Bullying

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Quer dizer que, depois de salvar vidas, a coisa mais importante seria educar as crianças e adolescentes de zero a 17 anos.


O ensino online ou remoto é a saída de emergência para não ter que parar por completo a educação. Contudo, seus resultados são complicados. É melhor tê-lo do que não ter nenhuma atividade educativa, mas a manchete do Estadão de domingo é preocupante: "8 em 10 professores não se sentem preparados para ensinar online".

Uma proporção muito pequena deles está satisfeita. Muito pequena mesmo.

Nesta hora, a educação básica deveria ser a segunda prioridade do país. (A primeira, sendo obviamente a saúde, num caso de vida ou morte como a pandemia).

Mas prioridade número 2 é algo sério, significa que passaria à frente de muita coisa. Quer dizer que, depois de salvar vidas, a coisa mais importante seria educar as crianças e adolescentes de zero a 17 anos.

Isso deveria implicar um mutirão, convocado pelo MEC, para as universidades e os educadores em geral cooperarem com a educação infantil, fundamental e média. Assim como há gente nos melhores laboratórios do mundo trabalhando 24 horas por dia em busca da vacina, deveríamos colocar nossos melhores educadores, e informáticos, montando aplicativos e soluções para dar acesso online a material educativo.

Precisaríamos de quem entende de informática, em especial de games, para que os aplicativos sejam atrativos. De professores que sabem ensinar bem. De educadores que escolheriam os melhores conteúdos. De gente preparando aplicativos e gente ajudando os professores que nunca ensinaram remotamente.

Precisaríamos fornecer, aos professores e alunos que não tivessem laptop, tablet ou smartphone, o equipamento que os permita ter acesso á rede e às aulas, fossem as aulas remotas dadas por seus próprios professores, fossem conteúdos disponibilizados universalmente e bons, e agradáveis, e tentadores.

Precisaríamos ver quais comunidades e bairros da periferia não têm banda larga e instalá-la rapidamente, deixando-a grátis para quem tenha filhos de zero a 17 anos, ou mesmo para todos, pelo menos o tempo que durar a pandemia.

Precisaríamos fazer uma aliança dos civilizados, de quem valoriza a educação, a infância, o futuro. Seria muita gente. Basicamente, quem tem um coração que não está dominado pelo ódio.

Isso se chama planejamento. Talvez seja o que alguns chamam logística. É uma "operação de guerra", não no sentido de ser agressiva ou ofensiva, mas no de estabelecer prioridades radicais, que necessitam ser atendidas com urgência.

Seria preciso dinheiro para isso? Sim, claro. Mas a Constituição estabelece a figura do empréstimo compulsório para esses casos. Outro dia detalho de que se trata. Hoje, o que queria era dizer o que precisa ser feito. Precisa, ainda. Um governo com noção das coisas faria isso.

                                                                            Renato Janine Ribeiro - Facebook

Nenhum comentário: