando que este é um problema que transcende fronteiras e demanda soluções urgentes e coletivas. Essa reflexão, inserida no contexto de um dos fóruns mais importantes do mundo, ressalta a necessidade de enfrentar as desigualdades sociais como forma de combater a fome. Vamos analisá-la:

1. Fome como uma manifestação biológica

A fome é uma necessidade básica do ser humano, relacionada à ausência de alimentos que garantam a sobrevivência. No nível biológico, ela reflete o impacto direto da privação alimentar no corpo humano, comprometendo funções essenciais e levando a problemas de saúde, como desnutrição e doenças associadas.

2. "Males sociais" como causa estrutural

Josué de Castro aponta que a fome não é apenas um problema natural ou acidental, mas sim um reflexo das desigualdades e injustiças sociais. "Males sociais" podem ser entendidos como:

   - Desigualdade econômica**: A concentração de renda e recursos impede que alimentos sejam acessíveis para todos.

 - Exploração e marginalização**: Grupos vulneráveis são frequentemente excluídos dos benefícios do progresso econômico, intensificando sua insegurança alimentar.

   - Falta de políticas públicas: A ausência de iniciativas eficazes para distribuir recursos e promover justiça social perpetua a fome.

3. Fome como uma questão política

A frase sugere que a fome não deve ser tratada apenas como um problema técnico (produção de alimentos), mas como um fenômeno político. Ela é fruto de sistemas de poder que privilegiam poucos e deixam muitos à margem, criando as condições para que os "males sociais" se traduzam em fome.

 4. Implicações éticas e morais

Ao dizer que a fome é a "expressão biológica" dos males sociais, Josué de Castro também faz um apelo ético: é responsabilidade das sociedades enfrentar as causas estruturais que levam à fome. Combatê-la requer não apenas distribuir alimentos, mas também promover mudanças profundas na organização social, econômica e política.

Conclusão

A frase de Josué de Castro nos desafia a enxergar a fome não como uma fatalidade, mas como o sintoma de sistemas injustos que podemos e devemos transformar. Ela nos lembra que, para erradicar a fome, é necessário combater as raízes das desigualdades sociais, promovendo justiça, inclusão e solidariedade.

Confira a íntegra do discurso de Lula na abertura do G20. Presidente conclamou os líderes globais a agirem contra a fome!

 Minhas amigas e meus amigos,

Primeiro, eu quero agradecer a generosidade da presença de vocês, transformando o Rio de Janeiro na capital do mundo, neste dia 18 de novembro, dia 19 de novembro.

É muito importante o que vamos discutir aqui e eu tenho certeza que, se nós assumirmos a responsabilidade com esses assuntos, da fome e da pobreza, nós poderemos ter sucesso em pouco tempo.

Por isso, eu queria dizer a todos vocês: sejam bem-vindos ao Rio de Janeiro. Aproveitem esta cidade que é conhecida como a Cidade Maravilhosa.

Esta cidade é a síntese dos contrastes que caracterizam o Brasil, a América Latina e o mundo.

De um lado, a beleza exuberante da natureza sob os braços abertos do Cristo Redentor.

Um povo diverso, vibrante, criativo e acolhedor.

De outro, injustiças sociais profundas.

O retrato vivo de desigualdades históricas persistentes.

Estive na primeira reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008.

Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior.

Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada.

Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta.

As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas.

O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza.

Segundo a FAO, em 2024, convivemos com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas.

É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome.

São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados.

Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível.

Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável.

A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais.

A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, “a fome é a expressão biológica dos males sociais”.

É produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade.

O G20 representa 85% dos 110 trilhões de dólares do PIB mundial.

Também responde por 75% dos 32 trilhões de dólares do comércio de bens e serviços e dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta.

Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade.

Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Este será o nosso maior legado.

Não se trata apenas de fazer justiça.

Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz.

Não por acaso, esses são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2 da Agenda 2030.

Com a Aliança, vamos articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento.

O Brasil sabe que é possível.

Com a participação ativa da sociedade civil, concebemos e implementamos programas de inclusão social, de fomento da agricultura familiar e da segurança alimentar e nutricional, como o nosso Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social.

Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas.

Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza.

Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome.

E com a Aliança, faremos muito mais.

Aqueles que sempre foram invisíveis estarão ao centro da agenda internacional.

Já contamos com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não-governamentais.

Meus agradecimentos a todos os envolvidos na concepção e no funcionamento desta iniciativa, que já anunciaram contribuições financeiras.

Foi um ano de trabalho intenso, mas este é apenas o começo.

A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global.

Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir.

Por isso quero declarar oficialmente lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Muito obrigado.

Bem, meus amigos, daremos agora o início à discussão entre os membros do G20, começando pelos países da troika. Por isso, eu quero passar a palavra para o primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia, última presidência do G20.

