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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

E assim aconteceu a Roda de Conversa na ESCOLA JOÃO BERALDO com o Tema: JUVENTUDES E ENSINO MÉDIO, … …com o melhor que cada um trouxe para compartilhar!

Foi um momento de análise crítica coletiva,  de encontros e  reencontros,  recheado com muitas trocas de ideias e conversas inspiradoras, motivados na história de Nicolau que você vê logo abaixo. Muitas descobertas, vontade de fazer as coisas acontecerem e um espírito de compromisso coletivo que marcou este nosso encontro chamado de  RODA DE CONVERSA que aconteceu neste dia 28 de Novembro de 2017 na Escola João Beraldo.

Professores, pedagogas, estudantes, servidores do corpo técnico e as cantineiras da Escola João Beraldo, todos foram convocados a debaterem a Reforma do Ensino Médio e as juventudes,  com todas  as implicações que esta temática desperta.  O debate aconteceu  a partir dos 6 Eixos propostos pela Secretaria:

1.      Base Comum Curricular e Integração Curricular
2.      Educação Profissional
3.      Ensino Médio Noturno e Educação de Jovens e Adultos
4.      Gestão Democrática e Participação
5.      Iniciação Científica e Pesquisa
6.      Território e Comunidade

Estiveram presentes  80 pessoas dos várias segmentos da comunidade escolar: professores, estudantes, servidores técnicos e cantineiras, todos marcaram presença para conhecer e refletir sobre os desafios que envolvem a problemática da juventude e a reforma do Ensino Médio em nossa escola, no estado e no país.

O evento foi dividido em dois momentos importante e complementares. No primeiro, seguindo a proposta de promover o diálogo e a interação entre os participantes, conhecemos a história de Nicolau e assistimos a palestra ministrada pelo professor Fernando Pena, que apresentou uma visão crítica da Lei 13.415, instituidora da reforma do Ensino Médio. Você pode conhecer a história de Nicolau e a assistir a palestra aqui no Girassol, como nós fizemos em nossa roda.

A HISTÓRIA NICOLAU TINHA UMA IDÉIA INSPIROU A NOSSA RODA DE CONVERSA.


A palestra do professor Fernando Pena foi muito esclarecedora e  alimentou o nosso debate.  Vivenciamos um momento exuberante de  reflexão, pois a palestra tornou nossa conversa mais embasada e consciente sobre a implementação desta reforma. 



O segundo momento foi dedicado à construção de reflexões e propostas para o fortalecimento da participação estudantil. Seguindo a metodologia proposta nos reunimos em torno dos 6 eixos com os textos básicos entregues anteriormente para os relatores que tiveram o papel de fomentar o debate.  

Todos os presentes se mostraram bastante preocupados com esta reforma em função da  Emenda Constitucional nº 95, que limita por 20 anos os gastos públicos a nível federal.  Alguém lembrou um estudo feito apontando que na educação, essa diferença pode chegar a R$ 32,2 bilhões a menos em 10 anos, segundo técnicos da Câmara dos Deputados. Congelou-se os investimentos em educação e o ministro Mendonça Filho, procura o Banco Mundial, com o objetivo de levantar recursos, para bancar a reforma. Em 2018 acontecerá a liberação desses recursos, através do FNDE e o Banco Mundial já fechou um orçamento para o Brasil de 5 bilhões de reais para investir na educação.

A proposta da nossa Secretaria de Estado da Educação, Macaé é que todos nós devemos atuar pela revogação da Emenda Constitucional 95. Lembramos aqui as palavras da Secretaria em um encontro de diretores:

 “É importante a gente lembrar que saímos nos últimos anos de um índice de 3,6% para 6,4% do PIB destinados à área de educação. No Plano Nacional de Educação, foi estabelecido que precisamos de 10% do PIB e 75% do pré-sal para a educação conseguir alcançar as metas propostas. Com a EC 95, todos esses investimentos estão suspensos e as metas do Plano ficam ameaçadas”( Macaé-2017)


