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Explicação das Palestras – Encontro de Formação em Teófilo Otoni
No dia 17 de setembro de 2025, tivemos um encontro formativo muito significativo no Salão da SRE de Teófilo Otoni, reunindo Diretores e Especialistas da Rede Municipal de Educação e também Especialistas da Rede Estadual, a convite da Superintendência Regional de Ensino. O tema central foi a Formação do Programa de Recomposição das Aprendizagens/SAEB, com o objetivo de refletirmos sobre a implementação das ações pedagógicas e o acompanhamento contínuo nas escolas.
Logo pela manhã, a professora Viviane conduziu sua exposição com profundidade e clareza, trazendo como eixo a Organização do Currículo de Língua Portuguesa no Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG/BNCC). Ela nos fez olhar para a engrenagem que sustenta esse currículo: Campo de Atuação, Competência Específica, Habilidade, Eixo e Gênero Textual.
Viviane destacou que os Campos de Atuação são o ponto de partida, pois delimitam os contextos sociais em que os textos circulam. Assim, compreendemos que:
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Nos anos iniciais, trabalhamos com o campo da vida cotidiana, o artístico-literário, o das práticas de estudo e pesquisa e o da vida pública.
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Nos anos finais, somam-se a esse percurso o campo jornalístico-midiático, ampliando a leitura crítica da mídia.
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No ensino médio, entram também os campos da vida pessoal, da vida pública, das práticas de estudo e pesquisa, do artístico-literário e do jornalístico-midiático, com foco no protagonismo juvenil e na formação cidadã.
Ao detalhar os gêneros textuais, Viviane nos levou a refletir sobre a progressão ao longo da escolaridade:
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Nas séries iniciais, a ênfase está em textos do cotidiano como bilhetes, listas, receitas, convites, fábulas e poemas, fundamentais para o letramento inicial.
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Nos anos finais, surgem notícias, reportagens, artigos de opinião, resenhas, debates e infográficos, ampliando o repertório e a criticidade.
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Já no ensino médio, o estudante é desafiado a produzir ensaios, resenhas críticas, dissertações, artigos de opinião, manifestos e projetos de pesquisa, fortalecendo sua autonomia intelectual e sua capacidade argumentativa.
Viviane apresentou ainda a progressão do trabalho com o gênero notícia, mostrando como o mesmo gênero pode ser retomado em diferentes etapas com níveis de complexidade: desde reconhecer personagens e fatos (anos iniciais), até diferenciar fato e opinião (anos finais), chegando à análise crítica da intencionalidade e dos efeitos de sentido (ensino médio).
Essa abordagem reforçou a importância da progressão de habilidades descritas na BNCC, como identificar informações essenciais, comparar versões de um mesmo fato em diferentes mídias, avaliar confiabilidade, justificar semelhanças e diferenças no tratamento das informações e, por fim, analisar criticamente a cobertura da imprensa sobre temas de relevância social.
Encerrando a manhã, a palestrante nos conduziu a uma atividade prática: a construção de um mural dos gêneros textuais, em que cada grupo discutiu, analisou e posicionou os gêneros no campo de atuação e na etapa de ensino correspondente. Esse exercício evidenciou o quanto é necessário planejar o trabalho com os gêneros de forma sistemática, garantindo a progressão de complexidade e o desenvolvimento integral dos estudantes.
Portanto, ao revisitarmos as falas de Viviane, recordamos que o trabalho com os gêneros textuais não é uma tarefa isolada, mas um processo contínuo, articulado e contextualizado, que dá sentido ao ensino da língua portuguesa e fortalece a formação cidadã.
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