Bullying

domingo, 30 de março de 2025

Celular na escola: faz sentido proibir?



Celular na escola: faz sentido proibir?

Em 2025, o iPhone chega à maioridade – e, com ele, uma geração que cresceu sabendo interagir com a tela. Ao mesmo tempo, o Brasil começa o ano letivo com a proibição dos smartphones no ensino básico. Entenda como o uso de celulares pode afetar o desenvolvimento de crianças e adolescentes, e como lidar com a onipresença dos aparelhos.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 23 fev 2025, 14h22 - Publicado em 21 fev 2025, 10h00

Em 2025, o iPhone chega à maioridade – e, com ele, uma geração que cresceu sabendo interagir com a tela. Ao mesmo tempo, o Brasil começa o ano letivo com a proibição dos smartphones no ensino básico. Entenda como o uso de celulares pode afetar o desenvolvimento de crianças e adolescentes, e como lidar com a onipresença dos aparelhos.

Por Maria Clara Rossini

Atualizado em 23 fev 2025, 14h22 - Publicado em 21 fev 2025, 10h00

Helena* tinha só 9 meses de idade quando Steve Jobs anunciou, em suas palavras, “um produto que mudaria tudo”. Até então, chamávamos de smartphones celulares que ainda tinham uma tela horizontal, um teclado QWERTY grande e acesso limitado à internet. Eles eram majoritariamente usados por executivos – o Blackberry, Moto Q e Nokia E62 são os maiores exemplos dessa safra. Em junho de 2007, cinco meses após o anúncio de Jobs, o iPhone chegou às lojas da Apple.

Ele foi o primeiro aparelho bem-sucedido com tela touchscreen. Em 2008 surgiu a App Store, que possibilitou que outros desenvolvedores (e empresas) criassem e distribuíssem aplicativos para o iPhone. De 2010 em diante, smartphones com um único telão preto se popularizaram por meio de opções mais acessíveis, com o sistema operacional Android. O resto é história.

Hoje, Helena tem 18 anos de idade. A jovem recém-chegada à maioridade faz parte da primeira geração que cresceu com um computador no bolso. Com 11 anos, ela começou a levar o smartphone para a escola, mas só podia usá-lo nos intervalos – caso contrário, o aparelho era confiscado e só podia ser retirado pelos pais. Aos 13, a fiscalização ficou mais difícil. Os alunos teclavam no vão debaixo das carteiras ou escondiam o aparelho no estojo. Quando Helena fez 14 anos, veio a pandemia. “Foi aí que tudo desandou”, diz ela.

A adolescente, assim como boa parte dos 33 milhões de estudantes de ensino fundamental e médio do Brasil, passou a assistir às aulas online, com o celular na mão. Se acostumou a tirar dúvidas no Google, a comentar as aulas com amigos no WhatsApp e, às vezes, a dar uma olhada no Instagram e no TikTok.

Quando as aulas voltaram a ser presenciais, ainda com máscaras e distanciamento social rígido, o celular era a única maneira de se comunicar com os colegas que estavam na mesma sala.

“Todo mundo usava o celular em todos os momentos da aula, porque não podíamos conversar com as pessoas. No início não podiam nem distribuir atividades em papel, então a gente fazia no celular”, diz Helena. Desde então, mexer no aparelho brevemente durante a aula, principalmente para responder mensagens, virou rotina. Durante o ensino médio, ela assistia às aulas com o celular na mesa.

É consenso que a pandemia contribuiu para a consolidação dos smartphones nas escolas. Embora os celulares sejam oficialmente proibidos em muitas delas, isso raramente ocorre na prática. A lei número 15.100, sancionada no início deste ano, é uma tentativa de voltar à época em que a regra era cumprida com mais afinco: ela restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis durante as aulas e o recreio. Eles só são autorizados para fins pedagógicos, de acessibilidade ou saúde.

O principal argumento utilizado na redação do projeto vem do Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que avalia 81 países. Segundo o relatório de 2022, alunos que usam o celular para lazer por até 1 hora por dia obtiveram 49 pontos a mais em matemática em comparação àqueles que ficam de 5 a 7 horas diariamente.

Além disso, 80% dos estudantes brasileiros relatam que se distraem com o celular durante a aula, em comparação a 21% dos japoneses e 32% dos sul-coreanos. O Japão, diga-se de passagem, está entre os cinco melhores países em todas as disciplinas, enquanto o Brasil fica abaixo da 50ª posição no ranking geral.

Não precisa ser nenhum Piaget para concluir que os celulares podem atrapalhar o rendimento escolar de crianças e adolescentes. Mas não é só isso: educadores e neurocientistas estão preocupados com o desenvolvimento cognitivo e a saúde mental da geração que cresceu com os smartphones.

Atenção miúda

Há uma confusão comum sobre a função da dopamina. Às vezes ela é chamada de molécula do prazer, mas ela tem mais a ver com expectativa de prazer – com o desejo e a motivação. Se você come uma batatinha, seu cérebro libera dopamina para fazer você pegar a próxima e sentir o sabor de novo.

Essa é a lógica dos caça-níqueis – e das bets online. O jogador ganha as primeiras apostas, mas raramente saca o dinheiro e sai feliz. Isso porque a dopamina nos ensina a regular as expectativas sobre algo. Por meio dela, o cérebro aprende: “se eu ganhei essa, posso ganhar a próxima também”. Em um jogo que é programado para dar uma ligeira vantagem à casa de apostas, fica fácil ir à falência.

O curioso é que recompensas variáveis (às vezes ganhar, às vezes perder) elevam mais os níveis de dopamina do que a certeza de recompensa. Elas fazem a pessoa querer ver o que vem a seguir – os feeds infinitos presentes em todas as redes sociais usam esse curto-circuito biológico para manter os usuários no aplicativo. “Essa probabilidade de sempre vir algo novo, a falta de previsibilidade, é o que libera dopamina e gera ânsia por mais”, diz Virgínia Chaves, educadora e neurocientista pela UFRJ.

Não é só uma analogia. Os aplicativos de redes sociais foram de fato construídos com a neurociência dos caça-níqueis em mente. Documentos internos vazados em 2021 (1) mostram que o Facebook tinha consciência do caráter viciante da rede e utilizou essas técnicas para engajar usuários. Um trecho de texto intitulado “Fundamentos da Adolescência”, presente no documento vazado, explica como usar a imaturidade do cérebro jovem a favor dos interesses da big tech.

