Bullying

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Carlos Chagas firma parceria com a Safernet para formar cidadãos digitais!

📌 Reunião de alinhamento realizada nesta quarta-feira (03/09) entre a Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas e a Safernet Brasil. Na pauta, a implementação da Disciplina de Cidadania Digital, que irá preparar nossos profissionais e estudantes para um uso seguro, ético e responsável da internet. 🌐✏️

Carlos Chagas firma parceria com a Safernet para formar cidadãos digitais

Na manhã desta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, às 10h30, a Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas realizou uma reunião estratégica com a Safernet Brasil, representada pela gestora de projetos Isabella Ferro, para alinhar a implementação da Disciplina de Cidadania Digital em toda a rede municipal de ensino.

O encontro, realizado por videoconferência via Google Meet, contou com a participação da equipe da SME, os Diretores, a Piscóloga, a Assistente Social e do Programa de Acesso Digital (DAP), consolidando um passo decisivo para a educação digital dos profissionais e estudantes do município.

Formação obrigatória para todos os profissionais da educação

Ficou definido que todos os profissionais da educação da rede municipal deverão realizar o curso oferecido pela Safernet.

  • Inscrições: de 1º a 24 de outubro de 2025, com e-mail institucional.

  • Prazo de conclusão: cada inscrito terá 60 dias para finalizar a formação, iniciando imediatamente após a inscrição.

O que é a Disciplina de Cidadania Digital?

A iniciativa foi criada pela Safernet Brasil, em parceria com o Governo do Reino Unido, dentro do Programa de Acesso Digital. Seu objetivo é apoiar escolas na promoção do uso seguro, ético, responsável e positivo da internet.

Com 40 horas/aula, a disciplina está organizada em 5 módulos:

  1. Bem-estar e saúde emocional – rotinas digitais saudáveis, autoimagem, uso excessivo.

  2. Segurança e privacidade – legislação, senhas, reputação online.

  3. Respeito e empatia nas redes – combate ao ciberbullying, desinformação e discurso de ódio.

  4. Relacionamentos seguros online – prevenção à violência sexual e respeito às intimidades.

  5. Cidadania digital para todos – projetos práticos como podcasts, vídeos e eventos.

Apoio e reconhecimento

O curso será 100% online, gratuito e certificado, com suporte da Safernet por meio de cadernos de aula, grupos de WhatsApp e encontros virtuais. Além disso, os estudantes poderão concorrer a prêmios pelas melhores iniciativas socioculturais desenvolvidas a partir da disciplina.

A experiência da Safernet impressiona: já são 4,6 milhões de denúncias recebidas, 36 mil atendimentos a vítimas de violência online, 100 mil alunos formados em EAD e 177 mil adolescentes impactados em todo o país.

Um passo além da tecnologia

Em sua fala, Isabella Ferro ressaltou que a disciplina vai além do ensino sobre tecnologia:

“Nosso objetivo é formar cidadãos digitais conscientes, capazes de usar a internet para aprender, conviver e transformar suas comunidades.”

Compromisso de Carlos Chagas

Com essa adesão, Carlos Chagas dá um passo importante para preparar sua comunidade escolar para os desafios do mundo digital, fortalecendo a relação entre educação, cidadania e responsabilidade online.



Desfile da Escola Municipal Brazilino Rodrigues de Souza!

Guilherme e sua equipe-Parabéns pelo belo desfile cívico.

Desfile da Escola Municipal Brazilino Rodrigues de Souza

Hoje foi o dia da Escola Municipal Brazilino Rodrigues de Souza escrever mais uma página bonita em sua história. Às vésperas do 7 de Setembro, a comunidade se reuniu em torno do desfile cívico, um momento que uniu memória, emoção e o espírito de independência.

Entre os presentes, destacaram-se a senhora D. Áurea, nossa 1ª Dama, e a sempre simpática secretária de Assistência Social, Carol, além da valorosa presença da Polícia Militar, garantindo a ordem e abrilhantando ainda mais a solenidade.

O ponto mais comovente veio com o minuto de silêncio em memória da senhora Anízia Soares de Oliveira, a D. Neném, mãe da secretária de Cultura e Esportes, irmã do senhor Nivaldo Soares de Oliveira – doador do terreno onde a escola foi construída – e avó da professora Adriana, integrante dedicada do corpo docente. Nesse instante, a comunidade uniu-se em respeito e gratidão, lembrando que a história da escola se entrelaça com a história das famílias que a construíram.

Em sua fala, o Diretor Guilherme resgatou a trajetória da escola, lembrando que no início ela era formada por diversos núcleos espalhados pela comunidade, cada um com sua identidade, mas todos guiados pelo mesmo propósito: formar cidadãos preparados para o futuro. O ano de 2009 marcou a fusão desses núcleos em uma única escola, símbolo de união e fortalecimento. Guilherme comparou essa transformação ao próprio processo da Independência do Brasil em 1822: um grito de liberdade e esperança, que deu ao país a força de se reinventar. Assim também a escola encontrou sua “independência”, ganhando autonomia, unidade e coragem para seguir adiante.

A supervisora educacional Silvana explicou o sentido de cada pelotão. A Educação Infantil trouxe a mensagem “Plantando sonhos, colhendo cidadãos”, recordando o início da história. Os alunos do 1º ao 3º ano lembraram que “tijolo a tijolo, ergue-se o futuro do Brasil”. Já as turmas do 4º e 5º ano mostraram que a escola é espaço de liberdade e cidadania: “A escola abre portas, conhecimento, ideias e sonhos”. O 6º e 7º ano prestaram homenagem à memória viva da escola: “Cada memória é uma história, que por algum motivo, a gente não deixa ir embora”. Por fim, o 8º e 9º ano reafirmaram o compromisso com o amanhã: “O futuro se constrói com conhecimento e cidadania”.

