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sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Encontro de Formação em Teófilo Otoni: Recomposição das Aprendizagens e Planejamento Reverso

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Encontro de Formação em Teófilo Otoni: Recomposição das Aprendizagens e Planejamento Reverso

No dia 17 de setembro de 2025, diretores e especialistas da Rede Municipal e da Rede Estadual participaram, a convite da SRE de Teófilo Otoni, de um importante momento de formação. Reunidos no salão da SRE, entre 9h e 17h, tivemos a oportunidade de refletir sobre a implementação do Programa de Recomposição das Aprendizagens/SAEB e sobre o papel do acompanhamento pedagógico nas escolas.

Na parte da tarde, a professora Sandra Liesner conduziu uma palestra marcada pela clareza pedagógica e pela profundidade das reflexões. Ela iniciou destacando os Cadernos Avançando na Aprendizagem, materiais estruturados a partir da análise das habilidades prioritárias da Matriz do Saeb e do Simave, elaborados para os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. Cada etapa conta com um caderno do aluno e um caderno do professor, recursos fundamentais para orientar o trabalho em sala de aula.

O objetivo central do material, explicou Sandra, é garantir o desenvolvimento das habilidades básicas e essenciais que ainda não foram consolidadas, assegurando que os estudantes avancem em seus percursos educacionais com sucesso e maior preparo para avaliações externas. Para tanto, ressaltou a importância de investir em diagnósticos bem feitos, capazes de revelar o conhecimento prévio dos alunos e orientar estratégias pedagógicas mais assertivas.

O diagnóstico deve combinar atividades em Língua Portuguesa e Matemática, análise de resultados de avaliações externas, observação do desempenho em sala e acompanhamento constante. Sandra enfatizou um passo a passo para diagnósticos eficientes: definir objetivos claros, escolher métodos adequados, analisar resultados, criar estratégias personalizadas e acompanhar continuamente o progresso. Esse olhar individualizado, lembrou, é essencial, pois cada aluno é único e merece atenção diferenciada.

Outro ponto forte foi a proposta de grupos de nível de aprendizagem, nos quais os estudantes são organizados de acordo com seus avanços ou dificuldades, recebendo atividades adaptadas às suas necessidades. Essa metodologia, quando associada ao reconhecimento dos estilos de aprendizagem (visual, auditivo, cinestésico, leitura/escrita e multimodal), permite um trabalho mais justo e eficaz. Aqui, Sandra nos relembrou da teoria de Neil Fleming (1992), que mostrou como os alunos se apropriam do conhecimento de formas distintas e como cabe ao professor diversificar as estratégias.

Avançando nas reflexões, entramos no estudo da Taxonomia de Bloom, ferramenta clássica da educação que organiza objetivos de aprendizagem em níveis de complexidade – do mais simples ao mais complexo. Sandra retomou tanto a versão original (Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação) quanto a revisada (Lembrar, Compreender, Aplicar, Analisar, Avaliar e Criar), lembrando-nos de que ela auxilia o professor a planejar aulas mais claras, avaliar de forma contínua e monitorar a progressão das habilidades.

Para tornar esse planejamento ainda mais efetivo, fomos convidados a refletir sobre o Planejamento Reverso. Diferente do modelo tradicional, no qual se parte do conteúdo, essa proposta inicia pelo fim:

  1. Resultados desejados – o professor define o que o aluno deve ser capaz de fazer ao final da unidade.

  2. Evidências de aprendizagem – estabelece como esse aprendizado será verificado (produtos, avaliações, apresentações, relatórios).

  3. Experiências e instruções – organiza as atividades, recursos e estratégias que levarão o estudante a atingir os objetivos.

Exemplo prático dado por Sandra: ao final de uma aula, o aluno deve ser capaz de interpretar gráficos de barras. Para isso, as evidências podem ser a construção de gráficos com dados reais e a explicação dos resultados. Já as experiências de aprendizagem incluem uma miniaula expositiva, atividades práticas de coleta de dados e roda de discussão em grupo.

Esse modelo, ressaltou a palestrante, garante foco nos objetivos, evita o “ensinar por ensinar” e promove maior clareza pedagógica, além de facilitar o uso de avaliações formativas e diferenciadas.

Em síntese, o encontro em Teófilo Otoni foi uma verdadeira imersão no compromisso com a qualidade da educação. Ao unir diagnóstico bem feito, compreensão dos estilos de aprendizagem, uso estratégico da Taxonomia de Bloom e o Planejamento Reverso, Sandra Liesner nos mostrou que a recomposição das aprendizagens é possível e viável quando o pedagógico é colocado no centro da ação escolar.

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