O córtex pré-frontal é uma região do cérebro que ainda está se desenvolvendo durante a infância e a adolescência. Essa é uma área que surgiu recentemente em nossa história evolutiva, e está relacionada às nossas capacidades mais complexas e intrinsecamente humanas, como tomar decisões, planejar a longo prazo e regular racionalmente as emoções. Tudo aquilo que pode ser influenciado pelo celular.

“Essas habilidades cognitivas amadurecem em torno dos 24 e 25 anos”, diz Sabine Pompeia, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que estuda neurociência e comportamento em adolescentes. “O jovem é muito mais propenso a ficar dependente desse tipo de situação e não conseguir se desvencilhar do que um adulto […] É como se você deixasse uma criança o tempo todo com brigadeiros na frente dela.”

Os smartphones e as redes sociais usam estratégias de caça-níqueis para manter os usuários engajados – o que afeta especialmente
as crianças. (Matheus Santa Cruz/Superinteressante)

A habilidade de não comer vinte docinhos de uma vez ou não checar o celular durante a aula é chamada tecnicamente de “inibição de comportamento”. O poder de dizer “não” a um impulso dopaminérgico se desenvolve aos trancos e barrancos ao longo da infância e da adolescência. No futuro, isso ajudará o indivíduo a recusar substâncias que causam dependência, como álcool e nicotina.

Fica difícil desenvolver o autocontrole, porém, quando a “substância” em questão apita no bolso, gerando pequenas descargas de dopamina ao longo do dia. A notificação pode ser uma mensagem do crush, um meme em que sua amiga marcou você ou só uma promoção da Uber. A imprevisibilidade chama o comportamento.

“É impossível você estar com o celular em cima da mesa, ver uma notificação do WhatsApp e não responder durante a aula”, diz Helena sobre sua experiência no ensino médio. “Eu percebi isso e desativei as notificações, mas mesmo assim eu ficava curiosa e entrava para ver se tinha alguma coisa nova.”

De fato: um estudo feito pela Universidade do Texas mostra que a mera presença do celular já é suficiente para desconcentrar e prejudicar a capacidade cognitiva (2). No experimento, três grupos de participantes realizaram uma tarefa que exigia foco e concentração. O celular de todos eles ficou no modo silencioso.

A diferença era se o aparelho estava no bolso, na escrivaninha ou em outro cômodo. Conclusão: os usuários que não tinham o celular por perto executaram melhor o trabalho. Em segundo lugar ficaram aqueles que deixaram o celular no bolso, e em último os que mantiveram o aparelho no campo de visão.

Jovens nunca foram chafarizes de concentração: sempre foi difícil fazê-los prestar atenção no conteúdo escolar, e isso é normal. “A atenção flui naturalmente do externo [a aula, por exemplo] pro interno [outros pensamentos]”, diz Grace Schenatto, professora da UFMG que estuda as bases neurobiológicas do aprendizado e da memória. “Você não consegue manter a atenção de um estudante por mais de alguns minutos.”

O celular, naturalmente, se aproveita dessas flutuações no nosso fluxo de atenção. Os adolescentes recebem, em média, 240 notificações por dia – sendo um quarto delas durante o período escolar (3). Além dos segundos que os estudantes gastam olhando a tela, seus cérebros ainda levam mais alguns milissegundos para voltar a focar na aula (4). Isso dificulta o aprendizado e a formação de memórias.

Tabela, em fundo rosa, com as habilidades aprendidas na escola que sofrem interferência negativa do celular.
(Arte/Superinteressante)

A boa notícia é que a atenção é uma habilidade cognitiva exercitável. Quanto mais você se esforça para prestar atenção em algo, mais consegue sustentá-la por longos períodos. A má notícia é que as novas formas de lazer dos jovens não contribuem para isso. Alguns estudos começam a relacionar o vício em vídeos curtos, como TikToks e Reels do Instagram, ao menor controle da atenção, além de maior procrastinação em tarefas acadêmicas e a propensão ao tédio (5).

“Quanto mais conteúdo rápido os jovens consumirem, menos preparados eles vão estar para assistir a uma aula longa”, diz a neurocientista Virgínia Chaves. “Uma aula não vai dar a dose de dopamina do TikTok, porque não é assim que a vida funciona.”

Pensando nesse impacto de longo prazo, a lei federal que proíbe os celulares nas escolas não se limita às salas de aula. A regra passa a valer nos recreios também – um intervalo em que os smartphones antes eram considerados aceitáveis. Faz sentido restringir o uso até nesses momentos?

Geração iPad

“O conteúdo escolar, na minha opinião, é o que menos importa.” A frase da professora Schenatto parece absurda, mas não é. Afinal, toda informação que é apresentada nas aulas está disponível online. A maior função da escola é desenvolver o que a internet é incapaz de ensinar – que vale tanto para os momentos dentro da sala de aula quanto para o recreio.

Uma delas é a habilidade motora em crianças pequenas. Na escola, elas aprendem a controlar movimentos finos (escrever no caderno, por exemplo) e mais bruscos (como chutar uma bola). A atividade física na infância também fortalece os ossos e reduz o risco de fratura no futuro (6). Em suma: é importante brincar usando o corpo, o que geralmente rola durante o recreio.

Não só brincar, mas também correr riscos físicos, que envolvem o perigo real de se machucar. Ao longo dos últimos 20 anos, estudos (7) mostraram que as brincadeiras arriscadas são importantes para o desenvolvimento da coordenação, do equilíbrio, tolerância de incertezas e confiança. As crianças precisam aprender quando os riscos valem a pena – e quando é melhor deixar quieto.

Hoje, brincar na rua é raridade, então cabe à escola proporcionar esse ambiente. Há uma percepção geral de aumento da violência urbana em comparação ao século passado – não necessariamente verdadeira –, que leva alguns pais a confiar no celular como uma forma de supervisionar e proteger os filhos. É uma preocupação válida, mas que não deve impedir os jovens de correr qualquer risco.

Alguns pais confiam nos celulares como uma forma de proteger os filhos. Correr alguns riscos, no entanto, é importante para o desenvolvimento. (Matheus Santa Cruz/Superinteressante)

Também é na escola que aprendemos a identificar expressões faciais e a ajustar nosso comportamento para viver em sociedade sem passar vergonha. A maior parte do que chamamos de “noção” precisa ser aprendida ao longo da vida.

“Eu preciso saber se eu tô arrasando quando falo alguma coisa ou se as pessoas estão desinteressadas naquilo”, diz Sabine Pompeia. “Durante a aula, você só tem o feedback do professor, então essas interações são muito mais importantes durante o recreio.” Interações ao vivo, em tempo real, e não por postagens em redes sociais.