O desfile da Brazilino Rodrigues de Souza foi, portanto, mais que uma celebração. Foi um reencontro com as raízes, uma homenagem às pessoas que ajudaram a construir a escola e uma afirmação de que a independência não é apenas um fato histórico, mas um processo contínuo. Assim como em 1822 o Brasil buscou sua liberdade, hoje a escola ensina que a verdadeira independência se constrói diariamente com respeito, solidariedade, compromisso e conhecimento.

E foi nesse espírito que professores, alunos, autoridades e comunidade desfilaram juntos: de mãos dadas com a história e com os olhos voltados para o futuro.

Viva a Escola Brazilino Rodrigues de Souza! Viva a nossa independência! Viva o Brasil!

terça-feira, 2 de setembro de 2025

AS FILAS DA VIDA E O DIRETOR DE ESCOLA!

Reflexão para Gestores da Escola Pública!

A imagem das “filas da vida” traduz de forma simples, mas poderosa, os diferentes comportamentos que encontramos em nossas equipes escolares. Como gestores da escola pública, estamos constantemente sujeitos a essas cinco posturas: críticas, fofocas, envolvimento, encorajamento e ajuda.

É fundamental compreender que a crítica, quando bem-intencionada, deve ser ouvida com atenção. Críticas procedentes precisam ser acolhidas e transformadas em oportunidade de melhoria, fortalecendo a gestão e criando um ambiente de confiança. Já a fofoca é o ruído que desagrega e desvia o foco. Cabe ao gestor, com firmeza e exemplo, mostrar que a energia deve ser canalizada para ações construtivas.

Por outro lado, precisamos incentivar e valorizar os que se dispõem a se envolver, a encorajar e, sobretudo, a ajudar. É nesse grupo que nasce o verdadeiro espírito coletivo da escola, pois cada colaborador que assume o projeto de gestão como seu se torna corresponsável pelos resultados.

O desafio do gestor, portanto, é equilibrar escuta e liderança, transformando críticas em aprendizado, desarmando fofocas com transparência e multiplicando o poder de quem apoia e constrói. Uma gestão democrática e participativa só se consolida quando todos entendem que a escola é um projeto comum, maior que cada indivíduo.

O Desfile Cívico da Tãncredo Neves fez Mayrink pulsar!

Algumas imagens:https://photos.app.goo.gl/NvjpYjmQPLWMjHRt6 - Equipe Maravilhosa que trabalha unida e organizada sob a liderança do Jovem Diretor Jardson

🌟 O Desfile Cívico que fez pulsar Mayrink!

Na manhã deste 02 de setembro, às 8h30, o Distrito de Mayrink foi palco de uma cena inesquecível. A chuva insistente não afastou a comunidade, pelo contrário: foi como se cada gota se misturasse ao brilho dos olhos de quem celebrava, nas ruas, a Independência do Brasil de 1822.

O desfile cívico foi mais que um ato escolar. Foi um gesto coletivo de identidade, memória e pertencimento. E aqui cabem mil milhões de parabéns ao jovem diretor Jardson, à supervisora Luciana e a todos os profissionais da Escola Municipal Presidente Tancredo Neves, que com dedicação e amor ao trabalho transformaram a data em um espetáculo de civismo e beleza.

Economia que pulsa no rio

Um dos pontos centrais do desfile foi a homenagem à Economia da Pesca, que sustenta Mayrink. Os alunos encenaram peixinhos e pescadores, trazendo para o coração das ruas a força de um povo que encontra no rio o seu sustento e sua tradição. Nas faixas lia-se:
“Pescadores do Distrito: orgulho, trabalho e tradição.”
E, como se não bastasse, a lembrança carinhosa da famosa moqueca do Sr. Eurides, da Ester e do Sr. Adão — sabores que já fazem parte do patrimônio afetivo e gastronômico de Carlos Chagas.

Educação Integral: a luz do saber

Outro destaque foi a Educação em Tempo Integral, implantada em 2024 na escola. Os alunos, vestidos de lâmpadas, livros, roupas recicláveis, telas de artistas e bambolês, representaram os múltiplos projetos que hoje ampliam horizontes, fortalecem a aprendizagem e iluminam o futuro. A cena foi uma metáfora viva da escola como espaço de transformação.

Fanfarra: o som da liberdade

E como não falar da fanfarra? Seus tambores ecoaram como ecos dos gritos de 1822, atualizados nos avanços recentes conquistados pela comunidade, sob a gestão do prefeito Nanayoski Tavares. Cada batida era um lembrete de que a liberdade continua sendo construída, conquista após conquista.

Chuva de civismo

Nem a chuva ousou apagar a chama. Ela caiu, mas não dispersou ninguém. Enquanto as gotas desciam, a fanfarra seguia firme, e a escola mostrava que civismo não se desfaz com o tempo ou com o clima — ele é permanente.

No fim, ficou o sentimento de gratidão:
“Nosso maior bem é a liberdade, só equiparada à própria vida.”

Valeu, Jardson. Valeu, Luciana. Valeu Bel. Valeu, professores. A Escola Presidente Tancredo Neves mostrou mais uma vez que é a guardiã do civismo em Mayrink. 🌿

REUNIÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC-DIGITAL!


📢 Convocação Importante: Reunião Virtual sobre a BNCC-Digital

A Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas convoca todos os(as) Diretores(as) da rede municipal para participarem da Reunião Virtual da BNCC-Digital, que acontecerá no dia 03 de setembro de 2025 (quarta-feira), às 10h30.