FONTE: Agencia Brasil

Discurso do presidente Lula por ocasião do encerramento do G20 Social Discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ocasião do encerramento do G20 Social, no Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 2024

 Queridas companheiras e queridos companheiros, queridos ministros e queridas ministras que estão aqui presentes, queridos companheiros representando o movimento social brasileiro e estrangeiros que estão aqui presentes, eu vou pedir desculpas aos companheiros porque eu não vou precisar utilizar a nominata. Janja, você pode vir aqui me ajudar com essa papelada.

Eu, cumprimentando a minha companheira Janja, eu estarei cumprimentando todas as mulheres aqui presentes, e cumprimentando o companheiro Márcio Macêdo, eu estarei cumprimentando todos os ministros e todos os homens aqui presentes

Eu estou preparado hoje para falar apenas 5 minutos, porque vocês sabem, eu tenho seis discursos para fazer até terça-feira e cada discurso não pode ser mais que 5 minutos. Isso é importante a gente aprender: os presidentes que viajaram do mundo inteiro para vir aqui, eles só podem falar 5 minutos e, quando eu viajo para fora, às vezes uma viagem de 24 horas, também a gente só pode falar 5 minutos. E isso faz com que a gente aprenda a ter mais dificuldade para fazer o discurso, e eu passei a tarde de ontem com um grupo de assessores discutindo cada discurso, porque a gente tem menos palavras e, portanto, elas têm que ser mais preciosas, mais estudadas, e mais delicadas para a gente fazer o discurso.

Eu só queria, antes de fazer o meu discurso escrito que está aqui, dizer para vocês que não é fácil a gente trabalhar para engajar a sociedade em participar em determinadas atividades oficiais de governo.

Todo mundo se lembra que, quando eu estava na presidência, no outro mandato, que a gente fazia a reunião do Mercosul, o movimento social e o movimento sindical, no final de cada reunião, apresentava para os presidentes da América do Sul e do Mercosul as reivindicações deles e a gente ouvia eles fazerem seu discurso. E depois, isso acabou, porque depende muito da vontade de cada presidente.

E eu participei do primeiro G20 em 2008, por conta da crise do subprime, aquela crise que aconteceu sobretudo nos Estados Unidos, onde os americanos perderam 10 milhões de casas. Vocês se lembram. Eu participei da primeira vez, participei da segunda vez, em Londres, e na última vez eu já levei a Dilma [Rousseff, ex-presidenta do Brasil e atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento] porque ela tinha sido eleita presidente, na Coreia. Depois, eu votei 14 anos depois, e estou participando agora no Brasil.

Eu já participei na África do Sul. Não, eu participei na China e na Índia. Bem, eu só poderia inventar o foro social do G20 aqui no Brasil, eu não poderia dar palpite para que outro presidente fizesse no seu mandato. E eu fiquei imaginando como é que a gente ia fazer para que a sociedade, em todos os países do mundo, pudesse assumir o trabalho de reforçar para que as coisas acontecessem de verdade para o povo, com o povo ajudando a decidir.

Eu convidei o presidente [Cyril] Ramaphosa, da África do Sul, liguei pessoalmente para ele. Ele me disse que viria, depois ele ligou dizendo que, por motivos pessoais e motivos políticos na África do Sul, ele não poderia vir e ele mandou o seu ministro das Relações Exteriores. E eu tenho certeza que o presidente Ramaphosa vai fazer um foro social do G20 na África do Sul, e eu espero estar presente para participar do social e participar do G20 oficial.

O que é importante é que este é um momento histórico para mim e um momento histórico para o G20.

Ao longo deste ano, o grupo ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro: o pilar social, construído por vocês.

Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, mais justo e mais diverso.

De forma inédita, os grupos de engajamento puderam interagir com os chanceleres e com os ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais das maiores economias do planeta Terra.

Tive a satisfação de dialogar pessoalmente com os representantes de cada grupo.

Nos últimos dias, pela primeira vez na trajetória do G20, a sociedade civil de várias partes do mundo, em suas mais diversas formas de organização, se reuniu para formular e apresentar suas demandas à Cúpula de Líderes.

Nos dezesseis anos desde a primeira Cúpula, o G20 se consolidou como o principal fórum de cooperação econômica mundial e como importante espaço de concertação política.

Mas a economia e a política internacional não são monopólio de especialistas e nem de burocratas.

Elas não estão só nos escritórios da Bolsa de Nova York ou na Bolsa de São Paulo, nem só nos gabinetes de Washington, Pequim, Bruxelas ou Brasília.

Elas fazem parte do dia a dia de cada um de nós, alargando ou estreitando as nossas possibilidades.

Os membros do G20 têm o poder e a responsabilidade de fazer a diferença para muita gente.

Para as mulheres, ao fomentarem o empreendedorismo e a autonomia econômica feminina, como fez o Grupo de Trabalho sobre Empoderamento.