O quanto exatamente o uso de smartphones está prejudicando essas habilidades básicas? É difícil responder. Para bater o martelo, seria necessário acompanhar o desenvolvimento de várias crianças distribuídas aleatoriamente em dois grupos: com e sem acesso a smartphones. Esse seria um experimento científico padrão-ouro.

Mas é virtualmente impossível realizar um experimento nesses moldes. Vivemos uma situação peculiar, em que não existe um grupo-controle, porque todo mundo tem acesso a um dispositivo portátil. Não seria útil considerar famílias que não têm um ­smartphone por falta de dinheiro – nesse caso, há outros fatores socioeconômicos que afetam o desenvolvimento cognitivo. Também não adianta estudar famílias ricas que optam por criar os filhos sem telas: elas são exceção em seu contexto socioeconômico.

No Brasil, sabemos que o padrão é ter um celular. Há mais brasileiros com smartphones do que com acesso a saneamento básico: são 258 milhões de aparelhos em uso, uma média de 1,2 por pessoa.

Nos Estados Unidos, crianças nascidas a partir de 2010 ficaram conhecidas como “geração iPad”, devido ao uso disseminado desses aparelhos desde a primeira infância. Embora o termo não seja aplicável ao Brasil (os tablets são bem menos comuns por aqui), poderíamos substituí-lo por “geração Android”. Afinal, oferecer o celular aos bebês é uma estratégia manjada para fazê-los parar de chorar em casa ou em público.

Um estudo conduzido em países latinoamericanos encontrou uma correlação entre o uso não supervisionado de telas por crianças de 1 a 4 anos e um atraso no desenvolvimento de habilidades de linguagem. Por outro lado, o uso de telas junto com os pais foi associado positivamente à linguagem, assim como a leitura conjunta (8). Ou seja: não é apenas o tempo de tela que importa, mas também como esse tempo é utilizado.

Outro efeito mensurável é o aumento de casos de miopia devido à falta de exercício do globo ocular durante a infância. A criança precisa de oportunidades de olhar objetos distantes – o que envolve passar tempo longe das telas, em ambientes abertos e com horizonte visível. Um programa de prevenção conduzido em Taiwan ao longo de 5 anos mostrou que 120 minutos ao ar livre por dia na escola reduzem a incidência de miopia em crianças em até 50% (9).

A nova epidemia

A adolescência e a pré-adolescência são momentos sensíveis para a saúde mental. As mudanças no corpo, a inserção em grupos sociais e a formação de identidade criam uma tempestade perfeita no cérebro – que, como mencionado antes, ainda está em formação. Isso faz parte do crescimento.

Mas algo aconteceu na década de 2010. Nos EUA, cada vez mais adolescentes entre 12 e 17 anos passaram a relatar episódios depressivos maiores (ou seja, graves) em pesquisas. Entre 2010 e 2021, houve um aumento de 145% do problema entre meninas e de 161% entre meninos.

O Brasil segue a tendência. Segundo um levantamento realizado pela Folha (10), o atendimento de crianças e adolescentes por transtorno de ansiedade no SUS superou o de adultos em 2022 e 2023. Também houve um aumento nos casos de suicídio entre jovens de 10 a 14 anos: entre 2000 e 2021, a alta foi de 221% entre meninas e de 170% entre meninos.

O psicólogo americano Jonathan Heidt, autor do livro A geração ansiosa, é um dos principais defensores da ideia de que o uso disseminado de smartphones é responsável pela crise de saúde mental entre jovens. Ele defende que a substituição da “infância baseada no brincar” pela “infância baseada no celular” está causando danos psicológicos em massa.

Segundo Heidt, os smartphones não afetam meninas e meninos da mesma forma. Pré-adolescentes e adolescentes do sexo feminino são mais suscetíveis aos danos causados pelo uso intensivo de redes sociais. Já eles sofrem mais os potenciais efeitos negativos dos jogos online.


Uma pesquisa realizada no Reino Unido acompanhou diversos aspectos da vida de 18 mil pessoas nascidas por volta do ano 2000. Para os meninos, usar redes sociais por até duas horas por dia não pareceu ter impacto nos níveis de depressão clinicamente significativa. Essa relação só começa a crescer ligeiramente a partir das duas horas de uso. Meninos com três a cinco horas de uso diário apresentaram risco 21% maior de sintomas depressivos (11).

Com as meninas foi diferente. A relação diretamente proporcional entre depressão e o tempo nas redes sociais está presente desde a hora zero. Meninas que passam mais de cinco horas por dia nas redes têm 50% mais chances de apresentar sintomas depressivos em comparação às que navegam por até três horas – e três vezes mais em comparação àquelas que não têm redes sociais.

Segundo o questionário aplicado no estudo, o maior tempo nas redes sociais está relacionado a assédio online, baixa autoestima e insatisfação com o próprio corpo. O motivo para isso já é conhecido: as redes expõem as meninas a fotos de corpos e estilos de vida irreais.

Um outro estudo expôs 144 adolescentes mulheres a fotos reais ou manipuladas no Instagram. Num resultado não muito surpreendente, o grupo que teve acesso às fotos alteradas relatou menor satisfação com o próprio corpo (12).

Existem menos dados sobre o que está acontecendo com os meninos. Heidt argumenta que os jogos online e o acesso facilitado à pornografia podem afastar alguns garotos de experiências reais que são necessárias para o desenvolvimento pessoal e social. A internet como um todo (e não só os smartphones) se torna um refúgio para os meninos que têm mais dificuldade em lidar com responsabilidades e relações.

Uma análise de estudos internacionais mostrou que o chamado “transtorno de jogos online” (internet gaming disorder) é cinco vezes mais prevalente em meninos do que em meninas (13). Para ser considerado um transtorno, o comportamento deve apresentar um prejuízo significativo em diferentes áreas da vida – na escola, no sono, com a família e em outras relações, por exemplo.

Situações como essas podem ser fatores por trás do aumento da solidão relatada por ambos os gêneros no Brasil. No início do século, 91,4% das crianças brasileiras diziam fazer amigos com facilidade. Em 2022, esse número caiu para 69,6%. Já a porcentagem de crianças que diziam se sentir sós na escola saltou de 8,5% nos anos 2000 para 26,6% em 2022.

Diferentes estudos mostram uma correlação entre o maior tempo de tela e sintomas de ansiedade e depressão, assim como menor autocontrole e maior distraibilidade (14). Parece uma associação óbvia, mas alguns autores pontuam que o debate não está encerrado (15). A questão é um problema do ovo e da galinha: as horas no celular estão causando esses sintomas, ou pessoas que já sofrem com eles passam mais horas no celular? Ainda não há consenso científico.