Este encontro é de caráter obrigatório e tem como objetivo apresentar como será realizado o treinamento dos profissionais da educação da rede municipal para a implementação da BNCC Digital, ferramenta essencial para o fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem em nossas escolas.

🔗 O link de acesso à reunião será enviado previamente pelo whatsaap e e-mail.

👥 A presença de todos os Diretores é fundamental para garantir a integração das equipes escolares neste processo inovador, que marca um novo momento da Educação em Carlos Chagas.

➡️ Nenhum Diretor pode faltar.
Juntos, estamos construindo uma educação cada vez mais conectada ao futuro.

domingo, 31 de agosto de 2025

Cidadania Digital no currículo: Carlos Chagas implementa a partir de 2026!



Carlos Chagas implementará “Cidadania Digital” no currículo a partir de 2026; decreto define regras para uso de dispositivos e integração de Computação

Rede municipal reelabora currículo em 2025 para incluir o componente — como disciplina específica ou temática transversal — da Educação Infantil ao Ensino Fundamental I e II e EJA. Diretores já receberam orientações e iniciarão a discussão com suas comunidades escolares.

A Prefeitura de Carlos Chagas publicou o Decreto nº 132/2025, que institui diretrizes para integrar Computação e Educação Digital e Midiática ao currículo e regrar o uso de dispositivos digitais nos espaços escolares. A medida prepara a rede para, a partir de 2026, implementar o componente curricular “Cidadania Digital”, que poderá ser específico (componente próprio) ou transversal (integrado às áreas), abrangendo Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e EJA.

Em reunião com diretores, a Secretaria Municipal de Educação apresentou o decreto e o cronograma de trabalho: reelaboração do currículo em 2025 e implantação em 2026, com debate e validação no coletivo de cada escola.


O que muda no currículo

  • Cidadania Digital passa a compor o currículo como componente específico ou tema transversal, articulado à BNCC.

  • Conteúdos mínimos incluem: pensamento crítico e criativo, alfabetização digital, cidadania e sustentabilidade digitais, uso pedagógico de tecnologias, padrões/algoritmos e resolução colaborativa de problemas.

  • Na Educação Infantil, a orientação prioriza experiências concretas, ludicidade e computação desplugada; uso de telas não é recomendado (apenas de forma excepcional, com mediação docente e equipamentos da escola).

  • No Ensino Fundamental (1º ao 9º), o decreto apresenta habilidades por ano, detalhando desde a organização de informações e noções de algoritmo (anos iniciais) até programação, segurança de dados, educação midiática e ética digital (anos finais).


Regras para uso de dispositivos nas escolas

  • Vedado o uso de dispositivos pessoais para fins não pedagógicos em toda a rotina (sala, ambientes de aprendizagem, recreio/intervalos), para todas as etapas.

  • Exceções:

    • Tecnologia assistiva (estudo de caso/laudo e plano de suporte);

    • Monitoramento de saúde;

    • Garantia de direitos fundamentais em situações específicas;

    • Emergências (estado de perigo/força maior).

  • A escola, com a comunidade, definirá modelos de guarda quando a portabilidade for permitida (com o estudante lacrado/inacessível; em caixas/armários sob supervisão; guarda centralizada pela escola).

  • Bloqueadores de sinal não são recomendados. As escolas podem sugerir às famílias que deixem os aparelhos em casa quando não houver uso pedagógico previsto.


Formação de professores e implementação

  • A Secretaria organizará capacitações e orientações pedagógicas; as escolas devem adequar os PPPs e planejar a integração do componente às práticas.

  • Docentes participarão de formações continuadas e aplicarão as abordagens em sala, com acompanhamento e monitoramento pela SME.

  • A rede realizará levantamento de infraestrutura, com planejamento para aquisição/adequação de equipamentos conforme necessidade e orçamento.


Parceria estratégica: SaferNet Brasil

Para apoiar a implementação, a Secretaria busca parceria com a SaferNet Brasil — organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, referência nacional desde 2005 na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet. A SaferNet atua na prevenção e enfrentamento a crimes e violações on-line (como aliciamento, racismo, intolerância, violência sexual contra crianças e adolescentes), desenvolvendo conteúdos, tecnologias e cooperação institucional (a exemplo do Ministério Público Federal). A colaboração visa formação de educadores, apoio pedagógico e materiais para uma internet ética, segura e responsável.


Por que isso importa

A integração de Computação e Educação Digital e Midiática no currículo responde às diretrizes nacionais (PNED — Lei 14.533/2023; Resoluções CNE/CEB nº 1/2022 e nº 2/2025) e fortalece aprendizagens essenciais para o mundo conectado: segurança e privacidade, leitura crítica de mídias, pensamento computacional, ética e cidadania digital. O decreto também dialoga com condicionalidades de gestão do Fundeb (VAAR), ao exigir referenciais curriculares alinhados às normas de Computação e Educação Digital.


Próximos passos

  1. 2025Reelaboração do currículo municipal e formação de equipes escolares.

  2. Discussão nas escolas — Diretores apresentam o decreto e conduzem o debate com o coletivo (professores, estudantes, famílias e conselho escolar).

  3. 2026Implantação do componente Cidadania Digital (específico ou transversal) em todas as etapas da rede, com acompanhamento e avaliação contínuos.

Serviço para a comunidade escolar
– As escolas divulgarão calendário de reuniões para explicar as mudanças.

sábado, 30 de agosto de 2025

🎉 Grande Inauguração da Quadra de Esporte da Escola Municipal Maria Ribeiro Tavares!

