🪙 1. Produção de ouro no século XVIII
📊 Crescimento e auge
➡️ Entre 1720 e 1760, Vila Rica liderava a extração aurífera:
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Era sede da Casa de Fundição, onde o ouro bruto era transformado em barras com o selo real e onde se cobrava o imposto do quinto (20%).
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Abrigava a administração da Capitania, o governo colonial e o Senado da Câmara, órgãos que fiscalizavam a mineração.
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Tornou-se também o centro de decisões políticas e o coração da vida urbana colonial.
⚖️ Declínio
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A diminuição das jazidas e o esgotamento das minas superficiais levaram ao empobrecimento da população.
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A derrama (cobrança forçada dos impostos atrasados) gerou revolta popular, culminando na Inconfidência Mineira (1789), planejada justamente em Vila Rica.
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A cidade manteve, porém, sua importância administrativa e cultural, com forte presença de artistas, religiosos e intelectuais.
🧭 Regiões produtoras
O gráfico também mostra que:
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Minas Gerais sempre foi a maior produtora (barras amarelas);
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Goiás e Mato Grosso (em tons laranja e vermelho) tiveram menor participação, e sua mineração começou mais tarde, após a descoberta do ouro no centro-sul mineiro.Assim, Vila Rica foi o modelo e o ponto de partida da expansão mineradora no interior do Brasil.
👥 2. População de Minas Gerais em 1786
O gráfico demográfico mostra uma sociedade profundamente desigual, que também se refletia em Vila Rica.
📈 Composição geral
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População total: 363 mil pessoas (o dobro do registrado em 1742).
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Desses, 189 mil eram livres ou forros, e 174 mil eram escravizados.Essa divisão revela o peso da mão de obra africana e afrodescendente na economia aurífera.
⚑ Distribuição social
O gráfico divide os grupos por cor e tamanho:
🟤 Negros escravizados – 106 mil
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Representavam a base do trabalho minerador em Vila Rica e outras vilas.
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Trabalhavam nas minas, nos serviços domésticos e nas construções das igrejas e casarões.
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Suas condições de vida eram extremamente precárias, e muitos morreram nas minas devido à exaustão e aos desabamentos.
🟫 Pardos – 42 mil (livres e escravizados)
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Muitos eram filhos de relações entre brancos e negros, vivendo como artesãos, tropeiros ou pequenos comerciantes.
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Em Vila Rica, atuavam nas corporações de ofício e integravam irmandades religiosas, como as de Nossa Senhora do Rosário e de São José.
⚪ Brancos – cerca de 116 mil (livres)
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Incluíam os funcionários da Coroa, padres, militares, artistas e comerciantes.
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Formavam a elite urbana e religiosa que financiava igrejas e vivia dos lucros da mineração.
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Essa elite construiu em Vila Rica um cenário de ostentação artística, refletido na arquitetura barroca e no patrocínio das ordens religiosas.
👨🏾🏭 Homens e mulheres
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As brancas lideravam as devoções religiosas e geriam os lares.
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As negras e forras atuavam como vendedoras, quitandeiras e lavadeiras, compondo uma parte essencial da economia local.
🏛️ 3. Interpretação geral para Vila Rica (Ouro Preto)
🔶 Riqueza e Contradição
Vila Rica, no auge do ciclo do ouro, foi uma cidade de extremos:
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Riquíssima em arte, fé e cultura, mas profundamente marcada pela escravidão, desigualdade e controle da Coroa.
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O esplendor de suas igrejas e palácios contrastava com o sofrimento dos mineradores.
🧱 Legado histórico
Essa riqueza sustentou:
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A construção das obras barrocas, com destaque para Aleijadinho e Mestre Ataíde.
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O florescimento da identidade mineira, que unia fé, trabalho e resistência.
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A emergência da consciência política, expressa na Inconfidência Mineira.
⚙️ Declínio e transformação
Mesmo com a queda da produção, Vila Rica manteve sua importância como:
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Centro administrativo da Capitania;
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Símbolo da memória nacional, sendo tombada no século XX como Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO, 1980).
🧭 Síntese Final
| Aspecto | Situação em Vila Rica (Ouro Preto) no século XVIII |
|---|---|
| Economia | Baseada na extração de ouro e controle fiscal da Coroa. |
| População | Predomínio de escravizados e mestiços; sociedade urbana diversificada. |
| Cultura | Barroco mineiro: igrejas ricamente decoradas e música sacra. |
| Política | Sede do governo da Capitania; centro da Inconfidência Mineira. |
| Transformação | Após o esgotamento das minas, tornou-se centro histórico e cultural. |

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