É provável que mais de um motivo esteja por trás da crise de saúde mental em jovens – preocupação com mudanças climáticas, instabilidade econômica, sequelas da pandemia… a lista é longa. Também é possível que a nova geração esteja mais consciente dos seus sentimentos, ou que os casos de autolesão sejam mais notificados.

Mas a psiquiatra Anne Brito, especialista em infância e adolescência, acredita que, independentemente desses fatores, o celular tem um papel central na epidemia de saúde mental. “Nós já temos uma bagagem de estudos suficiente para entender que existem malefícios trazidos por essa tecnologia.” Essa é uma visão compartilhada entre os especialistas ouvidos pela Super.

“Um problema parecido foi o que aconteceu com a associação entre tabagismo e câncer. No início os estudos não traçavam uma relação causal entre os dois, mas era óbvio. Existiam os mecanismos para isso”, diz Sabine Pompeia. “A gente pode usar esse paralelo com o celular. Sabemos que faz mal para um adolescente não socializar ao vivo e ficar com a atenção fragmentada.”

Um outro problema é que o uso de smartphones pode estar prejudicando o próprio diagnóstico de doenças e transtornos mentais. “Em alguns casos a gente pode se perguntar se a pessoa tem Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) ou se ela teve o desenvolvimento alterado pelo uso de smartphones”, diz Brito, que atende crianças e adolescentes no consultório. “Se a gente fala de uma criança que cresceu com o uso de telas, invariavelmente vai haver comprometimento de atenção.”

Ilustração, em estilo psicodélico, de uma cmenina usando celular. Ao fundo diversas referências de redes sociais.
Meninas que passam mais de 5 horas por dia nas redes têm 50% mais chances de ter sintomas depressivos em comparação às que têm 3 horas de uso. (Matheus Santa Cruz/Superinteressante)

Tirar ou não tirar, eis a questão

A solução, então, seria proibir o uso de smartphones para crianças e adolescentes? Qualquer pai sabe que essa tarefa beira o impossível. Além das estratégias que as big techs usam para reter a atenção das pessoas, a presença massiva dos jovens na internet faz com que ela seja um ambiente de socialização importante, com suas próprias regras a serem aprendidas.

“Uma das coisas mais difíceis de aprender é a socialização, entender o limite das pessoas e como lidar com o outro”, diz Pompeia. “Essa geração tem que aprender a socializar em dois ambientes diferentes, porque as regras sociais em pessoa são diferentes das regras sociais nas redes.”

E não adianta sonhar com um futuro sem celulares ou socialização online. A maioria das pessoas concorda que os smartphones trouxeram benefícios e facilidades para a vida (16), então não devemos nos livrar deles tão cedo. Para serem adultos funcionais no futuro, os adolescentes de hoje deverão aprender a socializar tanto online quanto em pessoa. “É bom que pelo menos isso esteja separado: em casa ela pode aprender a se relacionar online, mas na escola ela pode aprender em pessoa”, diz a pesquisadora.

Mas tudo tem a hora certa. A Associação Americana de Pediatria recomenda que bebês de até dois anos não tenham acesso a telas. Crianças de dois a cinco anos podem assistir até uma hora de conteúdo apropriado para essa faixa etária por dia. A partir daí, a maneira como eles usam a tela importa mais: uma hora vendo vídeos curtos sem supervisão no TikTok é bem diferente de uma hora jogando games criativos ou assistindo a um filme com os pais.

A maioria dos estudos aponta problemas claros no uso em excesso (é evidente que ter acesso ilimitado ao celular na primeira infância ou passar cinco horas nas redes sociais diariamente faz mal). Mas nem todos os jovens usam o aparelho dessa forma. Não há problema em conversar com amigos que estão longe ou descobrir novos interesses pelo celular. Basta equilibrá-lo com outras formas de lazer e atividade.

Para Helena, a vestibulanda do início do texto, o uso consciente só veio com a maturidade.  “Teve uma época que eu fiquei viciada, passava horas e horas no celular. Foi tão gradual que eu não vi o quanto estava me afetando”, diz ela. “Percebendo o quanto fazia mal, eu comecei a deixar o celular em outro cômodo, desligar ou deixar longe de mim para diminuir minha dificuldade nos estudos.”

O celular só passou a ajudar quando o vestibular foi se aproximando. “No primeiro e segundo ano do ensino médio eu só usava redes sociais […] Conforme avancei para o terceiro e o cursinho, o celular foi imprescindível para tirar dúvidas rápidas e pesquisar conceitos. Mas demorou um bom tempo para passar a barreira de atrapalhar e começar a ajudar.” Deu certo: em 2025, Helena começa seu primeiro ano no curso de medicina.

Infográfico, em fundo verde, sobre a utilização de celulares em sala de aula em diversos países do mundo.
(Arte/Superinteressante)

Para quem ainda não sentiu o vestibular batendo à porta, pode ser fácil cair no uso problemático – e aí entra a restrição dos pais. Da mesma forma que uma criança não pode comer o que quer o tempo todo, ela também não deve ter acesso ao dispositivo o tempo todo.

Um exemplo é na hora de dormir: crianças e adolescentes são mais sensíveis à produção de melatonina, um hormônio que regula nosso relógio biológico. A exposição à luz, seja do Sol ou da tela do celular, inibe a produção desse hormônio, avisando que devemos ficar acordados. Usar o smartphone na cama, então, piora a qualidade do sono. Um estudo feito na Suíça pediu que adolescentes parassem de usar o celular às 21h, antes de dormir. Após a intervenção, os participantes relataram maior estado de vigília no dia seguinte.

A escola, naturalmente, também não é o espaço ideal para o celular. A lei que passa a valer em 2025 pode ser o caminho para uma mudança coletiva, mas a implementação e a fiscalização da regra devem variar de acordo com o colégio. O impacto que isso terá no aprendizado, no desenvolvimento e na socialização dos jovens são cenas dos próximos capítulos.

A restrição não será novidade para alguns estudantes. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, proíbe celulares nas escolas desde agosto de 2023. No geral, diretores de escolas que implementaram a proibição antes da lei de 2025 relatam resultados positivos (17), como menos interrupções nas aulas e mais conversas no recreio. Essa percepção poderá ser confirmada ou refutada por estudos futuros que avaliem o impacto da intervenção nos alunos.