 


🎉 Grande Inauguração da Quadra de Esporte da Escola Municipal Maria Ribeiro Tavares

É com imensa alegria que convidamos toda a comunidade escolar da Praça São José – pais, alunos e professores – para celebrar conosco um marco importante para a Educação e o Esporte em Carlos Chagas.

No dia 1º de setembro de 2025, às 18h, será inaugurada a Quadra de Esporte da Escola Municipal Maria Ribeiro Tavares, um espaço pensado para fortalecer a prática esportiva educacional, a convivência e o futuro de nossas crianças e jovens.

O evento contará com a presença do Prefeito Municipal José Amadeu Nanayoski Tavares, do Vice-Prefeito Helvécio Martins Prates e dos Secretários.

Além da inauguração, teremos também o lançamento do Programa de Obras “ACELERA CARLOS CHAGAS – O futuro é agora”, que vem impulsionar o desenvolvimento do município em diversas áreas: infraestrutura, mobilidade, educação, saúde, esporte, cultura, turismo, lazer e valorização social.

✨ Trata-se de um conjunto de ações estratégicas que visam promover qualidade de vida, inclusão e fortalecimento do futuro de Carlos Chagas.

📍 Local: Praça São José, nº 91 – Bairro Cruzeiro I
📅 Data: 1º de setembro de 2025
Horário: 18h

🙌 Sua presença é essencial para abrilhantar este momento histórico para nossa cidade. Venha fazer parte desta conquista!

Prefeitura de Carlos Chagas
O futuro é agora.

Uma Jornada de Parcerias e Sensibilidade

Uma Jornada de Parcerias e Sensibilidade

Ontem, 29 de agosto, vivemos mais um capítulo especial na Jornada Formativa de Capacitação de Profissionais da Educação, conduzida pela psicóloga Patrícia Rodrigues. Ainda que uma crise de rinite me tenha impedido de estar presencialmente, acompanhei virtualmente cada instante deste encontro e posso afirmar: foi um momento de grande aprendizado e inspiração.

A temática trabalhada girou em torno das parcerias entre família e equipe multidisciplinar no Atendimento Educacional Especializado (AEE). Patrícia trouxe uma reflexão profunda sobre o papel da família como a principal fonte de informações sobre a criança – sua história, rotina, dificuldades, avanços e necessidades. Lembrou-nos de que, quando a família é ouvida e acolhida, transforma-se em aliada valiosa no processo educativo.

Outro ponto essencial foi o destaque ao trabalho da equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas e psiquiatras. No contexto escolar, essa equipe oferece laudos, avaliações e orientações técnicas que fortalecem o Plano de Atendimento Educacional Especializado, possibilitando um olhar mais completo e humano sobre cada estudante.

O encontro, porém, não se limitou à escuta. Houve um trabalho em grupo em que os participantes puderam analisar casos reais de estudantes, refletindo sobre posturas e intervenções adequadas. Dessa experiência colaborativa nasceu uma plenária enriquecedora, na qual cada grupo compartilhou suas conclusões e aprendizagens, transformando o encontro em um espaço vivo de troca e construção coletiva.

A jornada terminou com uma mensagem que merece ecoar em nossas práticas diárias: “Quando família, escola e profissionais caminham juntos, a inclusão deixa de ser um desafio isolado e se torna um compromisso compartilhado.”

Acompanhar este encontro, mesmo à distância, foi renovar a certeza de que estamos trilhando o caminho certo: o da educação que acolhe, escuta e transforma. 🌱📘

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Democracia, polarização e reformas: o que diz a The Economist sobre o Brasil!

📖 Leitura Recomendada

Vivemos tempos em que a informação é essencial para entendermos melhor o mundo ao nosso redor. A revista The Economist publicou uma análise sobre o atual cenário político brasileiro e suas implicações internacionais.

Mais do que tomar partido, o importante é estarmos atentos e bem-informados. Essa leitura nos ajuda a refletir sobre democracia, instituições e os desafios que enfrentamos como sociedade.

👉 Confira a reportagem completa a seguir e tire suas próprias conclusões.


IMAGINE UM PAÍS onde um presidente polarizador perdeu sua tentativa de reeleição e se recusou a aceitar o resultado. Ele declarou a votação fraudada e usou as redes sociais para incitar seus apoiadores a se rebelarem. Eles o fizeram aos milhares, atacando prédios do governo. Então, a insurreição fracassou, o ex-presidente enfrentou uma investigação criminal e os promotores o levaram a julgamento por planejar um golpe.

Isso soa como uma fantasia da esquerda americana. Na outra grande democracia do hemisfério, é realidade. Em 2 de setembro, o julgamento de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e o "Trump dos trópicos", começará no Supremo Tribunal Federal. As evidências parecem um flashback do passado turbulento do Brasil. Um ex-general de quatro estrelas conspirou para anular o resultado da eleição; assassinos planejaram assassinar o verdadeiro vencedor. Como nossa investigação sobre a trama explica , o golpe fracassou por incompetência e não por intenção.

 Bolsonaro e seus associados provavelmente serão considerados culpados. Isso torna o Brasil um caso de teste para a recuperação de países de uma febre populista. Na Polônia, dois anos após a saída do partido Lei e Justiça ( P i S ), uma coalizão liderada por Donald Tusk, um centrista, é limitada por um novo presidente do P i S. No Reino Unido, o Brexit agora é impopular, mas Nigel Farage, o político que o inspirou, lidera nas pesquisas. Nem mesmo o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023 conseguiu tirar Israel de suas amargas divisões.