Para os povos tradicionais e indígenas, ao promoverem os produtos da biodiversidade, como fez a Iniciativa sobre a Bioeconomia.

Para os afrodescendentes, ao adotarem o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 18 sobre igualdade racial, como fez o Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento.

Para o planeta, ao incentivarem a ambição climática em linha com o objetivo de limitar o aquecimento global a um grau e meio, como fez a Força Tarefa do Clima.

Nada disso teria sido possível sem a contribuição de todos vocês que estão aqui hoje.

A presidência brasileira não teria avançado nas três prioridades que escolheu se não fosse a participação decisiva das organizações e movimentos que integram o G20 Social.

A mobilização permanente de vocês será fundamental:

• para impulsionar os trabalhos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e avançar na tributação dos super-ricos;

• para garantir o cumprimento das metas de triplicar o uso de energias renováveis e antecipar a neutralidade de emissões;

• e para levar adiante nosso Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global, assegurando instituições multilaterais mais representativas.

A presidência brasileira do G20 deixará um legado robusto de realizações, mas ainda há muito por fazer para melhorar a vida das pessoas.

Para chegar ao coração dos cidadãos comuns, os governos precisam romper com a dissonância cada vez maior entre a “voz dos mercados” e a “voz das ruas”.

O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias.

O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas.

Precisa ouvir a juventude, que enfrentará as consequências das tarefas que deixarmos inacabadas.

Precisa preservar o espaço público, para que o extremismo não gere retrocessos nem ameace direitos.

Precisa se comprometer com a paz, para que rivalidades geopolíticas e conflitos não nos desviem do caminho do desenvolvimento sustentável.

Vou levar as recomendações contidas na declaração final que vocês me entregaram aos demais líderes do G20 e trabalhar com a África do Sul para que elas sejam consideradas nas discussões do grupo.

Espero que esse pilar social do G20 continue nos próximos anos, abrindo cada vez mais nossas discussões para o engajamento da cidadania.

Essa cerimônia de encerramento marca o começo de uma nova etapa, que exigirá um trabalho contínuo durante os 365 dias do ano e não só às vésperas das reuniões de líderes.

Também conto com a força de vontade e o dinamismo da sociedade civil para dois outros eventos que o Brasil sediará no próximo ano: a Cúpula do BRICS e a COP30.

Nós vamos seguir construindo, juntos, um mundo justo e um planeta sustentável.

Mas eu não posso terminar sem fazer o meu discursinho de improviso para dar um recado para vocês. O recado é curto e simples: aqui todo mundo teve experiência de participação do fórum social mundial.

Eu participei do primeiro como presidente da República e participei do segundo, e o fórum social mundial teve um problema. É que a gente juntava muita gente do mundo inteiro, a gente fazia muita discussão, mas a gente voltava para casa sem saber o que fazer no dia seguinte. E a gente só ia ser chamado para participar de outro fórum social no ano seguinte.

E a gente discutia, era muita discussão, era muito caderno, era muito panfleto, e a gente ia embora sem saber o que fazer no dia seguinte. Até que isso cansou e as pessoas resolveram começar a parar de participar.

Esse Fórum Social do G20 não pode parar aqui. Vocês não estão fazendo o encerramento do fórum social. Vocês estão fazendo a abertura de uma luta que vocês vão ter que dar sequência durante 365 dias por ano.

Isso aqui é apenas o começo. Não espere a África do Sul para a gente fazer uma nova reunião. Isso aqui, os temas que nós colocamos, são três temas muito importantes.

Quando eu saí da Polícia Federal, a primeira coisa que eu fiz foi procurar o Papa Francisco e o Conselho Mundial da Igreja porque eu queria fazer um documento sobre a indignação da sociedade sobre as mazelas da sociedade.

Vocês sabem que nós temos em cada país uma quantidade enorme de pessoas que são tratadas como se fossem invisíveis. São as pessoas que os governantes não querem enxergar, são as pessoas que aparecem nas estatísticas, todo mundo sabe que elas existem, mas elas são desprezadas no orçamento das prefeituras elas, são desprezadas no orçamento do Estado, e elas são desprezadas no orçamento da União.

E quem sabe que vocês não são invisíveis são vocês. E é por isso que nós colocamos esses três temas na ordem do dia. O primeiro, a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza. E não é apenas alguma desigualdade. É desigualdade racial, é desigualdade de gênero, é desigualdade de comida, é desigualdade na saúde, é desigualdade na educação, é desigualdade nos bairros que a gente mora, é desigualdade na casa que a gente usa, é desigualdade no acesso à água, é desigualdade em quase tudo que a gente faz o dia inteiro.

E é por isso que a gente colocou, porque a gente não tem que esperar o Ramaphosa convocar o G20 para que a gente faça o encontro lá não. O G20 tem que acontecer todo santo dia no nosso dia a dia, porque são setecentos e trinta e três milhões de pessoas que vão dormir toda noite sem ter o que comer.

