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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Madinho Avelar, o Tempo e a Sabedoria: Reflexões com Pink Floyd e Mário Quintana

Fazendo uma intertextualidade entre a letra da canção Time, do Pink Floyd, que nosso amigo Madinho cantava, explicava a letra prá gente e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, refletimos sobre o tempo: esse “senhor dos destinos” que escapa ao nosso controle. Escute a canção, leia o poema e reflita: valorizar o presente e o essencial é o maior aprendizado. Vamos à canção e logo a seguir ao poema: 



Time-Pink Floyd

Ticking away the moments that make up a dull day

Fritter and waste the hours in an offhand way

Kicking around on a piece of ground in your hometown

Waiting for someone or something to show you the way


Tired of lying in the sunshine

Staying home to watch the rain

And you are young and life is long

And there is time to kill today


And then one day you find

Ten years have got behind you

No one told you when to run

You missed the starting gun


And you run and you run to catch up with the Sun

But it's sinking

Racing around to come up behind you again

The Sun is the same, in a relative way

But you're older

Shorter of breath

And one day closer to death


Every year is getting shorter

Never seem to find the time

Plans that either come to naught

Or half a page of scribbled lines (oh, oh)


Hanging on in quiet desperation

Is the English way

The time is gone, the song is over

Thought I'd something more to say


Home, home again

I like to be here when I can

And when I come home, cold and tired

It's good to warm my bones beside the fire


Far away, across the field

The tolling of the iron bell

Calls the faithful to their knees

To hear the softly spoken magic spells


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“Seiscentos e Sessenta e Seis”-Mário Quintana

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. seguia sempre, sempre em frente … E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana QUINTA, M. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2005.

Vamos a reflexão...

A canção Time, do Pink Floyd, e o poema “Seiscentos e Sessenta e Seis”, de Mário Quintana, oferecem reflexões profundas sobre o tempo e a maneira como o vivemos. Ambos exploram a passagem inexorável do tempo, a fragilidade da vida e o arrependimento pelas oportunidades perdidas. Quintana compara a vida a "uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa", enquanto a canção lamenta: "E então um dia você percebe / Dez anos ficaram para trás / Ninguém te disse quando correr / Você perdeu o tiro de largada." Ambos revelam a mesma constatação dolorosa: a vida é breve, e, frequentemente, somos pegos de surpresa pelo seu curso.

A letra de Time destaca nossa alienação frente ao tempo: “Você corre e corre para alcançar o sol, mas ele está se pondo / Correndo em círculos para nascer de novo atrás de você." Esse trecho ecoa na angústia de Quintana ao dizer que, ao fim, percebemos que "é tarde demais para ser reprovado."

Quintana, em sua sabedoria, nos ensina que, se tivéssemos outra oportunidade, deixaríamos de lado "a casca dourada e inútil das horas." Já o Pink Floyd reforça a urgência de perceber que cada momento é único e irrecuperável, pois "o tempo se foi, a canção acabou, pensei que tinha algo mais a dizer."

Ambos, canção e poema, nos convocam a refletir sobre como estamos vivendo. Estamos apenas “esperando por alguém ou algo para mostrar o caminho” ou assumindo o controle da nossa jornada? O tempo, senhor absoluto, não espera.

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