Mas a comparação mais marcante do Brasil é com os Estados Unidos. Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os EUA estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários — com Donald Trump esta semana mexendo com o Federal Reserve e ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia.

Um dos motivos pelos quais o Brasil promete ser diferente de outros países é que a memória da ditadura ainda está fresca. Ela restaurou a democracia em 1988. O Supremo Tribunal Federal, moldado pela "Constituição Cidadã" promulgada na época, ainda se vê como um baluarte contra o autoritarismo.

Além disso, a maioria dos brasileiros está de olhos abertos sobre o que Bolsonaro fez. A maioria acredita que ele tentou dar um golpe para se manter no poder. Governadores conservadores que disputam a eleição do próximo ano contra o presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, precisam dos votos dos apoiadores de Bolsonaro para vencer. Mas até eles criticam seu estilo político.

Esse reconhecimento abriu a possibilidade de reformas. Como nosso briefing descreve, a maioria dos políticos brasileiros, tanto de esquerda quanto de direita, quer deixar para trás a loucura de Bolsonaro e sua polarização radical. Dos figurões empresariais em São Paulo aos políticos de Brasília, há um consenso surpreendente sobre uma agenda difícil, mas urgente, de mudança institucional.

Paradoxalmente, uma tarefa fundamental é controlar o Supremo Tribunal Federal, apesar de seu papel como guardião da democracia brasileira. Como árbitro de uma Constituição com 65.000 palavras, o tribunal supervisiona uma gama estonteante de regras, direitos e obrigações, desde política tributária até cultura e esportes. Grupos que vão de sindicatos a partidos políticos podem apresentar casos diretamente. Às vezes, os próprios juízes iniciam processos, incluindo um inquérito sobre ameaças online, alguns deles contra o próprio tribunal — tornando-o vítima, promotor e juiz. Para lidar com uma carga de trabalho de 114.000 decisões somente em 2024, a maioria das decisões vem de juízes individuais. Há amplo reconhecimento de que juízes não eleitos, com tanto poder, podem corroer a política, bem como salvá-la de golpes. Os próprios juízes veem o caso para mudança.

Consertar o tribunal será difícil, mas seu poder é apenas parte da bagagem constitucional que o Brasil carrega. O país também sofre de incontinência fiscal crônica, em particular isenções fiscais descontroladas e aumentos automáticos de gastos. Alguns desses fatores foram consagrados na Constituição de 1988 para coibir líderes autoritários em potencial. Outros são culpa do Congresso brasileiro, que assumiu o controle do orçamento federal e usa sua influência para financiar projetos pessoais. O efeito é a exclusão de investimentos e o enfraquecimento do crescimento.

Em teoria, isso aponta para um caminho a seguir. Bolsonaro deve ser julgado por seus crimes e punido se for considerado culpado. No ano que vem, a eleição deve ser disputada em torno das reformas mais amplas.

Na prática, nada disso será fácil. Um obstáculo é o Sr. Trump. Ele acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de uma "caça às bruxas" contra seu amigo e, no início de agosto, impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O governo também impôs sanções Magnitsky — uma exclusão do sistema financeiro americano geralmente destinada a violadores de direitos humanos e cleptocratas — a Alexandre de Moraes, o juiz que lidera o caso Bolsonaro. Outras autoridades e políticos podem seguir o exemplo. Isso nos remete a uma era sombria e passada, em que os Estados Unidos habitualmente desestabilizavam os países latino-americanos.

Felizmente, a interferência do Sr. Trump provavelmente sairá pela culatra. Apenas 13% das exportações brasileiras vão para os Estados Unidos, e consistem principalmente de commodities, para as quais novos mercados podem ser encontrados. Os EUA já concederam inúmeras isenções. Até agora, os ataques do Sr. Trump apenas fortaleceram a posição de Lula nas pesquisas de opinião e lhe deram uma desculpa para qualquer notícia econômica ruim antes da próxima eleição, em outubro de 2026.

Os obstáculos internos à reforma são maiores. Mesmo que as elites queiram mudanças, o Brasil ainda é um país profundamente dividido. Bolsonaro tem apoiadores fanáticos que causarão problemas, especialmente se o tribunal impor uma sentença severa. Reformar o Supremo Tribunal Federal e a Constituição exige que grupos abram mão do poder em prol do bem comum. É natural que se apeguem ao que têm — mesmo que seja apenas porque não confiam em seus inimigos. Todos querem crescimento, mas, para obter mais crescimento, algumas pessoas terão que abrir mão de alguns privilégios.

As tensões serão, portanto, inevitáveis. Mas, ao contrário de seus pares nos Estados Unidos, muitos dos políticos tradicionais do Brasil, de todos os partidos, querem seguir as regras e progredir por meio de reformas. Essas são as marcas da maturidade política. Pelo menos temporariamente, o papel do adulto democrático do hemisfério ocidental se deslocou para o sul. 


Capa traz Bolsonaro como "Viking do Capitólio", pintado com as cores do Brasil. A ilustração faz alusão a Jacob Chansley, homem que virou símbolo da invasão ao Congresso americano, em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores inconformados com a derrota de Donald Trump para Joe Biden nas eleições de 2020.

sábado, 23 de agosto de 2025

Quando o silêncio fala mais alto: Octavio Paz e o choque entre índios e europeus!

 

📖 Trecho de Octavio Paz – O Labirinto da Solidão

“Os índios não podiam responder ao mundo que os espanhóis lhes impunham porque não compartilhavam os seus símbolos nem a sua visão. Faltava-lhes esse recorte cultural que dava sentido às palavras do conquistador. A palavra europeia caía sobre eles como algo estranho, sem equivalente no seu universo. Daí o silêncio, a incomunicação, a derrota espiritual que acompanhou a militar.” (O Labirinto da Solidão, p. 101).