Um estudo conduzido no Reino Unido (18), por exemplo, comparou escolas mais e menos permissivas em relação aos celulares – mas não encontrou diferenças significativas no bem-estar dos alunos ou no uso problemático de smartphones. A pesquisa, no entanto, foi feita em um país com condições socioeconômicas bastante distintas das nossas. Seus resultados poderão ser observados aqui ou não.

A questão é que há muito a ganhar e pouco a perder com a restrição dos celulares nas escolas. Curiosamente, alguns dos principais críticos à lei são os próprios pais, que se preocupam em manter contato e cuidar constantemente dos filhos. A esse grupo, vale lembrar que permitir a independência de crianças e adolescentes também é importante para seu crescimento – e não deixa de ser uma forma de cuidado.

Quem tem dominado o seu fazer docente?


Quem tem dominado o seu fazer docente?
Na complexidade do cotidiano escolar, cada professor carrega dentro de si duas possibilidades: a do “professor ferido” e a do “professor curado”. Ambos convivem em nós. O primeiro se deixa dominar pelo cansaço, pela frustração, pela descrença na transformação. O segundo, apesar dos mesmos desafios, escolhe cultivar a esperança ativa, o compromisso ético e a crença no poder da educação.

Essa dualidade não é julgamento, mas convite à consciência. Todos nós, em algum momento, já nos sentimos desanimados, machucados pelo sistema, pelo desrespeito ou pela falta de reconhecimento. Mas precisamos lembrar que há força e beleza no ato de continuar acreditando — e educando.

Reunir-nos pedagogicamente no módulo II é, também, um ato de cura coletiva. É espaço para escuta, partilha e reinvenção do nosso fazer docente. Que possamos, juntos, fortalecer o lado do professor curado: aquele que transforma a dor em potência, que inova com propósito e que vê em cada aluno um universo de possibilidades.

Que tal refletirmos: qual dos dois professores tem conduzido nossas ações? E o que podemos fazer, juntos, para que o lado mais luminoso prevaleça em nossa prática educativa?

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

sábado, 29 de março de 2025

"Uma Breve História da Inteligência"


O que é inteligência? E como ela pode nos ajudar a criar máquinas mais inteligentes?

Essa é a grande pergunta que o autor Max Bennett tenta responder em seu livro "Uma Breve História da Inteligência". De forma leve e instigante, ele nos convida a refletir sobre a evolução da inteligência — desde o surgimento da vida na Terra até os dias atuais, em que lidamos com robôs e inteligências artificiais cada vez mais avançadas.

Mas há um paradoxo curioso: se já conseguimos criar algoritmos que vencem campeões mundiais de xadrez e de go, por que ainda não conseguimos construir uma máquina que faça algo simples como colocar a louça na lavadora, tarefa que até uma criança de 6 anos executa com facilidade?

Segundo Bennett, isso acontece porque ainda não compreendemos plenamente como funciona a inteligência humana. Nosso cérebro é complexo e capaz de tomar decisões rápidas, lidar com estímulos diversos e se adaptar a contextos imprevisíveis — o que ainda representa um enorme desafio para a inteligência artificial (IA).

A proposta do livro

O autor propõe uma engenharia reversa da inteligência biológica: analisar como a inteligência evoluiu nos seres vivos para aplicar esses aprendizados no desenvolvimento da IA. Para isso, ele seleciona cinco marcos evolutivos fundamentais na história da inteligência.

1. Movimento e decisão

Com a simetria bilateral nos organismos multicelulares, surgiu a capacidade de se mover com direção: ir atrás de comida ou fugir de perigos. Para isso, os primeiros "cérebros" foram criados. Podemos dizer que foi aí que nasceram as primeiras decisões — e, de certa forma, o que entendemos como bem e mal.

Curiosamente, o famoso aspirador robô Roomba usa um sistema semelhante: ele muda de direção quando encontra um obstáculo e retorna à tomada quando está com pouca bateria. Simples, mas eficiente.

2. Sistema de recompensa

Mais adiante, os vertebrados desenvolveram o sistema dopaminérgico, responsável por aprendizados baseados em recompensa. É o princípio do “acertou, ganhou”, usado tanto em treinamentos de animais quanto na programação de algoritmos modernos.

3. A linguagem humana

A grande virada foi a linguagem. Com ela, foi possível compartilhar e acumular conhecimento, o que nos levou a criar sociedades complexas — e, por fim, as próprias inteligências artificiais.

Um livro que conecta o passado com o futuro

Mesmo não sendo neurocientista ou engenheiro, Max Bennett escreve de maneira clara e envolvente. Ele une conhecimento científico com exemplos práticos para nos mostrar que, ao entendermos como pensamos, poderemos criar máquinas que pensam com mais eficiência — e, quem sabe, até com mais humanidade.


💡 Reflexão final

"Uma Breve História da Inteligência" nos ensina que entender a inteligência não é apenas uma questão de ciência e tecnologia, mas também de compreender quem somos como seres humanos. Afinal, antes de ensinar uma máquina a pensar, precisamos reconhecer como pensamos nós mesmos.

Márcia Pereira Martins: ciclos que marcam uma vida dedicada à Educação!

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Márcia terminou de escrever uma bela história na Educação, mas leva consigo experiências e amizades para redigir outras mil... ✨ Com gratidão e respeito, celebramos sua aposentadoria, oficializada no último dia 03 de fevereiro de 2025, após uma jornada de dedicação que começou ainda em 1993, na pequena escola rural Paulino Benevides.

Em 2001, ingressou no quadro efetivo da Prefeitura de Carlos Chagas e tomou posse em 11 de janeiro de 2002. Desde então, Márcia construiu sua trajetória passando pela Escola Aymar, pela Professora Arminda Lopes, pela Escola Dr. Manoel Esteves e, desde 01 de janeiro de 2014, estabeleceu raízes na Escola Maria Ribeiro Tavares, onde permaneceu até encerrar este ciclo tão significativo.

Em 2020, em um processo de ajustamento, ela assumiu outras funções fora da sala de aula, continuando a contribuir com seu olhar sensível e sua experiência, mesmo em tempos difíceis — tempos esses que, ao invés de enfraquecê-la, apenas fortaleceram sua essência humana e profissional.

Como as árvores que enfrentam as estações, Márcia nos ensina que “fechar um ciclo é trocar de pele, começar de novo, mais forte, mais resoluto, mais determinado.” 🌳 Que venha a nova etapa, com descanso merecido, e com os filhos Euller e Hellen ao lado, aproveitando o que há de mais simples e bonito na vida.