O mundo gastou no último ano dois trilhões e quatrocentos bilhões de dólares em armamento, e não gastou quase nada para dar comida para as pessoas que precisam tomar café de manhã, almoçar e jantar.

Nós tivemos, nesses últimos anos, mais conflitos, é o período de maior conflito desde a segunda guerra mundial. E só há uma possibilidade de evitar os conflitos: é a gente dar importância ao Conselho de Segurança da ONU e a gente ter mais representatividade.

Quando a ONU foi criada, só tinha cinquenta e seis países participando, e hoje são cento e noventa e seis países. E eu fico me perguntando aonde é que está o continente africano na ONU, aonde é que está o continente latino-americano, aonde é que está grande parte dos países asiáticos, onde é que está os países importantes.

Só o Egito, são cento e seis milhões de habitantes, a Etiópia, cento e vinte e seis milhões de habitantes, a Argélia, duzentos e dezesseis milhões de habitantes, mais a África do Sul, mais o Brasil, duzentos milhões de habitantes, mais o México, mais de cem milhões de habitantes, mais a Alemanha, mais a Índia. Onde que esses países estão que eles não participam do Conselho de Segurança Nacional para tomar decisões coletivas e ajudar a gente a implantar as coisas que temos que implantar?

É por isso que nós temos que ter claro que essa luta é a luta do dia a dia. A questão do clima não é mais uma questão da Marina Silva, do Meio Ambiente, não é mais uma questão dos estudantes da USP.

A questão climática é uma questão que a gente está vendo acontecer no nosso quintal, na nossa rua, no nosso bairro. Esses dias eu vi neve na Arábia Saudita. Esses dias eu fui ao Pantanal e vi outro deserto. E esses dias a gente viu a enchente do Rio Grande do Sul. A gente viu o que está acontecendo em Valência, agora na Espanha, a gente viu o que aconteceu na Alemanha, na Itália.

O clima está mudando e se tem um responsável, se chama ser humano. Nós somos responsáveis com a única casa que a gente tem que é o planeta Terra. Então essa luta que a gente tem que fazer é uma luta do dia a dia nosso.

É importante, companheiro Márcio, eu sou muito agradecido pelo sucesso do G20, mas é preciso ter uma programação. O que é que a gente vai fazer no mês de janeiro, o que é que a gente vai fazer no mês de fevereiro, o que é que a gente vai fazer no mês de março, no mês de maio.

Nós precisamos programar para que a gente possa começar a transformar em política as coisas que a gente acerta. Eu dizia que a gente só ia acabar com a fome o dia que a gente transformasse a fome num assunto político. Enquanto ela for apenas um assunto social, ela não será tratada com respeito.

É preciso a gente assumir responsabilidade e é isso que eu vou tentar fazer ao entregar esse documento para os países que estão aí. É verdade que os países que estão aí representam 85% do PIB mundial, representam quase 80% do comércio e representam praticamente quase dois terços da população mundial.

Então a gente pode fazer a diferença, mas se a gente enquanto dirigente não assumir vocês é que tem que fazer a diferença. Gritem, protestem, reivindiquem porque senão as coisas não acontecem

E aqui eu quero terminar, companheiro Eduardo Paes. Eu não sei se o G20, se o BRIC vai ser feito aqui. Agora isso vai depender da avaliação que vocês fizerem. Se o Rio de Janeiro tratou vocês bem, se vocês comeram bem, se vocês dormiram bem, se vocês estão satisfeitos, porque nós temos dois eventos importantes para marcar a nossa história. Nós temos os BRICS, que vai ser aqui no Brasil, e nós vamos ter a COP30 no estado do Pará.

Ou seja, todo mundo no mundo inteiro fala da Amazônia. Você vai na Alemanha, fala da Amazônia, você vai na África do Sul, fala da Amazônia, você vai nos Estados Unidos, fala da Amazônia, você vai na Argentina, fala da Amazônia, você vai no México, fala da Amazônia. Agora chegou a hora da Amazônia falar para o mundo o que é que nós queremos.

As pessoas têm que saber que embaixo de cada copa de árvore tem um ser humano, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um indígena, tem um pequeno trabalhador rural, tem um extrativista, e as pessoas têm que saber. Para que a gente possa proteger a nossa floresta, esse povo tem que comer, e para ele comer, os países ricos têm que ajudar a financiar a proteção da nossa floresta, para que a gente possa cuidar com dignidade dela e cuidar do nosso povo.

Por isso, companheiros e companheiras, meus agradecimentos. Mas eu quero que vocês, ao saírem daqui, vocês saiam dizendo: não foi o fórum social aquela assembleia que o Lula participou, aquele documento que o Lula recebeu… Ah, peraí, eu vou falar ainda. Esse aqui, o documento que vocês me entregaram não é o fim de um processo, é o começo de um processo, e hoje eu tenho um segundo discurso que eu vou fazer no show, também, o festival Aliança Global. Se vocês estiverem aí e forem lá, eu posso até cantar um pouco para vocês.

