Vestibular Seriado da UFVJM movimenta estudantes de Carlos Chagas, mas adesão preocupa educadores
O domingo, 23 de novembro de 2025, foi marcado por expectativa e ansiedade para dezenas de jovens da região que participaram da Prova do Vestibular Seriado (Sasi) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), realizada na cidade de Nanuque. A avaliação contemplou a 1ª e a 2ª etapas do processo seletivo, que, ano após ano, vem se consolidando como uma das portas de entrada mais democráticas para o ensino superior na região.
Criada com o objetivo de tornar a caminhada até a universidade mais leve e gradual, a Sasi funciona como um modelo de avaliação contínua: em vez de condicionar o futuro do estudante a uma única prova — como acontece no Enem —, o sistema distribui o processo de seleção ao longo dos três anos do Ensino Médio. A UFVJM avalia, a cada série, o desempenho do candidato:
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1ª etapa: conteúdos do 1º ano;
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2ª etapa: conteúdos do 2º ano;
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3ª etapa: uso da nota do Enem, mediante inscrição do candidato.
Caso o aluno perca a 1ª etapa, ainda pode realizar 1ª e 2ª juntas no ano seguinte, sem prejuízo no processo.
Baixa adesão preocupa Carlos Chagas
A Prefeitura de Carlos Chagas disponibilizou um ônibus exclusivo para transportar os inscritos até Nanuque. No entanto, apenas 35 estudantes compareceram para embarcar, número considerado baixo diante do potencial do município.
A distribuição dos participantes foi a seguinte:
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14 alunos da Escola Estadual Souza Norte;
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12 alunos da Escola Estadual Dr. João Beraldo;
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8 alunos da COOEDUCAR;
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1 aluno já egresso do Ensino Médio.
Nos dados de participação por etapa, observou-se:
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6 alunos fizeram somente a 1ª etapa;
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8 alunos prestaram 1ª e 2ª etapas juntas;
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22 alunos realizaram apenas a prova da 2ª etapa.
O ano de 2025 registrou uma adesão preocupantemente baixa nas inscrições, com apenas 6 registros formais realizados na 1ª etapa para estudantes ingressos no Ensino Médio.
Um chamado à comunidade escolar
Diante desse cenário, o alerta está aceso. A UFVJM é uma universidade pública muito próxima, criada justamente para atender os estudantes do Vale do Mucuri, Jequitinhonha e regiões vizinhas. A oportunidade está ao alcance das mãos — mas é preciso que a comunidade escolar caminhe junto.
Pais, professores, diretores e gestores são fundamentais na mobilização, na orientação vocacional, no apoio emocional e na divulgação das etapas do processo. A caminhada até a universidade começa muito antes da terceira série: nasce da cultura de valorização dos estudos e do entendimento de que as portas do ensino superior são, sim, para os jovens de Carlos Chagas.
O futuro está logo ali. É preciso que todos — família, escola — se unam para garantir que nossos estudantes não apenas sonhem, mas cheguem à universidade e ocupem o lugar que é deles por direito.

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