Explicação didática

Octavio Paz nos mostra que, durante a Conquista, o choque entre espanhóis e povos indígenas não foi apenas militar, mas também cultural e simbólico. Os indígenas não tinham como compreender plenamente as palavras e os conceitos trazidos pelos europeus, porque pertenciam a mundos diferentes, com referências e significados distintos.

Essa ausência de uma linguagem comum gerou silêncio e incomunicação, como se cada lado falasse um idioma impossível de traduzir para o outro. A derrota, portanto, não aconteceu só no campo de batalha, mas também no espírito, já que os indígenas perderam a possibilidade de diálogo em pé de igualdade.

Esse ponto levantado por Paz nos ajuda a refletir sobre como a falta de reconhecimento do outro e de sua visão de mundo pode gerar exclusão, violência simbólica e apagamento cultural.

💭 Perguntas para refletir e comentar:

  1. Você já parou para pensar que, muitas vezes, a falta de diálogo entre culturas nasce porque não partilhamos os mesmos símbolos e referências?

  2. Como podemos, hoje, evitar esse “silêncio” entre diferentes grupos sociais, culturais ou linguísticos?

  3. O que o trecho de Octavio Paz nos ensina sobre a importância de valorizar e respeitar a cultura indígena no Brasil?

  4. Quando uma cultura tenta se impor sobre a outra, quem perde mais: quem domina ou quem é dominado?

  5. E se a conquista tivesse sido baseada no diálogo e no respeito mútuo, como poderia ter sido diferente a história da América?

O Peso suave de brilhar!

“Se ninguém te odeia, você está no caminho errado, porque o sucesso chateia, o talento incomoda e a energia boa causa inveja.” – disse Cortella.

A frase pode soar dura, mas guarda em si uma verdade silenciosa: o brilho incomoda. Quem trilha caminhos de transformação precisa entender que a aprovação unânime é uma ilusão. O sucesso desperta comparações, o talento revela fragilidades alheias e a alegria genuína muitas vezes escancara frustrações escondidas.

Na educação, essa realidade é ainda mais visível. O professor que decide inovar, o gestor que ousa mudar, o estudante que se dedica além do esperado… todos, em algum momento, despertam resistências. Há sempre quem critique, quem minimize, quem olhe com desconfiança. Mas isso não é sinal de erro: é prova de que algo está sendo movido.

O incômodo é sintoma de vida. É sinal de que a rotina foi quebrada, de que a inércia perdeu espaço, de que novas possibilidades surgiram. O silêncio absoluto, sim, é perigoso, pois revela indiferença.

Cortella nos lembra que não é possível crescer sem provocar. E talvez a lição maior seja esta: educar é aceitar incomodar, não por vaidade, mas por acreditar que só quem faz diferença no mundo desperta emoções verdadeiras.

O que mais te desafia: as críticas que recebe ou o silêncio da indiferença?

ADVÉRBIOS LATINOS


 

📚 Adverbialismos Latinos no Cotidiano Acadêmico e Jurídico

Muitas vezes escutamos expressões em latim em debates, artigos ou até no dia a dia da escola e não compreendemos bem o que significam. Como pedagogo, trago aqui um guia simples e prático para o seu aprendizado.

🔹 Data venia – significa “com sua licença”. É uma forma educada de discordar, muito usada em textos jurídicos.
🔹 Ipsis litteris – quer dizer “literalmente”. Indica que a citação foi transcrita exatamente como no original.
🔹 Latu sensu – significa “em sentido amplo”. Geralmente usado em cursos ou interpretações mais abrangentes de um tema.
🔹 Sic – equivale a “assim”. Coloca-se em citações para mostrar que um possível erro ou forma estranha já estava no texto original.
🔹 Status quo – quer dizer “no estado em que”. Indica a manutenção da situação atual.
🔹 Stricto sensu – significa “em sentido restrito”. Refere-se a interpretações específicas, como cursos de mestrado e doutorado.
🔹 Sui generis – traduz-se como “de gênero próprio”. Algo único, especial, sem comparação.
🔹 Verbi gratia (v.g.) – quer dizer “por exemplo”. É usado como abreviação em textos formais.

✍️ Aqui no blog, aprender latim é também entender a tradição acadêmica e dar mais precisão às palavras.

Com amor e criatividade: a importância do material próprio no AEE

Capacitação em Nanuque reforça a importância do AMOR e do material próprio.

Na noite de sexta-feira, 22 de agosto, o Sicoob Hall, em Nanuque, recebeu mais uma etapa da Capacitação dos Profissionais da Educação para Atendimento Educacional Especializado (AEE). O grupo de educadores de Carlos Chagas seguiu viagem no “amarelinho”, levando na bagagem o desejo de aprender e devolver às escolas experiências que transformam a prática pedagógica.

A formação, como sempre, foi conduzida pela psicóloga Patrícia Rodrigues, que destacou em sua fala um ponto essencial: atuar com crianças e adolescentes na condição de autismo, TDAH e TOD exige mais do que técnica. “Ser um profissional do AEE é colocar em prática o amor ao próximo”, afirmou. Para Patrícia, sem amor os resultados não florescem; apenas o dinheiro não sustenta o compromisso necessário.

Durante o encontro, a psicóloga também apresentou exemplos de materiais elaborados por ela mesma e utilizados em seu consultório, reforçando a necessidade de que cada profissional busque, produza e adapte seus recursos. Pequenos gestos, como a conquista de um sorriso, já representam grandes vitórias no atendimento, enfatizou ela.