Mas o que é importante é que a gente tem que envolver o movimento social, tem que envolver artistas, tem que envolver empresários, tem que envolver catadores de papel, tem que envolver papeleiros, ou seja, nós temos que envolver o mundo porque a gente pode mudar se a gente tiver vontade.

Por isso, companheiros e companheiras, muito obrigado. De coração, Márcio, obrigado pelo trabalho. Quero agradecer a todas as pessoas que ajudaram você a fazer isso, mas quero agradecer sobretudo ao povo brasileiro pela generosidade, pela bondade e pela vontade da gente mudar a história do Brasil e a história do planeta Terra.

Um abraço, felicidade para vocês e até a noite, no show da Cúpula Global contra a miséria e a pobreza.

Um beijo no coração.

Curso Gratuito: Formação para Docência e Gestão em Relações Étnico-Raciais e Quilombolas – Inscreva-se Agora!

🌟 Convite Especial aos Professores da Rede Municipal e Estadual de Carlos Chagas! 🌟

💡 Transforme sua prática educativa com o curso de Formação para Docência e Gestão para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Quilombolas! 💡

O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), por meio do CEAD e em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), está oferecendo uma oportunidade imperdível para os professores, técnicos e gestores da Educação Básica da nossa rede municipal e estadual. Confira os detalhes e prepare-se para embarcar nesta jornada de transformação educacional:

✨ Sobre o curso:

- Nome: Formação para Docência e Gestão para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Quilombolas  

- Modalidade: Totalmente a distância (EaD)  

- Duração: 120 horas (3 meses)  

-Atividades: Síncronas e assíncronas pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)  

- Gratuito: Sim, 100% gratuito!  

📌 Quem pode participar? 

- Professores(as), técnicos(as) e gestores(as) da Educação Básica da rede pública.  

📆 Inscrições:  

- De 12 de novembro (12h00) a 27 de novembro (23h00) de 2024.  Acesse o link de inscrição aqui: https://docs.google.com/forms/u/0/d/e/1FAIpQLScsHSRgcyEH0s8VCNPGLickWMyWRh6UZENFiWRI2-h5tcoMLQ/viewform?usp=send_form&pli=1

As vagas são limitadas e preenchidas por ordem de inscrição. Não deixe para a última hora!  

🎓 Aula inaugural:  

- Dia 05 de dezembro de 2024 

🔗 Por que participar? 

Este curso oferece uma abordagem prática e reflexiva sobre as relações étnico-raciais e quilombolas na educação, alinhada às demandas atuais. Ao concluir, você estará mais preparado para promover uma educação inclusiva e transformadora em nossa comunidade.

👉 Inscreva-se e seja um agente de mudança! 

"Caros colegas, é essencial que os professores, supervisores e gestores da nossa rede participem deste curso. A formação nos permitirá avançar na implementação da **Lei nº 10.639/03**, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio. Este é um passo fundamental para compreendermos, de forma prática e reflexiva, como garantir a equidade em nossas escolas, promovendo uma educação mais inclusiva e transformadora para todos." Deodato

Não perca essa oportunidade de fortalecer sua formação e contribuir para uma educação pública mais justa e igualitária.

Carlos Chagas conta com você para fazer a diferença na educação! 🌍✊

Acesse o Edital: https://drive.google.com/file/d/1SJpNTAJGYB0DjmbFkf1bO3Xh2IO1s1PT/view?usp=sharing

Anexo ao Edital: https://docs.google.com/document/d/155R4HCGjcYXiQxZh0U_UnccsDv-v72r5DI7Gg5dZcvM/edit?usp=sharing

VI-Encontro Presencial do LEEI é sábado e será o penúltimo! Encerrando com Chave de Ouro!

Convite Especial aos Professores da Educação Infantil: Vamos Encerrar o Ciclo do LEEI com Chave de Ouro!

Queridos professores da Educação Infantil,

O grande momento se aproxima! No dia 23 de novembro,(sábado) das 8h às 17h, nos reuniremos para o penúltimo Encontro Presencial de Formação do LEEI, um dia inesquecível, cheio de aprendizado, trocas de experiências e muita inspiração. Em breve, encerraremos este ciclo transformador e queremos celebrar cada passo dado ao seu lado!

📍 Local: Espaço CDL - Carlos Chagas/MG

O que esperamos? Como disse Rose no conviete, sua energia contagiante e disposição para compartilhar ideias e fortalecer ainda mais essa jornada incrível.

Não perca essa oportunidade de enriquecer sua prática pedagógica e se conectar com colegas dedicados a transformar a Educação Infantil. Será um dia especial para relembrarmos conquistas, aprendermos juntos e traçarmos novos caminhos. 🌟

Junte-se a nós e prepare-se para o encerramento deste ciclo!