“O dado concreto é que, a cada ano teremos, proporcionalmente, menos investimentos, porque aumenta-se o número de estudantes e o financiamento fica congelado. Isso é bastante grave e eu falo disso não é para ninguém ficar desanimado, mas é para ter muita força. A gestão da escola fica mais complexa quando os recursos estão mais escassos e a gestão do município também” ( Macaé-2017)


É bastante esclarecedora também a forma como um Professor e Pesquisador do PPGP/CAED/UFJF se refere à esta reforma: 

"A forma como ela foi realizada, praticamente contornando o debate público, as circunstâncias políticas em que foi aprovada, e a sua própria substância, que sem qualquer garantia de viabilidade, propõe a flexibilização do currículo e “itinerários formativos”, tem tudo para colocar em risco a sobrevivência do horizonte de igualdade e de equidade que vinha animando as políticas educacionais até aqui." (Burgos, 2017, p. 11)



Outro ponto muito enfatizado pelos presentes em relação à Lei 13.415, que instituiu a reforma,  foi sobre os  itinerários formativos. As escolas públicas não estão obrigadas a oferecer e nem tem condições de ofertar todos os itinerários por isso entendeu que se abre mais precedentes para acentuar mais ainda a desigualdade já existente em nossa sociedade.

Será que nossas escolas terão condições de oferecer os ITINERÁRIOS FORMATIVOS e possibilitar oportunidades de escolhas para nossa juventude. Seria excelente se isto vier acontecer.

      I.            linguagens e suas tecnologias;
   II.            - matemática e suas tecnologias;
III.            - ciências da natureza e suas tecnologias;
IV.            - ciências humanas e sociais aplicadas;
  V.             - formação técnica e profissional.

No documento recebido pela secretaria está escrito e alguém no debate ainda destacou:
                                   "A oferta dos itinerários dependerá da possibilidade de cada sistema de ensino.                           A escola não será obrigada a ofertar todos os itinerários"
                                                                                          ( TEXTO DE APOIO PARA DEBATE 2017)

O professor Fernando Penna fala que a Lei 13.415 de 16-02-2017, vai criar escolas de rico X escolas de pobres, na medida em que as particulares terão condições de proporcionar todos os itinerários aos seus estudantes e as escola públicas como ficarão pois faltam até mesmo profissional habilitado para tal. Algúem pontuou que é um feedback de um tempo em que na nossa cidade tinha magistério e contabilidade e os estudantes não estudavam os conteúdos gerais, importantes para sua formação. 


Outra crítica que a roda de conversa levantou foi sobre a relativização de disciplinas importantes para o processo de formação dos estudantes, uma vez que pela Lei 13.415, apenas Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias. Artes, Sociologia, Filosofia, História e Geografia perdem a obrigatoriedade e vão figurar na base como práticas e estudos. Como vai ficar a formação da cidadania e crítica do aluno sem estas disciplinas que viraram práticas e estudos? 

Outro ponto que chamou muito a atenção dos presentes foi o problema do notório saber. No Texto de Apoio  à roda, documento enviado pela Secretaria, foi afirmado que profissionais poderão ser admitidos sem "formação em licenciatura para ministrar conteúdos afins à sua formação profissional" A Lei 13.415 fala de notório saber e relativiza a formação pedagógica que é fundamental para um ensino de qualidade. Qualquer bacharel, por esta lei, está apto a exercer a docência, ainda que lhe falta a formação pedagógica.


Conscientes do grande desafio que temos diante de todos nós, contamos com o compromisso de todos em seguir dando o nosso melhor nesse processo de construção de uma educação de qualidade e esperamos que todos os segmentos da comunidade escolar deem as mãos para fazermos esta caminhada, encontrando a melhor forma de ir implementando a reforma em nossa escola. 

Agradecemos a presença de todos que marcaram presença nesta  Roda de Conversa  e se dispôs a discutir essa temática que meche com a vida dos nossos estudantes e de todos nós profissionais. Ao final todas as propostas foram encaminhadas para a regional. 

Cobertura completa em fotos: https://photos.app.goo.gl/d23QUFnsgHG8hZNB3

                                                                                                                               Por Deodato Gomes

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