O momento de convivência foi coroado com massas saborosamente preparadas para um lanche. Assim, estudo, afeto e partilha marcaram mais um capítulo de aprendizado para nós educadores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Quando a Noite também é Azul: uma Quarta-Feira do Autismo!

Uma noite onde a Quarta-Feira foi Azul¹

Na NOITE desta quarta-feira, 19 de agosto de 2025, o sol havia completado seu poente em Carlos Chagas quando nós, da Comissão de AEE da Secretaria de Educação, seguimos rumo ao SICOOB Hall, em Nanuque em um daqueles amarelinhos. O destino não era uma simples sala de formação; era mais um capítulo do nosso aprendizado coletivo sobre algo que atravessa não apenas as escolas, mas também as nossas memórias e emoções mais íntimas: o Autismo.

À frente de tudo, como sempre, estava a psicóloga Patrícia Rodrigues, com sua clareza firme e, ao mesmo tempo, acolhedora. Ao redor dela, palavras técnicas ganham vida, teorias encontram exemplos, e conceitos que poderiam soar frios nos livros se tornam carne e afeto. Patrícia não fala de autismo como quem descreve um diagnóstico. Ela fala de gente. E quando fala de gente, cada um de nós inevitavelmente se lembra de um aluno, de um filho, de alguém próximo da gente. Vi muito de Maria em tudo que foi ensinado. 

Presenças que contam histórias

Estávamos ali: Maria, supervisora incansável; Rita Medrado, psicóloga de sensibilidade atenta; Joice, nossa assistente social sempre de mãos dadas com as famílias; e eu, Deodato, Secretário de Educação que insiste em aprender para não se perder no caminho da gestão. Encontramos também Rejane, professora da Escola Municipal Oscar João Kretli, que se juntou a nós nesse mergulho de reflexões.

Na estrada de ida e volta, partilhamos não apenas o carro, mas também histórias, dúvidas, expectativas. É assim que a formação também acontece: no movimento, no diálogo, nos olhares cúmplices.

Patrícia e sua psicologia de afetos

Patrícia nos conduziu pelos Fundamentos do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Explicou que o TEA é um espectro – e espectro é arco-íris, é diversidade, é multiplicidade. Não há um autismo único, mas milhares de modos de ser autista. Falou do diagnóstico precoce, possível desde os 18 meses, quando sinais sutis como a falta de contato visual ou estereotipias motoras aparecem.

Trouxe o DSM-5 e a CID-11, mas com eles não vieram códigos frios, e sim as portas para compreendermos que cada aluno precisa de apoios diferentes. Três níveis de suporte, dizia ela, que na prática se traduzem em um compromisso maior da escola em não deixar ninguém para trás.

Da teoria ao chão da escola

Falamos de critérios diagnósticos: dificuldades na interação social, interesses restritos, rotinas rígidas. Mas também falamos de vida real: a criança que tampa os ouvidos porque a sala é barulhenta demais, o aluno que prefere girar o carrinho a brincar de corrida, a menina que recusa o prato do dia porque a textura não combina com sua sensibilidade.

As imagens que Patrícia projetava ganhavam voz nas nossas lembranças:

– “Ah, esse comportamento é igualzinho ao do meu aluno”, murmurava alguém.

– “Essa seletividade alimentar é o que a mãe da fulana tanto comenta”, dizia outro.

Dicas que não cabem só no quadro

Patrícia nos lembrou de algo precioso: na escola, pequenas atitudes mudam mundos. Usar recursos visuais para apoiar a comunicação. Respeitar o tempo da criança e manter a rotina previsível. Estimular a interação sem forçar, mediando encontros. Evitar punições por estereotipias, porque nem todo bater de mãos é birra – às vezes, é apenas o corpo pedindo equilíbrio.

E, acima de tudo, reduzir os excessos de estímulos. Afinal, se até nós, adultos, sofremos com uma sala barulhenta ou uma luz forte demais, por que não aceitar que o autista sinta isso de forma ainda mais intensa?

Desmontando mitos

Entre tantas verdades, foi preciso também derrubar algumas mentiras persistentes: não, pessoas com autismo não são incapazes de sentir emoções. Não, o autismo não é causado por vacinas. Nem todo autista é um gênio das exatas ou da música. E não, o autismo não tem cura – porque não é doença. É jeito de ser.

Epílogo de uma noite!

Saímos do SICOOB Hall diferentes. Não porque aprendemos algo novo apenas, mas porque fomos lembrados de algo essencial: educar é um exercício de humanidade. Patrícia nos ajudou a perceber que, diante do autismo, não basta conhecimento técnico; é preciso também humildade, paciência e amorosidade.

Na volta, enquanto o carro percorria a MGC-418, pensei: talvez a maior lição que o autismo nos dá é que cada um tem seu tempo, sua forma de ser, seu modo de estar no mundo. E que cabe a nós, educadores, abrir caminhos para que todos possam florescer em sua singularidade.

Quanto mais compreendermos e colocarmos em prática o conhecimento, mais poderemos fazer pelos autistas, que tanto nos ensinam sobre o verdadeiro sentido de ser humano.

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¹Nota: A cor azul é reconhecida internacionalmente como símbolo do autismo desde a campanha “Light It Up Blue” (Ilumine de Azul), lançada em 2007 pela organização Autism Speaks. A escolha se deu por sua associação à serenidade, harmonia e esperança, além de remeter, à época, à maior prevalência do diagnóstico em meninos. Hoje, o azul permanece como cor de conscientização e inclusão, iluminando o Dia Mundial do Autismo (2 de abril) em monumentos e espaços públicos de todo o mundo.