Estamos contando com você para fazer deste encontro um momento memorável. ❤️

📝Organização: Rosilene Soares Pêgo - Formadora Municipal

Deixe seu legado no LEEI também. Até lá!

Compartilhe esse convite com seus colegas e venha construir mais um capítulo especial da nossa educação! 📚

PALESTRA: Diretor Escolar: da Formação Continuada à Liderança Transformadora - Um Olhar Acadêmico.

Diretor Escolar: da Formação Continuada à Liderança Transformadora - Um Olhar Acadêmico

Palestra promovida pelo MEC para Diretores Escolares, no dia deles, como homengagem: "Diretor Escolar: da Formação Continuada à Liderança Transformadora". Um conteúdo excelente e inspirador! Fiz um recorte no vídeo, destacando exclusivamente a palestra. É uma oportunidade valiosa para os diretores ampliarem seus conhecimentos. Vale a pena compartilhar para todos assistirem! 📚✨ Deodato


Introdução:

O papel do diretor escolar tem se tornado cada vez mais complexo e desafiador.  A palestra "Diretor Escolar: da formação continuada à liderança transformadora"  aborda a importância da formação contínua para que o diretor possa  exercer uma liderança eficaz e transformadora no contexto escolar atual. A seguir, apresento  os principais pontos discutidos, aprofundando a análise sob a perspectiva da gestão escolar.

Desfazendo Mitos sobre a Formação Contínua:

É preciso desmistificar a ideia de que a formação continuada surge para suprir um déficit  de formação dos profissionais da educação. Na verdade,  ela é essencial para a atualização constante  diante dos desafios de uma sociedade em rápida transformação.  A formação continuada deve  promover a reflexão crítica sobre o papel social da escola e  capacitar os diretores a  lidarem com as novas demandas, como a inclusão de alunos imigrantes,  a  educação ambiental e o uso de tecnologias digitais.

Liderança x Gestão:

A palestra  destaca a diferença entre  gestão e liderança.  Enquanto a gestão  foca  nas tarefas administrativas e burocráticas, a liderança  se concentra  na  construção de  relações, na  motivação da equipe e na  busca por  metas  comuns.  Um bom gestor nem sempre é um bom líder, e  um bom líder pode  emergir  em qualquer  nível da  organização escolar,  mesmo sem ocupar  cargos de gestão.

Tipos de Liderança:

A palestra  apresenta  dois  tipos de liderança  relevantes para o contexto escolar:  a liderança democrática e participativa e a liderança transformadora.

Liderança Democrática e Participativa:  Pressupõe a  inclusão de todos  na  tomada de decisões,  por meio do diálogo, da negociação e da construção de consensos.  Estimula a participação  dos  diferentes atores da comunidade escolar, reconhecendo a importância da  diversidade de  perspectivas.

Liderança Transformadora:  O líder  inspira e  motiva a equipe a  superar  desafios,  desenvolver suas  capacidades e  buscar  a  excelência.  Estimula a  criatividade, a  inovação e o  comprometimento com a  melhoria  contínua da escola.

Componentes da Liderança Transformadora:

A palestra  menciona  quatro componentes  essenciais da  liderança transformadora,  baseados  nos estudos de  Bass e Avolio:

Influência Idealizada: O líder  atua como  modelo a ser seguido,  inspirando  admiração e  respeito.

Motivação Inspiradora:  O líder  motiva a equipe  com  entusiasmo,  otimismo e  uma visão clara  do futuro.

Estimulação Intelectual:  O líder  incentiva a  criatividade, a  reflexão crítica e a  busca por  soluções inovadoras.

Consideração Individualizada:  O líder  demonstra  atenção e  cuidado  com  cada  membro da equipe,  reconhecendo  suas  necessidades e  potencialidades.

Conclusão:

A palestra "Diretor Escolar: da formação continuada à liderança transformadora"  oferece  uma  valiosa contribuição para a  reflexão sobre o papel  do diretor  na  educação atual.  A formação continuada  e o  desenvolvimento de  uma  liderança  transformadora  são  fundamentais para a  construção de  escolas  mais  democráticas,  inovadoras e  eficazes  no  processo de  ensino-aprendizagem.

Observação:  Este texto foi elaborado com base na transcrição da palestra, buscando manter a fidelidade às ideias apresentadas.  Acredito que  a discussão, a  análise  e  os  comentários adicionais  contribuem para  aprofundar o conhecimento sobre o tema.

sábado, 16 de novembro de 2024

O Cine Filadélfia e a História do Cinema em Carlos Chagas: Memórias de uma Era de Ouro!

