Gosto muito desta charge, ela é bastante famosa e muito significativa por isso excessivamente usada em provas. Vejo que ela expressa muito a forma de como somos
e atuamos no mundo e na sociedade. Incrível como achamos muito estranho o jeito
de pensar e ser daquele que é e se comporta diferente da forma como somos e
comportamos. Olhamos o outro a partir do nosso próprio jeito de pensar e ser. O
outro é um ser humano digno, independente de ter nascido: pobre, preto,
deficiente, índio, branco, homem ou mulher. Somos todos iguais e
ao mesmo tempo diferentes.
Porque
será que temos tanta dificuldade em aceitar o outro como nosso semelhante?
Isto para usar um termo cristão. Porque tomamos a gente como parâmetro para olhar o outro? Ninguém é superior a ninguém, desta forma ser humano nenhum pode
ser vítima de preconceitos, desprezo e estranhamento por causa do seu jeito de
pensar e ser. O preconceito é um mal escondido no mais profundo do nosso ser e disseminado entre todos. No caminho contrário a esta realidade está a Educação que tem papel importante na construção da alteridade. O preconceito desarmoniza e termina com toda a possibilidade de vivencia da solidariedade assumindo muitas vezes formas terríveis e variadas de se manifestar. Para além do veneno que se encontra em cada um
de nós e que precisa ser vigiado, o pior estranhamento para com o diferente é o prejulgamento estrutural, praticado pelo próprio Estado contra os indivíduos, que insiste no
geral, na falsa igualdade entre todos e que se expressa na configuração da exclusão e
morte dos mais pobres e relegados da nossa sociedade. Muito intrigante portanto é que é este abuso estatal que alimenta o crescimento dos venenos individuais, na medida em que não leva em conta a nossa diversidade humana, cultural, e ideológica. Mais do que nunca, neste tempo de pandemia que atinge mais os zeros econônimos, aqueles que estão fora do orçamento governamental, precisam de auxílios, e da ação providencial do Estado, para vencerem este vírus, que tem um potencial de morte muito superior entre os pobres.
Por Deodato Gomes
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