Córtex cerebral (em geral; inclui lobos frontal, temporal, parietal e occipital)
O que faz: percepção, atenção, raciocínio, linguagem, planejamento e tomada de decisões.
O que posso notar em sala: dificuldade para manter foco em instruções longas; lentidão para planejar passos de uma tarefa; rigidez para mudar de atividade; compreensão literal da linguagem; distração com estímulos sensoriais.
Como ajudar: instruções curtas e sequenciadas; rotinas visuais; objetivos de cada atividade à vista; modelagem passo a passo; tempo extra para transições; linguagem concreta e exemplos; recursos de Comunicação Aumentativa/Alternativa (figuras, pictogramas, apps) quando necessário; avaliação diversificada (não só escrita).
Lobo frontal do córtex (região em vermelho na imagem)
O que faz: funções executivas (planejar, organizar, inibir impulsos), controle motor voluntário, aspectos da fala (área de Broca, hemisfério esquerdo).
O que posso notar: impulsividade; dificuldade para iniciar/finalizar tarefas; fala interrompida quando precisa planejar; escrita com muitos “rasgos” por falta de planejamento motor; queda de desempenho em atividades com vários passos.
Como ajudar: checklists e agendas visuais; dividir tarefas em microetapas; cronômetros/temporizadores; ensino explícito de “começo–meio–fim”; ensaios comportamentais (role-play); combinações claras de regras com reforço positivo.
Hipocampo
O que faz: memória de curto prazo e consolidação para a memória de longo prazo; formação de mapas mentais e de contexto.
O que posso notar: aprende na aula mas “esquece” no dia seguinte; dificuldade para generalizar (sabe no laboratório, mas não aplica na sala); persegue sempre a mesma solução conhecida.
Como ajudar: revisão espaçada (revisitar conteúdos em 24h/1 semana); pistas de recuperação (palavras-chave, ícones); organizadores gráficos (quadros KWL, mapas conceituais); rotas de generalização (exercitar a mesma habilidade em contextos diferentes); portfólios com “exemplos-modelo”.
Amígdala
O que faz: detecção de ameaça e respostas emocionais (“luta, fuga ou congelamento”); dá “peso emocional” às experiências.
O que posso notar: ansiedade em mudanças de rotina; hiper-reatividade a barulhos/cheiros; crises quando há sobrecarga sensorial; evitação de tarefas novas.
Como ajudar: previsibilidade (agenda do dia e avisos de transição com antecedência); “cantinho de regulação” com recursos sensoriais (fones, massinha, peso, respiração guiada); linguagem calma e concreta; ensino de habilidades socioemocionais (identificar emoções, pedir ajuda, escalas de sensação); reduzir estímulos aversivos quando possível.
Cerebelo
O que faz: coordenação motora fina e ampla, equilíbrio, ritmo e automatização de habilidades; também participa de aspectos da linguagem e do tempo de resposta.
O que posso notar: letra trêmula ou muito grande; cansaço ao copiar; dificuldade com bola, pular, amarrar cadarço; dificuldade para manter ritmo em leitura oral.
Como ajudar: adaptações de escrita (lápis triangular, pauta ampliada, prancheta inclinada, teclado); intervalos motores curtos; atividades rítmicas (palmas, metrônomo, música) para leitura fluente; jogos motores planejados com a Educação Física; parceria com TO/Fono para treino de motricidade orofacial e grafomotora.
Orientações transversais (úteis no TEA e em inclusão em geral)
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DUA – Desenho Universal para a Aprendizagem: oferecer múltiplas formas de engajar, representar e expressar.
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Ambiente sensorial cuidadoso: minimizar ruídos e cheiros fortes; permitir fones e objetos reguladores.
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Avaliação formativa contínua: pequenos “checks” durante a tarefa, não só ao final.
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Parceria escola–família–AEE–saúde: registrar intervenções, ajustar objetivos no PEI e rever quinzenalmente.
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