A História do Cinema em Carlos Chagas: Um Olhar Histórico a Partir do Depoimento do Sr. Walfredo Avelar

A narrativa de Sr. Walfredo Avelar, registrada em 19 de julho de 2012, na Escola Estadual Dr. João Beraldo, apresenta uma rica descrição do desenvolvimento do cinema em Carlos Chagas, evidenciando seu papel cultural e social na comunidade. A trajetória do cinema local reflete tanto os avanços tecnológicos da época quanto a resiliência de empreendedores apaixonados pela arte cinematográfica. O depoimento oferece um valioso panorama das transformações vivenciadas pelo cinema na cidade, desde os primeiros experimentos até o encerramento definitivo em 1992.

Os Primeiros Passos: Cine Vitória e a Chegada do Cinema em Carlos Chagas

O cinema em Carlos Chagas teve início em 1948, quando Fábio Ganem, oriundo de Teófilo Otoni, trouxe um projetor de 8mm e o instalou na Loja Maçônica Nova Filadélfia, localizada na Rua Sete de Setembro. O espaço, descrito como uma sala pequena com bancos de madeira, oferecia entretenimento básico à comunidade. Contudo, devido a problemas de saúde, Ganem vendeu o equipamento a Altamiro Avelar, tio de Sr. Walfredo.

Pouco tempo depois, o Sr. Peralta, um paraguaio, introduziu novos projetores e fundou o Cine Vitória no prédio onde no passado funcionou o Brasileirão dos Móveis. Este espaço, maior e mais confortável, atraiu os espectadores e acabou levando ao fechamento do primeiro cinema de Altamiro.

A Ascensão do Cine Filadélfia: Um Marco Cultural

Determinados a revitalizar a experiência cinematográfica em Carlos Chagas, Altamiro Avelar e sua mãe, Porfíria Avelar, investiram recursos próprios para construir um novo espaço. Em 1952, o Cine Filadélfia foi inaugurado, destacando-se como uma edificação imponente para os padrões da época. Equipado com projetores modernos e cadeiras confortáveis e individuais, o cinema rapidamente se tornou um centro cultural da cidade, atraindo casais e famílias.

A infraestrutura avançada incluía ventiladores gigantes e iluminação própria, garantindo o funcionamento mesmo em um período em que o fornecimento de energia elétrica era limitado. Este esforço consolidou o Cine Filadélfia como o principal espaço de lazer e cultura na região.

O Apogeu Tecnológico e os Grandes Títulos

Demonstrando constante paixão pela arte cinematográfica, Altamiro investiu em projetores de última geração, adquirindo equipamentos norte-americanos por 1 milhão e 700 mil cruzeiros. A tela, de 10 metros de comprimento por 4 de largura, proporcionava uma experiência visual superior. A inauguração do novo sistema foi celebrada com um concurso que selecionou o filme Dois Contra uma Cidade Inteira (1940), um clássico estrelado por James Cagney e Ann Sheridan.

Filmes memoráveis como Ben-Hur, Os Dez Mandamentos e Assim Caminha a Humanidade marcaram as décadas de ouro do cinema em Carlos Chagas, além dos faroestes, filmes italianos e produções nacionais de Mazzaropi, que encantaram o público local.

O Declínio e o Encerramento

Apesar do sucesso inicial, o cinema enfrentou desafios com a chegada da televisão e, posteriormente, dos DVDs, tecnologias que tornaram a experiência cinematográfica mais acessível em casa. Incapaz de competir, o Cine Filadélfia encerrou suas atividades em 1992, marcando o fim de uma era.

Linha do Tempo do Cinema em Carlos Chagas

1948: Fábio Ganem inaugura o primeiro cinema na Loja Maçônica Nova Filadélfia.

1949: Altamiro Avelar adquire o projetor e administra o cinema.

1950: Sr. Peralta inaugura o Cine Vitória, desafiando a hegemonia local.

1952: Inauguração do Cine Filadélfia, consolidando Altamiro como pioneiro cultural.

Décadas de 1950-1980: Apogeu do Cine Filadélfia, com títulos de destaque e equipamentos modernos.

1992: Encerramento do Cine Filadélfia devido à concorrência tecnológica.

A história do cinema em Carlos Chagas, conforme narrada pelo Sr. Walfredo, permanece como um testemunho do impacto cultural da sétima arte em uma comunidade do interior de Minas Gerais. O Cine Filadélfia transcende sua existência física, eternizando-se na memória coletiva como um símbolo de entretenimento, inovação e paixão pela arte.

Nota: Mantive a essência do depoimento do Sr. Walfredo,  acrescentando informações contextuais,  organizando o texto em formato de artigo histórico e  utilizando linguagem acadêmica.

COSTA, Deodato Gomes (Deo). CINEMA EM CARLOS CHAGAS~1.mpg. [S.l.]: YouTube, 19 jul. 2012. 1 arquivo de vídeo (14 min 44 s). Disponível em: <<https://www.youtube.com/watch?v=VuxGTdHIBEU>>. Acesso em: 11-2024.