Receba nosso carinho e nosso desejo sincero: que Deus lhe conceda muita saúde, alegria e serenidade para continuar florescendo — porque o seu limite, como o das árvores... é o céu. 💚

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

sexta-feira, 28 de março de 2025

Municípios e Estado fortalecem laços no I Encontro da Rede Municipal de Educação com a SRE!

Rede Municipal participa do I Encontro com a Superintendência Regional de Ensino de Teófilo Otoni

Teófilo Otoni, 28 de março de 2025 – A Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Teófilo Otoni realizou, na última quinta-feira, 27 de março, o I Encontro da Rede Municipal de Ensino com a SRE. O evento, que aconteceu no Auditório Joenilton Eudes Duarte, reuniu representantes dos 31 municípios da região para uma manhã de discussões, informações e alinhamento de projetos e ações para a educação regional.

Com início às 9h, a abertura do encontro foi marcada pela participação da Superintendente da SRE, Jasceline, que destacou a importância da parceria entre o município e a SRE para o fortalecimento da educação na região. A programação da manhã foi intensa e abordou diversos temas relevantes para o dia a dia dos educadores e gestores municipais.

Um dos momentos de destaque foi a apresentação do projeto Proteção, realizada em conjunto com o SEST SENAT e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A iniciativa, que visa defender crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras, foi considerada perfeitamente aplicável ao contexto educacional, ressaltando a necessidade da atuação da Rede de Proteção. A Lei 14.344/2022, que trata do tema, também foi lembrada pela Superintende, reforçando a importância da atenção às creches e da identificação de sinais de abuso infantil nas escolas. Um vídeo impactante sobre o tema promoveu reflexões profundas entre os presentes.

Na sequência, Cláudia apresentou informações sobre o retorno do LEEI (Leitura e Escrita na Educação Infantil), previsto para junho, e a seleção de articuladores e formadores municipais. O incentivo financeiro oferecido pelo município de Poté aos professores participantes da formação do LEEI em 2024 foi mencionado como um exemplo positivo. Foi informado ainda que professores de apoio e da educação infantil poderão participar desta nova etapa.

A importância das Avaliações Sistêmicas foi o tema abordado por Andréia, que agradeceu a parceria no processo das avaliações externas. Ela ressaltou o grande volume de trabalho envolvido, com a administração de 18.696 pacotes de provas para a produção de resultado em 2024. Andréia informou que o resultado das avaliações externas somatórias será divulgado no dia 15 de abril, e que os secretários municipais terão acesso aos dados de todas as escolas de suas redes. Programas como o Bolsa Família e o Pé-de-Meia também foram pauta da apresentação. Jasceline reforçou o convite para o "CAFÉ COM PROSA", parceria importante entre a Secretaria de Estado da Educação e a UNDIME.

Outros temas relevantes foram discutidos durante o encontro, como o SUCEM (Sistema Unificado de Cadastro e Matrícula), apresentado por Fabriciana, que detalhou suas etapas e a revisão de zoneamento. O transporte escolar também foi tema de debate, com Nélio abordando a adesão ao PTE (Programa de Transporte Escolar) e a definição do valor do quilômetro rodado. A secretária de Educação de Teófilo Otoni, Tatiana, elogiou o trabalho de Nélio, que está se despedindo da SRE.  Fabiana encerrou a programação com a apresentação do PNEERQ (Plano Nacional de Educação no Âmbito Escolar da Rede Quilombola).

Um momento emocionante do encontro foi a apresentação de um vídeo com a canção "I Was Here", de Beyoncé, comentado por Jasceline. A mensagem da música sobre deixar um legado e fazer a diferença tocou os presentes, reforçando o papel fundamental dos educadores na vida dos alunos.

A Superintendente Jasceline reforçando a importância do trabalho conjunto entre os municípios e a SRE,  destacou a parceria como fundamental para o sucesso da educação na região. Diversas informações sobre cursos de formação, conforme o ofício circular 14.344 de 2022, também foram repassadas aos participantes.

O I Encontro da Rede Municipal de Ensino com a SRE de Teófilo Otoni foi considerado um sucesso pelos participantes, que destacaram a relevância dos temas abordados e a oportunidade de fortalecer a integração entre os municípios e a superintendência em prol de uma educação de qualidade para todos na nossa regional.

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

quarta-feira, 26 de março de 2025

CONVOCAÇÃO PARA O TREINAMENTO DO SISLAME!


📌 CONVOCAÇÃO OFICIAL – COM PROPÓSITO E COMPROMISSO

Carlos Chagas, 25 de março de 2025

Prezados(as) Diretores(as), Supervisores(as) e Secretários(as) Escolares (ATBs),

Com elevado apreço e convicto do papel essencial que cada um de vocês desempenha na consolidação de uma educação pública de excelência, venho, por meio desta, convocá-los formalmente para um importante momento de formação em nossa rede municipal de ensino:

📚 TREINAMENTO DO SISLAME – Sistema Integrado de Gestão Escolar

O SISLAME constitui-se como uma ferramenta estratégica, voltada à modernização da gestão escolar. Sua implementação visa otimizar rotinas administrativas, ampliar a transparência dos processos e fortalecer os vínculos entre as unidades escolares, as famílias e a Secretaria Municipal de Educação.

🗓️ Datas: 01, 02 e 03 de abril de 2025
🕗 Horário: Início às 8h
📍 Local: Salão de Reuniões do CDL

Faça a sua inscrição para o treinamento pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1G1tpslzC5e3umut9VJQTMVVVZsB5VhL262PL3QOiR3g/edit

A capacitação será conduzida por profissionais do CAED/UFJF, instituição de reconhecida competência e nossa parceira técnica neste processo. Serão abordadas, com clareza e acolhimento, as funcionalidades do sistema, entre as quais destacamos:

  • Matrícula on-line

  • Diário eletrônico e aplicativo

  • Acesso das famílias às notas e frequência

  • Emissão de relatórios personalizados e Educacenso

  • Acompanhamento do AEE e Atividades Complementares

  • Gestão de pendências e controle interno

  • Projetos extracurriculares

  • Transferências e registros de auditoria

A participação de todos é indispensável.
Este não será apenas um treinamento técnico, mas um espaço de diálogo, construção coletiva e fortalecimento institucional, que proporcionará segurança e valorização profissional no uso da nova ferramenta.

Convoco, portanto, os(as) seguintes profissionais:

Diretores(as):
Edna Maria, Istênia, Guilherme, Leonardo, Edson, Verônica, Leudiana, Jardson, Saulo, Renato e Zaida.

Supervisores(as):
Rodrigo, Maria Souza, Vanessa, Silvana, Clodoaldo, Rafael, Gislene, Luciana, Valeska, Josiane e Fernanda.