PARTES DO CÉREBRO AFETADAS PELO AUTISMO!

Córtex cerebral (em geral; inclui lobos frontal, temporal, parietal e occipital)

O que faz: percepção, atenção, raciocínio, linguagem, planejamento e tomada de decisões.
O que posso notar em sala: dificuldade para manter foco em instruções longas; lentidão para planejar passos de uma tarefa; rigidez para mudar de atividade; compreensão literal da linguagem; distração com estímulos sensoriais.
Como ajudar: instruções curtas e sequenciadas; rotinas visuais; objetivos de cada atividade à vista; modelagem passo a passo; tempo extra para transições; linguagem concreta e exemplos; recursos de Comunicação Aumentativa/Alternativa (figuras, pictogramas, apps) quando necessário; avaliação diversificada (não só escrita).

Lobo frontal do córtex (região em vermelho na imagem)

O que faz: funções executivas (planejar, organizar, inibir impulsos), controle motor voluntário, aspectos da fala (área de Broca, hemisfério esquerdo).
O que posso notar: impulsividade; dificuldade para iniciar/finalizar tarefas; fala interrompida quando precisa planejar; escrita com muitos “rasgos” por falta de planejamento motor; queda de desempenho em atividades com vários passos.
Como ajudar: checklists e agendas visuais; dividir tarefas em microetapas; cronômetros/temporizadores; ensino explícito de “começo–meio–fim”; ensaios comportamentais (role-play); combinações claras de regras com reforço positivo.

Hipocampo

O que faz: memória de curto prazo e consolidação para a memória de longo prazo; formação de mapas mentais e de contexto.
O que posso notar: aprende na aula mas “esquece” no dia seguinte; dificuldade para generalizar (sabe no laboratório, mas não aplica na sala); persegue sempre a mesma solução conhecida.
Como ajudar: revisão espaçada (revisitar conteúdos em 24h/1 semana); pistas de recuperação (palavras-chave, ícones); organizadores gráficos (quadros KWL, mapas conceituais); rotas de generalização (exercitar a mesma habilidade em contextos diferentes); portfólios com “exemplos-modelo”.

Amígdala

O que faz: detecção de ameaça e respostas emocionais (“luta, fuga ou congelamento”); dá “peso emocional” às experiências.
O que posso notar: ansiedade em mudanças de rotina; hiper-reatividade a barulhos/cheiros; crises quando há sobrecarga sensorial; evitação de tarefas novas.
Como ajudar: previsibilidade (agenda do dia e avisos de transição com antecedência); “cantinho de regulação” com recursos sensoriais (fones, massinha, peso, respiração guiada); linguagem calma e concreta; ensino de habilidades socioemocionais (identificar emoções, pedir ajuda, escalas de sensação); reduzir estímulos aversivos quando possível.

Cerebelo

O que faz: coordenação motora fina e ampla, equilíbrio, ritmo e automatização de habilidades; também participa de aspectos da linguagem e do tempo de resposta.
O que posso notar: letra trêmula ou muito grande; cansaço ao copiar; dificuldade com bola, pular, amarrar cadarço; dificuldade para manter ritmo em leitura oral.
Como ajudar: adaptações de escrita (lápis triangular, pauta ampliada, prancheta inclinada, teclado); intervalos motores curtos; atividades rítmicas (palmas, metrônomo, música) para leitura fluente; jogos motores planejados com a Educação Física; parceria com TO/Fono para treino de motricidade orofacial e grafomotora.


Orientações transversais (úteis no TEA e em inclusão em geral)

  • DUA – Desenho Universal para a Aprendizagem: oferecer múltiplas formas de engajar, representar e expressar.

  • Ambiente sensorial cuidadoso: minimizar ruídos e cheiros fortes; permitir fones e objetos reguladores.

  • Avaliação formativa contínua: pequenos “checks” durante a tarefa, não só ao final.

  • Parceria escola–família–AEE–saúde: registrar intervenções, ajustar objetivos no PEI e rever quinzenalmente.

domingo, 17 de agosto de 2025

📚✨ "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." – Immanuel Kant


📚✨ "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." – Immanuel Kant

Essa célebre frase de Immanuel Kant, retirada da obra “Sobre a Pedagogia” (Über Pädagogik, 1803), nos convida a refletir sobre a potência formadora da educação. Para o filósofo, o ser humano nasce com possibilidades, mas é apenas pela educação que ele se humaniza plenamente, alcançando sua autonomia, moralidade e capacidade de agir racionalmente no mundo.

Kant nos lembra que o homem não nasce pronto; ele é moldado pelo cuidado, pela disciplina, pela instrução e pelo exercício da liberdade responsável. Assim, a educação não é apenas um caminho para adquirir conhecimentos técnicos, mas a condição para que o indivíduo se torne verdadeiramente humano, um ser capaz de discernir, escolher e transformar a realidade em que vive.

Agora, pense comigo: você já tentou se imaginar sem ter vivido todo o processo educacional que te trouxe até aqui? 🤔 Sem os professores que marcaram sua vida, sem os livros que abriram horizontes, sem as experiências escolares e acadêmicas que despertaram talentos e vocações? Talvez fosse impossível ser quem você é hoje.

A provocação de Kant continua atual: se a educação faz o homem, então cada ato de ensinar, cada gesto pedagógico e cada política educacional são sementes de humanidade lançadas no futuro.

👉 E você, acredita que a educação foi – e continua sendo – a maior responsável por quem você se tornou?