Deodato Gomes Costa

@Professordeodatogomes

Depoimento do Sr. Walfredo Avelar Menezes:

"Época de grande magnitude.  Wlafredo Avelar Menezes. A questão do cinema começou em 1948 quando o Senhor Fábio Ganem, orieundo de Teófilo Otoni, troxue um pequeno projetor de 8 milímetros da cidade da marca, de marca RCA Victor e o instalou na loja Macônica Nova Filadélfia na Rua Sete de Setembro. Na época era uma sala minúscula com Bancos de madeira, com o mínimo de conforto. 

Logo depois tendo sido acometido de doenças, resolveu vender para o Senhor Altamiro Avelar, que era o Tio do Sr. Walfredo. Após algum tempo checou a esta cidade o Senhor Peralta, de origem Paraguaia, trazendo consigo novos Projetores. Os  aparelhos foram instalados no Prédio onde hoje funciona o Brasileirão dos Móveis, com o título de Cine Vitória. Como era um prédio com dimensões maiores, oferecendo maior conforto aos seus frequentadores, fez séria concorrencia ao Cinema de Altamiro que acabou fechado. Diante dessa efêmera situação, pediu autorização a sua mãe D. Porfíria Avelar, avó do Sr. Walfredo, para construir um prédio para o cinema. Vendeu um gado que tinha e investiu nesse projeto, tendo iniciado a construção por volta de 1950, tendo sido concluída em 1952. Aí se batizou de CINE FILADÉLFIA. Um prédio imponente para a época com projetores novos, que proporcionava, uma projeção mais nítida, dotado de dois ventiladores gigantes com cadeiras individuais e mais confortáveis. Situado onde hoje funciona o Supermercado Max. O cinema possuia dois motores a óleo que iluminava toda a frente do cinema até o posto arrumadão do Sr. Antônio Cheque. Os casais passeavam e depois iam assistir ao filme. Diante da melhor qualidade em todos os aspectos, o Cine Vitória não suportou a concorrência, e acabou fechado. Naquela época somente o cinema o Bar Brasil e o Banco do Brasil, possuiam motores próprios, que iluminavam suas respectivas áreas. Mas Altamiro ainda não estava satisfeito, pois tinha uma verdadeira paixão pela arte do cinema. Sr. Altamiro, indo a Belo Horizonte alguns anos depois, foi informado do lançamento de projetores modernísssimos, e acreditando no negócio investiu o equivalente a 1 milhão e 700 mil cruzeiros que era a moeda dquela época. E assim adquiriu os projetores de última geração, de uma marca norte americana. A tela media 10 metros de cumprimento por 4 de largura. Na inauguraração desse novo sistema cinematográfico, o Senhor Altamiro organizou um concurso para que as pessoas escolhessem o filme que ele ia inaugurar o novo sistema. E assim os primeiros cinco(5) acertadores, ganhariam o ingresso por 3 meses. O  filme sorteado foi: "Dois contra uma cidade inteira com Elenco de Dois Contra uma Cidade Inteira com os artistas Ann Sheridan Peggy NashJames Cagney Danny Kenny. Filme de 1940 Cagney interpreta um boxeador cujo irmão músico (Arthur Kennedy) está compondo uma sinfonia em homenagem à Nova York, a cidade onde vivem. No final do filme, a obra é apresentada no Carnegie Hall.

O meu tio Altamiro trabalhava com as melhores distribuidoras de filmes de Belo Horizonte, Columbia Pictures, Wanner Bros, Fox filmes, Paramount, Universal filmes  Pelmex.  Relação de filmes memoráveis que foram projetados em Carlos Chagas: Com a faca na garganta, A ponte do Rio que cai, A testemunha chaves, Bem hur, Os 10 mandamentos, O correio do Inferno, Assim Caminha a Humanidade, A árvores da vida, A volta ao mundo em 80 dias, Fugindo do Inferno,  Ali Babá e os 40 ladrões, O circo dos Horrores, Viagem ao Centro da Terra,  Janela Indiscreta, Sempre no meu coração, E o vento levou,  o Expresso de .... A Carga da Brigad Ligeira, Os canhões de nazarone, King Kong , Luzes da Ribalta, Sem falar do maiores filmes faroestes, do cinema italiano, dos sensacionais filmes de Amázio Mazzaropi,  e os filmes de karatê, com Bruce Lee de origem chinesa. Entretanto com a chegada do sinal de televisão, e posteriormente dos DVDs, o cinema não  resistiu a uma concorrência tão desigual, vindo a a fechar suas portas por volta de 1992. Assim orreu o cinema em nossa cidade, deixando de encantar com sua magnitude toda uma geração. Eu sou  apaixonado por filmes e já assistir a mais de 1300 filmes em DVD. Agradeço de coração a Direção desta Escolas, por me ter convidado a vir aqui trazer para vocês, algo que de um passado batante remoto mas que viverá eternamente em nossa memória."