ATBs – Secretários(as) Escolares:
Ana Paula, Franqlim, Dalcilane, Daniela, Maria Isabel, Flávio, Thais, Maria Aparecida e Raiane.

📖 Que esta reflexão nos inspire:

"O conhecimento técnico pode contribuir para uma comunicação mais eficaz, soluções mais eficientes e um ambiente escolar mais produtivo."

Conto com o comprometimento de todos. Juntos, com responsabilidade e espírito colaborativo, fortaleceremos uma rede mais eficiente, conectada e humana.

Atenciosamente,
Deodato Gomes Costa
Secretário Municipal de Educação


terça-feira, 25 de março de 2025

Aposentadoria: foi o "PRESENTE" que respondeu na Chamada da última aula da Professora Divany!

                      Clique na imagem para ver todo o álbum com alguns momentos de Divany.

🌻 Homenagem à Professora Divany de Jesus
Por Deodato Gomes Costa

Não poderia deixar passar em branco. Uma despedida dessas não se vive calado. Hoje, ao celebrarmos a aposentadoria da querida Diva, como é carinhosamente chamada por todos nós, me vejo mergulhado em lembranças, cenas, sons de sala de aula e conversas nos corredores da escola.

Divany de Jesus, mulher de fibra e de palavras bem colocadas, tomou posse como Professora de Língua Portuguesa no município de Carlos Chagas no dia 26 de maio de 2009, após ser aprovada em primeiro lugar no Concurso Público de 2008. A gente não se esquece de quem chega já iluminando os caminhos com o brilho da competência e da serenidade.

A jornada da Diva na educação, no entanto, começou muito antes disso. Concluiu seu curso de Letras pela Fernord em 09 de janeiro de 1991, e desde então se dedicou com amor e coragem a ensinar a nossa língua – a língua da alma, dos sentimentos, das expressões mais humanas.

Ela não ensinou apenas regras gramaticais. Ela educou com afeto. Cuidou do aprendizado dos filhos de tantas famílias como se fossem também filhos seus. E de alguma forma foram sim – filhos do seu conhecimento, da sua paciência e da sua sabedoria.

Diva também é mãe de Augusto, arquiteto formado pela UFOP, orgulho de sua vida. Ela mesma soube construir alicerces sólidos na vida dele, assim como ajudou a levantar as estruturas da educação de tantos adolescentes de nossa terra.

Em 2012, precisou se afastar da sala de aula. Mas não da escola. Passou a exercer suas funções na Secretaria da Escola Dr. Manoel Esteves, onde permaneceu com a mesma dedicação e responsabilidade até este 1º de fevereiro de 2025, quando se despede oficialmente da rede municipal. Antes disso, aposentou-se da rede estadual em 2017, onde atuamos juntos na Escola Estadual Dr. João Beraldo. Foram caminhos que se cruzaram, momentos que dividiram nossa história profissional.

Ao longo desses anos, Diva esteve presente em tantos contextos educacionais que não há como contar. Encontrei várias imagens que retratam sua caminhada: reuniões, planejamentos, eventos cívicos, atividades escolares. Essas imagens falam de uma mulher comprometida, leal, humana. Falam de pegadas que jamais serão apagadas dos corações e das mentes dos adolescentes que por ela passaram.

Minha querida amiga e colega, a aposentadoria é uma oportunidade de contemplar tudo o que você percorreu até aqui e admirar as contribuições que deixou pelo caminho da educação. Descanse do trabalho, mas mantenha sua mente ativa e seu coração em festa. Vamos sentir a sua falta, sim! Sua presença fez – e fará – diferença, por enquanto ainda continuo por aqui.

Que Deus abençoe e multiplique seus dias! E que o novo tempo que se inicia seja leve, feliz e cheio de realizações.

Com carinho,

Deodato Gomes Costa
@professordeodatogomes


domingo, 23 de março de 2025

João Wilton: um capítulo encerrado com Amor!...

Clique na imagem para visualizar um álbum inteiro do cotidiano de João Wilton

Com alegria no coração e profundo respeito, parabenizo você, meu amigo João Wilton, pela tão merecida aposentadoria. 🌟 Depois de uma longa e dedicada jornada na Educação, chegou o tempo de colher os frutos do seu esforço e compromisso. Foram anos de trabalho incansável, de entrega generosa e de contribuição valiosa para a formação de tantos. Sua história se confunde com a história da educação que defendemos com tanto amor.

Foram longos 27 anos de serviço honrado à Educação, marcados por compromisso, entrega e pelo impacto positivo na vida de tantos. Sua contribuição ficará eternamente registrada na história das escolas e no coração de quem teve a graça de conviver contigo.

Agora, chegou a tão esperada “carreira do descanso”. Que bênção poder iniciar essa nova etapa! Curta cada segundo no seu próprio ritmo, sem pressa, sem hora marcada, permitindo-se viver momentos que antes a rotina não deixava.

Desejo que Deus te abençoe abundantemente, prolongue os seus dias com saúde, paz e alegria, e que este novo tempo seja cheio de significado. A aposentadoria não é um fim, mas o início de um novo capítulo — um tempo de redescobertas, reencontros consigo mesmo e com os pequenos prazeres da vida.

Receba meu abraço fraterno e minha gratidão por tudo que fez pela Educação. Agora é tempo de viver mais, respirar fundo e ser feliz, do seu jeito, no seu tempo.

Parabéns, João Wilton! 🌿📚💙

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

Nova Tabela do IR pode beneficiar professores a partir de 2026!


A proposta de nova tabela do IRPF, caso aprovada para vigorar em 2026, representa um avanço significativo especialmente para os profissionais da educação, em sua maioria os que tem dois cargos, enquadrados nas faixas salariais entre R$ 5.000,00 e R$ 6.500,00. Segundo o quadro, quem recebe até R$ 5.000,00 estará totalmente isento do imposto, mesmo com cálculo original de R$ 312,89. Para muitos professores, coordenadores e até diretores da rede pública, essa faixa representa o padrão médio de remuneração.

Já os que ganham R$ 5.500,00 terão um desconto de 75%, reduzindo o imposto de R$ 436,76 para R$ 202,13. Professores com jornada ampliada ou que acumulam funções também serão beneficiados: quem recebe R$ 6.000,00, por exemplo, pagará somente metade do imposto (R$ 417,85 em vez de R$ 574,29).

Esses descontos representarão maior rendimento líquido mensal para os profissionais da educação, o que, além de aliviar o orçamento doméstico, reconhece a importância da categoria no desenvolvimento social do país.

