Bullying

domingo, 14 de março de 2021

Reflexão para reunião pedagógica: quando somos parceiros de Deus e criadores de nós mesmos!...

                                                                                         Fonte:  pensador

     No salmo 139, versículo 14, o poeta eleva sua voz ao Criador e exclama: "Eu te louvarei, pois de modo assombrosamente maravilhoso fui formado". Essa passagem revela a profunda conexão entre o divino e a nossa existência, desde o momento primordial em que fomos tecidos no ventre materno. A meditação sobre esse Salmo nos convida a uma reflexão sobre o valor sagrado da vida, tornando impossível encarar levianamente ações como o aborto. Nessa poesia celestial, a criação do ser humano é retratada não apenas como um ato divino, mas como uma manifestação de ternura sem limites.

Mas a jornada de formação do ser humano não se encerra na concepção. Como bem pontuou o teólogo Rubem Alves, nós nos descobrimos em constante metamorfose, distintos das narrativas que as gerações passadas teceram sobre nós. Somos seres inacabados, abertos ao mundo, em busca incansável de completude.

Permita-me convidá-lo a um exercício lúdico com o verbo formar.

A vida é um processo contínuo de informação. A localização precisa na sociedade exige um estado de conscientização perene. Seja na efemeridade da existência ou na iminência da morte, estamos sempre em aprendizado...

Mas também nos formamos incessantemente. Há um potencial latente em nós, aguardando para ser despertado. Desde a maiêutica de Sócrates ao construtivismo de Vygotsky, a mensagem dos filósofos e educadores é uníssona: nossa formação é um processo de abertura mental, marcado por perdas, lutas, vitórias, traumas, alegrias e temores. Buscamos a felicidade, mas muitas vezes são as crises que propiciam nossos saltos qualitativos.

É melancólico quando nos conformamos, quando o brilho do futuro se apaga em nossos olhos. Mas é trágico quando o ser se perde, se deforma irremediavelmente. Nem mesmo a morte carrega uma tristeza tão profunda.

Pois fomos criados para a transformação constante. Isso significa transcender-se, ultrapassar os próprios limites, superar-se dia após dia.

Lembro-me com gratidão dos tempos em que, menino pobre e faminto, rogava à minha mãe, Dona Alzira, por um prato de comida como presente...

Propus aos colegas que pensassem em ações que, realizadas por nós mesmos, nos tornam criadores de nossa própria existência. A palavra mais mencionada foi "amar". Na nossa "formatura" existencial, a palavra mais evocada foi AMAR. Deus nos criou como seres inacabados, e é pelo amor que nos completamos. Esse é o verdadeiro ato formativo, utilizado pelo Eterno, que deve ser plenificado em todas as nossas experiências. Como nos ensinou Paulo Freire, "Educação é um ato de amor". A ação que o ser humano emprega como parceiro de Deus para engrandecer-se é, por si só, sublime. Atualizar nossas potencialidades é tornar-se parceiro de Deus nesta caminhada de humanização.

Professor Deodato Gomes                             


2 comentários:

Maria Souza disse...

Sempre aprendi que não somos como os animais e as plantas, seres acabados. Que com a graça Divina podemos ir nos construíndo e construíndo o mundo ao nosso redor. Acredito que co-criadores junto com Deus.

Deodato Gomes Costa disse...

Verdade Maria você trouxe essa palavra de confirmação desta reflexão profunda sobre nossa condição de seres em constante construção, destacando a parceria divina nesse processo. Vejo que ao nos considerarmos co-criadores com Deus, reconhecemos nossa capacidade de transformar e ser transformados, reafirmando o papel ativo que temos na criação do mundo ao nosso redor.