A partir de R$ 7.000,00 mensais, o imposto será cobrado integralmente, como na regra atual.

Diante disso, fica a pergunta para reflexão coletiva:
Será que essa proposta será ou não aprovada no CONGRESSO NACIONAL? 📚🇧🇷
Deodato Gomes Costa
@professordeodatogomes

Educação com Equidade, Diversidade, Inclusão e Pertencimento

Educação com Equidade, Diversidade, Inclusão e Pertencimento

A imagem que acabamos de observar nos convida a um olhar profundo e transformador sobre o papel da escola como espaço de respeito, acolhimento e justiça social. Falar de equidade é reconhecer que, para garantir oportunidades reais, muitas vezes precisaremos tratar desigualmente os desiguais, oferecendo apoio conforme as necessidades específicas de cada estudante. Isso é sensibilidade pedagógica.

Ao mesmo tempo, promover a diversidade é assumir que as diferenças – sejam culturais, étnicas, de gênero, linguísticas ou cognitivas – não são obstáculos, mas riquezas pedagógicas que ampliam nosso horizonte e enriquecem o ambiente de aprendizagem.

Mas não basta reconhecer a diversidade: é preciso garantir a inclusão. Isso significa construir um ambiente seguro, onde cada aluno possa se expressar, se sentir visto, ouvido e valorizado. Onde ele possa ser ele mesmo. A inclusão é intencional, planejada e vivida no cotidiano da sala de aula.

Por fim, precisamos cultivar o pertencimento: a certeza de que todos fazem parte, são importantes e têm algo a contribuir. Quando o estudante se sente pertencente, ele se engaja, aprende e floresce.

Convido cada um de nós a refletir: Como estamos promovendo esses quatro pilares em nossas práticas? A educação transformadora começa no coração de cada professor.

🙏🏼✨

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

sábado, 22 de março de 2025

📢 PALESTRA "NÃO SE CALE": ESCOLA NELSON LISBOA PROMOVE REFLEXÃO E CONSCIENTIZAÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER 💜

Clique na imagem para visualizar todo o álbum.

📢 PALESTRA "NÃO SE CALE": ESCOLA NELSON LISBOA PROMOVE REFLEXÃO E CONSCIENTIZAÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER 💜

Em mais uma ação comprometida com a formação cidadã e a defesa dos direitos humanos, a Escola Municipal Nelson Lisboa de Matos realizou, na tarde do dia 21 de março, a palestra “Violência Contra a Mulher – Não Se Cale!”, como parte da Semana Escolar de Combate à Violência Contra a Mulher. O evento, de caráter formativo e profundamente humano, reuniu a comunidade escolar em um momento de escuta, sensibilização e esclarecimento.

A abertura foi conduzida pela diretora Leudiana, que emocionou os presentes com palavras firmes e acolhedoras. Em seu discurso, destacou a importância do debate sobre a violência de gênero nas escolas:

“A escola tem o dever de educar para o respeito e para a igualdade. Que esta palestra seja um momento de reflexão e aprendizado. O conhecimento é a chave para a transformação.”

Na sequência, apresentou as palestrantes da tarde: a escrivã da Polícia Civil Ana Paula e a Delegada Dra. Tayná Cunha do Canto Maia, que conduziram uma rica abordagem sobre os diversos tipos de violência contra a mulher — física, psicológica, sexual, patrimonial e moral —, conforme estabelecido na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). Foram discutidos os mecanismos legais de proteção, as formas de denúncia e a importância do empoderamento feminino para romper ciclos de violência.

A delegada Tayná reforçou que a luta contra a violência de gênero exige mobilização de toda a sociedade e que a escola é espaço estratégico para a prevenção. Ela, em conversa com a Diretora a parte,  também se colocou à disposição para outras ações educativas e anunciou a campanha Maio Laranja, que tratará do combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

O ambiente, além de informativo, foi acolhedor e inclusivo, com um lanche farto oferecido a todos os participantes, fortalecendo os laços de comunidade e acolhimento. Como diz o pensamento citado durante o evento:

“De todos os atos de covardia, a violência contra a mulher reduz o indivíduo ao mais baixo dos seres!” – Rangel C. Rodrigues.

A Escola Nelson Lisboa, com esta ação, reafirma seu papel social: formar cidadãos conscientes, capazes de lutar por uma sociedade mais justa, segura e igualitária. Um trabalho riquíssimo, que deixa marcas de esperança e transformação na comunidade do Distrito de Epaminondas Otoni.

👏 Parabéns à equipe da Escola Nelson por este brilhante trabalho! Que esta semente plantada floresça em atitudes de respeito e dignidade para todas as mulheres! 💜

Deodato Gomes Costa

@professordeodatogomes

📝💡 ATENÇÃO, SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS E ESTADUAIS: Começou o prazo para a Declaração do Imposto de Renda 2025!


📝💡 ATENÇÃO, SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS E ESTADUAIS: Começou o prazo para a Declaração do Imposto de Renda 2025!

Caros profissionais da Educação e servidores públicos municipais e estaduais, chegou aquele momento do ano que exige organização e atenção aos detalhes: a entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF 2025 já começou no dia 15 de março! 📅

Sabemos que a rotina de quem serve ao público é intensa, mas não deixem para a última hora! Quanto antes você organizar sua documentação e fizer o envio, mais cedo poderá receber sua restituição, caso tenha direito. Além disso, evita correrias e contratempos com o sistema sobrecarregado próximo ao fim do prazo.

Confira a lista dos documentos e informações que você vai precisar para declarar seu IR:

1️⃣ Informe financeiro dos bancos (poupança, conta corrente, investimentos etc.)
2️⃣ Despesas com saúde (recibos de laboratórios, médicos, dentistas...)
3️⃣ Gastos com educação (mensalidades, cursos...)
4️⃣ Recibos de compra e venda de bens (casas, terrenos, carros...)
5️⃣ CPF de todos os dependentes que nasceram até 2024
6️⃣ Alterações de endereço, caso tenham ocorrido
7️⃣ Recibos de INSS pagos por profissionais autônomos, se for o caso
8️⃣ Dados dos planos de saúde
9️⃣ Informe de Rendimentos referente à receita anual (solicite ao RH da sua instituição)

🧾 Fique atento! Erros ou omissões podem causar problemas futuros. Organize seus documentos com carinho e responsabilidade.

💬 A educação fiscal também é uma forma de cidadania. Cuidar da declaração é cuidar da nossa integridade.

FONTE DAS INFORMAÇÕES: Pastor Paulo


Deodato Gomes Costa 
@professordeodatogomes